O Correio Preto já anda a adivinhar a agenda da campanha de Vital Moreira:
Dia 1 - Colóquio no CCB subordinado ao tema "O futuro da Europa"
Dia 2 - Colóquio no CCB subordinado ao tema "Europa e o futuro"
Dia 3 - Colóquio no CCB subordinado ao tema "Ser a Europa do futuro"
Dia 4 - Colóquio no CCB subordinado ao tema "Europa, que futuro?"
Dia 5 - Colóquio no CCB subordinado ao tema "Estar na Europa do futuro"
...
Publicado : Filipa Martins/Emídio Fernando
sábado, 28 de fevereiro de 2009
Alguém encontra semelhanças?
Conversa ouvida fora da Nave de Espinho:
Delegado: Oh... camarada, acha que ELE ganha com estas porras do Freeport?
Rui Oliveira e Costa: Claro.. então a Fátima Felgueiras e o Isaltino Morais não ganharam? E por grande maioria.
Delegado: Oh... camarada, acha que ELE ganha com estas porras do Freeport?
Rui Oliveira e Costa: Claro.. então a Fátima Felgueiras e o Isaltino Morais não ganharam? E por grande maioria.
Em cheio!
Tal como a TSF e o Correio Preto anunciaram, Vital Moreira é o cabeça de lista do PS ao Parlamento Europeu. Ele próprio está a enumerar os seus feitos políticos. Ainda não se referiu ao facto de ter sido deputado do PCP.
Publicado: Filipa Martins/Emídio Fernando
Publicado: Filipa Martins/Emídio Fernando
Aqui entre nós
Vital Moreira é cabeça de lista do PS ao Parlamento Europeu. O nome vai ser anunciado às 20h.
Por: Filipa Martins/Emídio Fernando
Por: Filipa Martins/Emídio Fernando
Que seria de um congresso sem os rumores?
Antes do congresso, surgia, nas notícias e em crónicas anónimas, o nome de Freitas do Amaral para liderar a lista ao Parlamento Europeu. Antes falava-se em Luís Amado como o homem que iria enfrentar essa pesada tarefa. Depois chegava a vez de Edite Estrela. Agora, pelos bastidores da Nave de Espinho, corre o nome de António José Seguro. Já vão em quatro os putativos candidatos que só José Sócrates - vá lá e Pedro Silva Pereira -sabe quem, de facto, vai liderar a lista do PS nas próximas europeias.
Coisas do outro mundo
A SIC Notícias passou uma entrevista com um especialista em vida extraterrestre no intervalo do Congresso. Há quem diga que é uma estratégia do canal para competir com a TVI24. Mas a verdade é que está tudo relacionado, quando o congresso se realiza numa ‘Nave’ Desportiva e muitos dizem que alternativas ‘só se cairem do céu aos trambolhões’.
Publicado: Filipa Martins
António Costa tem razão: há uns e outros
A organização do congresso envia, frequentemente, sms aos congressistas e jornalistas. Assim, anuncia a agenda dos trabalhos, mas não só. Quando falam os congressistas do "regime", como António Costa e Augusto Santos Silva (apoiantes da moção de Sócrates), os sms comunicam com a devida antecedência. Mas ninguém se lembrou de avisar, por exemplo, da hora da intervenção de Fonseca Ferreira, também ele autor de uma moção global.
Malhar sim, mas nem todos podem ir à luta
Augusto Santos Silva está a discursar. Por via das dúvidas e antes que ele peça para a malta ir "malhar" na direita, mais de três quartos dos delegados abandonaram a sala.
A amante do wrestling
Uma congressista, profissional em papar congressos, na única e extensa fila para o café, confessa que gostava que o Congresso do PS fosse em Matosinhos. Para a peixeirada...
Publicado por Filipa Martins/Emídio Fernando
Publicado por Filipa Martins/Emídio Fernando
Onde estão as legendas?
Edmundo Pedro está a falar (para o lado) no Congresso.
Publicado: Filipa Martins
Publicado: Filipa Martins
A grande verdade de António Costa
"Há uma grande diferença entre o rico e o pobre."
Publicado: Filipa Martins
Publicado: Filipa Martins
Problemas de paternidade
O "grande partido da esquerda democrática" - o PS - convidou para o seu XVI Congresso esse "grande partido" democrático vindo da China.
Na apresentção dos convidados internacionais, Almeida Santos, presidente socialista, classificou-os como "uns convidados irmãos outros nem tanto". Atendendo os negócios que Almeida Santos tem feito pelo Oriente, desconfiamos que o partido chinês está na classe de "irmão do peito".
Publicado: Filipa Martins/Emídio Fernando
Na apresentção dos convidados internacionais, Almeida Santos, presidente socialista, classificou-os como "uns convidados irmãos outros nem tanto". Atendendo os negócios que Almeida Santos tem feito pelo Oriente, desconfiamos que o partido chinês está na classe de "irmão do peito".
Publicado: Filipa Martins/Emídio Fernando
Costa no seu labirinto
A tradição socialista mantém-se firme. Por sms, os delegados ficam a saber que António Costa vai apresentar a moção de José Sócrates. A coisa estava marcada para as 10 horas, mas, por essa altura, Costa ainda estava à conversa com Mário Lino, nas imediações da Nave de Espinho. Certamente a falar de investimentos públicos para Lisboa que a aflição é muita.
Mas até na moção, Sócrates está cercado pelos costistas.
Mas até na moção, Sócrates está cercado pelos costistas.
Reforço de luxo
Como prometido, o Correio Preto terá, durante o congresso do PS, a participação, como convidada especial, da escritora e jornalista Filipa Martins, "roubada" ao Corta-Fitas.
Que não lhes falte a graxa
Os trabalhos começavam às 10h, mas já caminhamos para as 11h. A culpa é do casal do parque de estacionamento da Nave Desportiva de Espinho. Sentada no Seat Ibiza, a senhora engraxava carinhosamente os sapatos do congressista. Tudo seria perfeito, se os sapatos não fossem castanhos e o cinto preto...
Publicado: Filipa Martins
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
Espinho aqui vai o Correio
O Correio Preto vai estar no congresso do PS e afazer a cobertura possível à semelhança do que fizera nos conclaves do PCP e CDS. E, desta vez, com uma provável convidada.
Antes de entrar na Nave de Espinho, o Correio Preto deixa uma pergunta:
E se um delegado - de peso -, em pleno congresso, sugerir que o PS proponha Manuel Alegre a encabeçar a lista ao Parlamento Europeu?
Antes de entrar na Nave de Espinho, o Correio Preto deixa uma pergunta:
E se um delegado - de peso -, em pleno congresso, sugerir que o PS proponha Manuel Alegre a encabeçar a lista ao Parlamento Europeu?
Debandada
À medida que o mandato da actual Comissão Europeia se aproxima do fim, aumenta o número de comissários que não querem ficar para trás para apagar a luz.
A responsável pelo orçamento, a lituana Dalya Grybauskaite, anunciou esta semana que será candidata às eleições presidenciais no seu país, marcadas para 17 de Maio. Suspende o mandato em meados de Abril e o mais provável é ser eleita e não regressar a Bruxelas. Nessa altura se verá se Barroso encontra algum lituano disponível para tapar o buraco durante alguns meses ou se entregará o pelouro a outro comissário.
Seja como for, é bom que vá pensando no assunto, porque pelo menos outros cinco membros da sua equipa (os comissários belga, eslovaco, esloveno, luxemburguês e polaco) já declararam publicamente ou fizeram constar que tencionam encabeçar listas partidárias nas eleições europeias de Junho.
A que se somam os três que, nos últimos tempos, trocaram Bruxelas pelas respectivas capitais (o comissário cipriota, o britânico e o italiano), tendo no entanto sido todos substituídos.
A responsável pelo orçamento, a lituana Dalya Grybauskaite, anunciou esta semana que será candidata às eleições presidenciais no seu país, marcadas para 17 de Maio. Suspende o mandato em meados de Abril e o mais provável é ser eleita e não regressar a Bruxelas. Nessa altura se verá se Barroso encontra algum lituano disponível para tapar o buraco durante alguns meses ou se entregará o pelouro a outro comissário.
Seja como for, é bom que vá pensando no assunto, porque pelo menos outros cinco membros da sua equipa (os comissários belga, eslovaco, esloveno, luxemburguês e polaco) já declararam publicamente ou fizeram constar que tencionam encabeçar listas partidárias nas eleições europeias de Junho.
A que se somam os três que, nos últimos tempos, trocaram Bruxelas pelas respectivas capitais (o comissário cipriota, o britânico e o italiano), tendo no entanto sido todos substituídos.
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
Oportunidade perdida
Arrancaram, finalmente, as emissões do TVI24, o novo canal de informação da TVI. Como jornalista, só desejo o maior sucesso ao canal e sobretudo a todos os que lá trabalham. Mas como consumidor da informação, não posso deixar de ficar preocupado. Foi prometido um canal "irreverente", "diferente" e "irrequieto", mas vi apenas uma cópia dos outros dois canais de informação.
Logo a abrir, o TVI24 falou-nos do pessimismo dos portugueses, do BPP, do empresário Manuel Fino, da CGD, de Teixeira dos Santos, de José Sócrates e do Parlamento. As primeiras figuras das notícias, a aparecer no écran, foram... Teixeira dos Santos e Francisco Louçã. Um engravatado, o outro de 'blazer'. E depois seguiram-se os intermináveis debates. Primeiro, com Joaquim Pina Moura e Bagão Félix. Depois, com Vital Moreira, Rui Ramos e Vasco Pulido Valente. Para quem quis transpirar irreverência, só ficou o cheiro a mofo.
Confesso que não esperava muito mais do que o TVi24 promete ser: a mesma informação engravatada e de um país sentado que se encontra em qualquer canal nacional. Ainda assim, guardava uma secreta esperança de ver reportagens e estórias do País real - de pessoas que sobrevivem com salários mínimos; dos desempregados; das empresas que encerram e de outras que se mantêm em actividade em luta constante; dos tribunais sem condições; das escolas provisórias que se transformam em definitivas; de Lisboa com bares fechados às 2 da manhã; da sobrevivência de músicos, bailarinos, artistas em tempos de crise; de buracos que parecem crateras nas estradas; dos miúdos que sonham, em academias desportivas, serem ronaldos; de tanta, tanta coisa que faz pulsar o país. E gostava de "ver" notícias.
Confesso ainda que sonhei que o canal tivesse um rasgo de ousadia de forma a "explodir" deste quadrado. Queria saber, através da TVI24, como o Mundo roda, não o mundo de Obama e da estratosfera política, mas o outro: o das pessoas. Que transportasse os telespectadores para fora desta freguesia.
Com esse tipo de informação, há uma pergunta que me assalta: haverá algum motivo para um telespectador da SIC-Notícias mudar de canal?
Logo a abrir, o TVI24 falou-nos do pessimismo dos portugueses, do BPP, do empresário Manuel Fino, da CGD, de Teixeira dos Santos, de José Sócrates e do Parlamento. As primeiras figuras das notícias, a aparecer no écran, foram... Teixeira dos Santos e Francisco Louçã. Um engravatado, o outro de 'blazer'. E depois seguiram-se os intermináveis debates. Primeiro, com Joaquim Pina Moura e Bagão Félix. Depois, com Vital Moreira, Rui Ramos e Vasco Pulido Valente. Para quem quis transpirar irreverência, só ficou o cheiro a mofo.
