Paulo Campos, em entrevista à SIC-Notícias, depois de ter confirmado ter feito uma abordagem a Joana Amaral Dias:
"Lamento imenso esta figura que todos nós estamos a fazer"
sexta-feira, 31 de julho de 2009
Auto-cozinhado em lume brando
"Desminto ter convidado a dra Joana Amaral Dias", a 29 de Julho.
"Eu indaguei a dra Joana Amaral Dias da possibilidade de se candidatar nas listas do PS. Mas não foi um convite", a 31 de Julho.
Depois disto, percebe-se melhor as razões que levam Paulo Campos a não estar, ele próprio, em qualquer lista do PS candidata às próximas eleições.
Eis um membro do Governo atento à realidade
Paulo Campos, secretário de Estado, confessou hoje na SIC-Notícias que "nem sequer sabia o que era o IDT". Se alguém o encontrar por aí, ofereçam-lhe este endereço: http://www.idt.pt/PT/Paginas/HomePage.aspx.
quinta-feira, 30 de julho de 2009
Assalto à mão desarmada
Um contribuinte entrega a declaração do IRS com um dia de atraso e, por isso, é penalizado em 50 euros. Liquidada a multa, o mesmo contribuinte recebe outra notificação das Finanças, desta vez, a exigir novo pagamento de 125 euros. Por, justifica o papelinho do Fisco, ter entregue a declaração de IRS fora do prazo.
Um assalto destes só pode provocar um sentimento de solidariedade com outros assaltantes, os tais que Paulo Portas tanto condena. Estes, pelo menos, são mais honestos: quando roubam, mostram a arma e não deixam dúvidas a ninguém que estão a roubar. Não se refugiam em subtilezas legislativas ou de decretos. São bem mais confiáveis e, em comparação com o Fisco, merecem mais respeito.
Os disparates que eles dizem
Já perdi a conta à quantidade de vezes que o PS - e, já agora, o Governo - se serviu do CCB para apresentar as suas iniciativas. Como aconteceu hoje na apresentação do programa socialista. De todas as vezes, recordo-me sempre de uma frase de Alberto Martins, o ainda líder parlamentar do PS, dita na altura da inauguração do mesmo CCB:
"O CCB é uma montanha de betão absolutamente inútil"
E não é de agora que se percebe como tem sido verdadeiramente inútil aquela montanha de betão para o PS.
"O CCB é uma montanha de betão absolutamente inútil"
E não é de agora que se percebe como tem sido verdadeiramente inútil aquela montanha de betão para o PS.
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Há avenidas mais iguais do que outras
Há uma avenida em Lisboa muito especial. Liga o quartel do Ralis à rotunda de Moscavide, dá pelo nome de Av. Alfredo Bensaúde, e tem a particularidade de não ter muitos prédios, mas tem um túnel, três faixas de rodagem para cada lado e é ladeada, por uma laboratório e pelo colégio São Miguel Arcanjo. No final da avenida (ou início conforme o sentido), há uns prédios que serviram para realojar antigos habitantes de barracas. De outro lado, existem umas vivendas cujos habitantes, mais afastados da avenida, nem têm qualquer ligação com ela.
Apesar disto, esta a avenida é seguramente a mais rigorosamente vigiada de Lisboa. Ali, já construiram um viaduto para pedestres; introduziram as irritantes e altas lombas; quase todos os dias, havia uma operação da BT da GNR; e, por fim, muniram toda a avenida de semáforos e radares que, em conjunto, controlam a velocidade ao metro.
É um autêntico mistério o investimento que se fez ali (e que se continua a fazer) para travar a velocidade. Nem outras avenidas, em Lisboa, recheadas de prédios de habitação, escritórios ou escolas e sobretudo altamente movimentadas merecem uma atenção tão empenhada.
O que me aguça a curiosidade: quem será que estuda naquele colégio? Quem será o pai zeloso que tratou de cuidar da segurança do filho?
Apesar disto, esta a avenida é seguramente a mais rigorosamente vigiada de Lisboa. Ali, já construiram um viaduto para pedestres; introduziram as irritantes e altas lombas; quase todos os dias, havia uma operação da BT da GNR; e, por fim, muniram toda a avenida de semáforos e radares que, em conjunto, controlam a velocidade ao metro.
É um autêntico mistério o investimento que se fez ali (e que se continua a fazer) para travar a velocidade. Nem outras avenidas, em Lisboa, recheadas de prédios de habitação, escritórios ou escolas e sobretudo altamente movimentadas merecem uma atenção tão empenhada.
O que me aguça a curiosidade: quem será que estuda naquele colégio? Quem será o pai zeloso que tratou de cuidar da segurança do filho?
Afinal, há soluções rápidas para a gripe
Manuela Ferreira Leite curou-se rapidamente da maleita que a apoquentava. Bastou terminar o comício do Chão da Lagoa. Nem a aspirina, da Bayer, é assim tão eficiente.
domingo, 26 de julho de 2009
O mal-amado...até no PS
Já se sabia que o ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro, não é propriamente um bem-querido dentro do PS e até do Governo. Aliás, conta-se que, de vez em quando, o ministro recebe uma reprimenda de Pedro Silva Pereira em pleno Conselho de Ministros que, veladamente, trata de lhe explicar que ele tutela "apenas" a Cultura. Também é voz corrente que a escolha de Pinto Ribeiro foi motivada por um erro no contacto telefónico.
Talvez para provar que ele é o homem errado no sítio errado, os amigos socialistas, agrupados num blogue de apoio a Sócrates e ao PS, não o poupam. Era suposto que o blogue apoiasse as medidas do Governo. E deve cumprir a missão para que foi criado, mas Pinto Ribeiro deve ser a excepção.
Talvez para provar que ele é o homem errado no sítio errado, os amigos socialistas, agrupados num blogue de apoio a Sócrates e ao PS, não o poupam. Era suposto que o blogue apoiasse as medidas do Governo. E deve cumprir a missão para que foi criado, mas Pinto Ribeiro deve ser a excepção.
sábado, 25 de julho de 2009
O exemplo
João Tiago Silveira, o porta-voz do PS, não vai ser candidato a deputado nas próximas eleições por vontade própria. Pelo currículo - secretário de Estado, professor universitário... - pelo que tem combatido a burocracia neste país e por ser porta-voz do partido, Tiago Silveira até poderia entrar no Parlamento no lugar que quisesse. Mas não quis, argumentando que se "sente mais útil noutra actividade política" e não negando o apoio total - como ele diz, "a 300 por cento" - a José Sócrates e ao PS.
Numa altura em que uns lamuriam, barafustam, gritam, protestam por não constarem em nenhuma lista, em que outros choram, imploram, humilham-se por um lugarzinho no Parlamento e outros sentem-se altamente capacitados para serem deputados, a atitude de João Tiago Silveira é um exemplo. E uma indirecta a muita gente, incluíndo a algumas figuras do seu próprio partido.
Numa altura em que uns lamuriam, barafustam, gritam, protestam por não constarem em nenhuma lista, em que outros choram, imploram, humilham-se por um lugarzinho no Parlamento e outros sentem-se altamente capacitados para serem deputados, a atitude de João Tiago Silveira é um exemplo. E uma indirecta a muita gente, incluíndo a algumas figuras do seu próprio partido.
Passou-lhe um TGV por cima
No campeonato das Obras Públicas, que se disputa internamente no PS, o resultado, por enquanto, está assim: Ana Paula Vitorino 1 Paulo Campos 0.
Ah, Paulo Campos não consta de nenhuma lista candidata às próximas eleições legislativas. Ana Paula Vitorino é a nº 3 pelo distrito do Porto.
Ah, Paulo Campos não consta de nenhuma lista candidata às próximas eleições legislativas. Ana Paula Vitorino é a nº 3 pelo distrito do Porto.
TGV do Porto a Guarda em 90 minutos
Francisco Assis saiu da reunião do PS, às 23.30, garantindo que estava em sétimo lugar na lista do Porto candidata à Assembleia da República. Perto da uma hora da manhã, surgiu como cabeça-de-lista pelo distrito da Guarda.
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Dinastia socialista
O que têm em comum Luís Gonelha, Paulo Campos, Maria Antónia Almeida Santos, Afonso Candal, João Soares, Catarina Mesquita Machado? São todos filhos de dirigentes do PS e actuais deputados e/ou futuros deputados.
quinta-feira, 23 de julho de 2009
WIP
O PSD já prometeu apresentar um programa minimalista, anunciado pelo vice-presidente Aguiar Branco. Tem lógica. É um programa Work in Progress. Adapta-se a qualquer circunstância, a qualquer momento, a qualquer lógica, a qualquer ideia, conforme os caprichos do vento. E é bem mais fácil a defesa: ninguém vai poder atacar o PSD por não ter cumprido o programa eleitoral.
Hipocrisias destapadas
A Assembleia da República babou-se de elogios a Manuel Alegre, na hora da despedida. Não vai ser candidato e assim termina hoje a sua missão de 34 anos. Na memória do Parlamento, fica o preâmbulo da Constituição que saiu do seu punho e as guerras que fez ao Governo de José Sócrates, especialmente nos últimos dois anos.
Parece pouco para 34 anos de actividade. A mim e talvez a outros que resolveram despejar elogios. Por isso, José Lello, deputado do PS e dirigente socialista, escreveu esta frase que resume uma parte da sessão parlamentar:
"Panegíricos, petições, hipocrisias várias e campanhas eleitorais encapotadas"
Parece pouco para 34 anos de actividade. A mim e talvez a outros que resolveram despejar elogios. Por isso, José Lello, deputado do PS e dirigente socialista, escreveu esta frase que resume uma parte da sessão parlamentar:
"Panegíricos, petições, hipocrisias várias e campanhas eleitorais encapotadas"
Admirável mundo novo
Matilde Sousa Franco, deputada do PS, mas sem filiação partidária, despediu-se esta tarde do Parlamento onde esteve durante quatro anos. Além de lamentar ter de respeitar a disciplina de voto, Matilde Sousa Franco sublinhou, no seu discurso final, uma ideia que teve e que gostaria de ver concretizada: a criação da cadeira de Educação para a Felicidade, a ser ministrada do 1º ao 12º ano. Entre os temas obrigatórios, a referida cadeira teria temas tão diversos como "amor", "alegrias", "desgostos", "frustações" e "paz". Só faltam os passarinhos, as flores e as borboletas no ar.
