terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Europa segura


As instituições europeias têm uma relação digamos… ambivalente com as questões da segurança. Da sua própria segurança.

Um bonito exemplo deste complexo tema foi dado pelo Parlamento Europeu que, em 2005, comprou meia dúzia de body scanners para, no final de 2008, adoptar uma resolução política a protestar veementemente contra a utilização de semelhantes aparelhos em aeroportos europeus. Como consequência deste momento bipolar as máquinas, que custaram pouco mais de 700 mil euros cada uma, continuam encaixotadas, três em Bruxelas, três em Estrasburgo.

E depois há a questão fascinante do acesso aos edifícios destas instituições. Qualquer não funcionário é sujeito ao ritual aeroportuário: é obrigado a passar pelo detector de metais e a despachar malas, volumes ou objectos pelas entranhas da maquineta de raios-X, que umas vezes apita, outras nem por isso, com guardas que umas vezes olham para os ecrãs, outras nem por isso.

Já o funcionário entra sempre, mesmo que leve pistolas, facas de mato, bazookas, canivetes, corta-unhas ou lingerie feminina o que, no caso de se tratar de uma mulher, não tem nada de extraordinário.

No entanto, como o seguro morreu de velho, nos corredores do Berlaymont, a sede da Comissão Europeia, começaram a ser afixados cartazes como o da fotografia. Pode não evitar um atentado (à partida só as malas castanhas são suspeitas, até porque a de Durão Barroso é preta), mas certamente contribui para reforçar o espírito de equipa.

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