domingo, 30 de novembro de 2008

Olhó avião!


O El País revela hoje que, em 2002, o governo espanhol foi previamente informado pelos EUA do sobrevoo do seu território por aeronaves que transportariam prisioneiros para Guantánamo.

E o jornal espanhol acrescenta que, nessa mesma altura, Washington estava igualmente a avisar outros países por onde passariam os referidos voos, entre os quais Portugal.

Uma notícia que deve dar a Durão Barroso motivos de sobra para ficar preocupado, numa altura em que trabalha activamente para prolongar a sua estadia em Bruxelas por mais cinco anos.

Com a pequena ajuda do PCP

O Bloco de Esquerda marcou uma conferência de imprensa para domingo de manhã. Precisamente, quando decorria o congresso do PCP. À boleia dos comunistas, Francisco Louçã teve "casa cheia" ... de jornalistas que estavam a cobrir o congresso. E ninguém ficou constipado. Mas o espirro do Bloco atingiu o Campo Pequeno.

Frases feitas

As expressões mais ouvidas - centenas de vezes repetidas - no XVIII Congresso do PCP:
- O PS e o PSD só mostram interesse em servir o grande capital
- O Governo desferiu um brutal ataque...
- O Governo, na sua fúria privatizadora, pretende entregar ao capital privado…
- Ao contrário do que consagra a Constituição de Abril…
- Grande jornada de luta (varia entre a manifestação e a greve geral)
- Em quatro anos, aumentámos o colectivo em ... militantes, subimos a venda do Avante de ... para...
- O PCP, pelo seu carácter de acção, é um partido ... (dos jovens, das mulheres, dos reformados, dos trabalhadores,....) - varia conforme o orador.
- A luta continua (resulta sempre em aplausos)
- Acentuada política de direita do governo do PS
- Grandiosas acções de massas convocadas pela CGTP
- A ofensiva neoliberal...
- Precariedade laboral
- O patronato e o Governo em evidente sintonia
- Profundas regressões sociais
- Agrava-se a exploração dos trabalhadores
- Convergência da luta
- A vitalidade de luta de massas para enfrentar a política de direita...

Aplausómetro

Classificação geral, de acordo com o número de aplausos no Congresso do PCP (serve de guia para quem for discursar nos próximos conclaves):
1 - Fazer referência a Álvaro Cunhal
2 - Citar Álvaro Cunhal
3 - Chamar Jerónimo de Sousa ao palco
4 - Gritar "Cuba vencerá"
5 - Gritar "Viva o PCP"
6 - Chamar Odete Santos ao palco
7 - Falar à Odete Santos, introduzindo no discurso frases retiradas do hino "A Internacional" ou citando uns poemas que tenham a palavra "liberdade"
8 - Reafirmar que o PCP é um partido marxista-leninista
9 - Gritar "Viva o XVIII Congresso do PCP"
10 - Fazer referência ao 25 de Abril
11 - Afirmar que o PCP é um "enorme colectivo partidário"

sábado, 29 de novembro de 2008

Zzzzzzzzzzzzzzzzzzzz


O congresso do PCP ainda decorre. Já há quem garanta que é o mais aborrecido de todos os congressos que alguma vez os comunistas portugueses fizeram. E o anterior até foi digno de nota!

Trova do vento que passa

Jerónimo de Sousa não se esquece quem são os seus adversários directos:

"Observam-se algumas movimentações de alguns sectores que procuram apresentar-se "à esquerda" dentro do PS e que sem dúvida resultam deste crescente isolamento (...) essas movimentações, recusano assumir a ruptura com a política de direita nos seus conteúdos estruturantes, (...), tenderão para assegurar as condições que permitem a sobrevivência da política de direita".

Como o líder do PCP não mencionou qualquer nome, a organização do congresso tratou, no intervalo, de colocar Adriano Correia de Oliveira a cantar "o vento cala a desgraça", com a letra de... Manuel Alegre.

Prova de resistência

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, discursa no Congresso do PCP. Os delegados é que já se cansaram. Uns lêem jornais; dois delegados - novidade no PCP - escrevem em mini-computadores (e nenhum é o "magalhães"); os convidados não fogem à regra e confraternizam nas bancadas; mas o mais comum é ver grupos a conversar animadamente. Jerónimo de Sousa sente o adormecimento e lá improvisa, elevando a voz, umas frases feitas contra o Governo para a sala gritar.
Duas rádios, a TSF e a Antena 1, e dois canais de televisão, a SIC-Notícias e a RTPN, transmitem o discurso em directo e na íntegra. Já que na sala poucos se interessam pelo discurso, talvez lá fora alguém esteja atento.
Nenhum jornalista está constipado, apesar do frio que se faz sentir no Campo Pequeno.

A vacina não chega a toda a gente

Discurso de Jerónimo de Sousa no XVIII Congresso do PCP, pág. 18, de 22:

"No plano da promoção da comunicação social bem se pode dizer que basta o BE soltar um espirro para constipar uma série de jornalistas".

Eu, por mim, estou vacinado contra a gripe.

De pé, vítimas da China











Na abertura do XVIII Congresso do PCP, os delegados e convidados comunistas cantaram, a plenos pulmões, "de pé, ó vítimas da fome!". Minutos depois, aplaudiam fervorosamente o Partido Comunista da China.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

E se Deus (não) for a Conselho de Ministros?


Pedro Silva Pereira, o ministro-adjunto do primeiro-ministro, deve ser o mais inteligente, perspicaz e sagaz membro do Governo. Cada "briefing" à imprensa do Conselho de Ministros que ele preside merecia a atenção de estudantes de comunicação política e de especialistas na matéria.
Atento, conhecedor de todas as matérias e sobretudo muito bem preparado, Pedro Silva Pereira salva, muitas vezes, os ministros. Quando sente que um deles vai escorregar - como, por exemplo, é hábito com Mário Lino ou Nunes Correia - o ministro, tranquilamente, interrompe e coloca o assunto nos "carris" que bem entende.
Quando pretende marcar a agenda, dar uma resposta oficial do que pensa o Governo, responder à oposição ou criticá-la, Pedro Silva Pereira trata de arranjar forma de abordar o assunto. Sem parecer coisa forçada, aguardando sempre que lhe seja feita a pergunta, na hora certa, e que encaixe na mensagem que quer fazer passar.
Quando a pergunta de um jornalista não lhe agrada - ou simplesmente não lhe interessa responder - solta sempre a mesma frase:
"Esse assunto não foi tratado no Conselho de Ministros de hoje e não tenho nenhuma novidade para lhe dar sobre a matéria"

Mas é esta a frase favorita dele, a lapidar e a mais usada. Por isso, um destes dias, não resistirei e ao ministro, católico praticante, lançarei a pergunta se ele acredita em Deus. Só para ter o gozo de ouvir esta resposta:

"Esse assunto não foi tratado no Conselho de Ministros de hoje e não tenho nenhuma novidade para lhe dar sobre a matéria"

Uma bela estónia de amor


A articulação dos sistemas de alerta rápido de crianças raptadas e a luta contra o racismo e a xenofobia foram alguns dos temas na agenda dos ministros da justiça dos 27.

Mas, para Alberto Costa (na imagem com o seu homólogo estónio, que se baralhou um pouco com os nomes),este Conselho resumiu-se a um acontecimento: o projecto levado a cabo entre Lisboa e Tallin que permitirá que, já a partir de hoje, um português possa abrir uma empresa on-line na Estónia e um estónio possa abrir uma empresa on-line em Portugal.

Não importa que as trocas comerciais entre os dois países sejam irrelevantes (o ministro também não sabia responder a esta questão), nem que não haja nenhuma manifestação de interesse empresarial por tal possibilidade. O que importa é que tecnicamente era possível dar este passo e, por isso, ele foi dado.

Ou seja, se fosse um bocadinho mais engraçado, quase que cumpria os requisitos dos prémios IgNobel. Estes, destacam descobertas que “primeiro fazem as pessoas rir, depois pensar”. No caso da experiência ibero-báltica, o mais provável é que a sequência de reacções seja a inversa.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Generosidade sem limites

A União Europeia decidiu hoje acolher 10 mil refugiados iraquianos, sendo que cada país definirá quantos iraquianos receberá (a Alemanha admite aceitar 2.500, em França já se encontram 448 e o governo estuda mais 981 pedidos, enquanto Espanha diz que já acolhe 200 e não pensa aceitar mais).

E Portugal? Rui Pereira explicou que o Conselho de Ministros decidiu em 2007 acolher 30 refugiados. Por ano. Do mundo inteiro. E que este ano já chegaram 22, entre os quais uma família de cinco iraquianos, e que o governo não pondera rever aquele número.

Rui Pereira explica este número, “que pode parecer pequeno”, com as possibilidades do país e a necessidade de garantir uma “integração harmoniosa na sociedade portuguesa”. E dá um exemplo que tranquilizará portugueses e candidatos a refugiados:

“A família de refugiados iraquiana que está em Portugal foi uma família que eu próprio vi quando chegou, na Bobadela, e eu sei como está a ser integrada. Está a ser integrada bem na sociedade portuguesa”.

A culpa é da Bruni

Estava quase a tornar-se um hábito: Rui Pereira vinha aos conselhos de ministros em Bruxelas e voltava para Lisboa sem falar com os jornalistas. Estes tinham que se contentar com um comunicado enviado por e-mail, sem terem qualquer possibilidade de questionar o ministro sobre a posição portuguesa nos assuntos em discussão.

Isto, apesar de o ministro se fazer acompanhar do inevitável assessor de imprensa, com hotel, viagem e ajudas de custo pagas à custa do contribuinte.

Hoje, o MAI preparava-se para fazer a mesma coisa. A insistência dos jornalistas junto do assessor de imprensa, que até já tinha avisado que iríamos receber o comunicado da praxe muito em breve, valeu por duas razões: o ministro acabou por falar e o assessor lá se descoseu que a má vontade ministerial se devia a “coisas que alguns fazem, mas que depois acabam por pagar todos”.