Rebuçados que duram uma manhã
Beneméritos como só eles sabem ser, os homens que dirigem os trabalhos na Assembleia da República resolveram dar os lugares às suas colegas. Assim, pela primeira vez, o Parlamento tem, nesta manhã, na mesa da presidência, quatro mulheres: Celeste Correia e Rosa Albernaz, do PS, Ofélia Moleiro, do PSD, e Teresa Caeiro, do CDS. São quatro e todas louras. E por um dia - por um único dia - dirigem os trabalhos. Mas como tal como os rebuçados é coisa para durar pouco tempo.
terça-feira, 21 de julho de 2009
O que importa mesmo é aparecer que as listas estão a ser elaboradas
O PS realizou mais um encontro das "Novas Fronteiras" dedicado, desta vez, à saúde. No elevador, do Museu do Oriente, onde se realizou o encontro, houve este diálogo, entre duas senhoras, numa versão mais avançada de "santanetes":
- E hoje qual vai ser o tema?
- Não sei. Acho que é sobre a saúde
- Ah... não sabia. Mas também é importante
- E hoje qual vai ser o tema?
- Não sei. Acho que é sobre a saúde
- Ah... não sabia. Mas também é importante
Todos os caminhos vão dar a Angola
Já aqui tinha assinalado o interesse mundial por Angola. Um beija-mão a José Eduardo dos Santos, à escala planetária, em que só faltava Obama. É certo que ele ainda não marcou uma visita, mas mandou a sua secretária de Estado. Hillary Clinton vai aterrar em Luanda, na primeira semana de Agosto. Os EUA não querem perder o comboio.
segunda-feira, 20 de julho de 2009
O piercing da direita
Paulo Portas convidou Isabel Galriça Neto, a presidente da Associação de Cuidados Paliativos, para integrar a lista de deputados. E ela aceitou. O que deixou o líder do CDS eufórico. Tanto que, na apresentação da agora candidata, houve quem encontrasse no entusiasmo de Portas uns sinais de Luís Filipe Vieira na hora de mostrar as vedetas compradas todos os anos.
A felicidade de Paulo Portas transborda para quem se arrisca a comentar a aquisição. Nos elogios, o líder do CDS até destaca o facto de Isabel Neto usar um piercing no nariz.
É uma autêntica revolução no partido.
O Evangelho segundo Saramago
Com algum relativo atraso - ai, as férias... - não resisto em publicar o que me chegou na caixa de correio. O título também foi me oferecido. Com a devida vénia...
Em casa de ferreiro...
A Comissão Europeia, que tenta organizar os países da UE na resposta à pandemia de gripe e não se cansa de dar palpites sobre o assunto, é a única das três instituições comunitárias mais importantes a não dispor de um Plano de Contingência, nem a ter adoptado qualquer tipo de medidas específicas para fazer face a um eventual surto. Nem sequer uma informaçãozinha aos seus eurocratas, algo que o Conselho de Ministros e o Parlamento Europeu têm vindo a fazer.
terça-feira, 14 de julho de 2009
Outra vez os chineses...
Durão Barroso gosta de mostrar que já exorcizou o seu passado maoísta. Não só através do currículo político e por ter chegado onde chegou, mas também por se dar ao luxo de fazer humor com os seus anos de juventude.
Mas hoje esse passado voltou a ser-lhe atirado à cara de uma forma algo inesperada. O verde franco-alemão, Daniel Cohn-Bendit (que apesar de representar apenas 55 eurodeputados está apostado em tornar-se na némesis de Durão), lançou uma nova investida contra um segundo mandato de Barroso à frente da Comissão.
Depois de acusar Barroso de ser “um bom director de pequeno-almoço”, incapaz de afrontar os grandes países da União e de só apresentar propostas “depois de telefonar para as capitais”, Cohn-Bendit lançou para cima da mesa um nome alternativo: o do conservador britânico Chris Patten.
Além de ex-candidato à presidência da Comissão, o actual reitor de Oxford é extremamente prestigiado nos círculos europeus e nas fileiras do PPE, o partido que apoia Barroso. E é e será “o último governador de Hong Kong”, cuja reputação internacional foi construída à custa de bater o pé a Pequim. E Dany le Rouge fez questão de sublinhar que se Patten “foi capaz de enfrentar os chineses, pode muito bem enfrentar Sarkozy e Merkel”.
Mas hoje esse passado voltou a ser-lhe atirado à cara de uma forma algo inesperada. O verde franco-alemão, Daniel Cohn-Bendit (que apesar de representar apenas 55 eurodeputados está apostado em tornar-se na némesis de Durão), lançou uma nova investida contra um segundo mandato de Barroso à frente da Comissão.
Depois de acusar Barroso de ser “um bom director de pequeno-almoço”, incapaz de afrontar os grandes países da União e de só apresentar propostas “depois de telefonar para as capitais”, Cohn-Bendit lançou para cima da mesa um nome alternativo: o do conservador britânico Chris Patten.
Além de ex-candidato à presidência da Comissão, o actual reitor de Oxford é extremamente prestigiado nos círculos europeus e nas fileiras do PPE, o partido que apoia Barroso. E é e será “o último governador de Hong Kong”, cuja reputação internacional foi construída à custa de bater o pé a Pequim. E Dany le Rouge fez questão de sublinhar que se Patten “foi capaz de enfrentar os chineses, pode muito bem enfrentar Sarkozy e Merkel”.
Que irritação!
