sábado, 7 de fevereiro de 2009

Histórias de ontem e de hoje


“Talvez daqui a uma década a Agência renasça das cinzas, ressuscitada por muitos milhões de dólares, inspirada por uma nova liderança, revigorada por uma nova geração. Pode ser que um dia a CIA faça aquilo com que os seus fundadores sonharam. Temos de confiar nisso.”

Um relato empolgante, detalhado e extremamente bem documentado sobre a evolução da principal agência de informações norte-americana. As mais de 800 páginas lêem-se num ápice.

O que fica desta "História da CIA", editada pela Difel em 2008, é a amarga conclusão de Tim Weiner (que entrevistou muitos dos principais protagonistas e teve acesso a montanhas de documentos entretanto desclassificados) de que a Agência, no Iraque em 2003, tal como ao longo da Guerra Fria, sempre privilegiou adequar as suas análises à agenda política dos sucessivos inquilinos da Casa Branca, em detrimento de uma avaliação objectiva dos factos.

Factos que, aliás, pecavam por incompletos, deturpados e escassos, da União Soviética ao Vietname, de Cuba ao Iraque, numa instituição dominada por cowboys que sempre privilegiou a tecnologia e as operações secretas (leia-se sabotagem, manipulação de eleições, golpes de estado e assassinatos) em prejuízo de uma recolha de informações, paciente e meticulosa e, por isso, apenas eficaz a longo prazo.

Sem comentários: