sexta-feira, 30 de julho de 2010

Choque de titãs




De acordo com várias páginas na internet, Armando Vara deverá estar a caminho da poderosa construtora civil brasileira Carmargo Corrêa. Uma das que mais investe em Angola e Moçambique. Portanto, uma rival da Mota-Engil de.... Jorge Coelho. As duas combatem pelos mesmos interesses: no fabrico de cimentos, na reconstrução de estradas e pontes, nas barragens e na influência junto de Luanda. No braço-de-ferro, desconfio que a empresa brasileira vai levar a melhor.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

A sinfonia de Kinshasa

Sentem a música como se fosse uma "segunda oração", outros ficam "mais fortes" quando se encontram na Orquestra Sinfónica de Kinhasa, na República Democrática do Congo. A cidade mais louca de África tem uma orquestra de música clássica num dos bairros mais pobres. E são os músicos que fabricam os seus próprios instrumentos. O documentário é imperdível.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Freeport: falta um baraço ao pescoço


Alguns jornalistas e jornais e televisões deviam pedir-lhe desculpa... pessoalmente. De corda no pescoço como Egas Moniz (o aio, não o professor). Pelo massacre que o sujeitaram.
Esses mesmos jornalistas e jornais e televisões deviam pedir desculpas ao... Jornalismo. De corda no pescoço como Egas Moniz (o aio, não o professor) . Pelo massacre que o sujeitaram e pela vergonha que o fizeram passar. Ao jornalismo.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Relíquias...

Na sede central do PCP, em Lisboa, corre-se o risco de alguém morrer de... calor. O equipamento de ar condicionado avariou. Quando se liga para o frio sai quente. Também não admira. Os equipamentos ainda são os mesmos que foram instalados nos tempos "gloriosos" da FNAC, a Fábrica Nacional de Ar Condicionado, do "Barão Vermelho". Ou seja, do tempo da União Soviética.

Carta a Passos Coelho

O Conselho Económico e Social (CES), que junta organizações controladas pelo PCP, PS, PSD e CDS e que conta com a participação do Governo, fez uma análise, nesta segunda-feira, à situação da Zona Euro, considerando que "não pode ser colocado em risco o modelo social europeu", correndo-se, caso contrário, o risco de "desmoronar" a União Europeia. O recado não estava direccionado, mas ninguém duvidou que a carta, antes de seguir para Bruxelas, faz uma paragem na São Caetano à Lapa.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Orgulhosamente tacanhos

Anda por aí uma fúria anti-adesão de outros países à CPLP que, apesar de não ser surpreendente, não deixa de ser intrigante. A começar pelo (ainda) pragmático Cavaco Silva que insistiu na tecla que os outros países não falam português. Mas foi suficientemente franco para colocar Portugal no seu devido canto, ao sublinhar que “Portugal não é como a França”, referindo-se às ambições francesas em África. Nada mais verdade. Portugal vai continuar orgulhosamente tacanho. Enquanto isso, pode ir assistindo à Guiné-Bissau a integrar sistemas económicos da África francófona. E Moçambique mais preocupado com a Commonwealth do que propriamente o que faz a mesquinhez lusófona.
De repente, os portugueses – e não só – descobriram que a Guiné Equatorial vive debaixo de uma tenebrosa ditadura. Isto anos depois dos mesmos guineenses participarem nas cimeiras da CPLP como observadores, onde o “tenebroso” Theodore Obiang teve assento de primeira e até foi recebido em Lisboa com as honras e pompa devidas a um chefe de Estado. Excepto alguns blogues, ninguém se lembrou que o homem comandava uma feroz ditadura.
Nessa altura, até se pensou que o pragmatismo tinha vencido a tacanhez: que importa a ditadura se o país tem petróleo? Pelos vistos, durou pouco. Portugal, a dar sinais que rejeita a entrada da Guiné-Equatorial, demonstra bem que não aprendeu nada, nem com Paris, nem com Londres. Bem poderia olhar para os franceses que, ainda nos idos 1960, começaram a praticar as relações de boa convivência com todos os países desde que isso salvaguardasse os seus interesses. Há quem lhe chame neo-colonialismo, como é o caso de Cavaco Silva, mas Paris usa apenas o pragmatismo numa política conhecida pela Françáfrica. E, tirando alguns engulhos pelo caminho, ninguém se dá mal.
Com esta teimosia, resta a Portugal ser um mero comissionista em África, cumprindo, provavelmente, um desígnio histórico. O restante mundo lusófono deve apenas confiar no pragmatismo do Brasil, Angola, Moçambique e Cabo Verde. Sobre a entrada da Guiné Equatorial, Pedro Pires já mostrou a intenção de ser pragmático e Lula da Silva assinou, recentemente, durante a sua visita oficial, 25 acordos comerciais com Obiang.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

