O governador civil de Lisboa, António Galamba, admite recorrer a empresas estrangeiras para solucionar o problema de mais de oito mil pessoas que continuam sem electricidade. Há três dias que houve uma quebra de energia eléctrica provocada pelo temporal.
Há três dias que a EDP não consegue arranjar soluções, num país que promete ter, em breve, carros eléctricos e mais de 1500 postos de abastecimento.
António Galamba confia tanto na empresa portuguesa que não vê outra solução se não o recurso ao estrangeiro.
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
Paulo Portas, mais uma vez, traído por um líder do PSD
Contra o que disse ao seu parceiro de coligação e a Jorge Sampaio, em Junho de 2004, Durão Barroso já estava com a cabeça e o coração na presidência da Comissão Europeia. A história é contada plo presidente do PPE, Wilfried Martens, a um jornalista do Expresso (por acaso, um dos carteiros desta casa) e está publicada na edição desta semana do jornal. Com este detalhe imperdível: na altura, Martens foi avisado, pelo próprio Durão, para não contar a ninguém. Se o fizesse, ele, Durão, negaria.
Durante um mês, o presidente da Comissão Europeia desfez-se em sorrisos para Paulo Portas, parceiro no Governo de coligação, ao mesmo tempo que se preparava para abandonar o barco.
O líder do CDS já começa a estar habituado às traições dos presidentes do PSD.
Durante um mês, o presidente da Comissão Europeia desfez-se em sorrisos para Paulo Portas, parceiro no Governo de coligação, ao mesmo tempo que se preparava para abandonar o barco.
O líder do CDS já começa a estar habituado às traições dos presidentes do PSD.
Irão para a sucata?
A REN confessou hoje que a noite do vendaval derrubou 22 postes de "muito alta tensão". Os materiais, a esta hora, estarão a enferrujar. São notícias que soam como música aos ouvidos de Manuel Godinho...
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Afinal, o pacto era outro
Desmentindo notícias de um jornal diário, o cardeal-patriarca de Lisboa, José Policarpo, garante que nunca fez qualquer "pacto" ou "compromisso" com José Sócrates sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Numa carta dirigida aos párocos, o líder da Igreja Católica confirma que teve uma conversa com o primeiro-ministro no dia 20 de Outubro. E que até conversaram sobre o assunto, mas sem haver um compromisso.
No entanto, os dois acabaram por fazer um pacto: de ninguém divulgar que houve essa conversa. O cardeal patriarca garante, na carta, ter havido esse entendimento:
"Ficou assente entre ambos que não haveria declarações para o público sobre os assuntos nele abordados. O Patriarca de Lisboa foi fiel a este compromisso de discrição."
Ou seja, alguém quebrou esse compromisso já que houve, pelo menos, um jornal a saber da dita reunião. O cardeal sibilinamente jura que não foi ele. Bem, mas também anda a dizer há anos que uma virgem teve um filho há 2.000 anos...
No entanto, os dois acabaram por fazer um pacto: de ninguém divulgar que houve essa conversa. O cardeal patriarca garante, na carta, ter havido esse entendimento:
"Ficou assente entre ambos que não haveria declarações para o público sobre os assuntos nele abordados. O Patriarca de Lisboa foi fiel a este compromisso de discrição."
Ou seja, alguém quebrou esse compromisso já que houve, pelo menos, um jornal a saber da dita reunião. O cardeal sibilinamente jura que não foi ele. Bem, mas também anda a dizer há anos que uma virgem teve um filho há 2.000 anos...
domingo, 20 de dezembro de 2009
O jornalismo enigmático
A primeira página do jornal Público, deste domingo, brinda-nos com uma verdadeira preciosidade, digna de figurar em qualquer curso de jornalismo (na secção "por favor, não façam!").
Uma das "chamadas" de primeira página está assim composta em títulos:
Justiça
Líder do PS esteve ligado a gang, diz Relação
Confesso que mal vi a página, imaginei logo José Sócrates (o líder do PS) de gorro na cabeça, a atirar-se a uma caixa de multibanco. E logo a seguir, no texto que resume a grande história, fica desfeita a imagem de Sócrates a liderar o gang:
A Relação corroborou o Tribunal de Ponta Delgada e deliberou não levar a julgamento um jornalista acusado de atentar contra a honra de Ricardo Rodrigues.
Mas não há motivo para confusão. A nova directora tinha prometido um jornal diferente. E está a conseguir. Inaugurou o jornalismo enigmático que obrigue o leitor a preencher charadas.
Uma das "chamadas" de primeira página está assim composta em títulos:
Justiça
Líder do PS esteve ligado a gang, diz Relação
Confesso que mal vi a página, imaginei logo José Sócrates (o líder do PS) de gorro na cabeça, a atirar-se a uma caixa de multibanco. E logo a seguir, no texto que resume a grande história, fica desfeita a imagem de Sócrates a liderar o gang:
A Relação corroborou o Tribunal de Ponta Delgada e deliberou não levar a julgamento um jornalista acusado de atentar contra a honra de Ricardo Rodrigues.
Mas não há motivo para confusão. A nova directora tinha prometido um jornal diferente. E está a conseguir. Inaugurou o jornalismo enigmático que obrigue o leitor a preencher charadas.
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Se o disparate matasse...
O deputado social-democrata Carlos Peixoto, cabeça-de-lista pelo distrito da Guarda, entende que a união, legal entre pessoas do mesmo sexo, abre as portas à legalização de outras uniões. Para reforçar a sua preocupação, não hesita em dar exemplos:
"No futuro, podemos admitir, seguindo o mesmo princípio, o casamento entre pais e filhos, entre primos direitos, entre irmãos".
As declarações foram proferidas na Rádio Altitude, mas a pérola também pode ser ouvida na TSF.
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
O cargo mais caro da História
A Câmara Municipal de Lisboa chegou finalmente a um acordo com o empreiteiro do túnel do Marquês. Vai pagar qualquer coisa como 18,5 milhões de euros, porque as obra foi embargada graças a uma providência cautelar.
Foi precisamente essa providência cautelar que permitiu a José Sá Fernandes saltar do anonimato para o estrelato. Por consequência e graças ao habitual oportunismo do Bloco de Esquerda, a mesma providência permitiu a Sá Fernandes chegar a vereador. Coisa que acabou por custar à Câmara de Lisboa os tais 18,5 milhões de euros.
José Sá Fernandes continua vereador. Na altura do túnel, era vê-lo por lá, em cima, em baixo, no meio, rodeado de televisões e microfones. Não havia dia que Sá Fernandes não fizesse um esforço para aparecer a debitar sábias opiniões sobre as deficiências do túnel.
Passados estes anos, e com a inevitabilidade da indemnização, os jornalistas tentaram arrancar um comentário do vereador que quis travar o túnel. Debalde. Sá Fernandes nem quer ouvir falar em tal coisa e nem sequer está interessado em debitar as tais doutas opiniões.
Para a História, fica apenas o cargo político mais caro de sempre. Ao nível de um jogador de futebol.
Foi precisamente essa providência cautelar que permitiu a José Sá Fernandes saltar do anonimato para o estrelato. Por consequência e graças ao habitual oportunismo do Bloco de Esquerda, a mesma providência permitiu a Sá Fernandes chegar a vereador. Coisa que acabou por custar à Câmara de Lisboa os tais 18,5 milhões de euros.
José Sá Fernandes continua vereador. Na altura do túnel, era vê-lo por lá, em cima, em baixo, no meio, rodeado de televisões e microfones. Não havia dia que Sá Fernandes não fizesse um esforço para aparecer a debitar sábias opiniões sobre as deficiências do túnel.
Passados estes anos, e com a inevitabilidade da indemnização, os jornalistas tentaram arrancar um comentário do vereador que quis travar o túnel. Debalde. Sá Fernandes nem quer ouvir falar em tal coisa e nem sequer está interessado em debitar as tais doutas opiniões.
Para a História, fica apenas o cargo político mais caro de sempre. Ao nível de um jogador de futebol.
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Azulejos anti-crise
No conselho de ministros de agricultura e pescas que costuma assinalar o final do ano comunitário (e que decorre desde ontem em Bruxelas), os representantes dos 27 têm instituída a tradição de trocar prendas entre si. Tratando-se das gentes da terra e do mar, predominam os vinhos, os queijos, os enchidos, com cada ministro a tentar impressionar os demais com as respectivas iguarias nacionais.
Apesar de ser novato nestas andanças, António Serrano alinhou na tradição, mas com uma novidade. Em vez de géneros alimentares, ofereceu a cada um dos seus pares um azulejo português. Comprado à Bordalo Pinheiro. A empresa que foi salva da falência pela Visabeira, num negócio apadrinhado pelo governo. Que agora lhe dá mais um empurrãozinho e lhe compra azulejos...
Apesar de ser novato nestas andanças, António Serrano alinhou na tradição, mas com uma novidade. Em vez de géneros alimentares, ofereceu a cada um dos seus pares um azulejo português. Comprado à Bordalo Pinheiro. A empresa que foi salva da falência pela Visabeira, num negócio apadrinhado pelo governo. Que agora lhe dá mais um empurrãozinho e lhe compra azulejos...
A culpa é do microfone?
No final do Conselho Europeu da semana passada, José Sócrates sentou-se na mesa da conferência de imprensa, com o secretário de estado dos assuntos europeus a seu lado. Antes de dar início à conferência de imprensa propriamente dita, os dois cochicharam longamente até que Pedro Lourtie se levantou para consultar um assessor, voltou para junto do primeiro-ministro e os sussurros prosseguiram até Sócrates dar início à conferência de imprensa. Tudo com uma pequena floresta de microfones plantada à sua frente.
Parece estranho que os políticos continuem a duvidar das capacidades tecnológicas e da sensibilidade indiscreta destes pequenos aparelhos. Digamos apenas que deu para ficar com a impressão de que Sócrates terá aprendido mais naqueles dois minutos do que nos dois dias de Cimeira em que os 27 discutiram a ajuda financeira a dar aos países em desenvolvimento para que estes se possa comprometer com metas ambientais ambiciosas.
Parece estranho que os políticos continuem a duvidar das capacidades tecnológicas e da sensibilidade indiscreta destes pequenos aparelhos. Digamos apenas que deu para ficar com a impressão de que Sócrates terá aprendido mais naqueles dois minutos do que nos dois dias de Cimeira em que os 27 discutiram a ajuda financeira a dar aos países em desenvolvimento para que estes se possa comprometer com metas ambientais ambiciosas.
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Votar a pensar na morte da bezerra ou um "namoro" ao Costa?
O vereador do PCP na Câmara de Lisboa, Rúben de Carvalho, votou favoravelmente o protocolo assinado entre a autarquia e a Liscont - o tal que vai permitir um belíssimo negócio à Mota-Engil com os contentores de Alcântara. Mas depois negou que o tenha feito. O próprio PCP está, aparentemente, contra o projecto. Só que Pedro Santana Lopes anda atento e não perdoou. Até obrigou os vereadores a ouvirem as gravações.
Por onde andaria a cabeça de Rúben de Carvalho na altutra? Talvez a seguir o conselho do seu líder Jerónimo de Sousa, dado na Assembleia da República, que "os portugueses deviam ser como Paulo Portas: com um olho no burro e outro no cigano". Em versão mais autárquica, seria com um olho num pelouro, outro na oposição.
Por onde andaria a cabeça de Rúben de Carvalho na altutra? Talvez a seguir o conselho do seu líder Jerónimo de Sousa, dado na Assembleia da República, que "os portugueses deviam ser como Paulo Portas: com um olho no burro e outro no cigano". Em versão mais autárquica, seria com um olho num pelouro, outro na oposição.
Esoterismo socrático
No final do Conselho Europeu que hoje terminou em Bruxelas, José Sócrates congratulou-se com a posição dos 27, segundo a qual as medidas de apoio à economia devem ser mantidas “até a crise a passar”.
Questionado sobre como e quando se poderia saber que a crise já tinha passado, o primeiro-ministro entabulou uma das suas tentativas frustradas de humor:
“Eu acho que não é preciso tirar um curso de filosofia nem um seminário sobre… aahm… aahhm… sobre… literatura esotérica para perceber o que é a crise passar. Crise passar é…” e lá prosseguiu numa explicação longa e repetitiva sobre crescimento e previsões, para concluir que “a crise ainda não passou”.
Tal como ainda não passou a incapacidade do nosso primeiro de disfarçar a irritação com perguntas que considera “preconceituosas”.
Questionado sobre como e quando se poderia saber que a crise já tinha passado, o primeiro-ministro entabulou uma das suas tentativas frustradas de humor:
“Eu acho que não é preciso tirar um curso de filosofia nem um seminário sobre… aahm… aahhm… sobre… literatura esotérica para perceber o que é a crise passar. Crise passar é…” e lá prosseguiu numa explicação longa e repetitiva sobre crescimento e previsões, para concluir que “a crise ainda não passou”.
Tal como ainda não passou a incapacidade do nosso primeiro de disfarçar a irritação com perguntas que considera “preconceituosas”.
É só esperar que ninguém faça as contas...
José Sócrates anunciou que Portugal vai contribuir com 36 milhões de euros para o bolo de 7,2 mil milhões com que a União Europeia vai, ao longo dos próximos três anos, ajudar os países menos desenvolvidos a financiar as respectivas reduções de CO2.
Os tempos não estão para grandes generosidades. E embora a parte portuguesa corresponda a apenas 0,5% do total, Sócrates considerou-a “justa e razoável”, até porque, como explicou, “corresponde exactamente à percentagem de Portugal” nas emissões de dióxido de carbono da União Europeia.
No entanto, de acordo com dados da Comissão Europeia, em 2007 Portugal foi responsável por... 1,6% do total de emissões de CO2 da UE. Ou seja, para que a realidade bata certo com a promessa do primeiro-ministro, ele tem que dar num ano o que prometeu para três.
