quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Agitprop laranja

Silva Peneda foi o único eurodeputado laranja a participar na reunião com os trabalhadores da Qimonda promovida hoje pelo PCP no Parlamento Europeu.

Mas fez questão de sublinhar, antes da reunião, que o seu objectivo era denunciar uma situação em que os trabalhadores estavam a ser “usados para fins partidários, para fins de propaganda eleitoral”.

E explicou: “O Parlamento Europeu não tem qualquer hipótese para resolver questões como a Qimonda, não vamos acalentar ilusões. Como deputado ao PE eu não tenho instrumentos, não tenho qualquer tipo de possibilidade de resolver o problema. Se eu visse que o PE tinha qualquer instrumento para resolver o problema, muito bem, mas quanto muito podemos ouvir, podemos tecer alguns comentários, mas não podemos ter algum tipo de ilusão acerca dos poderes do parlamento”.

É de louvar a franqueza do ex-ministro de Cavaco Silva. Mas perorar sobre assuntos em relação aos quais não tem qualquer influência não é o que o PE passa a vida a fazer?

Numa espreitadela rápida à ordem de trabalhos desta sessão plenária saltam à vista temas como a “criminalização dos chat rooms de pedófilos na Internet”, a “natureza selvagem na Europa”, o “repatriamento e reinstalação dos detidos de Guantánamo”, a “situação preocupante nos centros de retenção para imigrantes”, a “situação no Sri Lanka, a “situação dos refugiados birmaneses na Tailândia” e o “direito de voto para os não-cidadãos da Letónia nas eleições locais”…

Ah, é verdade, Silva Peneda esteve sentado 15 minutos na reunião e foi-se embora sem abrir a boca.

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