Ainda não deu para perceber se é defeito ou feitio. Mas a verdade é que neste primeiro dia da primeira sessão do novo PE Vital Moreira estava muito irritado com qualquer coisa. Depois de sair do hemiciclo, onde ocupa uma das últimas filas, Vital virou costas aos jornalistas que procuravam entrevistar os novos eurodeputados portugueses e disse que não queria prestar declarações. Questionado sobre se tal silêncio se iria manter durante toda a sessão (que dura até quinta-feira), disparou um peremptório “Não, é não!”, enquanto avançava para a cafetaria.
No regresso, e após nova insistência, o cabeça de lista do PS atirou no mesmo tom impaciente que “já disse que só falo amanhã”. A cafeína ajuda, mas não opera milagres.
Quem parece estar a achar piada aos humores de Vital são os seus colegas de bancada. Assim que soube do sucedido, uma eurodeputada aproximou-se dos jornalistas para deixar o recado: “se ele não quer falar, já sabem que podem falar comigo”.
No regresso, e após nova insistência, o cabeça de lista do PS atirou no mesmo tom impaciente que “já disse que só falo amanhã”. A cafeína ajuda, mas não opera milagres.
Quem parece estar a achar piada aos humores de Vital são os seus colegas de bancada. Assim que soube do sucedido, uma eurodeputada aproximou-se dos jornalistas para deixar o recado: “se ele não quer falar, já sabem que podem falar comigo”.
Santas emissões
No discurso com que assinalou a sua eleição hoje para a presidência do Parlamento Europeu (PE), o ex-primeiro-ministro polaco, Jerzy Buzek, referiu várias prioridades políticas para o seu mandato, entre as quais destacou a luta contra as alterações climáticas e a necessidade de se reduzir radicalmente as emissões de CO2. No final, o antigo líder do Solidariedade ofereceu ao seu predecessor uma imagem de Santa Bárbara, padroeira dos mineiros. Feita em carvão.
Euromasoquismo
O Parlamento Europeu organizou na segunda-feira à tarde uma cerimónia de despedida para os eurodeputados que não foram reeleitos (quase metade do anterior hemiciclo). Um espectáculo de contornos masoquistas: os “ex” eram chamados um a um para receber uma medalha e um diploma do ainda presidente (que foi reeleito) e tirarem uma foto ao lado do dito.
À cerimónia assistiam apenas os outros “ex” que aplaudiam alguns nomes. Os mais aplaudidos eram os que conseguiram granjear alguma projecção e o respeito dos pares, ou os que tinham as respectivas claques nacionais mais bem organizadas. Muitos ouviram o seu nome ecoar na sala sem qualquer reacção ou pontuados pelo aplauso solitário de algum amigo ou compatriota.
Alguns tiveram o bom senso de pedir para não ser “convocados” e discretamente lá foram recolher o souvenir no fim. Um longo e penoso cerimonial que poderia constituir uma esplêndida base de dados para um estudo sobre como as expressões faciais reflectem o que vai na alma de um ser humano.
À cerimónia assistiam apenas os outros “ex” que aplaudiam alguns nomes. Os mais aplaudidos eram os que conseguiram granjear alguma projecção e o respeito dos pares, ou os que tinham as respectivas claques nacionais mais bem organizadas. Muitos ouviram o seu nome ecoar na sala sem qualquer reacção ou pontuados pelo aplauso solitário de algum amigo ou compatriota.
Alguns tiveram o bom senso de pedir para não ser “convocados” e discretamente lá foram recolher o souvenir no fim. Um longo e penoso cerimonial que poderia constituir uma esplêndida base de dados para um estudo sobre como as expressões faciais reflectem o que vai na alma de um ser humano.
Poema para um tempo que vai passar
Cinzas, vergões, renúncias, cicatrizes,
Laceram-nos a esperança, mas dão outra.
Essa em que a dor nos faz criar raízes,
Árvore e fruto de uma seiva nova
Dos abismos da ira levantamos
As vozes, os protestos e as trombetas.
Só nos ouvimos quando nos calamos
E em vez de arautos nos tornamos poetas
....
José Carlos Ary dos Santos, "Morte e transfiguração"
Laceram-nos a esperança, mas dão outra.
Essa em que a dor nos faz criar raízes,
Árvore e fruto de uma seiva nova
Dos abismos da ira levantamos
As vozes, os protestos e as trombetas.
Só nos ouvimos quando nos calamos
E em vez de arautos nos tornamos poetas
....
José Carlos Ary dos Santos, "Morte e transfiguração"
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Cuidado, ele promete voltar
"I'll be back!", foi a ameaça deixada por Manuel dos Santos num e-mail de despedida enviado aos demais eurodeputados, não hesitando em plagiar o Terminator de 1984 para deixar claro o seu íntimo desejo de continuar pela Europa.
É que a experiência europeia de Manuel dos Santos tem sido vivida no fio da navalha. Tal como em 2004 apenas entrou para o PE devido ao falecimento de Sousa Franco em plena campanha, desta feita, “não tendo sido eleito por poucos votos”, aposta tudo no abandono de algum dos seus sete camaradas de partido eleitos a 7 de Junho.
Nem que para isso tenha que engolir o sapo de ver Ana Gomes ou Elisa Ferreira ganharem as câmaras municipais a que se candidatam. Cenários remotos, mas ainda assim as possibilidades mais plausíveis para dos Santos. E sonhar é viver.
É que a experiência europeia de Manuel dos Santos tem sido vivida no fio da navalha. Tal como em 2004 apenas entrou para o PE devido ao falecimento de Sousa Franco em plena campanha, desta feita, “não tendo sido eleito por poucos votos”, aposta tudo no abandono de algum dos seus sete camaradas de partido eleitos a 7 de Junho.