Os tempos não estão para grandes generosidades. E embora a parte portuguesa corresponda a apenas 0,5% do total, Sócrates considerou-a “justa e razoável”, até porque, como explicou, “corresponde exactamente à percentagem de Portugal” nas emissões de dióxido de carbono da União Europeia.
No entanto, de acordo com dados da Comissão Europeia, em 2007 Portugal foi responsável por... 1,6% do total de emissões de CO2 da UE. Ou seja, para que a realidade bata certo com a promessa do primeiro-ministro, ele tem que dar num ano o que prometeu para três.
Os socialistas à procura de um Portas com "juizinho"
O PS prepara-se para convidar o CDS a fazer um acordo de princípio que torne viável a governação de José Sócrates. E, para isso, tem havido nos últimos tempos conversas paralelas entre centristas e socialistas e têm, sobretudo, surgido muitas pressões por parte de dirigentes do PS.
É pública e notória a insatisfação socialista com a guerra que toda a oposição tem feito na Assembleia da República ao Governo. É a tal "coligação negativa" que os socialistas tanto repetem ao mesmo tempo que vão lamentando estarem a governar um país... "ingovernável".
Muitos dirigentes socialistas, dos mais importantes e alguns até detentores de altos cargos, já vão defendendo um acordo de princípio - ou mesmo uma coligação - com o CDS de forma a conseguir viabilizar o programa que afinal saiu vitorioso das últimas legislativas. Mas com as necessáras adaptações.
Os socialistas temem ainda que todos os diplomas, apresentados pelo PCP, CDS, PSD e rejeitados na anterior legislatura, regressem nos próximos tempos à Assembleia da República.
Caso haja um possível acordo com o CDS, resta saber como Paulo Portas vai desfazer as juras que fez durante a campanha eleitoral. Talvez recorrendo aos velhos chavões "em nome da estabilidade" e a "bem da Nação".
É pública e notória a insatisfação socialista com a guerra que toda a oposição tem feito na Assembleia da República ao Governo. É a tal "coligação negativa" que os socialistas tanto repetem ao mesmo tempo que vão lamentando estarem a governar um país... "ingovernável".
Muitos dirigentes socialistas, dos mais importantes e alguns até detentores de altos cargos, já vão defendendo um acordo de princípio - ou mesmo uma coligação - com o CDS de forma a conseguir viabilizar o programa que afinal saiu vitorioso das últimas legislativas. Mas com as necessáras adaptações.
Os socialistas temem ainda que todos os diplomas, apresentados pelo PCP, CDS, PSD e rejeitados na anterior legislatura, regressem nos próximos tempos à Assembleia da República.
Caso haja um possível acordo com o CDS, resta saber como Paulo Portas vai desfazer as juras que fez durante a campanha eleitoral. Talvez recorrendo aos velhos chavões "em nome da estabilidade" e a "bem da Nação".
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
A táctica RR: repeat and remind
De novo, tal como o ano passado, o Governo na apresentação das baterias eléctricas.
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
O pitbull e... o terrier
Quando uma assessora de imprensa - ou um assessor que, para o caso, não interessa - protege caninamente o "seu" ministro, de forma a que nem o deixe falar aos jornalistas, mesmo que ele queira, demonstra uma das duas coisas (ou ambas): a assessora não confia minimamente no "patrão" ou o ministro - ou a ministra que, para o caso, nao interessa - é apenas um boneco. Ou um yorkshire terrier a ser controlado por um pitbull.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
O exemplo que vem de cima
Tudo indica que o carro que transportava Mário Mendes, secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, ia em excesso de velocidade quando teve o acidente, esta tarde, na Avenida de Liberdade, em Lisboa. Mário Mendes estava atrasado para a cerimónia de posse dos governadores civis, umas duas avenidas mais abaixo.
Chegar a horas a uma posse é certamente um bom motivo para "ir a abrir" de pirilampos acesos pelas ruas de Lisboa, em hora de ponta de uma sexta-feira..
Chegar a horas a uma posse é certamente um bom motivo para "ir a abrir" de pirilampos acesos pelas ruas de Lisboa, em hora de ponta de uma sexta-feira..
Vírus? Nem vê-lo!*
Os Os extremos cuidados num centro de Saúde ou cumpre-se a máxima popular que "homem prevenido vale por dois". Não vá o vírus aparecer à frente em todo o seu esplendor.
* Com a prestimosa ajuda de um amigo
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
A festa nem foi bonita, pá
Para celebrar três anos de existência, o 31 de Armada fez a festa, atirou os foguetes colocando uma estátua de Jaime Neves no Campo Pequeno e recolheu as canas ao som da música dos anos 80, em que nem sequer faltou ouvir George Michael. Um horror que dignifica o motivo para tanto alarido: a celebração do 25 de Novembro.
Os meninos do 31 - bem, não propriamente eles, que é tudo gente de escrita e de unhas tratadas, mas um pequeno exército de obreiros - foram colocar a estátua no Campo Pequeno. Deveriam tê-la colocado dentro do Campo Pequeno, mas faltou-lhes ousadia.
A festa, propriamente dita, tinha pouco mais gente do que o grupo parlamentar do CDS. E nem faltou uma certa solidariedade de gente de esquerda, do Bloco e do PS.
Mas para o ano há mais, ou já daqui a nada na restauração do roubo aos espanhóis, ou por outro motivo qualquer. E certamente o Correio Preto estará representado. Mesmo que a festa não seja bonita, pá.
Os meninos do 31 - bem, não propriamente eles, que é tudo gente de escrita e de unhas tratadas, mas um pequeno exército de obreiros - foram colocar a estátua no Campo Pequeno. Deveriam tê-la colocado dentro do Campo Pequeno, mas faltou-lhes ousadia.
A festa, propriamente dita, tinha pouco mais gente do que o grupo parlamentar do CDS. E nem faltou uma certa solidariedade de gente de esquerda, do Bloco e do PS.
Mas para o ano há mais, ou já daqui a nada na restauração do roubo aos espanhóis, ou por outro motivo qualquer. E certamente o Correio Preto estará representado. Mesmo que a festa não seja bonita, pá.
sábado, 21 de novembro de 2009
Quem não chora, não mama
Sónia Sanfona, ex-deputada do PS, aceitou candidatar-se à Câmara de Alpiarça, sem esperanças de vencer as eleições. E aceitou com a convicção de que, não ganhando as autárquicas, faria parte da lista socialsta que lhe permitiria regressar ao seu confortável lugar no Parlamento. Mas, a meio do jogo, a direcção do PS anunciou que um candidato autárquico não poderia ser candidato a deputado. Houve logo quem se sentiu traído, mas calou-se. Sónia Sanfona protestou, protestou e agora tem a recompensa: vai ser governadora civil de Santarém.
Mas, mesmo sem chorar, houve prémios de compensação para outros, como é o caso de António Galamba. Só a Paulo Pedroso (ainda) não coube nada.
Mas, mesmo sem chorar, houve prémios de compensação para outros, como é o caso de António Galamba. Só a Paulo Pedroso (ainda) não coube nada.
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Cheira a aviso
Vale a pena ler e reler a abertura da reportagem do jornal I sobre o caso "Face Oculta":
Rodrigo Santiago, advogado de Manuel Godinho, considera que o empresário de Aveiro "é apenas a ponta de um iceberg" de um complexo processo que pode "envolver figuras da hierarquia do Estado".
Rodrigo Santiago, advogado de Manuel Godinho, considera que o empresário de Aveiro "é apenas a ponta de um iceberg" de um complexo processo que pode "envolver figuras da hierarquia do Estado".
Riqueza não dá saúde, bem pelo contrário
O que têm em comum os ricos que, certamente por puras coincidências, ficam presos preventivamente? Todos têm uma doença.
O facto leva a supôr que, de facto, ter dinheiro - e muito! - não é sinónimo de uma vida saudável. Ainda por cima, os mesmos presos preventivos - os ricos - ainda têm em comum o facto dessas doenças serem incuráveis, crónicas e impossíveis de receber tratamentos na prisão.
O facto leva a supôr que, de facto, ter dinheiro - e muito! - não é sinónimo de uma vida saudável. Ainda por cima, os mesmos presos preventivos - os ricos - ainda têm em comum o facto dessas doenças serem incuráveis, crónicas e impossíveis de receber tratamentos na prisão.
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
O único dia feliz do PCP em 2009
A Coreia do Norte foi apurada para o Mundial de Futebol. Pela primeira vez, este ano, a Soeiro Pereira Gomes vibrou.
Um mistério na Av da Índia
Na Avenida da Índia, em Lisboa, há uma parede, mesmo encostada à estrada, que exibe esta frase, pintada a letras vermelhas: "Amo-te Crespo". Não consta, que se saiba, que andou por ali algum ministro com tinta, pincel e balde nas mãos.
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Portugal vanguardista
Os 27 estão totalmente divididos na escolha dos nomes para os novos cargos criados pelo Tratado de Lisboa: o de Presidente do Conselho Europeu e o de Alto Representante para Política Externa, vulgo Ministro dos Negócios Estrangeiros.
A decisão deve ser tomada na quinta-feira mas, ao contrário dos que se esperava os candidatos multiplicam-se a cada dia que passa.
Ao chegar a uma reunião com os seus pares em Bruxelas, Luís Amado clarificou a posição portuguesa:
“Há vários nomes, mas enquanto não houver uma posição definida sobre a repartição de apoios, do nosso ponto de vista não nos devemos pronunciar sobre os nomes”.
O que define bem a “estratégia” portuguesa em muitas negociações comunitárias e que traduzido dá qualquer coisa como, deixem lá ver para que lado é que isto cai que depois decidimos quem apoiaremos, para depois declararmos que sempre estivemos com a solução ganhadora. É assim como jogar no euromilhões depois do sorteio. E o resultado, em termos de ganhos para o país, deve ser exactamente o mesmo.
A decisão deve ser tomada na quinta-feira mas, ao contrário dos que se esperava os candidatos multiplicam-se a cada dia que passa.
Ao chegar a uma reunião com os seus pares em Bruxelas, Luís Amado clarificou a posição portuguesa:
“Há vários nomes, mas enquanto não houver uma posição definida sobre a repartição de apoios, do nosso ponto de vista não nos devemos pronunciar sobre os nomes”.
O que define bem a “estratégia” portuguesa em muitas negociações comunitárias e que traduzido dá qualquer coisa como, deixem lá ver para que lado é que isto cai que depois decidimos quem apoiaremos, para depois declararmos que sempre estivemos com a solução ganhadora. É assim como jogar no euromilhões depois do sorteio. E o resultado, em termos de ganhos para o país, deve ser exactamente o mesmo.
Sempre com o seu Craxi no coração
Mário Soares considerou ontem que o processo "Face Oculta" era um "problema comezinho". Como certamente foi o outro - Operação "Mãos Limpas" - que envolveu o seu amigo Bettino Craxi.
domingo, 15 de novembro de 2009
O sonho de qualquer líder iraniano
Marco António Costa foi reeleito, este domingo, para presidente da distrital do Porto do PSD com 98 por cento dos votos.
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
O copo meio cheio e o copo meio vazio
A economia portuguesa cresceu, no terceiro trimestre deste ano, 0,9 por cento. Logo José Sócrates tratou de considerar este resultado como "absolutamente extraordinário".
No mesmo período, a economia angolana - no sector não-petrolífero - cresceu 5,3 por cento. O primeiro-ministro, Paulo Kassoma, deu conta deste valor à Assembleia Nacional considerando-o "moderado". Ah.. as previsões para Angola, para este ano, apontam para um crescimento de 8,2 por cento. Um número, por certo, "absolutamente moderado".
No mesmo período, a economia angolana - no sector não-petrolífero - cresceu 5,3 por cento. O primeiro-ministro, Paulo Kassoma, deu conta deste valor à Assembleia Nacional considerando-o "moderado". Ah.. as previsões para Angola, para este ano, apontam para um crescimento de 8,2 por cento. Um número, por certo, "absolutamente moderado".
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Paulo Ilitch Rangel
O que é que o líder da bancada laranja no Parlamento Europeu e o líder da revolução de Outubro têm em comum? Nada. A não ser o bigode e pêra que Rangel anda orgulhosamente a ensaiar pelos corredores europeus. Uma associação sugerida ao Correio Preto por um camarada do ex-futuro-presidente do PSD.
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Passar por entre a chuva sem se molhar
Rui Pereira, o actual ministro da Administração Interna, foi o principal responsável pela alteração do Código do Processo Penal que permite que seja apenas o presidente do Supremo Tribunal de Justiça a autorizar que sejam feitas "escutas" ao Presidente da República, ao presidente da Assembleia da República e ao primeiro-ministro.
Nada mais natural - perante as milhares de dúvidas que perturbam muita gente - que fosse o próprio Rui Pereira a esclarecer o verdadeiro alcance da lei. Abordado pelos jornalistas numa cerimónia na Escola de Oficiais de Polícia, esta tarde, o ministro esquivou-se e remeteu todas as perguntas para.... o director da escola.
Nada mais natural - perante as milhares de dúvidas que perturbam muita gente - que fosse o próprio Rui Pereira a esclarecer o verdadeiro alcance da lei. Abordado pelos jornalistas numa cerimónia na Escola de Oficiais de Polícia, esta tarde, o ministro esquivou-se e remeteu todas as perguntas para.... o director da escola.
A mais bela celebração...
Há 34 anos, em Luanda, Agostinho Neto proclamava oficialmente a independência de Angola. Passavam 10 minutos da mais bela noite angolana: entre o dia 10 e o dia 11 de Novembro. A festa aconteceu em toda a cidade, apesar de todas as ameaças que pairavam. Angola resistiu e começou, nessa noite, a escrever História.
Estava consumada a primeira independência de Angola. A segunda e definitiva viria acontecer apenas em Fevereiro de 2002: aquela que libertou o país de um louco torcionário.
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Dentro do outro lado do Muro
Para recordar a queda de há 20 anos, vale a pena ler a notável que a jornalista e advogada australiana, Anna Funder, fez no território da antiga Alemanha Democrática. Baseada em entrevistas, Funder fez, com este "Stasiland", uma reconstituição dos dias passados do "outro lado do muro". E está lá tudo: os bufos - quem poderia escapar de o ser?; a menina que tem a sua correspondência violada e a vida ceifada por que se apaixonou por um húngaro; o idoso saudosista da Alemanha socialista; o cartógrafo particular de Honecker; e especialmente das terríveis - e também hilariantes - histórias de gente que foi membro da Stasi. Uma leitura recomendável no dia em que se fala da queda do Muro de Berlim.
Com este livro, Anna Funder venceu o Prémio Samuel Johnson, de 2004, e está editado em português pela Civilização.
domingo, 8 de novembro de 2009
Teixeira, o verdadeiro cristão
O presidente da Câmara de Loures, o socilialista Carlos Teixeira, nomeou a filha para adjunta do seu gabinete pessoal. E logo choveram críticas, do PCP ao PSD. Mas o acto, em si, deveria merecer os mais rasgados elogios, sobretudo da ala democrata-cristã. Afinal, o autarca limitou-se a obedecer a um dos mais profundos ensinamentos bíblicos: quando Deus quis ter um representante seu na Terra, nomeou o filho, Jesus. Não contratou ninguém de fora. E, ao que consta, ninguém o acusou de nepotismo.
Manter a coerência até no estrangeiro
As empresas portuguesas de construção civil, a trabalhar em Angola, são visadas pelos sindicatos: "Empresas portuguesas lideram violações dos direitos dos trabalhadores".
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Vacinas, sim! Salários, não!
Que os políticos tentem por vezes evitar algumas perguntas dos jornalistas, é algo que faz parte do jogo. Uma das habilidades usada vezes sem conta pelos que passam por Bruxelas é dizer que “não se fala de assuntos nacionais fora do país”.
Ferreira Leite recorreu ontem a este brilhante argumento para não responder às últimas notícias sobre Armando Vara. José Sócrates foi ainda menos subtil. Depois de responder a algumas perguntas “europeias”, teve lugar o diálogo seguinte:
Jornalista 1 - O presidente da CIP disse ontem que não há espaço para aumentar o salário mínimo no próximo ano, com o risco de…
Primeiro-ministro – Eu gostaria de falar sobre a Europa, se têm mais alguma pergunta sobre a Europa eu responder-vos-ei, senão, deixem-me ir almoçar se faz favor que tou um pouco atrasado. Muito obrigado
Jornalista 2 – Senhor primeiro-ministro, já foi vacinado?
Primeiro-ministro (que já se afastava, pára e responde) – Não, ainda não, mas tenho muita esperança que o seja assim que estiver disponível essa vacina fá-lo-ei imediatamente…
Ferreira Leite recorreu ontem a este brilhante argumento para não responder às últimas notícias sobre Armando Vara. José Sócrates foi ainda menos subtil. Depois de responder a algumas perguntas “europeias”, teve lugar o diálogo seguinte:
Jornalista 1 - O presidente da CIP disse ontem que não há espaço para aumentar o salário mínimo no próximo ano, com o risco de…
Primeiro-ministro – Eu gostaria de falar sobre a Europa, se têm mais alguma pergunta sobre a Europa eu responder-vos-ei, senão, deixem-me ir almoçar se faz favor que tou um pouco atrasado. Muito obrigado
Jornalista 2 – Senhor primeiro-ministro, já foi vacinado?
Primeiro-ministro (que já se afastava, pára e responde) – Não, ainda não, mas tenho muita esperança que o seja assim que estiver disponível essa vacina fá-lo-ei imediatamente…
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Sócrates e a Checoslováquia
Mário Lino já tinha cometido a mesma gaffe quando foi discutir as prioridades da presidência portuguesa da UE com o Parlamento Europeu, no início de 2007. Hoje, ao chegar a Bruxelas para a reunião do Conselho Europeu, José Sócrates voltou a fazer o mesmo, ao ressuscitar o "povo checoslovaco":
Uma gaffe cometida com o requinte de estarmos em plenas comemorações do 20º aniversário da queda do Muro de Berlim (nas quais o primeiro-ministro do povo lusitano estará presente, em Berlim, na próxima semana) e da Revolução de Veludo, que pôs fim à dita união entre checos e eslovacos, seguindo o destino de outras.
Soares ainda é fixe
À entrada da reunião dos líderes socialistas europeus, um jornalista austríaco interpela um grupo de repórteres portugueses e espanhóis:
-Vocês estão à espera de quem?
-Do primeiro-ministro espanhol e do português.
-Ah!, o Zapatero e o… o Soares, não é?
-Vocês estão à espera de quem?
-Do primeiro-ministro espanhol e do português.
-Ah!, o Zapatero e o… o Soares, não é?
Uma das melhores missões do mundo
Houve, em tempos, quem sugerisse que "melhor do que ser ministro é ser ex-ministro". Há muitos que andam por aí que podem carimbar esta sentença com largos sorrisos nos lábios. Mas a primeira etapa para se chegar a esse patamar é ser... ex-comunista. E acumular as duas funções - ex-comunista e ex-ministro - é a cereja no topo do bolo. Daqui uns tempos, veremos o quanto isso é verdade.
Antes disso, dá para ver como ex-comunistas se instalaram neste governo (como já o tinham feito nos anteriores). A começar pelo Ministério da Justiça...
Antes disso, dá para ver como ex-comunistas se instalaram neste governo (como já o tinham feito nos anteriores). A começar pelo Ministério da Justiça...
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
O segredo está na confiança
Seguro, seguro mesmo é a continuidade de João Tiago Silveira e Idália Moniz no Governo. Mas com outras pastas e mais responsabilidades. E não posso dizer mais. É que há uma frase que José Sócrates repete a quem convida que estraga todas as notícias: "Se surgir uma notícia sobre este convite, sinta-se automaticamente desconvidado".
Afinal a culpa foi dos liberais?
Segundo o votewatch.eu, que costuma escrutinar as diferentes votações levadas a cabo pelo Parlamento Europeu, os responsáveis pelo chumbo da resolução que criticava Silvio Berlusconi são quatro parlamentares do grupo liberal que se afastaram da linha de voto do seu grupo (um votou contra e três abstiveram-se):
On 21 October 2009, a proposal by the centre-left in the European Parliament to pass a Resolution on Freedom of Information in Italy, which was primarily designed to criticise Berlusconi, fell by 335 votes in favour to 338 votes against. A centre-left bloc of S&D, ALDE, Greens, and EUL/NGL had dominated voting during the day, rejecting several amendments to the proposed resolution by a centre-right bloc of EPP, ECR, and EFD, with almost 100% of MEPs voting along these party lines in every vote. But when it came down to the final vote, four MEPs broke away from the ALDE group line, and were decisive in giving a narrow victory to the centre-right. One of these ALDE rebels (Vincenzo Iovine, from Italia dei Valori-Lista di Pietro) voted against the resolution, while the other three (Liam Aylward, Brian Crowley, and Pat the Cope Gallagher, all from Ireland’s Fianna Fail) voted to Abstain.
Os detalhes do voto estão aqui.
On 21 October 2009, a proposal by the centre-left in the European Parliament to pass a Resolution on Freedom of Information in Italy, which was primarily designed to criticise Berlusconi, fell by 335 votes in favour to 338 votes against. A centre-left bloc of S&D, ALDE, Greens, and EUL/NGL had dominated voting during the day, rejecting several amendments to the proposed resolution by a centre-right bloc of EPP, ECR, and EFD, with almost 100% of MEPs voting along these party lines in every vote. But when it came down to the final vote, four MEPs broke away from the ALDE group line, and were decisive in giving a narrow victory to the centre-right. One of these ALDE rebels (Vincenzo Iovine, from Italia dei Valori-Lista di Pietro) voted against the resolution, while the other three (Liam Aylward, Brian Crowley, and Pat the Cope Gallagher, all from Ireland’s Fianna Fail) voted to Abstain.
Os detalhes do voto estão aqui.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Coincidências, tecnologia duvidosa e bodes expiatórios
Silvio Berlusconi livrou-se à justa de ver o Parlamento Europeu aprovar uma resolução a condená-lo pela falta de liberdade de informação em Itália. Mais concretamente, por uma diferença de 3 votos, num universo de 686 deputados (335 a favor, 338 contra, 13 abstenções). Entre os portugueses, PSD e CDS votaram contra a resolução, enquanto PS e BE votaram a favor.
Acontece que, embora Ilda Figueiredo tenha apresentado uma declaração de voto a explicar o apoio à resolução, os nomes dos dois eurodeputados do PCP não constam da lista de voto final do texto, apesar de um ter participado em 15 e o outro em 13 dos votos anteriores relacionados com este tema.
Uma ausência explicada pelos comunistas com... uma falha dos respectivos aparelhos de votação electrónica. Ana Gomes garante que os comunistas "foram vistos por colegas seus do GUE e muito mais gente a, pura e simplesmente, NÃO VOTAR" (o GUE é o Grupo da Esquerda Unitária Europeia e os atentos "colegas" presume-se que são os eurodeputados do Bloco de Esquerda, que fazem parte desse mesmo grupo). Falha da máquina ou falha de reflexos, certo é que os comunistas procuraram corrigir a situação logo após a votação, pelo que só por isso a alteração foi a tempo de constar das actas, mas já não foi incluída nas contas da votação. Ou seja, o seu voto não contou para nada.
Não se sabe se também devido a falhas de natureza electrónica, mas outros dois parlamentares “acrescentaram” os seus nomes a esta votação final (a socialista romena Silvia-Adriana Ticau e o conservador francês Alain Codec), enquanto um terceiro (o liberal italiano Vincenzo Iovine) corrigiu o seu sentido de voto. A romena para apoiar a resolução, o francês para a rejeitar e o italiano para corrigir o seu voto da rejeição para o apoio à resolução.
O mais curioso é que com todas estas modificações a resolução teria sido aprovada por 339 votos, contra 338…
Acontece que, embora Ilda Figueiredo tenha apresentado uma declaração de voto a explicar o apoio à resolução, os nomes dos dois eurodeputados do PCP não constam da lista de voto final do texto, apesar de um ter participado em 15 e o outro em 13 dos votos anteriores relacionados com este tema.
Uma ausência explicada pelos comunistas com... uma falha dos respectivos aparelhos de votação electrónica. Ana Gomes garante que os comunistas "foram vistos por colegas seus do GUE e muito mais gente a, pura e simplesmente, NÃO VOTAR" (o GUE é o Grupo da Esquerda Unitária Europeia e os atentos "colegas" presume-se que são os eurodeputados do Bloco de Esquerda, que fazem parte desse mesmo grupo). Falha da máquina ou falha de reflexos, certo é que os comunistas procuraram corrigir a situação logo após a votação, pelo que só por isso a alteração foi a tempo de constar das actas, mas já não foi incluída nas contas da votação. Ou seja, o seu voto não contou para nada.
Não se sabe se também devido a falhas de natureza electrónica, mas outros dois parlamentares “acrescentaram” os seus nomes a esta votação final (a socialista romena Silvia-Adriana Ticau e o conservador francês Alain Codec), enquanto um terceiro (o liberal italiano Vincenzo Iovine) corrigiu o seu sentido de voto. A romena para apoiar a resolução, o francês para a rejeitar e o italiano para corrigir o seu voto da rejeição para o apoio à resolução.
O mais curioso é que com todas estas modificações a resolução teria sido aprovada por 339 votos, contra 338…
Os amigos são para as ocasiões
Os três eurodeputados do Bloco de Esquerda votaram hoje ao lado do PS na rejeição da proposta do PSD que afirmava haver "suspeitas graves de interferência nos meios de comunicação por parte do primeiro-ministro português e do Partido Socialista relativamente às edições de jornais e canais de TV (por exemplo, o cancelamento do programa noticioso nacional mais popular - o “Jornal Nacional” - alguns dias antes das eleições legislativas), bem como de acções judiciais intentadas contra jornalistas com opiniões discordantes do governo".
Isto apesar de Francisco Louçã (que por acaso até andou por Estrasburgo esta semana) ter dito a propósito desta história que “o primeiro-ministro disse que não há interferências, mas algumas ocorreram".
Ainda segundo a acta da referida votação, PSD e CDS votaram a favor (obviamente) e o PCP absteve-se. A proposta acabou por ser rejeitada, tal como as demais resoluções sobre “Liberdade de informação em Itália e na UE” que suscitaram este debate.
Isto apesar de Francisco Louçã (que por acaso até andou por Estrasburgo esta semana) ter dito a propósito desta história que “o primeiro-ministro disse que não há interferências, mas algumas ocorreram".
Ainda segundo a acta da referida votação, PSD e CDS votaram a favor (obviamente) e o PCP absteve-se. A proposta acabou por ser rejeitada, tal como as demais resoluções sobre “Liberdade de informação em Itália e na UE” que suscitaram este debate.
Que se lixe a Europa
Esta semana houve reuniões europeias dos ministros da agricultura, finanças, ambiente, justiça e administração interna.
Dos portugueses apenas o ministro da agricultura saiu do país para se deslocar ao Luxemburgo (local onde decorrem estas reuniões nos meses de Abril, Junho e Outubro).
Provavelmente Jaime Silva deu aqui uma prova de realismo, ao dar como adquirido o facto de que não fará parte do próximo governo, aproveitando a deslocação para passar por Bruxelas e ligar já o aquecimento da casa que sempre manteve na capital belga.
E os outros? Estarão à espera do "tal" telefonema ou aproveitaram para, à custa da representação do país ao nível europeu, começar a esvaziar as gavetas dos respectivos gabinetes?
Dos portugueses apenas o ministro da agricultura saiu do país para se deslocar ao Luxemburgo (local onde decorrem estas reuniões nos meses de Abril, Junho e Outubro).
Provavelmente Jaime Silva deu aqui uma prova de realismo, ao dar como adquirido o facto de que não fará parte do próximo governo, aproveitando a deslocação para passar por Bruxelas e ligar já o aquecimento da casa que sempre manteve na capital belga.
E os outros? Estarão à espera do "tal" telefonema ou aproveitaram para, à custa da representação do país ao nível europeu, começar a esvaziar as gavetas dos respectivos gabinetes?
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Ontem a Inqusição, hoje a estupidez
Nalguns reinos dos Céus, nada muda: Mário David exorta Saramago a renunciar à cidadania. Sorte a do escritor que as piras não estão activas. Não escapava.
domingo, 18 de outubro de 2009
Avançar para trás
No dia em que a RTP celebra o 50º aniversário do Telejornal, é bom lembrar algumas ideias "inovadoras" que por lá pairam. Uma delas é transformar os jornalistas em qualquer coisa "todo-o-terreno": gravam imagens, perguntam, editam, escrevem os textos. Eis aqui um exemplo, de um jornalista em acção em plena campanha eleitoral. No caso, Hélder Silva, de microfone e câmara de telemóvel em punho.
sábado, 17 de outubro de 2009
O quarto do poder
Só faltou a Emídio Rangel, nesta análise, referir-se aos serventuários do poder e a alguns capatazes que por aí gravitam e estaria a crónica perfeita. Mas passou perto. Como diria o saudoso jornalista Júlio Pinto "os jornalistas deixaram de ser o quarto poder para serem o quarto do poder". E isso faz toda a diferença.
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
O parlamentar que antes de ser já era
Deus Pinheiro pode sair da Assembleia da República de cabeça erguida. Nos minutos que demorou até renunciar ao mandato de deputado, trabalhou tanto como durante os últimos cinco anos no Parlamento Europeu.
Mais um grande momento na carreira política de alguém que, quando era comissário europeu, foi considerado o segundo pior comissário pela revista Economist, que resumiu a sua actividade com um comentário do género: “o golfe vive graças a ele, os seus dossiers vivem apesar dele”.
Mais um grande momento na carreira política de alguém que, quando era comissário europeu, foi considerado o segundo pior comissário pela revista Economist, que resumiu a sua actividade com um comentário do género: “o golfe vive graças a ele, os seus dossiers vivem apesar dele”.
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Das Necessidades para São Bento
António Braga, até agora secretário de Estado das Comunidades, poderá ser o próximo ministro dos Assuntos Parlamentares.
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Faltou o Casimiro Baltazar da Conceição a Aljustrel
"Lá na aldeia havia um homem que mandava
toda a gente, um por um, por-se na bicha
e votar nele e se votassem lá lhes dava
um bacalhau, um pão-de-ló, uma salsicha"
Ainda a propósito dos resultados nestas eleições, recordei-me da acção de Manuel Pinho por terras de Aljustrel. Tantas promessas semeou aos trabalhadores das minas, tanto cheque levou que lá conseguiu pôr o PS a roubar a câmara ao PCP. Agora percebe-se melhor a famosa zanga do líder parlamentar comunista, Bernardino Soares, que provocou a tal cena do antigo ministro a mostrar corninhos.
E, como diz a canção de Sérgio Godinho, há sempre alguém atento às promessas. Por exemplo, o Casimiro:
"Mas... O Casimiro que era tudo menos burro
tinha um nariz que parecia um elefante
sentiu logo que aquilo cheirava a esturro
ser honesto não é só ser bem falante"
Faltou mesmo o Casimiro por terras de Aljustrel.
toda a gente, um por um, por-se na bicha
e votar nele e se votassem lá lhes dava
um bacalhau, um pão-de-ló, uma salsicha"
Ainda a propósito dos resultados nestas eleições, recordei-me da acção de Manuel Pinho por terras de Aljustrel. Tantas promessas semeou aos trabalhadores das minas, tanto cheque levou que lá conseguiu pôr o PS a roubar a câmara ao PCP. Agora percebe-se melhor a famosa zanga do líder parlamentar comunista, Bernardino Soares, que provocou a tal cena do antigo ministro a mostrar corninhos.
E, como diz a canção de Sérgio Godinho, há sempre alguém atento às promessas. Por exemplo, o Casimiro:
"Mas... O Casimiro que era tudo menos burro
tinha um nariz que parecia um elefante
sentiu logo que aquilo cheirava a esturro
ser honesto não é só ser bem falante"
Faltou mesmo o Casimiro por terras de Aljustrel.
domingo, 11 de outubro de 2009
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Coisas de uma política honesta
O Bloco de Esquerda, na ânsia de mostrar que tem gente em todo o lado, candidatou à presidência (repito, presidência!) da Câmara de Oliveira de Azeméis Cláudia Ribeiro, uma menina com apenas 18 anos. A motivação, o programa e o objectivo bloquista podem ser resumidos na entrevista que a Cláudia dá ao jornal I, na edição de hoje:
P - Quando começou o interesse pela política?
R - No 11º ano, através do meu gosto pela História, sobretudo do séc. XIX. Isso levou-me a interessar-me mais pela política e identifiquei-me com a ideologia do Bloco
P - Como surgiu o convite para o cargo?
R - Os líderes distritais do Bloco gostaram das minhas prestações nos eventos do partido e acharam que tinha capacidade para encabeçar a lista. Fiquei surpreendida, mas aceitei.
Ou seja, na ideologia do Bloco de Esquerda, basta alguém participar "em eventos" para se descobrir que tem capacidades para ser presidente de uma câmara. Mas reconheça-se a perspicácia da Cláudia: estudou o séc XIX, identificou-se logo com o Bloco.
P - Quando começou o interesse pela política?
R - No 11º ano, através do meu gosto pela História, sobretudo do séc. XIX. Isso levou-me a interessar-me mais pela política e identifiquei-me com a ideologia do Bloco
P - Como surgiu o convite para o cargo?
R - Os líderes distritais do Bloco gostaram das minhas prestações nos eventos do partido e acharam que tinha capacidade para encabeçar a lista. Fiquei surpreendida, mas aceitei.
Ou seja, na ideologia do Bloco de Esquerda, basta alguém participar "em eventos" para se descobrir que tem capacidades para ser presidente de uma câmara. Mas reconheça-se a perspicácia da Cláudia: estudou o séc XIX, identificou-se logo com o Bloco.
Apostas governamentais
Pelas hostes socialistas, fala-se em quatro nomes como candidatos a ocupar o Ministério da Economia: Basílio Horta, Luís Nazaré, Vieira da Silva e Fernando Serrasqueiro. Guardem na memória o último nome.
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Cultura com dono (quase) certo
Fontes do Correio Preto garantem que Clara Ferreira Alves é a próxima ministra da Cultura.
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Mais um Patrocínio no PS
Estarei enganado ou Carvalho da Silva vota no Seixal, concelho onde vive? Por que raio, vem agora admitir votar em António Costa? Ou tem o caderno eleitoral muitíssimo desactualizado, ou o seu voto é nulo: não há nenhum António Costa, candidato a presidente de câmara na zona sul do Tejo.
Carvalho da Silva faz lembrar Carolina Patrocínio, aquela menina que "sempre" votou no PS aos 17 anos.
Carvalho da Silva faz lembrar Carolina Patrocínio, aquela menina que "sempre" votou no PS aos 17 anos.
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Temos Nobel
Ainda bem que a campanha eleitoral para as autárquicas está quase a acabar. Não por isso poder significar o fim das mensagens da candidatura de Hernâni Carvalho a Odivelas. Mas porque sinto que se está a aproximar o epílogo desta bela aventura literária, num crescendo de tensão que faz o Código Da Vinci parecer uma versão foleira do capuchinho vermelho. O último episódio intitula-se “Apoiantes do PS deixam Sócrates a falar sozinho”:
“Estava José Socrates a discursar para os apoiantes da candidata socialista à Câmara Municipal de Odivelas, Susana Amador, quando cerca de uma centena de almas, algumas delas vestindo camisolas do PS, viraram costas ao primeiro-ministro, para ovacionar o candidato adversário Hernâni Carvalho.
Mais de 200 viaturas com apoiantes da coligação “Em Odivelas Primeiro as Pessoas” passou na rua junto ao Jardim da Música, onde José Socrates pregava por Susana Amador. Ao contrário do que diz Hugo Martins, um assalariado da candidata socialista ao município odivelense, Hernâni Carvalho e a sua caravana apenas passaram ali uma vez. Não cinco como diz o empregado de Susana. As ruas são das pessoas de Odivelas. As pessoas escolheram, como escolhem sempre aquilo que pensam ser melhor para elas. E mais uma vez, a vontade popular ficou bem expressa. Susana Amador não está habituada a ver gente a apoiar os seus opositores.
Odivelas tem cada vez mais gente que conhece Susana Amador e os seus empregados. Por isso não confia. "Temos pena!".”
Ficamos sem saber quando é que isto aconteceu. Se é que aconteceu. Mas desde quando é que um jornalista com tantas provas dadas se pode dar ao luxo de deixar a realidade estragar uma boa história?
“Estava José Socrates a discursar para os apoiantes da candidata socialista à Câmara Municipal de Odivelas, Susana Amador, quando cerca de uma centena de almas, algumas delas vestindo camisolas do PS, viraram costas ao primeiro-ministro, para ovacionar o candidato adversário Hernâni Carvalho.
Mais de 200 viaturas com apoiantes da coligação “Em Odivelas Primeiro as Pessoas” passou na rua junto ao Jardim da Música, onde José Socrates pregava por Susana Amador. Ao contrário do que diz Hugo Martins, um assalariado da candidata socialista ao município odivelense, Hernâni Carvalho e a sua caravana apenas passaram ali uma vez. Não cinco como diz o empregado de Susana. As ruas são das pessoas de Odivelas. As pessoas escolheram, como escolhem sempre aquilo que pensam ser melhor para elas. E mais uma vez, a vontade popular ficou bem expressa. Susana Amador não está habituada a ver gente a apoiar os seus opositores.
Odivelas tem cada vez mais gente que conhece Susana Amador e os seus empregados. Por isso não confia. "Temos pena!".”
Ficamos sem saber quando é que isto aconteceu. Se é que aconteceu. Mas desde quando é que um jornalista com tantas provas dadas se pode dar ao luxo de deixar a realidade estragar uma boa história?
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Sugestão para o feriado
O prometido é devido.
Embora sob protesto, continuamos a acompanhar a acompanhar a tal candidatura autárquica a Odivelas. Que aproveita o feriado para fazer a “apresentação de propostas eleitorais” para a freguesia da Ramada, “com a presença do Dr. Hernâni Carvalho, nosso candidato à Câmara Municipal de Odivelas”.
Não sei se já toda a gente tem planos para hoje, mas esta proposta parece-me irrecusável:
“Teremos um apontamento de fado com o fadista Manuel da Câmara e terminaremos com um pequeno beberete. Contamos com todos hoje e sempre.”
Embora sob protesto, continuamos a acompanhar a acompanhar a tal candidatura autárquica a Odivelas. Que aproveita o feriado para fazer a “apresentação de propostas eleitorais” para a freguesia da Ramada, “com a presença do Dr. Hernâni Carvalho, nosso candidato à Câmara Municipal de Odivelas”.
Não sei se já toda a gente tem planos para hoje, mas esta proposta parece-me irrecusável:
“Teremos um apontamento de fado com o fadista Manuel da Câmara e terminaremos com um pequeno beberete. Contamos com todos hoje e sempre.”
Um post umbiguista para nos dar os parabéns
Quase que passava despercebido - em casa de ferreiro... - mas este blogue comemorou o primeiro aniversário há uns dias. Durante um ano, contámos as coisas de outro mundo que se passam neste e noutros mundos. Fizémos revelações. Anunciámos candidatos. Recebemos colaborações de outros blogues.
Apesar de todos os leitores serem iguais, há uns mais do que outros. E a estes que tiveram o cuidado de partilhar este blogue mesmo estando fora de Portugal, da Bélgica ou de Angola, vai uma especial saudação. Fomos lidos em:
Tailândia, Cambodja, Mumbai (Índia), Singapura, Roma, Los Angeles, Milão, Antuérpia, Roterdão, Luanda, Gotemburgo, Berlim, Munique, Maputo, Sidney, Rio de Janeiro, São Paulo, Hollerich (Luxemburgo), Minas Gerais, Buenos Aires, Toronto, Belgrado, Kazaquistão, Rússia, Londres, Filadélfia, Bejing (China), Sofia, Neully, Salamanca, Varsóvia, Bratislava, Betim, Berlim, Gembloux, Madrid, Cabo Verde, Toronto, Moscovo, Califórnia, Jacarta (Indonésia), várias cidades na Holanda, Springfield (Austrália), Montain View (EUA), Loth (Irlanda), Sevilha, Madrid, Suazilândia, Sarajevo, Zagreb, West Bend (EUA), Kobe (Japão), Santa Catarina (Brasil), entre outros locais, alguns com nomes bem estranhos.
A todos os que lêem, a todos os que nos brindam com visitas diárias, esperamos apenas não os decepcionar. E, em breve, teremos um reforço de luxo para continuar este Correio.
Apesar de todos os leitores serem iguais, há uns mais do que outros. E a estes que tiveram o cuidado de partilhar este blogue mesmo estando fora de Portugal, da Bélgica ou de Angola, vai uma especial saudação. Fomos lidos em:
Tailândia, Cambodja, Mumbai (Índia), Singapura, Roma, Los Angeles, Milão, Antuérpia, Roterdão, Luanda, Gotemburgo, Berlim, Munique, Maputo, Sidney, Rio de Janeiro, São Paulo, Hollerich (Luxemburgo), Minas Gerais, Buenos Aires, Toronto, Belgrado, Kazaquistão, Rússia, Londres, Filadélfia, Bejing (China), Sofia, Neully, Salamanca, Varsóvia, Bratislava, Betim, Berlim, Gembloux, Madrid, Cabo Verde, Toronto, Moscovo, Califórnia, Jacarta (Indonésia), várias cidades na Holanda, Springfield (Austrália), Montain View (EUA), Loth (Irlanda), Sevilha, Madrid, Suazilândia, Sarajevo, Zagreb, West Bend (EUA), Kobe (Japão), Santa Catarina (Brasil), entre outros locais, alguns com nomes bem estranhos.
A todos os que lêem, a todos os que nos brindam com visitas diárias, esperamos apenas não os decepcionar. E, em breve, teremos um reforço de luxo para continuar este Correio.
domingo, 4 de outubro de 2009
Mistério na campanha
Sem razão aparente comecei de há umas semanas (ou terão sido meses?) a esta parte a receber regularmente por e-mail comunicados de imprensa com informações detalhadas sobre o evoluir de uma determinada candidatura autárquica.
Por achar que o conteúdo é precioso demais para não ser partilhado, aqui fica a transcrição integral da última mensagem, com a promessa de que as seguintes terão exactamente o mesmo destino.
O suspense, a trama, a suspeita implícita, a acusação subtil capaz de nos fazer pensar, sem no entanto levantar completamente o véu… pelo que acabamos por ficar sem perceber muito bem do que é que se está a falar. Da autoria de “Direcção de Campanha”, aqui fica:
“Boicote na campanha de Hernâni Carvalho
Concerto de José Cid, na campanha de Hernâni Carvalho à Câmara de Odivelas, foi interrompido por um subito e misterioso desaparecimento do combustível do gerador
Pouco passava das 23h, estava a festa ao rubro no recinto da Feira do Silvado, em Odivelas, quando as mais de 4000 pessoas presentes viram o palco ficar às escuras. Todo o combustível do gerador que fornece energia ao palco tinha desaparecido. Misteriosamente.
A Direcção de Campanha comprou e pagou gasóleo suficiente para alimentar o gerador durante 24 horas. Se o gerador só funcionou 3 a 4 horas, o que terá acontecido então ao restante gasóleo? Porque é que o funcionário que devia estar de vigia no recinto se ausentou naquele momento?
A presidente da Junta de Freguesia, Graça Peixoto, garantiu ter dado ordens para que um funcionário estivesse em permanência no recinto. Certo é que de repente todos desapareceram. Funcionário, responsável e gasóleo...
Os mais de 4000 odivelenses foram para casa mais cedo. Hernâni Carvalho não fez o discurso final e José Cid não terminou o concerto. A democracia assim é pobre. Quem se encarregou de terminar mais cedo com a festa ganhou. Dia 11 de Outubro ganha a Democracia. Espera-se. Até lá, a Direcção de Campanha da Coligação “Em Odivelas primeiro as pessoas”, continuará a participar às autoridades competentes todos os boicotes que a nossa campanha tem sido alvo.”
Eu não sou de intrigas, mas tendo em conta que o título fala de boicote “na” campanha e não “da” campanha, o mais provável é ter sido um inside job…
Por achar que o conteúdo é precioso demais para não ser partilhado, aqui fica a transcrição integral da última mensagem, com a promessa de que as seguintes terão exactamente o mesmo destino.
O suspense, a trama, a suspeita implícita, a acusação subtil capaz de nos fazer pensar, sem no entanto levantar completamente o véu… pelo que acabamos por ficar sem perceber muito bem do que é que se está a falar. Da autoria de “Direcção de Campanha”, aqui fica:
“Boicote na campanha de Hernâni Carvalho
Concerto de José Cid, na campanha de Hernâni Carvalho à Câmara de Odivelas, foi interrompido por um subito e misterioso desaparecimento do combustível do gerador
Pouco passava das 23h, estava a festa ao rubro no recinto da Feira do Silvado, em Odivelas, quando as mais de 4000 pessoas presentes viram o palco ficar às escuras. Todo o combustível do gerador que fornece energia ao palco tinha desaparecido. Misteriosamente.
A Direcção de Campanha comprou e pagou gasóleo suficiente para alimentar o gerador durante 24 horas. Se o gerador só funcionou 3 a 4 horas, o que terá acontecido então ao restante gasóleo? Porque é que o funcionário que devia estar de vigia no recinto se ausentou naquele momento?
A presidente da Junta de Freguesia, Graça Peixoto, garantiu ter dado ordens para que um funcionário estivesse em permanência no recinto. Certo é que de repente todos desapareceram. Funcionário, responsável e gasóleo...
Os mais de 4000 odivelenses foram para casa mais cedo. Hernâni Carvalho não fez o discurso final e José Cid não terminou o concerto. A democracia assim é pobre. Quem se encarregou de terminar mais cedo com a festa ganhou. Dia 11 de Outubro ganha a Democracia. Espera-se. Até lá, a Direcção de Campanha da Coligação “Em Odivelas primeiro as pessoas”, continuará a participar às autoridades competentes todos os boicotes que a nossa campanha tem sido alvo.”
Eu não sou de intrigas, mas tendo em conta que o título fala de boicote “na” campanha e não “da” campanha, o mais provável é ter sido um inside job…
domingo, 27 de setembro de 2009
A realidade vista por óculos cor-de-rosa
A sede do PCP, em Lisboa, ainda se chama Centro de Trabalho Vitória.
Já se adivinha o discurso de Portas
Antecipação do discurso de Paulo Portas, nesta noite, inspirada no que foi dito na campanha eleitoral:
"Meus amigos, minhas amigas:
Oiçam, foi um resultado extóórdinário, graças a Deus e ao trabalho, trabalho, trabalho. Conseguimos ficar à frente da esquerda radical dos trostkistas e estalinistas que até têm um museu do ateísmo. Agora vou ali fumar meio cigarro e beber um café, o meu vício mínimo garantido. Obrigadíssima."
"Meus amigos, minhas amigas:
Oiçam, foi um resultado extóórdinário, graças a Deus e ao trabalho, trabalho, trabalho. Conseguimos ficar à frente da esquerda radical dos trostkistas e estalinistas que até têm um museu do ateísmo. Agora vou ali fumar meio cigarro e beber um café, o meu vício mínimo garantido. Obrigadíssima."
Um dos homens mais felizes da noite eleitoral
Desconfio que Paulo Portas vai agora assistir agitado ao tsunami no PSD. Ele é dos mais interessados do que se vai passar na casa laranja e o mais interessado em ajudar a fazer mossa.
Os derrotados da noite
A TVI, Manuela Moura Guedes, José Manuel Fernandes, "Correio da Manhã" e a Fenprof fazem companhia ao PSD, a Manuela Ferreira Leite e ao PCP.
Facas afiadas
De acordo com as projecções - que se vai sabendo - o PSD actual arrisca-se a ter uma votação inferior ao PSD de Pedro Santana Lopes. Luís Filipe Menezes, Rui Rio e Pedro Passos Coelho já devem estar a afiar as facas.
A CDU - em especial o PCP - vai ficar em quinto. António Filipe, um dos melhores deputados, pode nem sequer ser eleito. Como pela Soeiro nada muda, as facas ficam guardadas até o PCP chegar aos gloriosos dois deputados.
O PS aguenta-se. Depois de enfrentar tudo e todos, José Sócrates ganha as eleições. No PS, as facas ficam pelo armário.
A CDU - em especial o PCP - vai ficar em quinto. António Filipe, um dos melhores deputados, pode nem sequer ser eleito. Como pela Soeiro nada muda, as facas ficam guardadas até o PCP chegar aos gloriosos dois deputados.
O PS aguenta-se. Depois de enfrentar tudo e todos, José Sócrates ganha as eleições. No PS, as facas ficam pelo armário.
Isto está mau
O CDS, mesmo antes das oito da noite, já começa a reduzir os objectivos traçados nesta campanha. Por enquanto, só fala em "derrubar a maioria absoluta". Para quem não sabe, recordo as quatro metas: ficar em terceiro lugar, à frente da CDU e do Bloco; conseguir uma maioria de direita na Assembleia da República; retirar a maioria absoluta ao PS; subir em relação aos resultados obtidos em 2005.
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
À palha!
Um candidato do CDS-PP à Câmara Municipal de Moura, de seu nome Pedro dos Reis, foi detido sexta-feira pela GNR, por estar a furtar palha, numa herdade localizada na cidade alentejana.
A presidente da distrital de Beja do CDS, Sílvia Ramos afirmou: "A minha decisão é simples. Somos democratas-cristãos e está explícito na Bíblia que quem nunca pecou que atire a primeira pedra. Não é por meia dúzia de fardos velhos que vamos tirar a pessoa da lista, neste momento. Cabe à Justiça e a Deus julgarem o acto".
Conclusão: roubar para comer não é pecado, abençoados sejam!
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Um cuidadoso e espontâneo opositor
Em Guimarães, Paulo Portas enfrentou o maior opositor desta campanha. Numa rua, um "popular" foi ter com a caravana do CDS e, em minutos, desancou nas ideias do líder centrista sobre o rendimento social de inserção. Alguém ficou com a impressão que o dito "popular" já tinha o discurso encomendado e não era tão espontâneo como se imaginava. Dias depois, ei-lo na sua espontaneidade espontânea.
(lá atrás, lá atrás).
Um caso de roubo de identidade?
Este post é um aviso de amigo a um professor universitário e a um dos conselheiros de Durão Barroso, visto que um deles está claramente a ser vítima de um abuso com fins não completamente claros.
O membro do gabinete de Durão Barroso chama-se JMA e a sua fotografia pode ser vista no site da Comissão Europeia. O professor universitário também se chama JMA e a respectiva imagem aparece no Diário Económico, onde o referido docente costuma publicar artigos de opinião.
As parecenças são evidentes, mas acho que não nos devemos precipitar, até porque o que não falta por aí é programas de photoshop e gente disposta a abusar das novas tecnologias para usurpar feitos alheios.
Ora pelo tom do último artigo do professor, sobre “a vitória de Durão Barroso”, somos levados a pensar que o mesmo foi plagiado de algum documento oficial da Comissão Europeia ou que, se calhar, até foi escrito por algum colaborador do presidente da dita.
Mas ainda bem que assim não é, senão ainda podíamos ficar com dúvidas sobre a isenção da análise. A menos que me esteja a escapar qualquer coisa.
O membro do gabinete de Durão Barroso chama-se JMA e a sua fotografia pode ser vista no site da Comissão Europeia. O professor universitário também se chama JMA e a respectiva imagem aparece no Diário Económico, onde o referido docente costuma publicar artigos de opinião.
As parecenças são evidentes, mas acho que não nos devemos precipitar, até porque o que não falta por aí é programas de photoshop e gente disposta a abusar das novas tecnologias para usurpar feitos alheios.
Ora pelo tom do último artigo do professor, sobre “a vitória de Durão Barroso”, somos levados a pensar que o mesmo foi plagiado de algum documento oficial da Comissão Europeia ou que, se calhar, até foi escrito por algum colaborador do presidente da dita.
Mas ainda bem que assim não é, senão ainda podíamos ficar com dúvidas sobre a isenção da análise. A menos que me esteja a escapar qualquer coisa.
terça-feira, 22 de setembro de 2009
socraminator
Depois de ter conseguido desempregar Manuela Moura Guedes e Fernando Lima o primeiro ministro está imparável atente-se na noticia do DN:
José Sócrates requereu a abertura de instrução do processo que colocou ao jornalista João Miguel Tavares pelo artigo de opinião que assinou no DN com o título "José Sócrates, o Cristo da política portuguesa". Recorde-se que o processo tinha sido arquivado pelo Ministério Público considerando que o artigo não ultrapassava os limites da crítica ao primeiro-ministro enquanto figura pública. Com esta decisão, Sócrates mostra que quer dar continuidade ao litígio. João Miguel Tavares é um dos nove jornalistas processados por Sócrates (cinco são da TVI, três do Público e o colunista do DN).
Fujam todos!
José Sócrates requereu a abertura de instrução do processo que colocou ao jornalista João Miguel Tavares pelo artigo de opinião que assinou no DN com o título "José Sócrates, o Cristo da política portuguesa". Recorde-se que o processo tinha sido arquivado pelo Ministério Público considerando que o artigo não ultrapassava os limites da crítica ao primeiro-ministro enquanto figura pública. Com esta decisão, Sócrates mostra que quer dar continuidade ao litígio. João Miguel Tavares é um dos nove jornalistas processados por Sócrates (cinco são da TVI, três do Público e o colunista do DN).
Fujam todos!
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
domingo, 20 de setembro de 2009
Foi saber das virtudes dos PPRs
Joana Amaral Dias apareceu hoje na campanha do CDS. Calma. Foi apenas para fazer uma rep-crónica, uma espécie de reportagem ao estilo de crónica, para ser publicada no jornal "Correio da Manhã".
Mas houve logo quem desconfiasse que havia segundas intenções na presença da dirigente do Bloco: saber se Paulo Portas falaria sobre os PPRs e as suas respectivas qualidades.
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
O CDS chegou finalmente à campanha
Elas exalam a perfume, usam sapatos altos e bicudos e vestem-se como se fossem à missa. Eles usam camisas com os primeiros botões desapertados, mostrando os pêlos e os colares e os crucifixos e calçam sapatos-vela. Outros preferem a gravata às riscas e casacos com botões dourados. Há um jaguar à porta.
O jantar em Famalicão trouxe o verdadeiro CDS à campanha. O PP anda sumido. O lombo de porco deu lugar ao bacalhau. A sopa de batata foi substituída pelo creme de legumes e as entradas de presunto. Ninguém come de boca aberta. Houve uma chuva de confetis e o jantar, desta vez, é pago.