O primeiro dia do resto da campanha

Como já tinha previsto em Abril, Cavaco Silva não deixou mesmo escapar a oportunidade para ter um grande momento de campanha. Em Angola, claro, que lhe serve sempre de paliativo para os males que tem na sua terra. Ah.. e como essas imagens irão ser usadas daqui a uns meses...

Labor de uns para uma medalha presidencial


Em Angola, Cavaco Silva ouviu o presidente José Eduardo dos Santos a anunciar que o país estava disposto a pagar as dívidas a começar pelas pequenas e médias empresas". E logo os jornalistas - tanto os que acompanham a visita do chefe de Estado e os outros que ficaram por Lisboa - trataram de traçar loas aio sucesso de Cavaco Silva. Mas infelizmente o jornalismo vive de memórias curtas. Curtíssimas.

O plano da dívida angolana foi traçado em Março deste ano por Luanda e acordado com Teixeira dos Santos, em Abril, durante a visita do governante português a Luanda. Nesse plano, constava o pagamento em três fases. A primeira destinava-se precisamente às PME portuguesas. O anúncio foi feito por Carlos Feijó (na foto), ministro de Estado e Chefe da Casa Civil da Presidência, um dos homens com verdadeiro poder em Angola.

Mas ainda antes, Teixeira dos Santos anunciava a criação de uma linha de crédito a Angola para pagar as dívidas às PME portuguesas.

O que é curioso é a forma como se faz passar a mensagem que Cavaco Silva foi cobrar as dívidas, conseguindo um retumbante sucesso.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Uma certa esquerda em violenta troca de insultos

Não sobraram mimos na RTP-N, ontem à noite, entre o deputado socialista Strecht Ribeiro e o dirigente do Bloco de Esquerda, João Teixeira Lopes. Coube (quase) tudo: mentiroso, grosseirão, mal-educado, demagogo, ordinário, mal-criado, sem calibre, etc, etc. Foram quatro minutos que terminaram com uma inevitável saída de estúdio e uma confissão de incompetência da moderadora. A partir dos 41 minutos. O resto é composto pelos argumentos de sempre. O sucesso dos dois já está garantido, via you tube.

De férias com tudo na mesma

É esquisito. Ao fim de duas semanas de férias aterrei num noticiário sem evolução nos temas que tinha deixado (SCUT, PT/Telefónica). A novidade parece ser a revisão constitucional. Uau. Vou continuar de férias.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

As crendices que mastigam miolos*

A crendice, os mitos, a feitiçaria (quimbandice), as histórias fantásticas, o uso e o abuso da alegoria dominam, em grande parte, a cultura africana e, claro, a angolana. Conta-se, por exemplo, que só se pode ser feiticeiro se matar alguém da família; que os cérebros dos albinos têm uma substância que permite curar a sida; que se a sombra de um pássaro pára na cabeça de alguém, deixa-o louco; e tantas outras que variam conforme a região. Durante a guerra, era mato o surgimento de história de heróis imunes às balas ou simplesmente que com capacidade para se desviarem delas. Mas sobretudo há sempre explicações para fenómenos novos. Agora chegou a vez da "fúria" da crença se abater sobre os chineses, numa história muito bem desmistificada pelo Luís Rainha no (acho) novo projecto Vias de Facto. E de uma forma que só ele sabe contar.
* Título semi-roubado ao próprio Rainha.

domingo, 18 de julho de 2010

Tudo sobre Angola

Como vamos ter uma semana a falar de Angola, por força da visita de Cavaco Silva, recomendo a quem queira saber mais sobre Angola, sem ser pelas penas confusas dos jornais e jornalistas, este blogue: tudosobreangola. E especialmente para quem queira conhecer uma boa parte da História de Angola e, inevitavelmente, de Portugal.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Sócrates ressuscitou-o!

