Em 2000, Joaquim Pina Moura era ministro da Economia e Finanças, o tal super-ministro. E um destacado dirigente do PS, condição que manteve nos anos seguintes até se dedicar à actividade privada, com um cargo condizente aos seus "conhecimentos na alta política". Precisamente, em 2000, Pina Moura opinava sobre o mundo da Economia a tremer e deixava um aviso, numa estrevista ao "Euronotícias":
Voltamos a estar numa situação muito semelhante à de 1989, no início do euro, ou seja, a taxa de inflação irá para a casa dos 3,8%. Mas com taxas de juro nominais de 4,25%, voltamos a ter taxas de juro reais extremamente baixas e eventualmente até negativas. Portanto, é um factor grave no contexto de subida do endividamento. A resposta é que Portugal tem de adoptar políticas muito mais restritivas do ponto de vista orçamental. Já se deviam ter feito esses ajustamentos no passado. A situação macro-económica já há muito que exige um excedente orçamental e não um défice.
Mas, não se espere que estas descidas das taxas de juro vão durar muito tempo.
Que medidas macro-económicas poderão ser tomadas no próximo Orçamento de Estado?
O peso do sector público em Portugal é excessivo. Portanto, a redução da despesa pública a médio e a longo prazo tem de ser, da ordem dos 7 pontos percentuais do PIB. Ainda nem sequer se estabilizou o rácio. Ele tem estado a crescer continuamente. Todos os países europeus o fizeram na década de 90 e não causou nenhuma catástrofe, pelo contrário. É necessário aumentar a eficiência global da administração e ter métodos de controlo e de gestão adequados para os diferentes sectores da administração pública.
Oito anos depois, ninguém o ouviu. Ou ele não quis ser ouvido. Também durante os últimos tempos, passeou pela Assembleia da República. Em 2005, acrescentava ele:
“O ambiente da economia internacional é muito marcado por incertezas e dúvidas que não se resolvem com operações de comunicação”.
É caso para pedir: importa-se de repetir?
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
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