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Há que estabelecer prioridades
Pires de Lima, presidente do Conselho Nacional do CDS, não esteve presente no jantar de ontem, oraganizado pela distrital do Porto com presença de Paulo Portas. Mas justificou a ausência: foi assistir, a Londres, ao jogo Chelsea-Porto. De facto, em plena campanha eleitoral, há quem saiba perfeitamente em que campo deve jogar.
And the winner is...
Barroso foi reeleito com 382 votos, mas não foi o único vencedor desta votação. Bernardo de Miguel, correspondente em Bruxelas do jornal espanhol Cinco Días acertou na mouche e recolhe os 180 euros do prize money (houve dois palpites de última hora, dos eurodeputados Miguel Portas e Marisa Matias) da aposta "Go Barroso, Go!".
Enquanto Durão reagia de forma emocionada ao resultado (é mesmo verdade, o homem estava quase à beira das lágrimas. A menos que fosse alergia, claro...), o verdadeiro vencedor do dia comentou este desenlace em exclusivo para o Correio Preto: “Pelo menos serve-me de consolo”.
Enquanto Durão reagia de forma emocionada ao resultado (é mesmo verdade, o homem estava quase à beira das lágrimas. A menos que fosse alergia, claro...), o verdadeiro vencedor do dia comentou este desenlace em exclusivo para o Correio Preto: “Pelo menos serve-me de consolo”.
Go Barroso, Go!
O Correio Preto lançou uma aposta entre jornalistas para saber com quantos votos Durão Barroso será reeleito como presidente da Comissão Europeia.
Mas como acontece frequentemente com as boas ideias, o pequeno monstro rapidamente ficou fora de controlo e acabou por chegar ao hemiciclo do Parlamento Europeu e ao gabinete do próprio Barroso.
Chegaram apostas de eurodeputados (Daniel Cohn-Bendit e Rui Tavares, cujo palpite não será divulgado, a menos que ganhem, claro), de conselheiros de Durão, funcionários do parlamento, diplomatas e, afinal, até de alguns jornalistas. A “coisa” acabou mesmo por ser baptizada: “Go Barroso, Go!”.
Ao todo 70 palpites. 41 pensam que Durão terá a maioria estipulada pelo Tratado de Lisboa (369 votos), os demais pensam que ela será inferior.
A média aponta para uma votação de 377 votos.
Cada aposta custou 2,5 euros (o que dá um jeitoso prize money de 175 euros. Caso ninguém ganhe, o destino do dinheiro ainda não está totalmente decidido… O vencedor será conhecido dentro de alguns minutos.
Mas como acontece frequentemente com as boas ideias, o pequeno monstro rapidamente ficou fora de controlo e acabou por chegar ao hemiciclo do Parlamento Europeu e ao gabinete do próprio Barroso.
Chegaram apostas de eurodeputados (Daniel Cohn-Bendit e Rui Tavares, cujo palpite não será divulgado, a menos que ganhem, claro), de conselheiros de Durão, funcionários do parlamento, diplomatas e, afinal, até de alguns jornalistas. A “coisa” acabou mesmo por ser baptizada: “Go Barroso, Go!”.
Ao todo 70 palpites. 41 pensam que Durão terá a maioria estipulada pelo Tratado de Lisboa (369 votos), os demais pensam que ela será inferior.
A média aponta para uma votação de 377 votos.
Cada aposta custou 2,5 euros (o que dá um jeitoso prize money de 175 euros. Caso ninguém ganhe, o destino do dinheiro ainda não está totalmente decidido… O vencedor será conhecido dentro de alguns minutos.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Cada qual é livre de escolher o funeral mais feliz
Manuela Ferreira Leite visitou hoje o distrito de Santarém em mais uma acção de campanha. Moita Flores, o presidente da Câmara de Santarém e recandidato na lista do PSD, está na Suíça a observar fornos crematórios.
Coincidências felizes
José Sócrates vai na próxima quinta-feira almoçar a Paris com emigrantes portugueses e segue daí directamente para Bruxelas, onde à noite decorrerá um Conselho Europeu.
A viagem será feita de… TGV, numa altura em que a polémica em torno do dito domina a campanha eleitoral. Embora do gabinete do PM jurem a pés juntos que tudo não passa de uma coincidência, que a decisão foi da agência de viagens que organizou o périplo do líder do PS.
A viagem será feita de… TGV, numa altura em que a polémica em torno do dito domina a campanha eleitoral. Embora do gabinete do PM jurem a pés juntos que tudo não passa de uma coincidência, que a decisão foi da agência de viagens que organizou o périplo do líder do PS.
Miguel Portas falou, logo existiu… pelo menos durante alguns momentos
No debate sobre a reeleição de Barroso, hoje em Estrasburgo, Miguel Portas estreou um novo instrumento do debate parlamentar que permite interpelar um orador. Será que o deputado bloquista aproveitou para entalar o ex-primeiro-ministro português? Não. Preferiu apanhar boleia da polémica suscitada antes pelo PSD e pelo CDS (por nem todos os deputados do PS apoiarem Durão) para apontar baterias ao líder dos socialistas europeus, o alemão Martin Schulz, a quem perguntou:
“Quantos deputados do seu grupo, portugueses, espanhóis e ingleses, já deram o seu apoio ao candidato, independentemente das opiniões que o colega Schulz tenha?”
Schulz respondeu e Portas foi ficando cada vez mais pequenino na sua cadeira:
“Tenho que admitir que não conheço o colega e fico muito feliz por termos aqui um novo colega. Ah!, já cá está há mais tempo? Ainda não tinha reparado nele, mas depois do que ouvi já entendo porquê.”
“Quantos deputados do seu grupo, portugueses, espanhóis e ingleses, já deram o seu apoio ao candidato, independentemente das opiniões que o colega Schulz tenha?”
Schulz respondeu e Portas foi ficando cada vez mais pequenino na sua cadeira:
“Tenho que admitir que não conheço o colega e fico muito feliz por termos aqui um novo colega. Ah!, já cá está há mais tempo? Ainda não tinha reparado nele, mas depois do que ouvi já entendo porquê.”
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Com Deus e Portas no coração
Paulo Portas esquivou-se, esta tarde, a responder claramente se poderia dar num bom ministro da Agricultura. Mesmo com a insistência dos jornalistas. Ao lado, Telmo Correia - lembram-se, aquele candidato à liderança do CDS que foi rejeitado pelo próprio partido e depois nem conseguiu ser eleito vereador em Lisboa? - dizia que, seguindo a lógica de qualidade, Paulo Portas deveria "ser ministro das Finanças, da Economia....".
Imagine-se portanto um Governo criado por Telmo Correia:
Primeiro-ministro: Paulo Portas
Ministro da Defesa: Paulo Portas
Ministro da Economia: Paulo Portas
Ministro adjunto do PM: Telmo Correia (ajuda o PM).
O restante executivo: Paulo Portas
Imagine-se portanto um Governo criado por Telmo Correia:
Primeiro-ministro: Paulo Portas
Ministro da Defesa: Paulo Portas
Ministro da Economia: Paulo Portas
Ministro adjunto do PM: Telmo Correia (ajuda o PM).
O restante executivo: Paulo Portas
Na feira, mas com brilho
Estes sapatos já percorreram muitas mihas em feiras, incluíndo com passagens por amostras de gado. O que é curioso é que não perdem o brilho. Há quem diga, na campanha do CDS, que os ditos têm um ar pouco agrícola.
domingo, 13 de setembro de 2009
Portas em ritmo brando
Em campanha eleitoral, Paulo Portas resolveu cancelar uma arruada - aquelas iniciativas terceiro-mundistas em que os dirigentes partidários resolvem incomodar as pessoas nas ruas - em Vila Pouca de Aguiar. O caso não era para menos: não havia povo nas ruas.
Só na cervejaria "Defacto" e no café "Muletas" é que se via vivalma. À espera do Benfica...
Só na cervejaria "Defacto" e no café "Muletas" é que se via vivalma. À espera do Benfica...
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Pronto, ficamos quites
Depois de ter entalado José Sócrates com a decisão de suspender o JN6 da TVI, a Prisa decidiu emendar a mão.
Fê-lo através de um artigo de análise da campanha eleitoral publicado na edição de hoje do El País, ao longo do qual se limita a fazer eco da caricatura que José Sócrates faz de si próprio (o modernizador progressista) e da sua adversária (a conservadora fascizóide), para concluir que dia 27 os portugueses terão que escolher entre as duas únicas direcções possíveis do seu destino: para a frente ou para trás, com o progre ou a facha (diminutivos carinhosos utilizados em espanhol para designar fascistas e progressistas).
Uma análise tão profunda que não deixa escapar o facto de Sócrates ser benfiquista e Ferreira Leite (“a senhora…”) sportinguista, Ferreira Leite ter tido um bisavô monárquico e Sócrates um tio-bisavô republicano, concluindo que em comum têm apenas o facto de serem divorciados e de não lidarem bem com as críticas.
Nem o Acção Socialista faria melhor.
Fê-lo através de um artigo de análise da campanha eleitoral publicado na edição de hoje do El País, ao longo do qual se limita a fazer eco da caricatura que José Sócrates faz de si próprio (o modernizador progressista) e da sua adversária (a conservadora fascizóide), para concluir que dia 27 os portugueses terão que escolher entre as duas únicas direcções possíveis do seu destino: para a frente ou para trás, com o progre ou a facha (diminutivos carinhosos utilizados em espanhol para designar fascistas e progressistas).
Uma análise tão profunda que não deixa escapar o facto de Sócrates ser benfiquista e Ferreira Leite (“a senhora…”) sportinguista, Ferreira Leite ter tido um bisavô monárquico e Sócrates um tio-bisavô republicano, concluindo que em comum têm apenas o facto de serem divorciados e de não lidarem bem com as críticas.
Nem o Acção Socialista faria melhor.
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Gama leninista
Jaime Gama, num discurso vigoroso, repetiu a receita do PS para fazer uma boa política, citando um pensador frnncês:
"A primeira questão da política é a educação, a segunda questão política é a educação, a terceira questão política é a educação".
Se Neima Gama fosse mais poupado nas palavras, citaria Lenine: "aprender, aprender sempre"
"A primeira questão da política é a educação, a segunda questão política é a educação, a terceira questão política é a educação".
Se Neima Gama fosse mais poupado nas palavras, citaria Lenine: "aprender, aprender sempre"
E o Costa?
No comício/jantar do PS, a decorrer na FIL, em Lisboa, António Costa foi o primeiro orador a ser chamado ao palco. Minutos depois, alguém repara que o presidente da Câmara de Lisboa ainda não tinha chegado. Jaime Gama substituiu-o à pressa. Na sala, houve quem sugerisse que António Costa ficou preso no trânsito lisboeta. Provavelmente, entalado nas obras do Terreiro do Paço.
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Sentidos de oportunidade
Os cabeças de lista do PSD e do CDS nas eleições europeias continuam de corpo e alma em Portugal. Pelo menos enquanto dura a campanha eleitoral. Ontem Paulo Rangel questionou o patriotismo de “alguns socialistas portugueses” por não apoiarem a candidatura de Barroso a um segundo mandato. Corajosamente, não referiu quais. Logo a seguir foi a vez de Nuno Melo, cheio de originalidade, a dizer exactamente a mesma coisa. E lá apontou o dedo a Elisa Ferreira e Ana Gomes.
Se é verdade que Ana Gomes nunca escondeu o ódio de estimação que nutre por Durão, também é certo que nunca se pronunciou de forma declarada contra a sua reeleição. Ao contrário de Vital Moreira, que depois lá acabou por “clarificar” a situação. Quanto a Elisa Ferreira, não são conhecidas nenhumas posições públicas sobre o assunto.
Curiosamente, nenhum dos três esteve presente na reunião que o grupo socialista realizou hoje com Durão Barroso para discutir o seu programa para os próximos cinco anos…
Se é verdade que Ana Gomes nunca escondeu o ódio de estimação que nutre por Durão, também é certo que nunca se pronunciou de forma declarada contra a sua reeleição. Ao contrário de Vital Moreira, que depois lá acabou por “clarificar” a situação. Quanto a Elisa Ferreira, não são conhecidas nenhumas posições públicas sobre o assunto.
Curiosamente, nenhum dos três esteve presente na reunião que o grupo socialista realizou hoje com Durão Barroso para discutir o seu programa para os próximos cinco anos…
Sintonia socialista
Durão Barroso foi hoje recebido pelo grupo socialista do Parlamento Europeu, no âmbito da sua candidatura a mais um mandato à frente da Comissão Europeia. Depois de duas horas a chefe da delegação portuguesa, Edite Estrela, garantiu que os socialistas portugueses apoiarão Barroso “sem ambiguidades” e manifestou-se confiante que mesmo o grupo socialista “não vai votar contra” e que talvez até “possa apoiar” Durão ou abster-se.
Depois de considerar que as suas propostas para sair da crise são "totalmente inadequadas", o presidente do partido, o dinamarquês Poul Nyrup Rasmussen garantiu que o grupo iria “abster-se ou votar contra” Barroso.
O presidente do grupo, o alemão Martin Schulz esclareceu que pessoalmente é contra Durão, mas que vai seguir a linha do grupo. Se a conseguir encontrar, claro.
Depois de considerar que as suas propostas para sair da crise são "totalmente inadequadas", o presidente do partido, o dinamarquês Poul Nyrup Rasmussen garantiu que o grupo iria “abster-se ou votar contra” Barroso.
O presidente do grupo, o alemão Martin Schulz esclareceu que pessoalmente é contra Durão, mas que vai seguir a linha do grupo. Se a conseguir encontrar, claro.
Sentido de Estado... torpe
Se um deputado angolano insinuasse que Cavaco Silva era proprietário de umas empresas, dona de umas rádios e de uma produtora musical, cairia, em Lisboa, o carmo, a trindade e com sismos em São Bento e Belém. E o embaixador português, em Luanda, faria o devido protesto. E, de facto, o genro de Cavaco Silva (e por conseguinte a filha) é um empresário.