Confesso que não esperava muito mais do que o TVi24 promete ser: a mesma informação engravatada e de um país sentado que se encontra em qualquer canal nacional. Ainda assim, guardava uma secreta esperança de ver reportagens e estórias do País real - de pessoas que sobrevivem com salários mínimos; dos desempregados; das empresas que encerram e de outras que se mantêm em actividade em luta constante; dos tribunais sem condições; das escolas provisórias que se transformam em definitivas; de Lisboa com bares fechados às 2 da manhã; da sobrevivência de músicos, bailarinos, artistas em tempos de crise; de buracos que parecem crateras nas estradas; dos miúdos que sonham, em academias desportivas, serem ronaldos; de tanta, tanta coisa que faz pulsar o país. E gostava de "ver" notícias.
Confesso ainda que sonhei que o canal tivesse um rasgo de ousadia de forma a "explodir" deste quadrado. Queria saber, através da TVI24, como o Mundo roda, não o mundo de Obama e da estratosfera política, mas o outro: o das pessoas. Que transportasse os telespectadores para fora desta freguesia.
Com esse tipo de informação, há uma pergunta que me assalta: haverá algum motivo para um telespectador da SIC-Notícias mudar de canal?
O bom assessor de imprensa - 2
Sem ensombrar a incompetência do visado, o post anterior é injusto. Por duas razões:
-porque, em última análise, a decisão de não falar à imprensa é do ministro, que opta por não prestar contas sobre as posições que assume em nome de Portugal (neste caso num assunto colocado na agenda pelo próprio governo português…) e que desde que foi apanhado a fazer comentários sobre a mulher de Nicolas Sarkozy, apenas falou à imprensa numa ocasião, depois de participar num Conselho de Ministros da UE;
-porque pode ter dado a impressão de que este seu assessor de imprensa é o mais incompetente dos muitos assessores deste governo. É mentira. Há muitos piores ou iguais, numa espécie de concurso não assumido em que procuram atingir patamares cada vez mais refinados de incompetência e inutilidade. E que certamente darão matéria para novos posts.
-porque, em última análise, a decisão de não falar à imprensa é do ministro, que opta por não prestar contas sobre as posições que assume em nome de Portugal (neste caso num assunto colocado na agenda pelo próprio governo português…) e que desde que foi apanhado a fazer comentários sobre a mulher de Nicolas Sarkozy, apenas falou à imprensa numa ocasião, depois de participar num Conselho de Ministros da UE;
-porque pode ter dado a impressão de que este seu assessor de imprensa é o mais incompetente dos muitos assessores deste governo. É mentira. Há muitos piores ou iguais, numa espécie de concurso não assumido em que procuram atingir patamares cada vez mais refinados de incompetência e inutilidade. E que certamente darão matéria para novos posts.
O bom assessor de imprensa
O bom assessor de imprensa acompanha o respectivo ministro nas deslocações a Bruxelas. A viagem é paga pelo contribuinte.
O bom assessor de imprensa chega a Bruxelas na véspera da reunião. O hotel é pago pelo contribuinte.
O bom assessor de imprensa não contacta os jornalistas que esperam o ministro logo pela manhã, mas garante que este não fala ao entrar para a reunião.
O bom assessor de imprensa lá atende o telefone e promete que passa pela sala de imprensa para falar com os jornalistas.
O bom assessor de imprensa não mete os pés na sala de imprensa durante um dia inteiro e não explica a nenhum dos jornalistas portugueses que posições o seu ministro defendeu em nome de Portugal.
O bom assessor de imprensa envia um comunicado pela tardinha directamente às redacções em Lisboa a contar que o ministro “participou” numa reunião.
O bom assessor de imprensa não avisa ninguém que o ministro já se foi embora da reunião embora só tenha avião de regresso a Lisboa passadas mais de 2 horas.
O bom assessor de imprensa não atende o telefone a ninguém.
O bom assessor de imprensa chama-se Manuel Lage e trabalha para o ministro de administração interna. O seu ordenado é pago pelo contribuinte.
Na reunião em causa discutiram-se trivialidades como o acolhimento de prisioneiros de Guantanamo por países da União Europeia e a recepção de refugiados iraquianos.
O bom assessor de imprensa chega a Bruxelas na véspera da reunião. O hotel é pago pelo contribuinte.
O bom assessor de imprensa não contacta os jornalistas que esperam o ministro logo pela manhã, mas garante que este não fala ao entrar para a reunião.
O bom assessor de imprensa lá atende o telefone e promete que passa pela sala de imprensa para falar com os jornalistas.
O bom assessor de imprensa não mete os pés na sala de imprensa durante um dia inteiro e não explica a nenhum dos jornalistas portugueses que posições o seu ministro defendeu em nome de Portugal.
O bom assessor de imprensa envia um comunicado pela tardinha directamente às redacções em Lisboa a contar que o ministro “participou” numa reunião.
O bom assessor de imprensa não avisa ninguém que o ministro já se foi embora da reunião embora só tenha avião de regresso a Lisboa passadas mais de 2 horas.
O bom assessor de imprensa não atende o telefone a ninguém.
O bom assessor de imprensa chama-se Manuel Lage e trabalha para o ministro de administração interna. O seu ordenado é pago pelo contribuinte.
Na reunião em causa discutiram-se trivialidades como o acolhimento de prisioneiros de Guantanamo por países da União Europeia e a recepção de refugiados iraquianos.
As listas estão as ser feitas HOJE?
Ana Gomes, eurodeputada socialista, confessa, numa entrevista à TSF, sentir-se HOJE "mais próxima de José Sócrates" do que há quatro anos. Ao DN, reafirma a ideia:
"HOJE sinto muito maior admiração por José Sócrates"
"HOJE sinto muito maior admiração por José Sócrates"
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Uma distracção difícil de explicar
Apesar das notícias em jornais, comentários em vários órgãos de comunicação social, do pedido do PCP para que a administração da Caixa Geral de Depósitos vá ao Parlamento, José Sócrates garantiu hoje, em resposta aos jornalistas, que só soube do negócio da CGD com o BPP ontem à noite, através do noticiário da SIC:
"Eu só soube disso ontem, salvo erro, pela SIC.
- Nunca teve conhecimento antes?
- Não, não, não sei, não acompanho, não me foi comunicado... e ainda bem que não o fizeram porque a Caixa não precisa de comunicar a ninguém, nem ao senhor ministro das Finanças"
Ou o primeiro-ministro anda distraído, ocupado com o congresso, ou alguém se esqueceu de o informar. E não faltava gente para isso: um ministro das finanças, um exército de assessores, uns secretários de Estado e, já agora, umas notícias que ele próprio poderia ler.
"Eu só soube disso ontem, salvo erro, pela SIC.
- Nunca teve conhecimento antes?
- Não, não, não sei, não acompanho, não me foi comunicado... e ainda bem que não o fizeram porque a Caixa não precisa de comunicar a ninguém, nem ao senhor ministro das Finanças"
Ou o primeiro-ministro anda distraído, ocupado com o congresso, ou alguém se esqueceu de o informar. E não faltava gente para isso: um ministro das finanças, um exército de assessores, uns secretários de Estado e, já agora, umas notícias que ele próprio poderia ler.
O criador de empregos
Um dos discursos de Mário Lino foi hoje mais aplaudido pelos deputados do PS do que as explicações do primeiro-ministro dadas no Parlamento. Comentário ouvido nos corredores:
"Pudera, ele é que dá mais empregos! Com tanta obra pública..."
"Pudera, ele é que dá mais empregos! Com tanta obra pública..."
Pastéis de bacalhau a preço do caviar
O Ministério das Obras Públicas e Transportes não é nada modesto na divulgação das suas iniciativas. Não há inauguração ou apresentação de projecto que não tenha uma tenda, meninas com decotes, água e vinhos, "power-points", transmissão de filmes institucionais, produtores a colocar figurantes nos sítios certos, cenário condizente, como aliás, serve de exemplo este encontro relatado pelo Correio Preto.
Ao que se sabe, o conjunto das acções de propaganda já custaram aos cofres do Estado quatro milhões e 600 mil euros. Ainda assim, o ministro Mário Lino não se fez rogado na apreciação desse valor:
"Eu nem sabia que era tão pouco! Cada concessionária tem de fazer esta divulgação ao público e é o que está a fazer. As concessionárias têm muitas obrigações, essa é mais uma".
Como também se sabe, Mário Lino e José Sócrates são sempre os convidados de honra. Aliás, todo o cenário é montado a pensar nos discursos deles, sobretudo, no do primeiro-ministro. Pois bem, ainda assim, e apesar dos tais mais de quatro milhões de euros, o ministro das Obras Públicas só tem encontrado pastéis de bacalhau e rissóis como revelou hoje no Parlamento:
"Acha que aquilo tudo é luxuoso? Eu nunca vi uma inauguração que não seja feita assim. Você tem ali uma quantidade de pessoas, convidadas para ir aquela sessão, deputados, autarcas, gente ligada à actividade económica, portanto pessoas que... presidentes de junta de freguesia, etc. Não vejo lá nada de luxuoso. Tenho lá estado, não sou pessoa de comer entre as refeições, mas vejo lá uns pastéis de bacalhau, uns croquetes e uns sumos. Não servem nada de luxuoso."
Começo a desconfiar que e empresa do 'catering' que fornece o Ministério das Obras Públicas anda a inflacionar o preço do bacalhau. Ou a vendê-lo como se fosse caviar. Coisa que deveria exigir uma auditoria.
Ao que se sabe, o conjunto das acções de propaganda já custaram aos cofres do Estado quatro milhões e 600 mil euros. Ainda assim, o ministro Mário Lino não se fez rogado na apreciação desse valor:
"Eu nem sabia que era tão pouco! Cada concessionária tem de fazer esta divulgação ao público e é o que está a fazer. As concessionárias têm muitas obrigações, essa é mais uma".
Como também se sabe, Mário Lino e José Sócrates são sempre os convidados de honra. Aliás, todo o cenário é montado a pensar nos discursos deles, sobretudo, no do primeiro-ministro. Pois bem, ainda assim, e apesar dos tais mais de quatro milhões de euros, o ministro das Obras Públicas só tem encontrado pastéis de bacalhau e rissóis como revelou hoje no Parlamento:
"Acha que aquilo tudo é luxuoso? Eu nunca vi uma inauguração que não seja feita assim. Você tem ali uma quantidade de pessoas, convidadas para ir aquela sessão, deputados, autarcas, gente ligada à actividade económica, portanto pessoas que... presidentes de junta de freguesia, etc. Não vejo lá nada de luxuoso. Tenho lá estado, não sou pessoa de comer entre as refeições, mas vejo lá uns pastéis de bacalhau, uns croquetes e uns sumos. Não servem nada de luxuoso."
Começo a desconfiar que e empresa do 'catering' que fornece o Ministério das Obras Públicas anda a inflacionar o preço do bacalhau. Ou a vendê-lo como se fosse caviar. Coisa que deveria exigir uma auditoria.