Nem que para isso tenha que engolir o sapo de ver Ana Gomes ou Elisa Ferreira ganharem as câmaras municipais a que se candidatam. Cenários remotos, mas ainda assim as possibilidades mais plausíveis para dos Santos. E sonhar é viver.
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Daqui não saio, daqui ninguém me tira!
Ribeiro e Castro está a levar à letra a máxima que diz que os mandatos são para cumprir até ao fim. E “fim”, neste caso, é mesmo o finzinho de tudo, o último minuto, da última hora, do último dia e não, por exemplo, o dia em que tiveram lugar as eleições europeias.
A cinco dias da tomada de posse dos novos eurodeputados e do fim do mandato dos (ainda) actuais (três dias, se não contarmos com o fim-de-semana), Ribeiro e Castro continua a receber respostas a perguntas que dirigiu à Comissão Europeia e a partilhar o respectivo conteúdo.
O comunicado de imprensa da mais recente resposta da comissária da agricultura (é prematuro afirmar que foi a última) garante que “mais uma vez se confirma que o desleixo do Ministério da Agricultura em Portugal prejudica os agricultores portugueses”.
Se ficou alguma pergunta por responder, é bom que Ribeiro e Castro não se esqueça de indicar a nova morada à Comissão Europeia. Em alternativa poderá sempre contar com a simpatia de Nuno Melo e Diogo Feio para lhe levarem as cartas que continuem a chegar em seu nome, quando forem passar os fins de semana a Portugal.
A cinco dias da tomada de posse dos novos eurodeputados e do fim do mandato dos (ainda) actuais (três dias, se não contarmos com o fim-de-semana), Ribeiro e Castro continua a receber respostas a perguntas que dirigiu à Comissão Europeia e a partilhar o respectivo conteúdo.
O comunicado de imprensa da mais recente resposta da comissária da agricultura (é prematuro afirmar que foi a última) garante que “mais uma vez se confirma que o desleixo do Ministério da Agricultura em Portugal prejudica os agricultores portugueses”.
Se ficou alguma pergunta por responder, é bom que Ribeiro e Castro não se esqueça de indicar a nova morada à Comissão Europeia. Em alternativa poderá sempre contar com a simpatia de Nuno Melo e Diogo Feio para lhe levarem as cartas que continuem a chegar em seu nome, quando forem passar os fins de semana a Portugal.
Barroso entalado
Não, desta vez não foi Nicolas Sarkozy, nem o Parlamento Europeu. Foi um simples elevador, onde Barroso e comitiva ficaram presos ontem ao fim da tarde durante cerca de 20 minutos e de onde o presidente da Comissão Europeia saiu a suar em bica.
Os informadores do Correio Preto no local garantem que Durão não é claustrofóbico, mas que o facto de tudo ter acontecido na cidade italiana de L’Aquila, onde ainda há pouco tempo a terra tremeu, terá sido decisivo para acelerar a batida cardíaca e encharcar a camisa do eurocrata nº 1 durante aqueles intermináveis 20 minutos.
Os informadores do Correio Preto no local garantem que Durão não é claustrofóbico, mas que o facto de tudo ter acontecido na cidade italiana de L’Aquila, onde ainda há pouco tempo a terra tremeu, terá sido decisivo para acelerar a batida cardíaca e encharcar a camisa do eurocrata nº 1 durante aqueles intermináveis 20 minutos.
terça-feira, 7 de julho de 2009
A internacionalização do disparate
Como se não bastasse a "perfomance" de Manuel Pinho, o Mundo voltou a assistir a outra caricatura portuguesa: em conferência de imprensa, que até mereceu um longo directo da CNN, Cristiano Ronaldo respondia a perguntas de uma jornalista portuguesa sobre a... namorada. Esta pergunta e mais uns disparates parecidos é que ilustram bem a inteligência que brota daquelas conferências de imprensa. No rídiculo internacional, os corninhos do ex-ministro são apenas infantilidades. O resto parece ser atávico.
O convertido e o ventríloquo
Foi bonito assistir ao empolgamento de Nuno Morais Sarmento, esta noite, no "Prós&Contras" da RTP. Depois de andar uns tempos desaparecidos, eis que o antigo ministro volta a falar em "nós" quando se refere ao PSD e até já traça planos de governação e rejeita cenários, convicto que os sociais-democratas vencem as próximas eleições.
A última vez que o ouvi a falar, em público, foi num almoço organizado pelo "American Club" em que o convidado era... Paulo Rangel. Nessa altura - antes das eleições europeias, note-se - Morais Sarmento fez uma intervenção e apenas para dizer que não via "diferenças nenhumas" entre Rangel e Vital Moreira. Mudam-se os resultados, mudam-se as vontades.
Foi bonito também assistir, no mesmo programa, Nuno Melo a falar sobre criminalidade, lendo as cábulas. E lá vimos o deputado do CDS, de olhos postos na secretária, a dizer que "há mais crimes, mas menos criminosos nas cadeias" e que "há mais crimes, mas leis mais brandas". Bem que ele poderia ter decorado. Mesmo ausente, Paulo Portas é quase como Deus: está em todo o lado, nem que seja em papelinhos brancos, tamanho A5.