Mas ontem, na RTP, um deputado português, Francisco Louçã, insinuou que José Eduardo dos Santos, presidente de Angola, é co-proprietário da GALP, juntamente com Américo Amorim. E mais: na torpeza, acrescentou-lhe a malévola sugestão que foi o próprio José Sócrates que inspirou e facilitou a operação de venda de parte da GALP a José Eduardo dos Santos.
Ou Francisco Louçã tem provas que o presidente angolano é empresário - e deve ser o único a tê-las - ou revela pouco sentido de Estado para um deputado. Ou então Louçã confunde José Eduardo dos Santos com os ditadorzecos que ele e os seus acólitos andaram a apoiar durante tantos anos.
Mas Louçã até tem uma desculpa: ficou tão atrapalhado no debate com José Sócrates, sobretudo com o programa do Bloco de Esquerda que ele próprio parece não ter lido e com aquela brilhante ideia de retirar deduções fiscais a toda a classe média, que falou em "knock-out".
Mas ontem, na RTP, um deputado português, Francisco Louçã, insinuou que José Eduardo dos Santos, presidente de Angola, é co-proprietário da GALP, juntamente com Américo Amorim. E mais: na torpeza, acrescentou-lhe a malévola sugestão que foi o próprio José Sócrates que inspirou e facilitou a operação de venda de parte da GALP a José Eduardo dos Santos.
Ou Francisco Louçã tem provas que o presidente angolano é empresário - e deve ser o único a tê-las - ou revela pouco sentido de Estado para um deputado. Ou então Louçã confunde José Eduardo dos Santos com os ditadorzecos que ele e os seus acólitos andaram a apoiar durante tantos anos.
Mas Louçã até tem uma desculpa: ficou tão atrapalhado no debate com José Sócrates, sobretudo com o programa do Bloco de Esquerda que ele próprio parece não ter lido e com aquela brilhante ideia de retirar deduções fiscais a toda a classe média, que falou em "knock-out".
terça-feira, 8 de setembro de 2009
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
Aerodeputados
Até há pouco tempo era frequente encontrar os eurodeputados portugueses em classe económica nas viagens entre Portugal e Bruxelas ou Estrasburgo. Seria uma forma de os parlamentares estarem mais próximos do “povo”? Nem por isso. É que mesmo viajando em económica e pagando a tarifa mais baixa, recebiam posteriormente do Parlamento Europeu (PE) um montante correspondente ao bilhete mais caro nessa viagem, podendo meter ao bolso a diferença. O que era uma forma simpática de arredondar o fim do mês.
Mas isso acabou com a entrada em vigor nesta legislatura do novo estatuto dos deputados PE que, além de criar um salário único, procura tornar mais transparente o sistema de reembolso de despesas. Uma das formas encontradas, qual ovo de Colombo, foi passar a pagar aos deputados o montante exacto que gastem nas viagens (parece elementar, mas foram necessários anos e anos para fazer os eleitos europeus aceitar esta alteração).
E agora é ver os eurodeputados portugueses todos a viajar em primeira classe. O Correio Preto confirmou que PS, PSD e PCP já efectuaram o confortável upgrade. Do CDS não há notícias, mas é de esperar que imitem os anteriores. A excepção é o Bloco. Na passada sexta-feira os três eleitos do partido fizeram a viagem entre Bruxelas e Lisboa em classe económica. Falta saber se é por opção ideológica ou se ainda não estão a par das mudanças no sistema de pagamento das viagens.
Mas isso acabou com a entrada em vigor nesta legislatura do novo estatuto dos deputados PE que, além de criar um salário único, procura tornar mais transparente o sistema de reembolso de despesas. Uma das formas encontradas, qual ovo de Colombo, foi passar a pagar aos deputados o montante exacto que gastem nas viagens (parece elementar, mas foram necessários anos e anos para fazer os eleitos europeus aceitar esta alteração).
E agora é ver os eurodeputados portugueses todos a viajar em primeira classe. O Correio Preto confirmou que PS, PSD e PCP já efectuaram o confortável upgrade. Do CDS não há notícias, mas é de esperar que imitem os anteriores. A excepção é o Bloco. Na passada sexta-feira os três eleitos do partido fizeram a viagem entre Bruxelas e Lisboa em classe económica. Falta saber se é por opção ideológica ou se ainda não estão a par das mudanças no sistema de pagamento das viagens.
Com o credo na boca
Paulo Portas está quase afónico, horas antes do debate com Jerónimo de Sousa na televisão. O líder do CDS está a discursar na AIP e prometeu ser breve para poupar a voz. Há quase uma hora que não se cala. Até fala em "luta de classes" e nos impostos que todos pagam, como se os grandes empresários não soubessem disso.
Rocha de Matos, o eterno presidente da AIP, só quer saber o que Portas pensa sobre a política para as.... PMEs. O que só lhe fica bem, isto dos grandes andarem preocupados com os pequenos.
Rocha de Matos, o eterno presidente da AIP, só quer saber o que Portas pensa sobre a política para as.... PMEs. O que só lhe fica bem, isto dos grandes andarem preocupados com os pequenos.
domingo, 6 de setembro de 2009
Convenção apimentada
Carlos Pimenta, ex-dirigente social-democrata, ex-secretário de Estado e especialista em questões ambientais, apareceu num vídeo na Convenção do PS, a falar em energias renováveis. Só que ele não deu autorização para a utilização dessas imagens em iniciativas partidárias e, por isso, fala em ética. Oiçam-no na TSF. Ou leiam-no no online da TSF
Braga desligada
Afinal, António José Seguro não veio à Convenção socialista por se encontrar doente e, por causa de um conselho médico, ficou retido em Braga. O dirigente do PS até avisou a organização socialista para esse impedimento. Mas, na lista entregue aos jornalistas, constava o nome dele como orador e até com hora marcada: 18.55.
Se alguém avisasse, teria sido evitada a relação entre o que disse António Costa e a ausência de António José Seguro. E será que Costa sabia ou sabe da impossibilidade do cabeça-de-lista por Braga?
Se alguém avisasse, teria sido evitada a relação entre o que disse António Costa e a ausência de António José Seguro. E será que Costa sabia ou sabe da impossibilidade do cabeça-de-lista por Braga?
"Inimigos" na convenção
Na convenção do PS, já falaram os "independentes" Jerónimo Sousa e José Manuel Fernandes, ambos empresários. Não há por aí uma independente que se chame Manuela? Pode ser Moura Guedes ou mesmo Ferreira Leite.
Alô, Braga
Um recado de António Costa, deixado na Convenção do PS, em Lisboa:
Em todas as batalhas do meu partido eu estou aqui por que não seria capaz de estar noutro lugar, nem sentado em casa a assistir aos meus camaradas a lutarem enquanto ficava à espera de ver qual era o meu resultado eleitoral (...). Um socialista não faz cálculos de conveniência.
Na convenção, estão presentes todos os cabeças-de-lista das próximas eleições legislativas. Todos? Não. Falta o de Braga: António José Seguro.
Em todas as batalhas do meu partido eu estou aqui por que não seria capaz de estar noutro lugar, nem sentado em casa a assistir aos meus camaradas a lutarem enquanto ficava à espera de ver qual era o meu resultado eleitoral (...). Um socialista não faz cálculos de conveniência.
Na convenção, estão presentes todos os cabeças-de-lista das próximas eleições legislativas. Todos? Não. Falta o de Braga: António José Seguro.
Níveis de confiança em baixo
António Costa, presidente da Câmara de Lisboa e dirigente socialista, veio à convenção do PS apelar ao voto com este argumento:
"Nós sabemos que quando o voto da esquerda se divide nas eleições não se une a seguir às eleições. Quer o Bloco quer o PC já disseram que não querem governar com o PS, não querem fazer nenhum acordo eleitoral com o Partido Socialista. É por isso muito claro que quem não quer um governo da direita, só tem uma opção na actual conjuntura político-partidária: votar no Partido Socialista".
"Nós sabemos que quando o voto da esquerda se divide nas eleições não se une a seguir às eleições. Quer o Bloco quer o PC já disseram que não querem governar com o PS, não querem fazer nenhum acordo eleitoral com o Partido Socialista. É por isso muito claro que quem não quer um governo da direita, só tem uma opção na actual conjuntura político-partidária: votar no Partido Socialista".
Sinais socialistas
Um écran gigante mostra os candidatos do PS às câmaras municipais. No aplaudómetro, António Costa é líder destacado: colheu o maios entusiasmo da tarde. Mas Elisa Ferreira, Joaquim Mourão e José Apolinário (sem bigode) também foram recebidos com grande entusiasmo. E três participantes bateram palmas a Mesquita Machado.
Pouca resistência
Não sei se é do calor, ou se dos discursos "animados" de Jorge Lacão, Alberto Martins e do empresário Jorge Armindo, mas os socialistas continuam a abandonar a sala do Coliseu de Lisboa.
Almoço aziago
O almoço derrotou muitos socialistas. De repente, o Coliseu de Lisboa ficou mais vazio. Deve haver outros interesses por outros lados. Quem não está perde Jorge Lacão a zurzir em Pacheco Pereira.
A convenção socialista num minuto
Formaram-se filas para entrar no Coliseu de Lisboa, mas a sala não está cheia. Parte da sala foi cortada para que os participantes fiquem mais aconchegados. Para provar que há sempre uns mais do que outros, Carlos Zorrinho colocou-se no meio da fila, ultrapassando umas dezenas de camaradas dele.
A Convenção socialista deveria começar às 11, mas só se iniciou pouco depois do meio-dia. Os oradores são tantos - e cada um com direito a cinco minutos de palco - que esta reunião de auto-elogio pode terminar amanhã.
Há um filme sobre os méritos da educação do Governo, mas aparece por lá um dissidente: um miúdo usa um 'toshiba' e não um 'magalhães'. No filme, uma professora, feliz, diz que "a recuperação das escolas é notório (sic)".
Na lista dos intervenientes, consta... Jerónimo Sousa". É outro.
A escritora Isabel Alçada não poupa elogios à política de Educação. Fixem o nome, por favor, para depois de 27 de Setembro.
A Convenção socialista deveria começar às 11, mas só se iniciou pouco depois do meio-dia. Os oradores são tantos - e cada um com direito a cinco minutos de palco - que esta reunião de auto-elogio pode terminar amanhã.
Há um filme sobre os méritos da educação do Governo, mas aparece por lá um dissidente: um miúdo usa um 'toshiba' e não um 'magalhães'. No filme, uma professora, feliz, diz que "a recuperação das escolas é notório (sic)".
Na lista dos intervenientes, consta... Jerónimo Sousa". É outro.
A escritora Isabel Alçada não poupa elogios à política de Educação. Fixem o nome, por favor, para depois de 27 de Setembro.
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
A suspensão, o nojo, a distracção e... Joana D'Arc
Todos aqueles que estão preocupados com a "asfixia democrática" e a "falta de liberdade de imprensa" deveriam escrever o que pensam sobre um certo tipo de jornalismo que a (alguma) TVI produz. Ou bastava que assumissem as críticas que fazem nos cafés ou em corredores. Só o que se assistiu esta noite, no "defunto" Jornal da Sexta, justificava a suspensão de qualquer noticiário. Na Páscoa, escrevi isto a propósito da insidiosa campanha contra José Sócrates:
Aquilo que assisti durante um ou outro fim-de-semana, com início nas noites de sexta-feira, enoja-me como jornalista. E envergonha-me. A Páscoa trouxe umas tréguas, mas desconfio que foi apenas um intervalo. A campanha começa dentro de momentos. Se não for com o freeport, há-de ser com outra coisa qualquer.
Como previa, eis o regresso da campanha, feita de uma forma irresponsável. Como o uso dos nomes do grupo de José Sócrates já estava esgotado, foram agora buscar André Figueiredo, membro do secretariado nacional do PS, por, alegadamente, estar envolvido na campanha de 2001. Bastava uma pequeníssima investigação, ou apenas espreitar o currículo do jovem André Figueiredo, para se concluir pela inverosimilhança de tal informação. Seria tão simples.
Assim se faz o jornalismo da TVI.
Os mesmos que clamam a tal "liberdade de imprensa" poderiam fazer um exercício contabílistico e rapidamente saberiam quanto é que pode custar, aos cofres da TVI, o pagamento de indemnizações.
E os mesmos que clamam pela "liberdade de imprensa" distraiem-se com a TVI. E nem reparam que, por outros lados, essa liberdade tem sido posta em causa todos os dias. Com atropelos sucessivos aos princípios básicos do jornalismo. E nem por isso se ouvem declarações inflamadas de políticos ou apelos patéticos de... jornalistas.
Mas não. Em dois dias, transformou-se uma potencial assassina do jornalismo em Joana D'Arc.
Aquilo que assisti durante um ou outro fim-de-semana, com início nas noites de sexta-feira, enoja-me como jornalista. E envergonha-me. A Páscoa trouxe umas tréguas, mas desconfio que foi apenas um intervalo. A campanha começa dentro de momentos. Se não for com o freeport, há-de ser com outra coisa qualquer.
Como previa, eis o regresso da campanha, feita de uma forma irresponsável. Como o uso dos nomes do grupo de José Sócrates já estava esgotado, foram agora buscar André Figueiredo, membro do secretariado nacional do PS, por, alegadamente, estar envolvido na campanha de 2001. Bastava uma pequeníssima investigação, ou apenas espreitar o currículo do jovem André Figueiredo, para se concluir pela inverosimilhança de tal informação. Seria tão simples.
Assim se faz o jornalismo da TVI.
Os mesmos que clamam a tal "liberdade de imprensa" poderiam fazer um exercício contabílistico e rapidamente saberiam quanto é que pode custar, aos cofres da TVI, o pagamento de indemnizações.