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Portugal em boas mãos
Quando se ficou a saber que o desemprego, em 2008, foi de 7,6%, o governo exultou e Manuel Pinho considerou esses dados como “um sinal de esperança” face aos 7,8% esperados pelo governo. Um sinal, como quem diz, uma estrela no meio deste céu enevoado que é a crise (onde é que já ouvi isto?).
Quando se ficou a saber que, em Janeiro, o número de inscritos nos centros de emprego ultrapassou os 70 mil (mais 44,7% que em Dezembro e mais 27,3% que em Janeiro do ano anterior), Vitalino Canas desdramatizou, dizendo que o aumento “já estava previsto pelo governo”. Como quem diz, “descansai portugueses, está tudo sob controlo”.
Não sei se no fabuloso mundo da comunicação e spinning este tipo de estratagema tem algum nome, mas assim num plano menos científico ocorre-me a palavra ‘lata’.
Mas, já que vale tudo, o melhor mesmo é o governo anunciar desde já que o desemprego vai atingir os 97% em Portugal. Passado o choque inicial, poderão depois reivindicar uma vitória ou um sinal de esperança cada vez que um novo aumento do desemprego fique aquém desse número. E assim o céu poderá, finalmente, encher-se de estrelas.
Quando se ficou a saber que, em Janeiro, o número de inscritos nos centros de emprego ultrapassou os 70 mil (mais 44,7% que em Dezembro e mais 27,3% que em Janeiro do ano anterior), Vitalino Canas desdramatizou, dizendo que o aumento “já estava previsto pelo governo”. Como quem diz, “descansai portugueses, está tudo sob controlo”.
Não sei se no fabuloso mundo da comunicação e spinning este tipo de estratagema tem algum nome, mas assim num plano menos científico ocorre-me a palavra ‘lata’.
Mas, já que vale tudo, o melhor mesmo é o governo anunciar desde já que o desemprego vai atingir os 97% em Portugal. Passado o choque inicial, poderão depois reivindicar uma vitória ou um sinal de esperança cada vez que um novo aumento do desemprego fique aquém desse número. E assim o céu poderá, finalmente, encher-se de estrelas.
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
Vai ser giro, vai
Vuk Jeremic, o ministro do negócios estrangeiros da Sérvia, tem um encontro marcado, em Lisboa, com Luís Amado, na próxima quarta-feira. Não haveria nada de extraordinário nesta reunião diplomática se não houvesse um certo reconhecimento, por parte de Portugal, do Kosovo. Uma atitude que deu brado, a sério, com o ministro sérvio a revelar conversas privadas. E Luís Amado a garantir que não disse o que o outro disse, como na altura, o Correio Preto registou. Agora, passados uns meses, vai ser curioso saber como ambos irão tratar o assunto. Espero que, na conferência de imprensa conjunta, alguém se lembre de perguntar pelas zangas, aos dois, pelas do ano passado.
A virtude de estar à rasca
Luís Amado, ministro dos Negócios Estrangeiros, em entrevista ao jornal "Diário Económico":
"Capital angolano é virtuoso"
Significado de virtuoso, de acordo com o Grande Dicionário da Língua Portuguesa, de Cândido de Figueiredo:
"Que tem virtude ou virtudes"
Significado de virtude de acordo com o mesmo dicionário:
"Força moral; Disposição firme e habitual para a prática do bem; Boa qualidade moral"
Como regista o pragmatismo de um camarada de trabalho, aqui na redacção, "antes virtuoso do que virtual".
"Capital angolano é virtuoso"
Significado de virtuoso, de acordo com o Grande Dicionário da Língua Portuguesa, de Cândido de Figueiredo:
"Que tem virtude ou virtudes"
Significado de virtude de acordo com o mesmo dicionário:
"Força moral; Disposição firme e habitual para a prática do bem; Boa qualidade moral"
Como regista o pragmatismo de um camarada de trabalho, aqui na redacção, "antes virtuoso do que virtual".
A política da tasca com uma ventoinha no tecto
Manuela Ferreira Leite reuniu-se hoje com cinco sindicatos ligados à Função Pública e à UGT. No final da reunião, Bettencourt Picanço, presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado, foi o porta-voz das queixas e das preocupações dos sindicalistas. Entre elas, constava uma acusação de que há corrupção na Função Pública:
"A administração Pública está a ser inundada de 'outsourcings'. Na prática aquilo que se traduz é no aprofundamento de corrupção que leva a que os serviços públicos não cumpram a sua missão".
Instigado pelos jornalistas a esclarecer onde, quando e como há corrupção, e que casos conhece, Bettencourt Picanço não hesitou em chutar para o lado:
"Quando nós dizemos que há corrupção é quando nós lemos os jornais todos os dias e vemos os sinais óbvios na sociedade portuguesa que existe corrupção, a corrupção que está subjacente nas conversas dos portugueses..."
E é assim, com os galões de sindicalista de muitos anos, que se pratica a política da ventoinha: espalha-se a lama, sem receios dos salpicos.
"A administração Pública está a ser inundada de 'outsourcings'. Na prática aquilo que se traduz é no aprofundamento de corrupção que leva a que os serviços públicos não cumpram a sua missão".
Instigado pelos jornalistas a esclarecer onde, quando e como há corrupção, e que casos conhece, Bettencourt Picanço não hesitou em chutar para o lado:
"Quando nós dizemos que há corrupção é quando nós lemos os jornais todos os dias e vemos os sinais óbvios na sociedade portuguesa que existe corrupção, a corrupção que está subjacente nas conversas dos portugueses..."
E é assim, com os galões de sindicalista de muitos anos, que se pratica a política da ventoinha: espalha-se a lama, sem receios dos salpicos.
Indo eu, indo eu, a caminho de Espinho
José Sócrates é um político e governante com prioridades bem definidas. Entre um congresso do PS de onde já sabe que vai sair reeleito como líder do partido e uma cimeira europeia convocada de urgência para afinar a resposta à actual crise, o primeiro-ministro nem hesitou: Espinho, cá vou eu.
Primeiro, secretário-geral, depois, primeiro-ministro. Ou vice-versa, conforme a ocasião e as conveniências. Nem o facto de a reunião europeia durar apenas três horas o fez mudar de ideias ou, pelo menos, ponderar passar por Bruxelas antes de rumar à coroação de Espinho.
Mas, por outro lado, quem o pode censurar por preferir uma boa massagem ao ego em vez de mais conversa de crise?
Tão ou mais curioso do que isso é perceber que, a poucos dias da reunião, ainda não se sabe quem substituirá o primeiro-ministro em Bruxelas. O seu gabinete informou que a tarefa estará a cargo de um dos ministros de estado: Luís Amado ou Teixeira dos Santos.
A Lusa fez uma notícia a explicar que Sócrates seria substituído por Amado, para depois a corrigir, afinal o escolhido seria Teixeira dos Santos. Acontece que o ministro das finanças preside nos dias 1 e 2 de Março a uma reunião com os seus homólogos ibero-americanos, no Porto.
Do seu gabinete dizem que não sabem de nada. Luís Amado acaba de afirmar que Sócrates será representado “pelo ministro das finanças ou por mim próprio. Depois veremos”.
Eu diria que já está tudo visto.
Primeiro, secretário-geral, depois, primeiro-ministro. Ou vice-versa, conforme a ocasião e as conveniências. Nem o facto de a reunião europeia durar apenas três horas o fez mudar de ideias ou, pelo menos, ponderar passar por Bruxelas antes de rumar à coroação de Espinho.
Mas, por outro lado, quem o pode censurar por preferir uma boa massagem ao ego em vez de mais conversa de crise?
Tão ou mais curioso do que isso é perceber que, a poucos dias da reunião, ainda não se sabe quem substituirá o primeiro-ministro em Bruxelas. O seu gabinete informou que a tarefa estará a cargo de um dos ministros de estado: Luís Amado ou Teixeira dos Santos.
A Lusa fez uma notícia a explicar que Sócrates seria substituído por Amado, para depois a corrigir, afinal o escolhido seria Teixeira dos Santos. Acontece que o ministro das finanças preside nos dias 1 e 2 de Março a uma reunião com os seus homólogos ibero-americanos, no Porto.
Do seu gabinete dizem que não sabem de nada. Luís Amado acaba de afirmar que Sócrates será representado “pelo ministro das finanças ou por mim próprio. Depois veremos”.
Eu diria que já está tudo visto.
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
Oportunismo epistolar
Ainda a propósito da carta enviada por Luís Amado a pretexto da discussão no PE sobre os voos da CIA, mais um detalhe que diz muito sobre o despropósito da iniciativa, tanto em relação à forma, como ao conteúdo.
A carta, dirigida ao presidente do PE, tem a data de 16 de Fevereiro, segunda-feira. E deu entrada no gabinete de Poettering apenas na quarta-feira, dia 18.
Mas, no dia anterior, a missiva já andava a circular entre os socialistas europeus, por cortesia de Edite Estrela (que não me espantaria muito que fosse o cérebro por detrás de tão genial operação).
E foi decisiva para o debate que teve lugar no grupo na quarta-feira de manhã, servindo de argumento a Estrela e a outros portugueses habitualmente discretos, mas que fizeram questão de sair em defesa de Amado e da Pátria (consta que o tempo para discutir a questão da CIA era de apenas meia hora, quase esgotado por meia dúzia de socialistas portugueses que se limitaram a repetir uns aos outros), e também ao presidente do grupo, esse portento de coerência que é o alemão Martin Schultz.
Ou seja, os socialistas portugueses do PE devem ter convencido Amado a escrever a carta a Poettering, apenas para a divulgarem de forma despudorada mesmo antes de o destinatário a receber e a poderem usar no debate interno do grupo.
Com os resultados que se conhecem. Durão Barroso agradece e os eurodeputados do PSD, que não tiveram que mexer um dedo para limpar a imagem do ex-líder, também.
A carta, dirigida ao presidente do PE, tem a data de 16 de Fevereiro, segunda-feira. E deu entrada no gabinete de Poettering apenas na quarta-feira, dia 18.
Mas, no dia anterior, a missiva já andava a circular entre os socialistas europeus, por cortesia de Edite Estrela (que não me espantaria muito que fosse o cérebro por detrás de tão genial operação).
E foi decisiva para o debate que teve lugar no grupo na quarta-feira de manhã, servindo de argumento a Estrela e a outros portugueses habitualmente discretos, mas que fizeram questão de sair em defesa de Amado e da Pátria (consta que o tempo para discutir a questão da CIA era de apenas meia hora, quase esgotado por meia dúzia de socialistas portugueses que se limitaram a repetir uns aos outros), e também ao presidente do grupo, esse portento de coerência que é o alemão Martin Schultz.
Ou seja, os socialistas portugueses do PE devem ter convencido Amado a escrever a carta a Poettering, apenas para a divulgarem de forma despudorada mesmo antes de o destinatário a receber e a poderem usar no debate interno do grupo.
Com os resultados que se conhecem. Durão Barroso agradece e os eurodeputados do PSD, que não tiveram que mexer um dedo para limpar a imagem do ex-líder, também.
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
Cada cabeça, seu número
Manuel Pinho, ministro da Economia, garantiu na Assembleia da Repúbica, na tarde de terça-feira, que o QREN já apoiou "16.766 empresas".
O secretário de Estado-adjunto da Indústria e Inovação, António Castro Guerra, garantiu hoje, em pleno Conselho de Ministros, que o QREN já apoiou "12.400 empresas".
Castro Guerra é secretário de Estado do ministro Manuel Pinho.
O secretário de Estado-adjunto da Indústria e Inovação, António Castro Guerra, garantiu hoje, em pleno Conselho de Ministros, que o QREN já apoiou "12.400 empresas".
Castro Guerra é secretário de Estado do ministro Manuel Pinho.
A caridade hipócrita
A Igreja Católica organizou um jantar de gala em Luanda, como tinha prometido. Estiveram presentes mais de 200 pessoas, cada uma delas pagou 500 dólares pelo repasto. Foram leiloadas duas peças de um escultor angolano que serviu para arrecadar 23 mil dólares. O dinheiro arrecadado vai servir para esbanjar na visita de Bento XVI a Angola, marcada para Março.
Já pedi a um amigo meu, católico, que me indique em que passagem da Bíblia é que se pode ler como se fazem estes gestos de caridade. Já que consta, por lá, tantas regras sobre como se deve viver, casar, respirar, pensar, etc, pode ser que o cardápio fique completo com esta (mais uma) hipocrisia.
Já pedi a um amigo meu, católico, que me indique em que passagem da Bíblia é que se pode ler como se fazem estes gestos de caridade. Já que consta, por lá, tantas regras sobre como se deve viver, casar, respirar, pensar, etc, pode ser que o cardápio fique completo com esta (mais uma) hipocrisia.
O republicano, os amigos muçulmanos, Israel, Palestina e o "blowback"
São três minutos de uma clareza sobre a política dos Estados Unidos, no Médio Oriente. E ditos por um congressista republicano - é bom repetir: republicano - que já ambicionou ser presidente. E argumenta que a política externa dos EUA tem um efeito "boomerang". Mais claro do que isto, vindo de quem vem, não seria possível.
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
Pela Pátria... apoiar Barroso
Entre os socialistas europeus, a defesa da anulação da passagem sobre Durão Barroso na resolução sobre os voos da CIA foi liderada por Edite Estrela, acompanhada pelos inevitáveis Manuel dos Santos e Armando França (quem?).
Uma referência que constava da proposta avançada pelo próprio grupo socialista, mas isso são pormenores.
A posição de Estrela foi explicada pelo facto de o documento “referir Portugal e não outros Estados-Membros que tiveram mais envolvimento do que Portugal” (por acaso até refere a Polónia e o Reino Unido) e, “além do mais, a redacção estava péssima”.
Quanto à referência a Barroso: “estou-me nas tintas para o doutor Durão Barroso (…), a referência a Portugal é que não se justificava, independentemente de estar lá o nome do doutor Durão Barroso ou de outra personalidade qualquer”.
Ana Gomes foi a única portuguesa entre os poucos socialistas que votaram contra esta mudança de posição do grupo.
Uma referência que constava da proposta avançada pelo próprio grupo socialista, mas isso são pormenores.
A posição de Estrela foi explicada pelo facto de o documento “referir Portugal e não outros Estados-Membros que tiveram mais envolvimento do que Portugal” (por acaso até refere a Polónia e o Reino Unido) e, “além do mais, a redacção estava péssima”.
Quanto à referência a Barroso: “estou-me nas tintas para o doutor Durão Barroso (…), a referência a Portugal é que não se justificava, independentemente de estar lá o nome do doutor Durão Barroso ou de outra personalidade qualquer”.
Ana Gomes foi a única portuguesa entre os poucos socialistas que votaram contra esta mudança de posição do grupo.
O amadista nº1
Parece que, afinal, a carta de Luís Amado serviu para alguma coisa.
A resolução sobre os voos da CIA não vai ter qualquer referência a Durão Barroso. Ou seja, a resolução será aprovada, mas a passagem da polémica será rejeitada. Já se sabia que o PPE (o grupo parlamentar onde estão integrados os eurodeputados do PSD e do CDS) e o s liberais iam votar contra.
Esta manhã, os socialistas europeus decidiram fazer a mesma coisa. Na votação que se seguiu a uma acesa discussão, prevaleceu a posição de apoiar a resolução e rejeitar a passagem que falava de Barroso e de onde já tinha sido expurgada a referência a Amado.
Diz quem assistiu que o presidente do grupo, o socialista alemão Martin Schulz, invocou a carta de Luís Amado para dizer qualquer coisa como isto:
“Se um ministro socialista escreve uma carta assim a garantir que está a dizer a verdade, eu não tenho qualquer motivo para duvidar da sua palavra”.
Diz quem não assistiu que Schulz alimenta sérias esperanças de poder vir a ser o comissário europeu designado pela Alemanha para o próximo executivo comunitário.
A resolução sobre os voos da CIA não vai ter qualquer referência a Durão Barroso. Ou seja, a resolução será aprovada, mas a passagem da polémica será rejeitada. Já se sabia que o PPE (o grupo parlamentar onde estão integrados os eurodeputados do PSD e do CDS) e o s liberais iam votar contra.
Esta manhã, os socialistas europeus decidiram fazer a mesma coisa. Na votação que se seguiu a uma acesa discussão, prevaleceu a posição de apoiar a resolução e rejeitar a passagem que falava de Barroso e de onde já tinha sido expurgada a referência a Amado.
Diz quem assistiu que o presidente do grupo, o socialista alemão Martin Schulz, invocou a carta de Luís Amado para dizer qualquer coisa como isto:
“Se um ministro socialista escreve uma carta assim a garantir que está a dizer a verdade, eu não tenho qualquer motivo para duvidar da sua palavra”.
Diz quem não assistiu que Schulz alimenta sérias esperanças de poder vir a ser o comissário europeu designado pela Alemanha para o próximo executivo comunitário.
O barrosista nº 1
Luís Amado anda muito mal aconselhado.
A propósito da resolução que o Parlamento Europeu aprova amanhã sobre os voos da CIA, o MNE português mandou na segunda-feira uma carta ao presidente da instituição onde tem passagens deste calibre:
“(…) alegações que reputo de totalmente falsas e injustificadas”.
“Não posso deixar de dar conta a V. Exª da minha surpresa e indignação”.
“A eventual aprovação de uma resolução redigida nos termos que lhe descrevi (…), colocaria em causa a própria credibilidade do PE”.
E o que dizia a dita resolução (ou melhor, o projecto de resolução apresentado pelo próprio grupo socialista)? O seguinte ‘considerando’:
“Considerando (…) novas informações relativas a voos da CIA em Portugal, com transporte de detidos, durante o Governo Barroso, tal como indicado pelo ministro dos negócios estrangeiros”.
Acontece que a chamada proposta de resolução comum entretanto preparada, aquela que resulta da negociação entre os diferentes grupos políticos e que será votada esta quinta-feira, já tinha deixado cair a referência a Amado, embora mantivesse a alusão a Barroso.
É discutível que tenham surgido ou não novas informações (que a proposta de resolução não detalha), tal como é questionável que a resolução, além de Barroso, não se refira a outros políticos com responsabilidades no processo (como Aznar, Blair ou os governos alemão e sueco).
A propósito da resolução que o Parlamento Europeu aprova amanhã sobre os voos da CIA, o MNE português mandou na segunda-feira uma carta ao presidente da instituição onde tem passagens deste calibre:
“(…) alegações que reputo de totalmente falsas e injustificadas”.
“Não posso deixar de dar conta a V. Exª da minha surpresa e indignação”.
“A eventual aprovação de uma resolução redigida nos termos que lhe descrevi (…), colocaria em causa a própria credibilidade do PE”.
E o que dizia a dita resolução (ou melhor, o projecto de resolução apresentado pelo próprio grupo socialista)? O seguinte ‘considerando’:
“Considerando (…) novas informações relativas a voos da CIA em Portugal, com transporte de detidos, durante o Governo Barroso, tal como indicado pelo ministro dos negócios estrangeiros”.
Acontece que a chamada proposta de resolução comum entretanto preparada, aquela que resulta da negociação entre os diferentes grupos políticos e que será votada esta quinta-feira, já tinha deixado cair a referência a Amado, embora mantivesse a alusão a Barroso.
É discutível que tenham surgido ou não novas informações (que a proposta de resolução não detalha), tal como é questionável que a resolução, além de Barroso, não se refira a outros políticos com responsabilidades no processo (como Aznar, Blair ou os governos alemão e sueco).
Mas a verdade é que com a sua iniciativa Luís Amado conseguiu apenas o seguinte: chamar a atenção para o assunto; ver tornar-se pública a pressão exercida de forma descarada sobre o presidente do PE (que não teve, nem tem nada a ver com a elaboração e votação destas resoluções) e aparecer publicamente a defender Durão Barroso.
Quem lhe terá sugerido semelhante diligência epistolar?
Quem lhe terá sugerido semelhante diligência epistolar?
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
Falta a separação entre ricos e pobres
Mensagem escrita por Barack Obama enviada a Cavaco Silva e a José Sócrates e que os jornalistas portugueses tanto exultaram:
"Estou confiante em que poderemos trabalhar em conjunto, nos próximos quatro anos, num espírito de paz e amizade, com vista a edificar um mundo mais seguro. É meu desejo trabalhar com Vossa Excelência nesse esforço e na promoção das boas relações entre os nossos países".
Mensagem escrita por Barack Obama enviada ao Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, e ao primeiro-ministro Paulo Kassoma, referida pela agência de notícias de Angola:
"Estou confiante em que poderemos trabalhar em conjunto, nos próximos quatro anos, num espírito de paz e amizade, com vista a edificar um mundo mais seguro. É meu desejo trabalhar com Vossa Excelência nesse esforço e na promoção das boas relações entre os nossos países".
Pessoalmente, o que me irrita nesta mensagem é o igualitarismo de Obama: já não distingue os ricos dos pobres. A ambos, pede mais colaboração, mas deveria pedir mais qualquer coisinha a Angola. Afinal, os EUA são importadores de petróleo.
"Estou confiante em que poderemos trabalhar em conjunto, nos próximos quatro anos, num espírito de paz e amizade, com vista a edificar um mundo mais seguro. É meu desejo trabalhar com Vossa Excelência nesse esforço e na promoção das boas relações entre os nossos países".
Mensagem escrita por Barack Obama enviada ao Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, e ao primeiro-ministro Paulo Kassoma, referida pela agência de notícias de Angola:
"Estou confiante em que poderemos trabalhar em conjunto, nos próximos quatro anos, num espírito de paz e amizade, com vista a edificar um mundo mais seguro. É meu desejo trabalhar com Vossa Excelência nesse esforço e na promoção das boas relações entre os nossos países".
Pessoalmente, o que me irrita nesta mensagem é o igualitarismo de Obama: já não distingue os ricos dos pobres. A ambos, pede mais colaboração, mas deveria pedir mais qualquer coisinha a Angola. Afinal, os EUA são importadores de petróleo.
Importâncias para o país
Manuel Pinho não quis detalhar a visita que fez à barragem do Baixo Sabor, por entender que isso "não é importante para o país". Um minuto antes desta sentença, tratou de contar, ao pormenor, a sua ida a Aljustrel para assistir a um jogo de futebol e onde recebeu, como oferta, a camisola 8 do clube da terra.