Ele não quis elaborar, mas ficou bastante claro que se estava a referir à divulgação de umas pouco discretas declarações de Rui Pereira sobre a primeira-dama de França.

Só eu sei por que sou eurodeputado

Apesar de Bombaim ter mudado oficialmente de nome em 1995, o Parlamento Europeu prefere continuar a chamar as coisas pelos antigos nomes.

Só eu sei por que sou deputada

Cenário: um dos bares da Assembleia da República.
Duas deputadas do PS conversam, no intervalo de mais uma sessão sobre o Orçamento. Diálogo:
- Aquilo ontem foi horrível, tantos mortos...
- Pois, só não percebi se foi em Mumbai ou Bombaím...
- Sim, numas televisões, ouvi Mumbai, noutras Bombaím..
- Eu até tenho um familiar que nasceu em Bombaím.

Arte para aliviar a crise

Há quem defenda que, em tempos de crise, o melhor investimento deve ser feito em arte. É o mais perene bem. Por essa e por mil razões mais belas, vale a pena visitar este leilão, no próximo dia 29. As receitas irão servir para a construção do Centro Mário Dionísio.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Qualquer um serve, desde que não seja Barroso

Se nas chancelarias europeias e em Bruxelas se fazem contas aos apoios com que Barroso conta para um segundo mandato à frente da Comissão Europeia, também na blogosfera já se contam espingardas.

Três bloggers lançaram uma petição anti-Barroso. A sua argumentação não pode ser considerada muito elaborada (porque houve três países a votar ‘Não’ recentemente em referendos sobre questões europeias e porque a UE atravessa uma crise de identidade e de confiança, logo, Barroso não pode ser reconduzido…), mas a lista de nomes alternativos é interminável: qualquer um parece servir, desde que não seja Durão.

Há qualquer coisa que não bate certo

A concelhia de Lisboa do Bloco de Esquerda está reunida para "expulsar" José Sá Fernandes, num hotel de quatro estrelas, em Lisboa.
Citando um dirigente político, a "bota não joga com a perdigota". E como se dizia por aí o "Zé faz falta", mas ao...PS.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

USA - Utopian States of America

Quem diria que o "poder popular" poderia tocar os Estados Unidos? Essa tentação parece ser o sonho maior de uma das organizações que mais apoiou Barack Obama, a "MovOn.org Political Action". Além de recolher os donativos que ajudaram Obama a ter a maior contribuição de sempre, a "MovOn" tratou de fazer campanha, porta a porta, telefone a telefone. Conseguida a eleição, não desarma e já espalhou esta mensagem:

There are literally tens of thousands of lobbyists in Washington, funded by countless millions from corporations and industry groups. The oil and coal companies. The pharmaceutical industry. The HMOs. The telecoms. They're all gearing up right now to stop any bold health care bill or energy plan dead in its tracks.
They're going to fight Obama at every step. We have to be prepared to fight back harder.
That's why we've launched a huge campaign to flood Washington with the voices of real Americans who are crying out for change. On TV, on billboards and buses, in district offices and the halls of Congress, we're going to amplify the voices of MoveOn members and make Barack Obama's progressive mandate impossible to ignore.


Mas para ter a força de uma Exxon ou de uma Pfizer, a organização pede uma contribuição de 15 dólares por mês a cada membro que recebeu esta mensagem. E promete fazer da presidência de Obama a mais forte de sempre. Para já, anda a recolher estórias e fotos de toda a gente que queira dar uma sugestão ou simplesmente que deseje protestar. Todas as contribuições serão entregues em Washington. E já está marcada uma grandiosa festa no dia da cerimónia de posse de Barack Obama.
Até a MovOn cair na realidade, a utopia tomou o poder nos EUA.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

De sorriso amarelo

O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Luís Amado, vai estar em visita oficial a Belgrado hoje e amanhã. Em dois dias, reúne-se com o seu homólogo e com o presidente sérvio. A possível adesão sérvia à União Europeia encontra-se numa lista de temas que inclui a situação nos Balcãs.
Gostaria de ser mosca para ouvir Luis Amado a tentar explicar os "flic-flacs à retaguarda" que Portugal deu em relação ao reconhecimento do Kosovo. Mas com a "eloquência" que lhe é reconhecida, certamente os dirigentes sérvios não vão perceber patavina. Nem o que levou Portugal a adiar o tal reconhecimento e, muito menos, o que o fez mudar de posição. A não ser que Luís Amado opte, como já o fez, apenas por dar a entender - sem assumir, claro, que um MNE que se preze tem de ser vago - que o Kosovo é inviável como país.

Correspondência alheia

As evidências e revelações detalhadas pelo jornalista Yaroslav Trofimov, do "Wall Street Journal", publicadas no livro a "A Fé em Guerra", editado, em Portugal, pela Civilização:

"A Arábia Saudita é a maior potência petrolífera do Mundo e a economia dos EUA - para não referir a economia global - entraria em colapso no dia em que o reino decidisse fechar a torneira. Em resultado, temos um ciclo vicioso: como usamos petróleo saudita para alimentar as nossas economias, algumas das moedas de troca acabam por financiar indirectamente os fundamentalistas islâmicos que - além de cometerem atentados suicidas que matam e ferem milhares de pessoas - fazem explodir petroleiros no Iémen e oleodutos no Iraque".