E os mesmos que clamam pela "liberdade de imprensa" distraiem-se com a TVI. E nem reparam que, por outros lados, essa liberdade tem sido posta em causa todos os dias. Com atropelos sucessivos aos princípios básicos do jornalismo. E nem por isso se ouvem declarações inflamadas de políticos ou apelos patéticos de... jornalistas.
Mas não. Em dois dias, transformou-se uma potencial assassina do jornalismo em Joana D'Arc.
Manuela quê?!
Manuela Ferreira Leite queria ser recebida por Angela Merkel na chancelaria, em Berlim. O conteúdo do encontro era irrelevante, o importante era, no arranque da campanha eleitoral, obter as valiosas imagens televisivas ao lado da mulher mais poderosa da Europa.
O encontro está a decorrer neste preciso momento em Berlim. Mas Merkel só confirmou a sua disponibilidade ao fim de longas e incansáveis diligências por parte do PSD. A reunião acontece na sede da CDU e não na residência oficial da chefe do governo. O lado alemão proibiu as filmagens e apenas distribuirá fotografias do encontro. Ferreira Leite teve que apanhar uma seca de meia hora à espera de Merkel. Mais tempo do que os escassos 25 minutos de audiência que estão previstos.
É que a chancelerina tem mais que fazer: além de um país para governar, tem umas eleições para disputar no dia… 27 de Setembro. Além de que é difícil imaginar o que é que as duas terão para conversar. Por isso, a líder do PSD, além da foto para o álbum de recordações, bem pode agradecer a crise em torno da TVI, para poder ter alguma coisa para dizer às televisões que a acompanharam à capital alemã.
O encontro está a decorrer neste preciso momento em Berlim. Mas Merkel só confirmou a sua disponibilidade ao fim de longas e incansáveis diligências por parte do PSD. A reunião acontece na sede da CDU e não na residência oficial da chefe do governo. O lado alemão proibiu as filmagens e apenas distribuirá fotografias do encontro. Ferreira Leite teve que apanhar uma seca de meia hora à espera de Merkel. Mais tempo do que os escassos 25 minutos de audiência que estão previstos.
É que a chancelerina tem mais que fazer: além de um país para governar, tem umas eleições para disputar no dia… 27 de Setembro. Além de que é difícil imaginar o que é que as duas terão para conversar. Por isso, a líder do PSD, além da foto para o álbum de recordações, bem pode agradecer a crise em torno da TVI, para poder ter alguma coisa para dizer às televisões que a acompanharam à capital alemã.
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Um dia para esquecer
Antes de entrar para a sala da comissão do Parlamento Europeu onde ia apresentar o relatório da actividade do Eurojust em 2008, Lopes da Mota falou brevemente aos jornalistas e, já com os microfones desligados, aproveitou para se queixar.
Queixou-se mais ou menos de tudo e de todos (políticos, jornalistas, magistrados) e, sobretudo, da falta de reconhecimento em Portugal da importância do seu trabalho “lá fora” em contraste com o prestígio de que goza junto dos seus pares europeus. Ideias que repetiria perante a comissão parlamentar (“gostaria de ser respeitado em Portugal, como sou respeitado no Eurjust”).
E lá foi falar de coisas sérias com os eurodeputados. O primeiro solavanco surgiu quando Nuno Melo, de forma um pouco forçada (“tentei fazê-lo na AR mas os socialistas não deixaram…”), o interpelou sobre o caso Freeport. O presidente do Eurojust irritou-se, respondeu longamente e até voltou ao assunto mais tarde. Os outros eurodeputados ouviam entediados, o presidente da comissão pedia que não se perdesse muito tempo com aquela “questão nacional” que, obviamente, não era para ali chamada.
Mas o pior foi quando, de onde esperava reconhecimento do seu trabalho pelo seu devido valor e, quiçá, algum carinho e compreensão, surgiram críticas simplesmente… demolidoras. Um parlamentar espanhol afirmou que o relatório apresentado mostrava que o Eurojust “não funciona”, faz “muito poucas coisas” e apresenta uma “estatística muito pobre”. Pelo que se impõe “rever tudo”, desde o orçamento, às competências, passando pelo organigrama, etc. Em suma, deitar abaixo e voltar a fazer de novo.
Lopes da Mota, que havia puxado dos galões de uma década com funções de responsabilidade no Eurojust, nomeadamente na sua criação, lá se defendeu atirando a culpa para os governos nacionais: “é o melhor que podemos fazer”, “dependemos dos Estados-Membros e dos recursos que temos”…
Como disse o treinador do Vitória de Setúbal depois da recente derrota por 8-1 com o Benfica, “há dias em que um tipo não devia sair de casa”.
Queixou-se mais ou menos de tudo e de todos (políticos, jornalistas, magistrados) e, sobretudo, da falta de reconhecimento em Portugal da importância do seu trabalho “lá fora” em contraste com o prestígio de que goza junto dos seus pares europeus. Ideias que repetiria perante a comissão parlamentar (“gostaria de ser respeitado em Portugal, como sou respeitado no Eurjust”).
E lá foi falar de coisas sérias com os eurodeputados. O primeiro solavanco surgiu quando Nuno Melo, de forma um pouco forçada (“tentei fazê-lo na AR mas os socialistas não deixaram…”), o interpelou sobre o caso Freeport. O presidente do Eurojust irritou-se, respondeu longamente e até voltou ao assunto mais tarde. Os outros eurodeputados ouviam entediados, o presidente da comissão pedia que não se perdesse muito tempo com aquela “questão nacional” que, obviamente, não era para ali chamada.
Mas o pior foi quando, de onde esperava reconhecimento do seu trabalho pelo seu devido valor e, quiçá, algum carinho e compreensão, surgiram críticas simplesmente… demolidoras. Um parlamentar espanhol afirmou que o relatório apresentado mostrava que o Eurojust “não funciona”, faz “muito poucas coisas” e apresenta uma “estatística muito pobre”. Pelo que se impõe “rever tudo”, desde o orçamento, às competências, passando pelo organigrama, etc. Em suma, deitar abaixo e voltar a fazer de novo.
Lopes da Mota, que havia puxado dos galões de uma década com funções de responsabilidade no Eurojust, nomeadamente na sua criação, lá se defendeu atirando a culpa para os governos nacionais: “é o melhor que podemos fazer”, “dependemos dos Estados-Membros e dos recursos que temos”…
Como disse o treinador do Vitória de Setúbal depois da recente derrota por 8-1 com o Benfica, “há dias em que um tipo não devia sair de casa”.
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Eu conto-vos como foi
Durão Barroso divulgou hoje uma declaração a assinalar o 70º aniversário do início da Segunda Guerra Mundial. Além de conseguir não mencionar a palavra “Alemanha” uma única vez no texto, Barroso ousa mesmo uma incursãozita pela análise histórica para explicar que este “capítulo negro aberto há 70 anos, só conheceu o seu verdadeiro fim com o colapso das ditaduras comunistas e a reunificação da Europa décadas mais tarde”. E não em 1945, como defende a generalidade dos especialistas.
Esclareça-se ainda que em europês “reunificação da Europa” refere-se à adesão dos países de Leste à União Europeia, em 2004, como se a Europa alguma vez tivesse sido uma entidade unida e harmoniosa. Mas isso são pormenores.
É um verdadeiro corta e cola de factos históricos que são depois ajustados por medida a uma determinada forma de querer ver a realidade.
O Correio Preto sabe que, embalado por esta experiência, Barroso prepara-se para publicar vários trabalhos, o primeiro dos quais demonstrará que as armas de destruição maciça iraquianas estão escondidas na Coreia do Norte.
Esclareça-se ainda que em europês “reunificação da Europa” refere-se à adesão dos países de Leste à União Europeia, em 2004, como se a Europa alguma vez tivesse sido uma entidade unida e harmoniosa. Mas isso são pormenores.
É um verdadeiro corta e cola de factos históricos que são depois ajustados por medida a uma determinada forma de querer ver a realidade.
O Correio Preto sabe que, embalado por esta experiência, Barroso prepara-se para publicar vários trabalhos, o primeiro dos quais demonstrará que as armas de destruição maciça iraquianas estão escondidas na Coreia do Norte.
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Os pratos servem-se frios
José Sócrates deve ter aprendido a lição. Quando um presidente de uma empresa for um ex-ministro e lhe exigir uma audiência urgente, Sócrates não deve recusar. Tem de o receber imediatamente mesmo que tenha assuntos mais importantes a tratar. E não pode mandar a secretária simplesmente comunicar que o "primeiro-ministro só o poderá receber na próxima semana, se tiver agenda para isso". Se o fizer, Sócrates já sabe. Mais tarde ou mais cedo, cruza-se com um prato que se serve frio.
Obrigado, Dra Manuela
Chegou o papelinho das Finanças para pagar o Pagamento por Conta. São mais 152 euros, em mais uma prestação do ano. É sempre nestes momentos que mais me lembro de Manuela Ferreira Leite. Tenho até ao dia 21 de Setembro para fazer o pagamento. Vão ser três semanas com a líder do PSD no coração.
Ah... e chegou a notificação para pagar também o Imposto Municipal sobre Imóveis. Mais 309, 44 euros. Obrigado, Dra Manuela, obrigado. Vou registar solenemente as suas palavras quando prometer não criar mais impostos. A realidade depois desmente os desejos da minha bolsa.
Ah... e chegou a notificação para pagar também o Imposto Municipal sobre Imóveis. Mais 309, 44 euros. Obrigado, Dra Manuela, obrigado. Vou registar solenemente as suas palavras quando prometer não criar mais impostos. A realidade depois desmente os desejos da minha bolsa.
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Abaixo o Rei, viva o humor!
O "Correio Preto" esteve representado no "grande jantar da Liberdade" de desagravo aos "quatro bravos do 31 da Armada". Não foi pela jantarada (fraquinha, por sinal, e sem serviçais como se exigiria a bons monárquicos) e nem pela ideia de ter um líder "eleito" pelo gene (como lembrou o Nuno Ramos de Almeida) que este blogue se fez representar. Mas sim pelo gesto de bom-humor e pelo acto de liberdade. Nos tempos que correm, conhecer gente que fala em Liberdade com Humor e tê-los como amigos é um duplo prazer. Alguns pormenores estão filmados. A notificação para responder por "cumplicidade a acto ílicito" pode ser endereçada para este blogue.
Lanchando com o inimigo
Manuela Ferreira Leite convidou, na tarde de terça-feira, o presidente da Associação Nacional de Empreiteiros das Obras Públicas, Filipe Soares Franco, para um encontro na sede do PSD. Os sociais-democratas até convidaram os jornalistas a estarem presentes no final da reunião para, como é habitual, recolherem as respectivas declarações dos dois protagonistas.
Mas as coisas correram mal à líder do PSD, como se comprovou nos minutos a seguir à reunião. Enquanto Filipe Soares Franco defendia os grandes investimentos públicos com o argumento de que não acredita que algum "partido tenha alguma vez rejeitado a importância das obras públicas e, sobretudo, das infraestruturas de transporte", Manuela Ferreira Leite furtava-se aos jornalistas.
Aliás, a líder do PSD é mestre na arte de fugir ao contacto com os jornalistas sempre que o tema não traga motivos para criticar José Sócrates. Estranho mesmo foi a agenda do PSD ter marcado um encontro destes em vésperas de ser apresentado o programa do PSD, o tal "minimalista" ou em folha A4.
Mas as coisas correram mal à líder do PSD, como se comprovou nos minutos a seguir à reunião. Enquanto Filipe Soares Franco defendia os grandes investimentos públicos com o argumento de que não acredita que algum "partido tenha alguma vez rejeitado a importância das obras públicas e, sobretudo, das infraestruturas de transporte", Manuela Ferreira Leite furtava-se aos jornalistas.
Aliás, a líder do PSD é mestre na arte de fugir ao contacto com os jornalistas sempre que o tema não traga motivos para criticar José Sócrates. Estranho mesmo foi a agenda do PSD ter marcado um encontro destes em vésperas de ser apresentado o programa do PSD, o tal "minimalista" ou em folha A4.
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
À atenção do governo do Egipto
Manuel Pinho, de férias no Algarve, deu uma entrevista a uma revista semanal e perde-se em revelações. Imperdíveis, por sinal. E com elas ficamos a saber que o ex-ministro adora viajar, mas a "convite do Governo":
P - Gosta de viajar?
R - As melhores férias que passei ultimamente, além do Algarve, foi na última passagem do ano. Estivemos mum arquipélago na Venezuela que se chama Los Roques, a convite do Governo (...)
P - Viaja quantas vezes por ano?
R - Quando estava no Governo viajava seis vezes por mês, em trabalho. (...) Depois dos EUA vou tirar uma semana com a minha mulher aos Emirados, a convite do Governo
P - Qual é a primeira viajem que vão fazer?
R - Não sei. (...) Gostava de ir ao Egipto, é um país que gostava muito de conhecer e é uma viagem que anda há muito tempo a ser estudada. Eu conheço quase todo o mundo.
P - Gosta de viajar?
R - As melhores férias que passei ultimamente, além do Algarve, foi na última passagem do ano. Estivemos mum arquipélago na Venezuela que se chama Los Roques, a convite do Governo (...)
P - Viaja quantas vezes por ano?
R - Quando estava no Governo viajava seis vezes por mês, em trabalho. (...) Depois dos EUA vou tirar uma semana com a minha mulher aos Emirados, a convite do Governo
P - Qual é a primeira viajem que vão fazer?
R - Não sei. (...) Gostava de ir ao Egipto, é um país que gostava muito de conhecer e é uma viagem que anda há muito tempo a ser estudada. Eu conheço quase todo o mundo.
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
O quarteto merecia uma estátua
É nestes momentos que mais me lembro de Durão Barroso, Tony Blair, José Maria Aznar e do Bush: 95 mortos num único atentado.
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