É o oásis! É o oásis!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Cavaco, o "angolano", em visita de apoteose

A visita de Cavaco Silva a Angola vai ser, antes de mais, um “corolário” da sua carreira política. Em Luanda, é visto como um amigo “para a vida”, numa amizade que chegou a ser crucial para o actual regime angolano.
Quando o PSD ganhou as eleições, em 1985, José Eduardo dos Santos foi o primeiro chefe de Estado a enviar um telegrama, felicitando essa vitória. Mal terminou a cerimónia de posse do primeiro governo de Cavaco Silva, Lisboa recebia um convite formal do presidente José Eduardo dos Santos para que Portugal se fizesse representar nas cerimónias oficiais que assinalavam mais um aniversário da independência.
Em 10 anos, era a primeira vez que as autoridades de Luanda manifestavam, com dois gestos, uma abertura a Lisboa que nos anos anteriores tinha sido impossível de alcançar. Mas não foi unicamente a intenção de Luanda que provocou os gestos de José Eduardo dos Santos. Mesmo antes de chegar ao poder, Cavaco Silva vinha manifestando a vontade de alterar substancialmente as relações entre os dois países e, de uma forma geral, o relacionamento com os países africanos de expressão portuguesa. A “marca” que se viria a colar-lhe à pele, de ser um pragmático, serviria também nas questões internacionais, em particular, com Angola. A postura de Cavaco Silva constituiu, na política portuguesa, uma absoluta novidade e causou uma ruptura das políticas anteriores. E que viria a ter o seu auge na liderança de Lisboa no processo de paz alcançado em Angola, com a assinatura dos acordos de Bicesse.
Como ninguém, Cavaco Silva soube capitalizar essa política: além de ter um papel principal, entre os actores que influenciavam a política angolana, o actual presidente português foi um dos principais responsáveis pelo regresso dos empresários a Angola, com os benefícios que hoje se conhece, pelo significativo aumento nas relações comerciais entre os dois países e pelo desanuviamento das relações com os EUA.
Além disso, essa mesma política serviu para lançar o nome de Durão Barroso como um grande estadista. Curiosamente, o actual presidente da Comissão Europeia foi apenas o executor – mas com mérito – da estratégia desenhada por Cavaco Silva e respectivos assessores, em que se destacavam os embaixadores António Monteiro e Martins da Cruz.
Se por um lado, Cavaco Silva ajudou na projecção de Durão Barroso, por outro, o presidente português foi um extraordinário aliado para o MPLA: primeiro, no fim ao apoio à UNITA e na condenação do regime sul-africano, em tempos de guerra, mas sobretudo na influência que exerceu os EUA, que iria terminar no estabelecimento de relações diplomáticas sólidas com Angola.
Seguindo a mesma lógica, Cavaco Silva viaja para Angola com o pragmatismo na lapela: espera ser “coroado”, mas aproveita para levar uma longa comitiva de empresários - são 100 - a enfatizando a necessidade de serem aprofundadas as relações comerciais e empresariais entre Angola e Portugal.
Em Luanda, Cavaco Silva vai encontrar uma “passerelle” de políticos dispostos a estender-lhe o tapete vermelho, como já contei aqui, mas não lhe prestam vassalagem. Angola sempre tem exigido igualdade de oportunidades e boa vontade na entrada de angolanos nas empresas portuguesas. O que até agora tem acontecido, mas com timidez. E, de novo, essa é a questão central que vai estar em cima da mesa e que foi sublinhada por José Eduardo dos Santos na visita oficial que fez a Portugal, o ano passado. Afinal, Luanda tem nos negócios o “alfa” e o “ómega” de toda a sua estratégia. Em tempos de crise, Cavaco Silva vai ser, desta vez, apenas mais um catalisador de umas relações que, depois de ele ter dado o mote, têm sido, de ano para ano, melhoradas.
*A análise completa da visita de Cavaco Silva pode ser lida aqui, na PNN