"O Instituto Max Singer propusera a separação da Província do Leste, bem como do petróleo, com a criação de uma República Muçulmana da Arábia do Leste, administrada por xiitas. Esta proposta, apoiada por alguns oficiais do Pentágono, deveria resolver, de forma eficaz, todos os problemas que a América tinha com o reino: as economias ocidentais teriam petróleo barato proveniente de um Estado fantoche".

São os trabalhos a mais que aguardam pela chegada de Barack Obama.

domingo, 23 de novembro de 2008

Cavaco e o direito à indignação

Mas a que alma maldosa pode ter passado pela cabeça associar o nome de Cavaco Silva ao que se passa no BPN?

Será só por Dias Loureiro ter sido secretário-geral do partido quando Cavaco Silva presidia ao PSD e ministro dos assuntos parlamentares e da administração interna em dois dos seus governos?

Ou por Duarte Lima ter chefiado a bancada parlamentar do PSD durante os tempos áureos da maioria absoluta cavaquista e Arlindo de Carvalho ter sido um dos ministros da saúde do professor?

Ou será porque o próprio Oliveira e Costa foi secretário de estado dos assuntos fiscais quando Miguel Cadilhe era ministro das finanças num governo do actual presidente?

Tal como o governo espanhol fez saber há uns anos através das suas embaixadas espalhadas pelo mundo que cada referência à ETA pelos meios de comunicação social deveria ser obrigatoriamente acompanhada da expressão “grupo terrorista”, também a Presidência da República devia solicitar aos jornalistas portugueses para que omitissem o nome do mais alto magistrado da nação cada vez que refiram o currículo dos actuais e futuros envolvidos no caso BPN.

Que, além das ligações ao BPN, apenas parecem ter em comum o facto de terem sido ilustres desconhecidos até ao advento do cavaquismo em meados dos anos 80.

E quando a terra treme? - 2

Há dois dias que a RTP enche os noticiários com um bloco interminável sobre o simulacro de sismo em Lisboa, com direito a reportagens e, claro está, muitos e longos ‘directos’.

Deu para tudo: populares a queixarem-se por a explosão da bomba de gasolina no Campo das Cebolas ter ficado aquém das expectativas, bombeiros a chegarem ao local de um descarrilamento do Metro antes de o mesmo ter acontecido, um sismólogo a “apostar” que o epicentro do próximo big one será por baixo da central eléctrica que abastece Lisboa, etc.

E, principalmente, deu para ficar com a impressão de que alguns repórteres, principalmente aquela rapariga de cabelo louro com as raízes teimosamente escuras e que não parava de falar no “necrotério”, ficaram algo decepcionados por nada daquilo ser um bocadinho mais sério.

E deu ainda para reparar que, apesar de todo o circo em torno da “inevitável” catástrofe, em momento algum houve qualquer esforço para dar aos lisboetas algumas dicas úteis sobre o que fazer quando a terra voltar a tremer. Talvez sintonizar a RTP?

sábado, 22 de novembro de 2008

Saturday morning fever

Nesta manhã de sábado, estou numa sala escura, com raparigas a mostrar generosos decotes e ancas à mostra, luzes vermelhas furam a penumbra e há música de fundo dominada por umas guitarradas. Encontro-me na FIL, na apresentação do carro eléctrico da Nissan, com José Sócrates, António Costa, Mário Lino, Nunes Correia, Manuel Pinho e mais um exército de assessores que fazem (também) de figurantes para encher a sala.
Por aqui, teme-se que os japoneses ofereçam a Sócrates uma miniatura do carro para o primeiro-ministro mostrar no decorrer das cimeiras internacionais.

Post com contribuições dos jornalistas destacados para o evento.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Eu avalio, tu avalias, ela avalia...


Não se deixem iludir pelo número 2007 lá atrás, esta imagem está mais actual do que nunca. O senhor ao lado de Maria de Lurdes Rodrigues é o comissário europeu responsável pela educação e a fotografia testemunha uma das poucas vezes, e provavelmente a última, que os dois estiveram juntos.

Porque a ministra voltou a faltar ao Conselho de Ministros da Educação da União Europeia, que decorreu hoje em Bruxelas. Tal como faltou aos anteriores, em Maio e Fevereiro deste ano, conseguindo assim o pleno de não ter participado numa única reunião ao nível comunitário em 2008.

Mais do que algo ocasional, esta enésima ausência da ministra representa um regresso à normalidade. Desde que o governo tomou posse, em Março de 2005, Maria de Lurdes apenas se deu ao trabalho de se deslocar a Bruxelas no ano passado. Ou não fosse ano de presidência portuguesa da União e Sócrates não tivesse puxado as orelhas aos ministros baldas.

E quando a terra treme?