A última vez que o ouvi a falar, em público, foi num almoço organizado pelo "American Club" em que o convidado era... Paulo Rangel. Nessa altura - antes das eleições europeias, note-se - Morais Sarmento fez uma intervenção e apenas para dizer que não via "diferenças nenhumas" entre Rangel e Vital Moreira. Mudam-se os resultados, mudam-se as vontades.
Foi bonito também assistir, no mesmo programa, Nuno Melo a falar sobre criminalidade, lendo as cábulas. E lá vimos o deputado do CDS, de olhos postos na secretária, a dizer que "há mais crimes, mas menos criminosos nas cadeias" e que "há mais crimes, mas leis mais brandas". Bem que ele poderia ter decorado. Mesmo ausente, Paulo Portas é quase como Deus: está em todo o lado, nem que seja em papelinhos brancos, tamanho A5.
domingo, 5 de julho de 2009
sexta-feira, 3 de julho de 2009
Pudor lusitano. Ou como pegar o touro pelos cornos.
Segundo o Público, o que Manuel Pinho fez foi “um gesto impróprio - fez um par de chifres com os dedos”. A TSF descreve a atitude do ex-ministro como um “gesto considerado insultuoso”. O “i” viu “dois corninhos” apontados à bancada do PCP.
Pelos vistos é preciso dar um saltinho fora de portas para que os bois sejam chamados pelos nomes. Literalmente. O El País titula que Pinho se demitiu “depois de chamar cornudo” a um deputado e a BBC explica que “tradicionalmente os cornos identificam um homem cuja mulher é infiel”.
Pelos vistos é preciso dar um saltinho fora de portas para que os bois sejam chamados pelos nomes. Literalmente. O El País titula que Pinho se demitiu “depois de chamar cornudo” a um deputado e a BBC explica que “tradicionalmente os cornos identificam um homem cuja mulher é infiel”.
Europe's West Cornos (*)
Ao encostar os indicadores à cabeça (Chifres? Cornos? Antenas? “Olha, mãe, estou mais alto”?), Manuel Pinho fez mais pela projecção da imagem de Portugal no mundo do que os milhões de euros que gastou em campanhas duvidosas, do tipo Allgarve ou Portugal – Europe’s western coast.
E tudo isto sem gastar um cêntimo do dinheiro dos contribuintes. E ainda dizem que o homem era mau ministro.
E tudo isto sem gastar um cêntimo do dinheiro dos contribuintes. E ainda dizem que o homem era mau ministro.
(*) - título do post roubado ao primeiro comentário (o original era muito menos engraçado - "O génio incompreendido de Manuel Pinho"). Com a devida vénia ao verdadeiro autor.
quinta-feira, 2 de julho de 2009
Dois dedos valem mais do que mil manifestações
O PCP andou, durante quatro anos, a organizar manifestações e protestos. 100 mil professores na rua, polícias a atirar com os chapéus, mais de 50 mil cartões vermelhos mostrados ao Tribunal Constitucional, outros milhares de militantes nas ruas, os gritos nas festas do Avante, os protestos nos primeiros de Maio e tanto barulho para nada. Bastaram dois dedos - dois únicos dedos - e caiu um ministro.
A Soares o que é de Soares
A esperteza saloia do Bloco de Esquerda já deu nisto: a página esquerda.net relaciona a má criação de Manuel Pinho como dirigida à bancada dos bloquistas. O gesto é feio, é certo, digno de qualquer tasca, mas pretendia insultar o líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares. Aquela velha táctica de apagar fotos também serve para acrescentar factos.
Vendedor de banha da cobra cor-de-rosa
O líder da bancada socialista no PE, o alemão Martin Schulz (é o brincalhão do lado direito), deu hoje um triste espectáculo, ao tentar explicar a posição do seu grupo em relação a Durão Barroso.
No dia 19 de Junho, depois de os líderes dos 27 terem decidido dar a Barroso o apoio político unânime para um segundo mandato (sem formalizarem a nomeação para poderem proceder a consultas com o PE), Schulz considerou a decisão “totalmente inaceitável”, por não prever “uma consulta completa e oficial” com o PE. Agora, plagiando a posição do grupo liberal, lá reparou que “a proposta é apenas política, não é formal”, pelo que o PE… não pode proceder à votação.
Afirmou de forma solene e categórica que recusará qualquer entendimento com o PPE que envolva o novo grupo conservador anti-federalista, criado em torno dos tories britânicos. Mas esqueceu-se dos inúmeros acordos e votações conjuntas que levou a cabo com o PPE nas legislaturas anteriores, quando este grupo incluía… os tories e outros partidos que também participam no novo grupo.
O PSE perdeu as eleições europeias (o SPD de Schulz averbou o pior resultado de sempre), os socialistas fazem parte de meia dúzia dos 27 governos da União. Ainda assim, não se coibiu de exigir que, na futura Comissão, as pastas da indústria, ambiente, social, desenvolvimento, comércio e mercado interno sejam entregues a socialistas. E, já que estamos a pedir, porque não acrescentar a presidência da Comissão à lista?
Garantiu a pés juntos que, em 2004, Barroso foi nomeado na Cimeira da Primavera (que decorre em Março) e o PE teve vários meses para proceder a audições e o votar em Julho. Quando na realidade Barroso foi nomeado numa cimeira extraordinária convocada exclusivamente para esse efeito no final de Junho. E o PE, socialistas incluídos, aceitou proceder à votação passadas duas semanas, sem programas, nem nada do que agora se exige.