Coisas verdadeiramente importantes para o país!
Coisas verdadeiramente importantes para o país!
Haja alguém satisfeito!
Finalmente, Manuel Pinho apareceu e para confessar estar satisfeito com a taxa de desemprego divulgada pelo INE:
"É muito positivo que ela tenha evoluido desta forma. É um sinal de esperança. Dá-nos força para continuar a promover o investimento e, em termos gerais, para animar os portugueses".
"É muito positivo que ela tenha evoluido desta forma. É um sinal de esperança. Dá-nos força para continuar a promover o investimento e, em termos gerais, para animar os portugueses".
Talvez não tenha nada para dizer
A comissão de economia e finanças, na Assembleia da República, tem agendada uma audiência com o ministro Manuel Pinho. A reunião estava marcada para as 15 horas. Às 13.15, o ministro avisou que iria chegar um pouco atrasado. Às 15.30, ainda não deu sinais de vida.
Bem pregam os freis
Recentemente - e como faz amiúde - a Igreja Católica alertou para "pobreza e fome" existente em Angola, considerando-as como "ofensas à dignidade humana".
Precisamente a mesma Igreja, a preocupada e solidária, está a promover um "jantar de gala" para arranjar fundos que ajudem a pagar a faustosa visita de Bento XVI a Angola. O jantar é restrito, só para 300 pessoas, e foram convidados "empresários católicos", mas, esclarece a Igreja, "podem participar outros que estejam interessados em colaborar na visita do Santo Padre". Se forem pecadores - acrescento eu - umas centenas de dólares e talvez mais umas quatro avé-marias e outros três pais-nossos serão suficientes para lhes ser atribuído o direito ao Reino dos Céus.
De acordo com o padre Dionísio Hissilenapo, coordenador da comissão de honra, a Igreja "quer ajudar" o Governo a custear a visita do Papa.
Conhecendo Luanda, como conheço, do lado de fora do jantar de gala vão estar polícias - ou militares - a afastar os meninos de rua para que, com os seus persistentes e pungentes pedidos de moedas, não incomodem os senhores que vão ajudar a passeata do Papa.
Precisamente a mesma Igreja, a preocupada e solidária, está a promover um "jantar de gala" para arranjar fundos que ajudem a pagar a faustosa visita de Bento XVI a Angola. O jantar é restrito, só para 300 pessoas, e foram convidados "empresários católicos", mas, esclarece a Igreja, "podem participar outros que estejam interessados em colaborar na visita do Santo Padre". Se forem pecadores - acrescento eu - umas centenas de dólares e talvez mais umas quatro avé-marias e outros três pais-nossos serão suficientes para lhes ser atribuído o direito ao Reino dos Céus.
De acordo com o padre Dionísio Hissilenapo, coordenador da comissão de honra, a Igreja "quer ajudar" o Governo a custear a visita do Papa.
Conhecendo Luanda, como conheço, do lado de fora do jantar de gala vão estar polícias - ou militares - a afastar os meninos de rua para que, com os seus persistentes e pungentes pedidos de moedas, não incomodem os senhores que vão ajudar a passeata do Papa.
domingo, 15 de fevereiro de 2009
Quem dá mais?
Depois de José Sócrates ser reeleito secretário-geral do PS, muito a custo e com apenas 96,43% dos votos, eis que um comunicado das "Mulheres Socialistas" explica ao líder como é que se faz:
"Maria Manuela Augusto foi reeleita Presidente do Departamento Nacional das Mulheres Socialistas por cerca de 97 % das militantes".
"Maria Manuela Augusto foi reeleita Presidente do Departamento Nacional das Mulheres Socialistas por cerca de 97 % das militantes".
Passar a mensagem
Parece que quando chega a hora de comunicar com os "jovens", governo e presidência da república recorrem aos mesmos conselheiros de comunicação. O resultado: uma mensagem apelativa, límpida, eficaz, original e corajosa. Sem medo de nada, nem mesmo do ridículo.
“É bué fixe estar aqui. Tá-se bem” – Rui Pereira, numa cerimónia com uma associação caboverdiana no Casal da Mira, Amadora (DN, 15.02.2009).
“Yes you can” – frase com que Cavaco Silva terminou o Roteiro da Juventude, em Oeiras (DN, 15.02.2009).
“É bué fixe estar aqui. Tá-se bem” – Rui Pereira, numa cerimónia com uma associação caboverdiana no Casal da Mira, Amadora (DN, 15.02.2009).
“Yes you can” – frase com que Cavaco Silva terminou o Roteiro da Juventude, em Oeiras (DN, 15.02.2009).
sábado, 14 de fevereiro de 2009
O esplendor de Portugal à boa maneira do Estado Novo
Manuel Pinho vai estar este domingo em Aljustrel, a convite do grupo desportivo da terra. Ao que consta, o ministro da Economia vai ser homenageado por ter "salvo" as pirites alentejanas. Não se sabe se Michael Phelps estará presente. Mas não faltarão as objectivas dos fotógrafos e, quase de certeza, uns "directos" das televisões.
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
Avisos à navegação com mais de 100 anos
Karl Marx, numa previsão feita em 1867, escrita no livro "O Capital":
"Os donos do capital vão estimular a classe trabalhadora a comprar bens caros, casas e tecnologia, fazendo-os dever cada vez mais, até que se torne insuportável. O débito não pago levará os bancos à falência, que terão que ser nacionalizados pelo Estado".
Talvez fosse bom certos políticos, hábeis nas previsões e rápidos a adivinhar economias florescentes, começarem a ler os volumes todos.
"Os donos do capital vão estimular a classe trabalhadora a comprar bens caros, casas e tecnologia, fazendo-os dever cada vez mais, até que se torne insuportável. O débito não pago levará os bancos à falência, que terão que ser nacionalizados pelo Estado".
Talvez fosse bom certos políticos, hábeis nas previsões e rápidos a adivinhar economias florescentes, começarem a ler os volumes todos.
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Elogios como punhais
Pedro Passos Coelho, esta tarde, num almoço organizado pelo American Club em que foi convidado:
"A dra. Manuela Ferreira Leite, no meu ponto de vista, tem defendido ideias que são correctas como o Estado se deve comportar (...). O país precisa de conhecer mais rapidamente e melhor aquilo que são as alternativas do PSD (...). O PSD não tem feito isso. Precisa de o fazer. A verdade é que tem sido uma pecha, tem sido difícil encontrar um desempenho que as pessoas percebam do lado da sociedade civil o que o PSD quer".
Logo a seguir às declarações de Passos Coelho, um assessor/amigo do dirigente social-democrata tratou de avivar a memória dos jornalistas: as ideias defendidas agora por Manuela Ferreira Leite foram apresentadas por Pedro Passos Coelho, na campanha interna do ano passado.
"A dra. Manuela Ferreira Leite, no meu ponto de vista, tem defendido ideias que são correctas como o Estado se deve comportar (...). O país precisa de conhecer mais rapidamente e melhor aquilo que são as alternativas do PSD (...). O PSD não tem feito isso. Precisa de o fazer. A verdade é que tem sido uma pecha, tem sido difícil encontrar um desempenho que as pessoas percebam do lado da sociedade civil o que o PSD quer".
Logo a seguir às declarações de Passos Coelho, um assessor/amigo do dirigente social-democrata tratou de avivar a memória dos jornalistas: as ideias defendidas agora por Manuela Ferreira Leite foram apresentadas por Pedro Passos Coelho, na campanha interna do ano passado.
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Contra a hipocrisia, um bordalo
Se ouvisse um tipo solteiro, proibido de casar e de constituir família, sem filhos (pelo menos reconhecidos) a puxar por uma doutrina - a doutrina dele e milenar - para arengar, mesmo com falinhas mansas, às massas, falando de sexo, casamentos, reprodução e família, puxava por um bordalo. Ai, puxava. Ainda bem, que há muita gente, como eu, que puxa por um bordalo quando os ouve falar.
Antes uma intolerável demagogia do que uma intolerável exploração
Alexandre Soares dos Santos, o presidente do grupo Jerónimo Martins, lamentou-se num debate sobre a "demagogia intolerável do primeiro-ministro".
O empresário que assim fala é o mesmo que brilha em notícias internacionais, por fazer na Polónia aquilo que se poderia chamar uma intolerável exploração de trabalhadores.
É o mesmo empresário que tem uma admiração sem limites por Cavaco Silva, apoiou a campanha do actual presidente português e até esteve com ele, em visita oficial, na Polónia. Quando isso aconteceu, deu nesta notícia, citada pela esquerda.net.
Cavaco elege a Biedronka como exemplo, mas a Fundação de Helsínkia para os Direitos Humanos, organização não governamental presente em Varsóvia desde 1993, define a empresa como "o símbolo do abuso dos direitos dos trabalhadores na Polónia". Só num ano a Inspecção Geral do trabalho contabilizou 3813 violações das normas laborais.
O empresário que assim fala é o mesmo que brilha em notícias internacionais, por fazer na Polónia aquilo que se poderia chamar uma intolerável exploração de trabalhadores.
É o mesmo empresário que tem uma admiração sem limites por Cavaco Silva, apoiou a campanha do actual presidente português e até esteve com ele, em visita oficial, na Polónia. Quando isso aconteceu, deu nesta notícia, citada pela esquerda.net.
Cavaco elege a Biedronka como exemplo, mas a Fundação de Helsínkia para os Direitos Humanos, organização não governamental presente em Varsóvia desde 1993, define a empresa como "o símbolo do abuso dos direitos dos trabalhadores na Polónia". Só num ano a Inspecção Geral do trabalho contabilizou 3813 violações das normas laborais.
Animais de companhia - uma questão verdadeiramente europeia
E aqui está a resposta a quem acusa os políticos de serem pessoas insensíveis e de perderem tempo com trivialidades: Paulo Casaca, eurodeputado socialista, promove em parceria com um colega britânico a "Noite Europeia do Animal de Companhia", evento em que, segundo a nota de imprensa enviada pelo próprio, “já se inscreveram centenas de pessoas e que constitui uma das mais participadas iniciativas em Bruxelas”.
Embora a dita nota não refira o local, a data ou a hora do glorioso momento, promete que o parlamentar açoriano vai falar “da necessidade de ter em conta, na legislação europeia, a protecção dos animais de companhia” (aplausos).
E explica que a legislação europeia sobre bem-estar animal (sim, isso existe) tem “negligenciado os animais que estão mais perto do comum dos cidadãos, os animais de companhia” (nesta altura o público começará a lacrimejar e os cãezinhos a uivar).
“Trata-se de uma opção que na opinião do deputado europeu deve ser corrigida” (o bóbi volta a abanar a cauda, afinal há esperança!). Porquê? Porque “os cidadãos europeus (e respectivos animais de companhia) não compreendem que a União Europeia não tenha em consideração os problemas que mais imediatamente os afligem e de que eles estão mais conscientes, sendo que a protecção dos animais de companhia é uma questão de dimensão plenamente europeia” (ovação/latidos).
Só falta referir a importância dos animais de companhia para superar a actual crise.
Embora a dita nota não refira o local, a data ou a hora do glorioso momento, promete que o parlamentar açoriano vai falar “da necessidade de ter em conta, na legislação europeia, a protecção dos animais de companhia” (aplausos).