A cidade vive há anos debaixo da mesma incerteza. A terra voltará tremer e talvez por isso convém ir fazendo treinos para o dia fatídico. Mas confessámos a nossa estranheza com o pormenor com que a catástrofe se abaterá em Lisboa hoje à tarde. A saber:

2 750 elementos operacionais
1 798 figurantes
234 mortos (a brincar)
795 feridos ( na reinação)
769 desalojados (estes se calhar não têm mesmo casa)

Resta esperar que o próximo terramoto tenha a hombridade de também fazer um press release para não apanhar a protecção civil desprevenida.

Entretanto os sindicatos (desta vez os da Função publica) preparam-se para manifestar no centro da cidade ao mesmo tempo que o simulacro – Miséria!

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

E ninguém pára o vereador ... olé ó!


O vereador do Bloco de Esquerda José Sá Fernandes anda abatido. Será pelas alianças que para defender os interesses lisboetas é obrigado a fazer à direita, ou por ter sido cilindrado na questão dos contentores por Miguel Sousa Tavares durante o programa "Prós e Contras" da última segunda feira (já temos suspeito ó miguel). Realmente não sabemos. Mas o Correio Preto foi hoje testemunha da história quando o vereador fez finalmente frente a uma instituição opressora da classe operária e da marcha desta rumo ao socialismo ... ou melhor do vereador rumo à festarola.

A acção decorre num parque que é um dos melhores segredos da cidade e que a seu pedido e para sua protecção omitiremos a sua localização - é o nosso programa de protecção de testemunhas e parques porreiros que assim o obriga.

Um projecto de caridade com patrocínio de marca de relógios na moda, ministráveis deste e de outros governos, presidentes de câmara (dois ex e um actual) e para dar o ar de instituição de bem: a primeira-dama em pessoa - sei que ela odeia a expressão, mas paciência.

Quando chega o camarada vereador nem sequer está atrasado mas face à impossibilidade de entrar com a socialista viatura no recinto, o camarada motorista da autarquia deixa o grande líder na entrada e este enceta a grandiosa marcha em direcção ao beberete.

Um polícia de serviço encarregue de coordenar o trânsito (capitalista e o outro) e um membro da organização encarregue de receber as altas individualidades (socialistas e as outras) olham para o autarca na esperança que este lhes peça indicações ou então um simples cumprimento. Mas nada detém a marcha do progresso em direcção ao martini branco com azeitona!

Já vai o socialismo nuns bons cinquenta metros de avanço em relação à restante classe operária que esperava pacientemente por transporte, quando: o fascista, o poluto, o traidor da classe operária do polícia de trânsito sai-se com o comentário "é vereador, isto vão para a câmara e ficam logo uns doutores, é que nem boa tarde!".

O homem novo pára no cimo dum monte, volta-se para traz e lança um olhar inquiridor.

Começa a voltar ao ponto de partida (isto do socialismo é mesmo feito de avanços e recuos) e estaca frente ao nazi -fascista do PSP. Convém explicar que este além de bigodes à filme do Vasco Santana (logo fascista) media menos setenta centímetros que o vereador e devia ter uns 50 anos.

À pergunta, "repita lá o que disse" o velho reaccionário na cara do nosso ídolo, proferiu as palavras:

"disse que os sr.s vão para a câmara e ficam logo uns doutores, é que nem boa tarde, nem sequer falou com aquele senhor que está ali para receber as pessoas!"

O nosso querido líder ainda o ameaçou. Mas o homem era obstinado e continuava a dizer que não tinha medo dele e que o homem novo era mas é um homem mal-educado!

Talvez pelos escribas presentes começarem a tirar notas e os repórteres fotográficos começarem a achar piada à cena, o nosso homem mal-educado ... perdão novo, achou por bem não continuar com confronto e acabou-se por afastar com o polícia (um torcionário, seguramente) a dizer que não retirava uma palavra do que tinha dito.

Cena triste em que mais uma vez o socialismo teve que bater em retirada frente à esmagadora opressão policial! Mas é como diz um dos nossos leitores aqui no Correio Preto "Isto quando um home está em baixo até os cães lhe mijam em cima"

Nem que ela se vista de diamantes

O Governo recuou, mais uma vez, na avaliação dos professores. Mantém-na, mas a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, cedeu ao que os sindicatos pretendiam, especialmente, em relação à burocracia e à sobrecarga de trabalhos. De imediato, na TSF, ouço dirigentes sindicais a garantir que tudo vai ficar na mesma e a prometer mais protestos.
Já o tinha dito e repito: eles simplesmente não querem ser avaliados. Não há cedências para determinados luxos!

Eurocrata, a Europa precisa de ti para combater a crise!


A Comissão Europeia colocou ontem um mail a circular entre os seus funcionários para recrutar voluntários que possam reforçar as direcções-gerais da economia e finanças, mercado interno e concorrência.

Os interessados têm que responder até à próxima segunda-feira. Porquê tanta urgência? Porque a crise não pode esperar:

“A actual tempestade nos mercados financeiros necessita de uma acção Comunitária rápida e eficaz em vários domínios: trabalho legislativo e regulador, elaboração de políticas e reforço das regras de concorrência.
Por isso, a Comissão precisa urgentemente de reforçar numa base temporária as equipas existentes nas diferentes DGs que trabalham em temas financeiros. Em particular, a DG ECFIN, DG MARKT e a DG COMP (jargão comunitário que identifica as direcções-gerais referidas acima) estão à procura de colegas (funcionários, agentes temporários, agentes contratuais) actualmente em funções noutros departamentos da Comissão que estejam interessados em trabalhar numa base temporária numa destas 3 DGs”.