Schulz diz que não gosta de Barroso, nem das suas políticas, por isso… votará contra Durão caso o PE decida proceder a este voto já em Julho. E se o voto for adiado para depois do Verão, como defende o PSE? Bem, então logo que se vê.
Será que esta determinação e coragem têm alguma coisa a ver com o facto de Schulz não querer antagonizar completamente o PPE (maior grupo do PPE, que apoia Barroso e o quer votar já em Julho), na esperança de renovar o tradicional “acordo técnico” com os democratas-cristãos, garantido assim a presidência do PE para a sua pessoa na segunda metade do mandato? Depois de 15 anos no quase anonimato de Estrasburgo, este é um devaneio tão legítimo como qualquer outro.
No dia 19 de Junho, depois de os líderes dos 27 terem decidido dar a Barroso o apoio político unânime para um segundo mandato (sem formalizarem a nomeação para poderem proceder a consultas com o PE), Schulz considerou a decisão “totalmente inaceitável”, por não prever “uma consulta completa e oficial” com o PE. Agora, plagiando a posição do grupo liberal, lá reparou que “a proposta é apenas política, não é formal”, pelo que o PE… não pode proceder à votação.
Afirmou de forma solene e categórica que recusará qualquer entendimento com o PPE que envolva o novo grupo conservador anti-federalista, criado em torno dos tories britânicos. Mas esqueceu-se dos inúmeros acordos e votações conjuntas que levou a cabo com o PPE nas legislaturas anteriores, quando este grupo incluía… os tories e outros partidos que também participam no novo grupo.
O PSE perdeu as eleições europeias (o SPD de Schulz averbou o pior resultado de sempre), os socialistas fazem parte de meia dúzia dos 27 governos da União. Ainda assim, não se coibiu de exigir que, na futura Comissão, as pastas da indústria, ambiente, social, desenvolvimento, comércio e mercado interno sejam entregues a socialistas. E, já que estamos a pedir, porque não acrescentar a presidência da Comissão à lista?
Garantiu a pés juntos que, em 2004, Barroso foi nomeado na Cimeira da Primavera (que decorre em Março) e o PE teve vários meses para proceder a audições e o votar em Julho. Quando na realidade Barroso foi nomeado numa cimeira extraordinária convocada exclusivamente para esse efeito no final de Junho. E o PE, socialistas incluídos, aceitou proceder à votação passadas duas semanas, sem programas, nem nada do que agora se exige.
Schulz diz que não gosta de Barroso, nem das suas políticas, por isso… votará contra Durão caso o PE decida proceder a este voto já em Julho. E se o voto for adiado para depois do Verão, como defende o PSE? Bem, então logo que se vê.
Será que esta determinação e coragem têm alguma coisa a ver com o facto de Schulz não querer antagonizar completamente o PPE (maior grupo do PPE, que apoia Barroso e o quer votar já em Julho), na esperança de renovar o tradicional “acordo técnico” com os democratas-cristãos, garantido assim a presidência do PE para a sua pessoa na segunda metade do mandato? Depois de 15 anos no quase anonimato de Estrasburgo, este é um devaneio tão legítimo como qualquer outro.
Novela Barroso
Com a entrada em cena do novo Parlamento Europeu, o processo para a recondução de Durão à frente da Comissão Europeia passou a assumir os contornos de telenovela. Mexicana ou venezuelana, é o que ainda está por definir.
Para fazer com que o PE se sentisse envolvido no processo e por não terem a certeza de que Barroso teria aí garantida a maioria necessária, os líderes dos 27 optaram por apenas apoiar politicamente Durão para um segundo mandato, sem no entanto formalizarem a decisão. Mas deixando claro que o poderiam fazer de forma rápida a tempo da sessão plenária de Julho, logo após procederam a uma série de contactos com os representantes das novas famílias políticas do PE, que resultaram das eleições de 7 de Junho.
Tendo em conta a repartição de forças entre os diferentes grupos políticos, parece (embora não seja 100% certo, até porque o voto é secreto) que Barroso dispõe da maioria necessária à sua aprovação (conta com o apoio do PPE, do novo grupo conservador, de parte dos socialistas e de parte dos liberais). Além de que não há nenhum nome alternativo….
Mas acontece que, antes, o PE tem que decidir agendar o assunto na ordem do dia. E aí não existe uma maioria clara, pois se é inevitável que os grupos se dividam na hora do voto, já na hora de estabelecer a agenda, cada grupo conta como um bloco.
E é nesta questão de procedimento que os socialistas europeus, os grandes derrotados das últimas eleições, estão a investir todo o seu peso, no que parece ser um esforço desesperado de mostrar que ainda riscam qualquer coisa.
Porque enquanto os Verdes, com a pujança dos seus 50 deputados (em 736…) dizem claramente que esperam que o atraso permita a emergência de um candidato alternativo a Barroso, os socialistas nem isso têm coragem para assumir.
E até decidiram imitar os liberais na utilização do argumento de que o PE não pode votar Barroso, porque ele não foi formalmente nomeado (esquecendo-se de acrescentar que ele não foi formalmente nomeado precisamente para não melindrar o PE e permitir uma “auscultação” a que nenhum Tratado obriga).
E assim vai a política europeia, depois de umas eleições marcadas pela maior taxa de abstenção de sempre. Mas isso já é passado.