E explica que a legislação europeia sobre bem-estar animal (sim, isso existe) tem “negligenciado os animais que estão mais perto do comum dos cidadãos, os animais de companhia” (nesta altura o público começará a lacrimejar e os cãezinhos a uivar).
“Trata-se de uma opção que na opinião do deputado europeu deve ser corrigida” (o bóbi volta a abanar a cauda, afinal há esperança!). Porquê? Porque “os cidadãos europeus (e respectivos animais de companhia) não compreendem que a União Europeia não tenha em consideração os problemas que mais imediatamente os afligem e de que eles estão mais conscientes, sendo que a protecção dos animais de companhia é uma questão de dimensão plenamente europeia” (ovação/latidos).
Só falta referir a importância dos animais de companhia para superar a actual crise.
Viagem ao mundo real - 3
Nos corredores do Hospital Santa Maria, em Lisboa, umas senhoras vendem umas agendas, a cinco euros cada, que servem para a ajudar uma organização que apoia crianças doentes. Apesar do esforço, as vendas nem correm bem. As senhoras lamentam ouvir, quase sempre, a mesma resposta:
"Querer ajudar, até queria, mas não posso. O dinheiro não chega para tudo".
Talvez seja por isso que, nas conversas das salas de espera, não entram os marcelos rebelos de sousa, as manuelas, os friportes, os bêpêenes, os casamentos, os ofechores, os santos silvas, e tantas, tantas coisas que nos animam. A nós, os que enchemos o mundo virtual.
Ali, a palavra "crise" também não é mencionada, mas é certamente sentida.
"Querer ajudar, até queria, mas não posso. O dinheiro não chega para tudo".
Talvez seja por isso que, nas conversas das salas de espera, não entram os marcelos rebelos de sousa, as manuelas, os friportes, os bêpêenes, os casamentos, os ofechores, os santos silvas, e tantas, tantas coisas que nos animam. A nós, os que enchemos o mundo virtual.
Ali, a palavra "crise" também não é mencionada, mas é certamente sentida.
Viagem ao mundo real - 2
O Hospital Santa Maria, em Lisboa, tem um parque de estacionamento com centenas de lugares, mas deve ser um caso único no país: buracos, lama, pedras soltas, uma árvore rebentada no meio de uma das estradas que alguém inventou no parque, sem sinalização e sem lugares marcados (pois, é bem difícil marcar a giz sobre a lama). Apesar disso, quatro horas de estacionamento custam 4.20 euros (vá lá, passam recibo).
Melhor seria que algum belmiro de azevedo construísse, ali ao lado, um centro comercial para que os doentes do Santa Maria pudessem ter um sítio higiénico e acolhedor para estacionar e com preços mais simpáticos do que praticados por um hospital... público.
Melhor seria que algum belmiro de azevedo construísse, ali ao lado, um centro comercial para que os doentes do Santa Maria pudessem ter um sítio higiénico e acolhedor para estacionar e com preços mais simpáticos do que praticados por um hospital... público.
Viagem ao mundo real
Acompanhei o meu pai ao hospital para ser operado às cataratas numa vista. Foi uma manhã estóica no Hospital Santa Maria, em Lisboa.
A operação cirúrgica demorou exactamente 30 minutos, incluíndo a aplicação da anestesia.
A "operação" de colocar a vinheta de um médico numa receita demorou exactamente 47 minutos!
A operação cirúrgica demorou exactamente 30 minutos, incluíndo a aplicação da anestesia.
A "operação" de colocar a vinheta de um médico numa receita demorou exactamente 47 minutos!
Quem quer ser eurodeputado?
O PS francês recebeu 600 cartas de candidatos a candidatos aos lugares de eurodeputado que estarão em liça nas eleições do próximo mês de Junho.
Segundo o Libération, a chuva de candidaturas não resulta de uma procura desesperada de emprego, mas de um procedimento adoptado pelo partido para preparar a renovação dos actuais… 22 lugares.
E se a moda pegasse, quantas cartas chegariam ao Largo do Rato?
Segundo o Libération, a chuva de candidaturas não resulta de uma procura desesperada de emprego, mas de um procedimento adoptado pelo partido para preparar a renovação dos actuais… 22 lugares.
E se a moda pegasse, quantas cartas chegariam ao Largo do Rato?
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Coerência
Quando os trabalhadores da Qimonda foram recebidos no Parlamento Europeu por deputados de praticamente todos os partidos portugueses, o social-democrata Silva Peneda fez questão de se deslocar ao loca da reunião apenas para denunciar que os mesmos estavam a ser “usados para fins partidários, para fins de propaganda eleitoral”, como contámos aqui.
“O Parlamento Europeu não tem qualquer hipótese para resolver questões como a Qimonda, não vamos acalentar ilusões. Como deputado ao PE eu não tenho instrumentos, não tenho qualquer tipo de possibilidade de resolver o problema”, disse então o ex-administrador da Sonae.
Dessa reunião saiu a decisão de dirigir uma missiva José Sócrates, Angela Merkel e Durão Barroso para os sensibilizar para o problema. Uma carta que Silva Peneda, do alto da sua impotência, afinal também assina (é o último da lista). E até arrisco que é capaz de usar da palavra quando o assunto for discutido na próxima sessão plenária do PE, já em Março. Veremos o que diz nessa altura.
“O Parlamento Europeu não tem qualquer hipótese para resolver questões como a Qimonda, não vamos acalentar ilusões. Como deputado ao PE eu não tenho instrumentos, não tenho qualquer tipo de possibilidade de resolver o problema”, disse então o ex-administrador da Sonae.
Dessa reunião saiu a decisão de dirigir uma missiva José Sócrates, Angela Merkel e Durão Barroso para os sensibilizar para o problema. Uma carta que Silva Peneda, do alto da sua impotência, afinal também assina (é o último da lista). E até arrisco que é capaz de usar da palavra quando o assunto for discutido na próxima sessão plenária do PE, já em Março. Veremos o que diz nessa altura.
Europa segura
As instituições europeias têm uma relação digamos… ambivalente com as questões da segurança. Da sua própria segurança.
Um bonito exemplo deste complexo tema foi dado pelo Parlamento Europeu que, em 2005, comprou meia dúzia de body scanners para, no final de 2008, adoptar uma resolução política a protestar veementemente contra a utilização de semelhantes aparelhos em aeroportos europeus. Como consequência deste momento bipolar as máquinas, que custaram pouco mais de 700 mil euros cada uma, continuam encaixotadas, três em Bruxelas, três em Estrasburgo.
E depois há a questão fascinante do acesso aos edifícios destas instituições. Qualquer não funcionário é sujeito ao ritual aeroportuário: é obrigado a passar pelo detector de metais e a despachar malas, volumes ou objectos pelas entranhas da maquineta de raios-X, que umas vezes apita, outras nem por isso, com guardas que umas vezes olham para os ecrãs, outras nem por isso.
Já o funcionário entra sempre, mesmo que leve pistolas, facas de mato, bazookas, canivetes, corta-unhas ou lingerie feminina o que, no caso de se tratar de uma mulher, não tem nada de extraordinário.
No entanto, como o seguro morreu de velho, nos corredores do Berlaymont, a sede da Comissão Europeia, começaram a ser afixados cartazes como o da fotografia. Pode não evitar um atentado (à partida só as malas castanhas são suspeitas, até porque a de Durão Barroso é preta), mas certamente contribui para reforçar o espírito de equipa.
Um bonito exemplo deste complexo tema foi dado pelo Parlamento Europeu que, em 2005, comprou meia dúzia de body scanners para, no final de 2008, adoptar uma resolução política a protestar veementemente contra a utilização de semelhantes aparelhos em aeroportos europeus. Como consequência deste momento bipolar as máquinas, que custaram pouco mais de 700 mil euros cada uma, continuam encaixotadas, três em Bruxelas, três em Estrasburgo.
E depois há a questão fascinante do acesso aos edifícios destas instituições. Qualquer não funcionário é sujeito ao ritual aeroportuário: é obrigado a passar pelo detector de metais e a despachar malas, volumes ou objectos pelas entranhas da maquineta de raios-X, que umas vezes apita, outras nem por isso, com guardas que umas vezes olham para os ecrãs, outras nem por isso.
Já o funcionário entra sempre, mesmo que leve pistolas, facas de mato, bazookas, canivetes, corta-unhas ou lingerie feminina o que, no caso de se tratar de uma mulher, não tem nada de extraordinário.
No entanto, como o seguro morreu de velho, nos corredores do Berlaymont, a sede da Comissão Europeia, começaram a ser afixados cartazes como o da fotografia. Pode não evitar um atentado (à partida só as malas castanhas são suspeitas, até porque a de Durão Barroso é preta), mas certamente contribui para reforçar o espírito de equipa.
Diz o esfarrapado ao nu
Paulo Portas condenou hoje a proposta de José Sócrates de "alívio fiscal", com vários argumentos, entre os quais, este:
"São medidas (as de Sócrates) para chegar aos telejornais e não à economia"
"São medidas (as de Sócrates) para chegar aos telejornais e não à economia"
Diz-me o que danças, que eu digo-te quem és
Parece que, afinal, por detrás daquele olhar gélido e da aparência de duro se esconde um espírito colorido e danado para a brincadeira.
Segundo um jornal britânico, numa história contada aqui pela BBC, o Kremlin contratou uma banda que faz covers dos ABBA para um concerto muito privado. Entre a ilustre assistência estava Vladimir Putin que, segundo um dos membros do grupo, gritou ‘Bravo!’ e dançou ao som de êxitos como Mamma Mia e Super Trouper.
Segundo um jornal britânico, numa história contada aqui pela BBC, o Kremlin contratou uma banda que faz covers dos ABBA para um concerto muito privado. Entre a ilustre assistência estava Vladimir Putin que, segundo um dos membros do grupo, gritou ‘Bravo!’ e dançou ao som de êxitos como Mamma Mia e Super Trouper.
domingo, 8 de fevereiro de 2009
Poderá ser um grande salto para a Humanidade
Na Convenção do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã revelou que "dois coelhos numa toca dão certamente em coelhinhos". Nem Darwin chegou tão longe.
O prato que se serve frio
Joana Amaral Dias deixou a direcção do Bloco. Ninguém a convidou na Convenção para integrar os órgãos dirigentes. É assim que funciona determinada esquerda: magnânima, mas só para quem abana a cauda.
Oportunismo
Carvalho da Silva foi convidado para a assistir à Convenção do Bloco de Esquerda – assistir e não a participar. O líder da CGTP aceitou e confirmou a presença. Pois, o Bloco tratou de enviar uma nota à comunicação social cujo título era o seguinte: “Carvalho da Silva na Convenção do Bloco”. Agora, aguarda-se que, seguindo o mesmo critério, os bloquistas anunciem com parangonas a presença de um convidado do PS, esse partido de “direita”. Talvez, seja Vitalino Canas que, apesar de tudo, é mais suave e não copia aquele estilo de quem gosta de malhar nos “sujeitos e sujeitas” que não lhe agradam.