O mail é acompanhado de um ficheiro que explica com mais detalhe o que se pretende e com os contactos de cada direcção-geral.

O inimigo ataca por todos os lados, Barroso lançou o apelo às armas. No Berlaymont registam-se voluntários a quem é ministrado um breve treino de sobrevivência em ambiente de crise e que são carregados em camiões que seguem directamente para a linha da frente. A mobilização geral está para breve, há mães a esconder os filhos nas caves. Os que caírem não serão esquecidos. A crise não passará!

Índex


Os jornalistas da LUSA, a agência oficial de Portugal, não podem escrever o termo "estagnação" sempre que se referirem à economia portuguesa. A ordem partiu de cima (quer dizer, da direcção e não de São Bento) e já mereceu um comunicado do Conselho de Redacção.
Sem querer interfir no trabalho da direcção da agência, humildemente sugiro que coloquem no "índex" as seguintes expressões: greve, manifestação (a não ser que seja uma vaga de fundo de apoio ao Governo), desemprego, despedimentos, crise (a não ser que atinja o PSD), previsões negativas, professores, recessão, ambulâncias, assaltos, caixas de multibanco. E estou aberto a mais sugestões.
Ah... Cavaco Silva já pediu, formalmente, esclarecimentos sobre os tratamentos diferenciados quando as notícias são referentes ao primeiro-ministro ou ao Presidente da República.

Havemos de lá chegar - 2

Depois de perder 6-2 e levar banho de bola do Brasil, o seleccionador nacional, atento e perspicaz, ou não fosse ele “professor”, descobriu os seguintes pontos positivos na actuação da equipa:

“Mostrou que também sabe trocar a bola, que pode marcar golos”.

Quando Queiroz descobrir que foram os próprios jogadores a apertar os atacadores das chuteiras, aí é que se vai convencer que temos potencial para... sei lá... ganhar um jogo, talvez? Que mais habilidades terão aqueles malandros escondido este tempo todo?

Havemos de lá chegar

A Bélgica jogou e empatou ontem (1-1) com o vizinho Luxemburgo. O jogo não foi visto na Bélgica, pois nenhuma estação achou que valesse a pena abrir os cordões à bolsa para comprar os direitos de transmissão.
Não sei quanto é que a TVI pagou para transmitir o Brasil-Portugal, mas pelo andar da carruagem da selecção, o exemplo belga, de autêntica gestão emocional, deve começar a fazer escola. Poupam-se umas coroas, umas vergonhas e no dia a seguir o pessoal até consegue ir trabalhar como se nada tivesse acontecido.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

O jogo das aparências das negociações europeias

Os ministros da agricultura começaram às três da tarde desta quarta-feira uma reunião para negociar uma reforma intercalar da Política Agrícola Comum (PAC), também conhecida como health check, ou exame de saúde (vá-se lá saber quem desencanta estas designações, onde e porquê…).

Pouco depois, dada a divergência de posições entre os diferentes países, a Comissão Europeia e a presidência francesa começaram a ouvir cada uma das 26 delegações separadamente, para retomar as negociações conjuntas… a partir das 2 da manhã!

As previsões mais optimistas estimam que deverá haver acordo na quinta-feira ao princípio da manhã, depois de uma noite inutilmente em branco.

A sensatez mandaria que, depois daquela ronda de reuniões, fossem todos para os hotéis dormir ou ver os jogos das respectivas selecções e que amanhã de manhã se sentassem fresquinhos à mesa das negociações, com uma proposta de compromisso à frente dos olhos e continuassem a partir pedra mais umas horas.

Mas, nestas coisas, a aparência conta muito. E como muitos ministros terão que voltar para casa de mãos a abanar em algumas coisas que deixarão os seus agricultores bastante furiosos, há que dar a impressão que só desistiram depois de lutar arduamente noite dentro, horas a fio, contra tudo e contra todos, incluindo o sono e o bom senso.

Serviço público no seu esplendor!

O principal canal da RTP está a exibir, em directo, um "endireita" a fazer malabarismos com Jorge Gabriel. Antes, uma senhora, certamente avó, cantava e dançava com roupas "colliantes", enquanto umas moças seminuas bamboleavam-se. O público alarve aplaudia. Não sei se será serviço público, mas é certamente um serviço único e exemplar (ironia à moda de Manuela Ferreira Leite).

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Um telemóvel dos diabos

O deputado laranja Hugo Velosa (quem?!) ajudou a líder do partido a meter a pata na poça nos ataques ao ministro da agricultura, ao afirmar que com Jaime Silva as únicas despesas que aumentaram no sector foram as do gabinete do próprio ministro.

Jaime Silva contra-atacou com números: quando Ferreira Leite estava no governo o gabinete do então ministro da agricultura gastou 2,3 milhões de euros, enquanto que o orçamento actual é de 1,3 milhões de euros.