Para fazer com que o PE se sentisse envolvido no processo e por não terem a certeza de que Barroso teria aí garantida a maioria necessária, os líderes dos 27 optaram por apenas apoiar politicamente Durão para um segundo mandato, sem no entanto formalizarem a decisão. Mas deixando claro que o poderiam fazer de forma rápida a tempo da sessão plenária de Julho, logo após procederam a uma série de contactos com os representantes das novas famílias políticas do PE, que resultaram das eleições de 7 de Junho.
Tendo em conta a repartição de forças entre os diferentes grupos políticos, parece (embora não seja 100% certo, até porque o voto é secreto) que Barroso dispõe da maioria necessária à sua aprovação (conta com o apoio do PPE, do novo grupo conservador, de parte dos socialistas e de parte dos liberais). Além de que não há nenhum nome alternativo….
Mas acontece que, antes, o PE tem que decidir agendar o assunto na ordem do dia. E aí não existe uma maioria clara, pois se é inevitável que os grupos se dividam na hora do voto, já na hora de estabelecer a agenda, cada grupo conta como um bloco.
E é nesta questão de procedimento que os socialistas europeus, os grandes derrotados das últimas eleições, estão a investir todo o seu peso, no que parece ser um esforço desesperado de mostrar que ainda riscam qualquer coisa.
Porque enquanto os Verdes, com a pujança dos seus 50 deputados (em 736…) dizem claramente que esperam que o atraso permita a emergência de um candidato alternativo a Barroso, os socialistas nem isso têm coragem para assumir.
E até decidiram imitar os liberais na utilização do argumento de que o PE não pode votar Barroso, porque ele não foi formalmente nomeado (esquecendo-se de acrescentar que ele não foi formalmente nomeado precisamente para não melindrar o PE e permitir uma “auscultação” a que nenhum Tratado obriga).
E assim vai a política europeia, depois de umas eleições marcadas pela maior taxa de abstenção de sempre. Mas isso já é passado.
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Abram alas à diversão!
Pedro Santana Lopes regressou. E com ele alguns momentos, gente e ideias que já provocava saudades. A começar pelas "santanetes" que não deixaram de aparecer: loiras, ruivas, morenas e até uma de cabelo verde. Acotovelavam-se para beijar o candidato, felizes por mostrar o bronzeado e a última operação plástica. Uma delas foi mesmo arrastada por um braço, pelo marido, para dar "um beijo ao Pêdo".
E chegaram mulheres do Algarve. Cada uma com um colar de plástico ao pescoço, identificando a terra de origem. Vieram de Albufeira, Faro, Tavira e Lagos.
E, num partido cuja líder detesta o espectáculo, houve um hino cantado no palco, écran gigante com três filmes (um deles com recurso à animação em computador), paredes forradas a verde, distribuição de brochuras luxuosas e até ofertas de uma pen.
E houve o candidato em palco, sozinho, ora debruçado, ora inclinado, ora hirto.
E surgiram as ideias: mais um túnel a atravessar o centro de Lisboa, mas Santana Lopes garante que quer reduzir o número de carros na cidade; de novo o Parque Mayer e novamente com Frank Ghery, "nem que seja preciso criar uma comissão arbitral"; mais jardins em vez de urbanizações; e outras coisas mais que cabiam em qualquer programa de qualquer partido.
Mas, desta vez, não houve direito à promessa de uma piscina em cada bairro.
E chegaram mulheres do Algarve. Cada uma com um colar de plástico ao pescoço, identificando a terra de origem. Vieram de Albufeira, Faro, Tavira e Lagos.
E, num partido cuja líder detesta o espectáculo, houve um hino cantado no palco, écran gigante com três filmes (um deles com recurso à animação em computador), paredes forradas a verde, distribuição de brochuras luxuosas e até ofertas de uma pen.
E houve o candidato em palco, sozinho, ora debruçado, ora inclinado, ora hirto.
E surgiram as ideias: mais um túnel a atravessar o centro de Lisboa, mas Santana Lopes garante que quer reduzir o número de carros na cidade; de novo o Parque Mayer e novamente com Frank Ghery, "nem que seja preciso criar uma comissão arbitral"; mais jardins em vez de urbanizações; e outras coisas mais que cabiam em qualquer programa de qualquer partido.
Mas, desta vez, não houve direito à promessa de uma piscina em cada bairro.
Fica-lhe bem esses sentimentos de solidariedade
Pedro Santana Lopes acusou hoje a actual gestão da câmara de Lisboa de querer expulsar as pessoas que vivem na rua Brancamp e nas avenidas da Liberdade e Fontes Pereira de Melo. E isso, garante ele, preocupa-o. Assim, de repente, só conheço uma pessoa que vive na Brancamp: José Sócrates. Havia também um espanhol, mas foi despedido e voltou para a terra.
Por onde andaria Dias Loureiro?
Esta tarde, Pedro Santana Lopes juntou, no Jardim do Arco do Cego, em Lisboa, dirigentes actuais e antigos do PSD e mais uns amigos na apresentação oficial da sua candidatura à Câmara de Lisboa. Estavam, por lá, Manuela Ferreira Leite, Arlindo de Carvalho, Mota Amaral, José Luís Arnaut, Mafalda Lopes da Costa e tantos, tantos outros. Faltou Dias Loureiro. Consta que andava com outros afazeres.
Mistura explosiva
Juntar a justiça com o futebol só podia dar nisto: há eleições no Benfica? Haverá, algum dia, eleições no Benfica?
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