Tanto como a Joana
Depois de ter feito a cobertura dos congressos do PCP e do CDS, o Correio Preto "escapou" à convenção - o diminutivo de congresso - do Bloco de Esquerda. Mas acompanhou o essencial pelos olhos do 31. E, ao que parece, fica-se a saber mais sobre os bloquistas do que a Joana Amaral Dias.
sábado, 7 de fevereiro de 2009
Histórias de ontem e de hoje
“Talvez daqui a uma década a Agência renasça das cinzas, ressuscitada por muitos milhões de dólares, inspirada por uma nova liderança, revigorada por uma nova geração. Pode ser que um dia a CIA faça aquilo com que os seus fundadores sonharam. Temos de confiar nisso.”
Um relato empolgante, detalhado e extremamente bem documentado sobre a evolução da principal agência de informações norte-americana. As mais de 800 páginas lêem-se num ápice.
O que fica desta "História da CIA", editada pela Difel em 2008, é a amarga conclusão de Tim Weiner (que entrevistou muitos dos principais protagonistas e teve acesso a montanhas de documentos entretanto desclassificados) de que a Agência, no Iraque em 2003, tal como ao longo da Guerra Fria, sempre privilegiou adequar as suas análises à agenda política dos sucessivos inquilinos da Casa Branca, em detrimento de uma avaliação objectiva dos factos.
Factos que, aliás, pecavam por incompletos, deturpados e escassos, da União Soviética ao Vietname, de Cuba ao Iraque, numa instituição dominada por cowboys que sempre privilegiou a tecnologia e as operações secretas (leia-se sabotagem, manipulação de eleições, golpes de estado e assassinatos) em prejuízo de uma recolha de informações, paciente e meticulosa e, por isso, apenas eficaz a longo prazo.
Um relato empolgante, detalhado e extremamente bem documentado sobre a evolução da principal agência de informações norte-americana. As mais de 800 páginas lêem-se num ápice.
O que fica desta "História da CIA", editada pela Difel em 2008, é a amarga conclusão de Tim Weiner (que entrevistou muitos dos principais protagonistas e teve acesso a montanhas de documentos entretanto desclassificados) de que a Agência, no Iraque em 2003, tal como ao longo da Guerra Fria, sempre privilegiou adequar as suas análises à agenda política dos sucessivos inquilinos da Casa Branca, em detrimento de uma avaliação objectiva dos factos.
Factos que, aliás, pecavam por incompletos, deturpados e escassos, da União Soviética ao Vietname, de Cuba ao Iraque, numa instituição dominada por cowboys que sempre privilegiou a tecnologia e as operações secretas (leia-se sabotagem, manipulação de eleições, golpes de estado e assassinatos) em prejuízo de uma recolha de informações, paciente e meticulosa e, por isso, apenas eficaz a longo prazo.
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Porque Durão Barroso deve encabeçar a lista do PSD às europeias
Aqui vai uma boa acção do Correio Preto, sob a forma de sugestão, pela qual os estrategas do PSD e Barroso escusam de agradecer. É de borla. E, como somos pessoas positivas, ficamos apenas pelas vantagens deste cenário, tanto para o partido como para o homem.
É um verdadeiro ovo de Colombo em relação ao qual nem reclamamos direitos de autor. Foi, como costuma escrever o “Le Soir” quando tem um exclusivo (jornal que por vezes confunde jornalismo com ornitologia), um “petit oiseau”, por acaso também belga, que nos deu a ideia.
Vantagens para o PSD:
-tinham resolvida a confusa questão de escolher um candidato;
-é um nome mais forte (ou menos fraco) do que todos os outros falados até agora;
-o seu cabeça de lista seria igualmente o candidato à presidência da Comissão Europeia;
-o PS, que apoia a recondução de Barroso em Bruxelas, ficaria com uma margem de manobra mais reduzida para o atacar.
Vantagens para Barroso:
-ocasião única para perceber se o país está disposto a aceitá-lo de volta, depois daquela saída meio apressada, em que deixou as chaves de casa a Santana Lopes;
-ocasião única para, quando regressasse à redoma da Comissão, poder dizer que teve em contacto com (parte d)a Europa real;
-conquistaria o respeito do Parlamento Europeu, cujo apoio é indispensável à nomeação como presidente da Comissão Europeia, depois de escolhido pelos governos dos 27;
-seria o primeiro candidato à presidência da Comissão a submeter-se directamente ao voto popular, ainda que apenas em Portugal;
-como as europeias costumam constituir uma espécie de cartão amarelo ao partido do governo, as probabilidades de não ter um mau resultado são bastante grandes;
-como a nomeação do presidente da Comissão é feita logo após as eleições, tinha um posto de trabalho assegurado caso as coisas dessem para o torto;
-o seu comissário belga, Louis Michel, costuma dizer que os comissários não são “eunucos políticos” – aqui está uma boa oportunidade para o demonstrar.
É um verdadeiro ovo de Colombo em relação ao qual nem reclamamos direitos de autor. Foi, como costuma escrever o “Le Soir” quando tem um exclusivo (jornal que por vezes confunde jornalismo com ornitologia), um “petit oiseau”, por acaso também belga, que nos deu a ideia.
Vantagens para o PSD:
-tinham resolvida a confusa questão de escolher um candidato;
-é um nome mais forte (ou menos fraco) do que todos os outros falados até agora;
-o seu cabeça de lista seria igualmente o candidato à presidência da Comissão Europeia;
-o PS, que apoia a recondução de Barroso em Bruxelas, ficaria com uma margem de manobra mais reduzida para o atacar.
Vantagens para Barroso:
-ocasião única para perceber se o país está disposto a aceitá-lo de volta, depois daquela saída meio apressada, em que deixou as chaves de casa a Santana Lopes;
-ocasião única para, quando regressasse à redoma da Comissão, poder dizer que teve em contacto com (parte d)a Europa real;
-conquistaria o respeito do Parlamento Europeu, cujo apoio é indispensável à nomeação como presidente da Comissão Europeia, depois de escolhido pelos governos dos 27;
-seria o primeiro candidato à presidência da Comissão a submeter-se directamente ao voto popular, ainda que apenas em Portugal;
-como as europeias costumam constituir uma espécie de cartão amarelo ao partido do governo, as probabilidades de não ter um mau resultado são bastante grandes;
-como a nomeação do presidente da Comissão é feita logo após as eleições, tinha um posto de trabalho assegurado caso as coisas dessem para o torto;
-o seu comissário belga, Louis Michel, costuma dizer que os comissários não são “eunucos políticos” – aqui está uma boa oportunidade para o demonstrar.
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
Coincidências?
"Numa das últimas notícias publicadas pelo SOL sobre o Freeport, surge a referência a uma figura não identificada nas relações entre os ingleses e o Ministério do Ambiente, designado apenas por 'pinocchio'. Segundo a JSD, a referência a um Sócrates 'Pinóquio' deve-se às promessas eleitorais de 2005, que mais não foram que mentiras"
O correio preto não é de intrigas, mas será que alguém acredita nesta coincidência?
O correio preto não é de intrigas, mas será que alguém acredita nesta coincidência?
Gazprom über alles!!!
O hino da Gazprom. Absolutamente hilariante. A música, mas sobretudo a letra.
Consta que Durão Barroso, que participa numa reunião com o governo russo, amanhã em Moscovo, já fez o download da música para o seu iPod para tentar impressionar os seus anfitriões.
Com eles no sítio certo
Edmundo Pedro, histórico dirigente do PS, a finalizar o debate na sede do PS, relatando que andou pelo país em conversas com militantes socialistas:
"Verifiquei um total desinteresse, um desinteresse generalizado, e notei outro fenómeno: pessoas que estão no aparelho de Estado a dizer que 'não posso pronunciar-me, tenho medo'. Isto é uma coisa que realmente não é admissível no partido. O partido da liberdade, o partido da cidadania, não pode promover este tipo de posições. Tem de dar liberdade aos militantes"
"Verifiquei um total desinteresse, um desinteresse generalizado, e notei outro fenómeno: pessoas que estão no aparelho de Estado a dizer que 'não posso pronunciar-me, tenho medo'. Isto é uma coisa que realmente não é admissível no partido. O partido da liberdade, o partido da cidadania, não pode promover este tipo de posições. Tem de dar liberdade aos militantes"
Delicadamente a malhar
Augusto Santos Silva, durante um debate na sede do PS:
"Não entendo estas sessões de debate político como sessões de auto-flagelação dos socialistas. Eu cá gosto de malhar na direita e gosto de malhar com especial prazer nesses sujeitos e sujeitas que se situam, de facto, à direita do PS, são das forças mais reaccionárias que eu conheço e gostam-se de dizer de esquerda ou plebeia ou chique - estou a me referir ao PCP e ao Bloco de Esquerda - que são as forças mais reaccionárias que conheci na minha vida desde o tempo em que os combatia a partir de outras perspectivas políticas"
Depois, Augusto Santos Silva ficou tão deslumbrado com a qualidade da sua intervenção que nos segundos a seguir brindou os presentes com isto:
"Mas..ahnn... essa ... mas portanto o que estava a dizer é que esse, essa, essas questões devemos considerar ahnnn são ahnnn mas nós vemos claramente o que distingue o PS e une aliás os socialistas que eu conheço é que para nós e o contrário do que sustenta Manuela Ferreira Leite não é, em princípio não é que a defesa, a justiça..."
"Não entendo estas sessões de debate político como sessões de auto-flagelação dos socialistas. Eu cá gosto de malhar na direita e gosto de malhar com especial prazer nesses sujeitos e sujeitas que se situam, de facto, à direita do PS, são das forças mais reaccionárias que eu conheço e gostam-se de dizer de esquerda ou plebeia ou chique - estou a me referir ao PCP e ao Bloco de Esquerda - que são as forças mais reaccionárias que conheci na minha vida desde o tempo em que os combatia a partir de outras perspectivas políticas"
Depois, Augusto Santos Silva ficou tão deslumbrado com a qualidade da sua intervenção que nos segundos a seguir brindou os presentes com isto:
"Mas..ahnn... essa ... mas portanto o que estava a dizer é que esse, essa, essas questões devemos considerar ahnnn são ahnnn mas nós vemos claramente o que distingue o PS e une aliás os socialistas que eu conheço é que para nós e o contrário do que sustenta Manuela Ferreira Leite não é, em princípio não é que a defesa, a justiça..."
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
E os aventais, senhor?
Augusto Santos Silva garantiu, no debate na sede do Largo do Rato, que o PS está contra todos os "poderes corporativos":
"Nós queremos que o PS continue a ser um partido chave da democracia portuguesa e que a democracia portuguesa rompa de vez ao que resta dos poderes corporativos".
Será que o ministro-cidadão-dirigente socialista não se terá esquecido de alguém?
"Nós queremos que o PS continue a ser um partido chave da democracia portuguesa e que a democracia portuguesa rompa de vez ao que resta dos poderes corporativos".
Será que o ministro-cidadão-dirigente socialista não se terá esquecido de alguém?
Cheira a eleições!
Menezes Rodrigues, dirigente socialista que já concorreu a duas câmaras e é falado como putativo candidato à presidência do Sporting, anda desaparecido das lides políticas há bastante tempo. E tem andado esquivo das reuniões e debates do PS. Mas esta noite está na primeira fila numa sala do Largo do Rato, a sede do PS, a assistir à discussão das moções que os socialistas levam a congresso.
Agitprop laranja
Silva Peneda foi o único eurodeputado laranja a participar na reunião com os trabalhadores da Qimonda promovida hoje pelo PCP no Parlamento Europeu.
Mas fez questão de sublinhar, antes da reunião, que o seu objectivo era denunciar uma situação em que os trabalhadores estavam a ser “usados para fins partidários, para fins de propaganda eleitoral”.
E explicou: “O Parlamento Europeu não tem qualquer hipótese para resolver questões como a Qimonda, não vamos acalentar ilusões. Como deputado ao PE eu não tenho instrumentos, não tenho qualquer tipo de possibilidade de resolver o problema. Se eu visse que o PE tinha qualquer instrumento para resolver o problema, muito bem, mas quanto muito podemos ouvir, podemos tecer alguns comentários, mas não podemos ter algum tipo de ilusão acerca dos poderes do parlamento”.
É de louvar a franqueza do ex-ministro de Cavaco Silva. Mas perorar sobre assuntos em relação aos quais não tem qualquer influência não é o que o PE passa a vida a fazer?
Numa espreitadela rápida à ordem de trabalhos desta sessão plenária saltam à vista temas como a “criminalização dos chat rooms de pedófilos na Internet”, a “natureza selvagem na Europa”, o “repatriamento e reinstalação dos detidos de Guantánamo”, a “situação preocupante nos centros de retenção para imigrantes”, a “situação no Sri Lanka, a “situação dos refugiados birmaneses na Tailândia” e o “direito de voto para os não-cidadãos da Letónia nas eleições locais”…
Ah, é verdade, Silva Peneda esteve sentado 15 minutos na reunião e foi-se embora sem abrir a boca.
Mas fez questão de sublinhar, antes da reunião, que o seu objectivo era denunciar uma situação em que os trabalhadores estavam a ser “usados para fins partidários, para fins de propaganda eleitoral”.
E explicou: “O Parlamento Europeu não tem qualquer hipótese para resolver questões como a Qimonda, não vamos acalentar ilusões. Como deputado ao PE eu não tenho instrumentos, não tenho qualquer tipo de possibilidade de resolver o problema. Se eu visse que o PE tinha qualquer instrumento para resolver o problema, muito bem, mas quanto muito podemos ouvir, podemos tecer alguns comentários, mas não podemos ter algum tipo de ilusão acerca dos poderes do parlamento”.
É de louvar a franqueza do ex-ministro de Cavaco Silva. Mas perorar sobre assuntos em relação aos quais não tem qualquer influência não é o que o PE passa a vida a fazer?
Numa espreitadela rápida à ordem de trabalhos desta sessão plenária saltam à vista temas como a “criminalização dos chat rooms de pedófilos na Internet”, a “natureza selvagem na Europa”, o “repatriamento e reinstalação dos detidos de Guantánamo”, a “situação preocupante nos centros de retenção para imigrantes”, a “situação no Sri Lanka, a “situação dos refugiados birmaneses na Tailândia” e o “direito de voto para os não-cidadãos da Letónia nas eleições locais”…
Ah, é verdade, Silva Peneda esteve sentado 15 minutos na reunião e foi-se embora sem abrir a boca.
Rasteiras...
Mário Lino respondeu ontem aos deputados num reunião que juntou duas comissões na Assembleia da República. Respondeu a (quase) tudo o que foi perguntado. Nas duas comissões, estiveram presentes deputados de quase todas as bancadas. Faltaram os eleitos do Bloco de Esquerda. Um dia depois de Mário Lino estar disponível, vem o mesmo Bloco de Esquerda perguntar ao ministro, por carta e com devido eco na comunicação social, se é verdade que a empresa Estradas de Portugal "está a obrigar as concessionárias de auto-estradas a pagar meio milhão de euros por cada um dos eventos que acompanham a assinatura de contratos de adjudicação das novas concessões rodoviárias".
Por acaso, a pergunta até tinha sido feita pelo deputado do PSD, Jorge Costa, que... esteve na reunião. E respondida pelo ministro que garante não ser verdade.
Por acaso, a pergunta até tinha sido feita pelo deputado do PSD, Jorge Costa, que... esteve na reunião. E respondida pelo ministro que garante não ser verdade.
O que conta é a intenção
Os representantes dos trabalhadores da Qimonda, portugueses e alemães, participaram numa reunião e Estrasburgo organizada pelo grupo parlamentar do PCP no PE para discutir formas de os eurodeputados poderem ajudar a empresa a sobreviver.
Além dos deputados comunistas apareceram parlamentares do PS, PSD e CDS-PP, o que deve ter sido motivador para os trabalhadores. Que já devem ter ficado um pouco mais preocupados quando a comunista Ilda Figueiredo começou a chamar Helmut Kohl a um eurodeputado alemão e o socialista Emanuel Jardim Fernandes sublinhou que qualquer solução sobre o futuro da empresa deve “envolver os governos de Portugal e Espanha”.
Além dos deputados comunistas apareceram parlamentares do PS, PSD e CDS-PP, o que deve ter sido motivador para os trabalhadores. Que já devem ter ficado um pouco mais preocupados quando a comunista Ilda Figueiredo começou a chamar Helmut Kohl a um eurodeputado alemão e o socialista Emanuel Jardim Fernandes sublinhou que qualquer solução sobre o futuro da empresa deve “envolver os governos de Portugal e Espanha”.
marias antonietas e marionetas
Nas sessões do PE, em Estrasburgo, a RTP aproveita para gravar uma fornada de programas de debate entre eurodeputados que são depois transmitidos aos sábados, para uma imensa minoria de telespectadores do segundo canal da televisão do estado (sim, vários no mesmo dia, que são depois emitidos ao longo de um mês, certamente por uma questão de actualidade, mas isso é outra história).
Um dos debates ravado ontem foi dedicado à questão dos prisioneiros de Guantánamo e dos voos da CIA.
Para evitar amargos de boca, o PS vetou a participação óbvia de Ana Gomes no programa e foi representado por um senhor chamado Armando França, um ilustre desconhecido que também é eurodeputado.
França pode andar no PE há pouco tempo, mas de fidelidade partidária em véspera de eleições percebe ele. E vai de refutar as declarações feitas momentos antes por Ana Gomes no plenário do PE sobre o conhecimento que Durão Barroso terá tido, do tempo em que era primeiro-ministro, do transporte ilegal de prisioneiros para Guantánamo via Portugal. “Sem fundamento” e “não se baseiam em provas concretas”, foram os argumentos usados.
Por cada maria antonieta que surja, haverá sempre uma marioneta pronta a desempenhar o seu papel.
Um dos debates ravado ontem foi dedicado à questão dos prisioneiros de Guantánamo e dos voos da CIA.
Para evitar amargos de boca, o PS vetou a participação óbvia de Ana Gomes no programa e foi representado por um senhor chamado Armando França, um ilustre desconhecido que também é eurodeputado.
França pode andar no PE há pouco tempo, mas de fidelidade partidária em véspera de eleições percebe ele. E vai de refutar as declarações feitas momentos antes por Ana Gomes no plenário do PE sobre o conhecimento que Durão Barroso terá tido, do tempo em que era primeiro-ministro, do transporte ilegal de prisioneiros para Guantánamo via Portugal. “Sem fundamento” e “não se baseiam em provas concretas”, foram os argumentos usados.
Por cada maria antonieta que surja, haverá sempre uma marioneta pronta a desempenhar o seu papel.
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Deixem jogar o Mantorras!
É certo que o jogo foi muito mau, o homem corre todo desconjuntado e o golo foi um chouriço, mas é o Mantorras. E é ele que levanta o estádio de cada vez que toca na bola já para não falar do facto que até marca golos que valem pontos - uma parte importante dizemos nós.
Queremos mais!
Queremos mais!
Celeste Cardona a caminho do Parlamento Europeu?
Luís Queiró reiterou hoje em Estrasburgo que não fará parte das listas do CDS-PP nas eleições para o PE no próximo mês de Junho.
Tendo em conta que Queiró foi eleito para o PE em 2004, depois de a sua mulher ter cumprido aí um mandato entre 1999 e 2004, é fácil concluir que a ex-ministra da justiça de Paulo Portas deve estar novamente a caminho da Europa para garantir a manutenção do prolongado desencontro conjugal.
Claro que o facto de Celeste ser actualmente administradora da Caixa Geral de Depósitos poderá fazê-la hesitar, mas a tradição deverá falar mais alto.
Tendo em conta que Queiró foi eleito para o PE em 2004, depois de a sua mulher ter cumprido aí um mandato entre 1999 e 2004, é fácil concluir que a ex-ministra da justiça de Paulo Portas deve estar novamente a caminho da Europa para garantir a manutenção do prolongado desencontro conjugal.
Claro que o facto de Celeste ser actualmente administradora da Caixa Geral de Depósitos poderá fazê-la hesitar, mas a tradição deverá falar mais alto.
Uma maria antonieta parlamentar
O deputado socialista Ventura Leite (na foto) já tinha criticado Mário Lino por "manisfesta negligência" nas negociações com a Airbus que resultaram na compra de 16 aviões para a TAP. O deputado deu voz às conclusões de um relatório de uma comissão parlamentar. Hoje, em pleno Parlamento, voltou a criticar Mário Lino e o Governo por revelarem "falta de estratégia" nas negociações.
É coisa rara assistir a isto na Assembleia da República: um deputado socialista a criticar o idolatrado Governo. Tirando Manuel Alegre, com as reviravoltas que se sabem, são poucos, muito poucos, pouquíssimos, os deputados do PS com tal ousadia. Sobretudo nas vésperas de se constituirem as próximas listas. Vai uma aposta que Ventura Leite será atirado para o número 20 e tal no seu círculo eleitoral, o de Setúbal?
Momentos únicos
É possível ver momentos únicos, paisagens únicas, cores únicas, no Anjo Marginal, um blogue de fotos feito por um grande artista que, nas horas de stress, se dedica a escrever num jornal. Nas horas vagas, faz obras de arte: com a máquina e com pincéis.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
É tão bom ser um liberal
Carlos Barbosa em entrevista à TSF e ao DN:
"Se o Estado me der dinheiro trago a F1 para Portugal".
Se o Estado der dinheiro ao escribas do "Correio Preto", prometemos trazer os Jogos Olímpicos de Inverno e organizamos uns safaris.
"Se o Estado me der dinheiro trago a F1 para Portugal".
Se o Estado der dinheiro ao escribas do "Correio Preto", prometemos trazer os Jogos Olímpicos de Inverno e organizamos uns safaris.
domingo, 1 de fevereiro de 2009
Leis e crise financeira são assuntos de um... circo
Cavaco Silva foi ao golfe este sábado e, perante as perguntas dos jornalistas sobre o caso-freeport, recusou-se a responder com o argumento de que isso era "assunto de Estado" e ele estava...no golfe. Mas, logo a seguir, insistiu em comentar a "falta de cuidado na elaboração das leis" e na atenção que tem dedicado à "crise financeira internacional".
Portanto, via Belém, ficamos a saber que essas coisas de leis e crises fazem parte de uma outra estante lá do Palácio: a secção do "fait-divers".
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