Uma poupança tão assinalável que até permitiu ao ministro equipar-se com um telemóvel de uma marca mais conhecida por vestir o diabo.

O ministro ficou feliz e o orçamento também não se queixou.

Do tempo em que os animais falavam

O país do Plano Tecnológico, das promessas de melhor banda larga, que anda a oferecer computadores nas escolas, tem, na residência oficial do primeiro-ministro - casa de trabalho portanto -, uma sala para os jornalistas trabalharem. A sala tem um único computador, do tempo de antes da invenção da roda e, não é por acaso, nem funciona. Os telefones estão normalmente avariados, com uma regularidade notável.

Quem já esteve em qualquer casa oficial de um chefe do Governo, em qualquer país dito de economia emergente, fica com a sensação de ter recuado, em São Bento, pelo menos, uns 20 anos.

Mas São Bento não é caso único. As condições na Presidência do Conselho de Ministros são mais parecidas com uma junta de freguesia do fim do mundo; na Assembleia da República, as impressoras não funcionam, os poucos computadores existentes teimam em funcionar ao ritmo de um motor a carvão; nas sedes dos partidos políticos, quando um telefone funciona é motivo de alegria; e dispenso-me de fazer referências aos ministérios.

O Plano Tecnológico ainda não chegou ao funcionamento da política. Parou na propaganda.

Cada lente, sua sentença

A versão socrática do Oásis, dita esta manhã, na Feira da Tecnologia, em Lisboa:

"Há uns anos atrás (sic) ninguém acreditava que pudessemos ter um documento único automóvel, há uns atrás (sic) ninguém acreditava na informação empresarial simplificada que hoje temos e essa informação do mercado chegava ao mercado dois anos depois dos dados e hoje chega no próprio ano, uns meses depois. Isso é uma vantagem. Passámos do 8 ... ahnn.. do inferno para o paraíso em apenas alguns meses."

Computadores desactualizados

Na FIL, esta manhã, José Sócrates verificou o funcionamento de um computador com um simples toque. No ecrãn, apareceu a seguinte mensagem:

"Vire à direita".

Exige-se de uma Feira de Tecnologia uma certa actualização.

A tentação da vaidade

O Parlamento Europeu discute hoje e vota amanhã o relatório sobre a reforma intercalar da PAC, da autoria do socialista português Capoulas Santos. Embora tenha apenas valor político é, provavelmente, um dos documentos mais importantes da actual legislatura.

Quando há uns meses começou a trabalhar no documento, o ex-ministro da agricultura prometia uma revolução na PAC e, sobretudo, continuar a defender os interesses portugueses. E garantia que, se as inevitáveis alterações desvirtuassem as suas posições de princípio, não hesitaria em retirar o seu nome do relatório.

Foram apresentadas mais de mil propostas de modificações e, como era de esperar, algumas apoiam o fim de mecanismos que têm permitido a Portugal arrecadar uns largos milhões de euros por ano. Capoulas explica candidamente que “mais ninguém” o apoiou nessas posições e, como também seria de esperar, não vê aqui motivos suficientes para se dissociar do documento.

Tecnologias sem relógio

A FIL, em Lisboa, recebe a grande feira da tecnologia que recebeu o pomposo nome de "Portugal Tecnológico 2008", com a honra de ser inaugurada pelo primeiro-ministro. A 15 minutos de José Sócrates chegar, ainda há pavilhões a serem montados e ainda há equipamentos a chegar.
Os mais curiosos são os do Ministério da Economia e do IAPMEI, ambos apoiantes da iniciativa da AIP: estão vazios! Melhor, têm bancos e umas mesas.
Em cada pavilhão - dos que já estão equipados - há um "magalhães". Mas curiosamente ninguém os utiliza. Cada participante, prefere usar os seus portáteis.
Há uma sala de imprensa equipada com dois (2!) computadores, mas não há wi-fi - coisa que deve fazer muito sentido numa feira de tecnologia!

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Evidentemente

À força de ovos e de manifestações, a ministra da Educação cedeu aos professores e agora admite recuar no sistema de avaliação. A resposta dos sindicatos que representam toda a classe não surpreende ninguém: querem a suspensão, pura e simples, da avaliação. Nada de novo. Há muito que se sabe o que eles tentam esconder: não querem ser avaliados e ponto final. Acham que merecem terminar a carreira sempre no topo e têm uma visão muito própria da igualdade. E já ameaçam com uma greve.
Esta tarde, José Sócrates prometeu concluir, em breve, a reforma das Forças Armadas. Eis mais uns interesses corporativos que o chefe de Governo ameaça. Daqui a nada, sucede-se a rotina: protestos, umas passeatas pelas ruas e ameaças espalhadas por aí. Bem podem os militares seguir o exemplo dos professores e fazer uma grevezita. Deve ter força suficiente para assustar o país. Ou simplesmente será um dia em que se poupa graxas para as botas.
Mesmo sem fazer mossa a quem quer que seja, um protesto dos militares será sempre um protesto. Que só permite tirar uma conclusão: o país é mesmo irreformável.

domingo, 16 de novembro de 2008

A mancha - 2



Há políticos que viram a casaca. E há aqueles que “limitam” as mudanças ao aspecto. Um dos mais recentes a aderir a esta última tendência parece ser o ex-presidente da JSD e actual parlamentar laranja, Pedro Duarte.