sexta-feira, 9 de julho de 2010

A crise derrete-os

Na Assembleia da República, a principal sala - principal por ser a maior e a mais bem apetrechada - onde se realizam as comissões parlamentares não tem ar condicionado. O calor dos últimos tempos vai sendo amenizado por duas ventoinhas, colocadas num dos extremos da sala. Mas só estão dirigidas para a mesa de honra, onde se senta o presidente e eventualmente o membro do Governo que esteja a ser fiscalizado. Os deputados recorrem aos leques feitos de papel.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Neologismos

Com o encerramento do Rádio Clube Português e de uma fábrica da Merck, no Cacém, descobri como, cada vez mais, a língua portuguesa ganhou novas expressões: descontinuidade, descontinuação, descontinuar. São sinónimos de fechar, encerrar e despedir.
Curiosamente, as expressão são usadas pela empresa, a Agência Lift, que gere as contas(tradução: que trata da imagem) da Media Capital, dona da rádio, e da Farmacêutica Merck.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

É bué da fixe, meu, vou poupar 3 cêntimos por dia

Garante o 'Diário Económico', em letras garrafais, que o "valor das propinas vai baixar pela primeira vez em cinco anos". Contas feitas, desce de 996,85 para os 986,88. Ou seja, menos de 10 euros por ano. Quer dizer, em 10 meses, um euro por mês. Ou melhor: três cêntimos por dia.
Ah.. a euforia que deve andar por essas festas estudantis com tanto guito para guardar.
Uma euforia estragada pelo mesmo 'Diário Económico' que, mais baixinho, em letras mais pequenas, acrescenta que "este é o primeiro ano em que todas as universidades públicas se preparam para cobrar a propina máxima". A tal que baixou 10 euros por ano, 3 cêntimos por dia.

sábado, 3 de julho de 2010

É verdade, eu ouvi

Há muito que não se ouvia a Internacional no Largo do Rato. Aconteceu sexta-feira à tarde, numa homenagem a Tito de Morais. Um momento histórico. José Sócrates estava lá, ouviu mas não se juntou ao coro ... Será que já não se lembra da letra ?

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Bem prega Frei Tomás...

Não deixa de ser curioso ver vários responsáveis do mundo empresarial e político espanhol aos saltos por o governo português ter inviabilizado a venda da vivo à Telefónica.

Sobretudo se tivermos em conta a forma como Madrid bloqueou há 10 anos a fusão da mesma Telefónica com a holandesa KPN, episódio que o Publico (espanhol) recorda aqui.

Cadê o Valter?

Quando no final de Maio o Eurostat anunciou que o desemprego em Portugal tinha atingido os 10,8%, o secretário de estado do emprego saltou imediatamente a desancar o organismo europeu e a garantir que aquela projecção iria ser revista em baixa.

Valter Lemos deve ter pensado que bastava um telefonema para que a metodologia inconveniente fosse devidamente “corrigida”.

É verdade que o Eurostat tem feito bastantes disparates (veja-se a forma como sempre validaram as contas gregas…), mas face às afirmações do secretário de estado os seus responsáveis lá explicaram por A + B como é que tinham chegado àquele números.

Entretanto, o Eurostat divulgou hoje os dados do desemprego de Maio, que atinge um novo máximo (10,9%), mantendo a projecção anterior de Abril nos 10,8%.

Alguém sabe onde pára o secretário de estado?

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Baralha e volta a dar


De acordo com o ministro Pedro Silva Pereira, a Telefónica deveria ter comunicado ao Governo português a intenção de comprar a Vivo, um activo (e que activo da PT!). Pois, o mesmo Governo, através de ministros, do primeiro-ministro e, já agora, do partido que o apoia, jura que a PT não deveria ter comunicado nada ao executivo sobre a intenção de comprar um activo chamado TVI. Confusos? Também eu.