O motivo deste new look parece óbvio: o porta-voz do PSD para a educação deve ter receado que a ministra da área o tomasse por um qualquer atirador de ovos.

2+2-3=9


Graças à TVI e ao programa CQC, percebi, finalmente, as razões que levam os professores a rejeitarem as avaliações. Para as câmaras de televisão, uma professora gritava, referindo-se à ministra da Educação:

"A gaja é surda!"

Uma outra não teve dúvidas em responder quem fora o último rei de Portugal:

"O que usava uma coroa".

E lá seguiu com uma bandeira na mão, avenida acima a gritar contra a ministra e sobretudo contra o sistema de avaliação. Pudera!
Do mesmo nível intelectual, o CQC encontrou nas ruas de Paris o povo - francês, claro - a garantir que "Portugal é uma monarquia", que "faz fronteira com França e Espanha" ou "faz fronteira com a África do Sul". Se um destes entrevistados for professor certamente estará contra o sistema de avaliações.

sábado, 15 de novembro de 2008

Jornalismo de modas

Com a resistência dos professores à avaliação, mais as manifestações que se seguiram, o país voltou ao oásis. Acabaram os assaltos às gasolineiras; terminaram os ataques às caixas de multibanco; a crise é uma maleita dos outros países menos fortes economicamente como são os casos da Alemanha e da França; o desemprego é um exclusivo dos espanhóis; e, o mais interessante de tudo, ninguém morre e ninguém nasce nas ambulâncias a caminho dos hospitais. O país e o Governo devem estar muito gratos aos professores. Ai, se não fossem eles...

Ovos duros de engolir

Há dias, uma câmara municipal, dirigida pelo PCP, organiou um debate sobre Educação - coisa alargada a várias esferas na área - e insistiu em ter a presença da ministra Maria de Lurdes Rodrigues. Como uma ministra de ovos estatelados tem medo, escapou. E fez bem. Ela afinal é governante e não o bobo da corte.

Nostalgia

Sinto-me a trabalhar numa redacção envelhecida, quando entro no carro de serviço e reparo que o rádio está sintonizado na M8O. Já lá vai o tempo em que a, seguir à TSF, a favorita era a Rádio Energia. Ou outra semelhante.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

A dar colo

José Sócrates resolveu participar na abertura oficial do ano lectivo da Escola Superior de Estudos Militares. Será na próxima segunda-feira, à tarde. É a primeira vez que um primeiro-ministro participa numa cerimónia destas. Bastou uns militares ameaçarem com protestos mais duros para o poder político correr com paninhos quentes. Na versão de um autarca, de há uns tempos, é a lógica de “quem não chora não mama”.

Kizomba na Marinha

No autocarro da Base Naval do Alfeite ouve-se kizomba. Agora percebi o lema da escola da Marinha: “A arte de fazer bem”.

Diplomacia testicular


Esqueçam a diplomacia económica e arrumem de vez a diplomacia do croquete. Isto é o relato do encontro de duas verdadeiras almas gémeas.

O Nouvel Observateur apresenta a versão gaulesa sobre como Nicolas Sarkozy convenceu a Rússia a travar os seus tanques no Verão passado, quando o Ocidente estava convencido de que Putin e Medvedev apenas parariam quando obtivessem a cabeça do presidente Saakashvilli numa bandeja. Ou algo mais…

A revista francesa cita Jean-David Levitte, conselheiro diplomático do Eliseu, para reconstituir o diálogo decisivo:

Nicolas Sarkozy: “Vocês não podem fazer isso, o mundo não o aceitará.”

Vladimir Putin: “Vou fazer pendurar o Saakashvili pelos tomates.”

NS: “Pendurar?”

VP: “Porque não? Os americanos fizeram o mesmo com o Saddam Hussein.”

NS: “Sim, mas tu queres acabar como o Bush?”

VP: (depois de uma pausa) “Ah, agora marcaste um ponto.”

“Está feito”, escreve o NO, “Saakashvilli salvou a cabeça e os…”

Só não fica claro que parte do “pendurar” pretendido por Putin é que Sarkozy não percebeu imediatamente…

Policias há muitos, seu palerma



Já se sabia que as polícias cá do burgo andam especialmente activas nesta altura do ano. Afinal o "povão" está à beira do natal e nada como ajudar o estado a endireitar as contas. Mas seja pelas últimas tropelias financeiras deste governo (o obcecado com o défice lembram-se?) ou pela conjuntura internacional, neste ano estamos a chegar a um ponto que até os próprios elementos das nossas bravas forças policiais não escondem um certo incómodo.

O Correio preto soube que foram estabelecidos objectivos "comerciais" com vista a ajudar a equilibrar as contas do estado, com prémios de produtividade e tudo. Como o ano está a acabar a loucura apoderou-se dos livros de multas de tudo o que fiscaliza esta terra. As nossas queridas: ASAES, GNR, PSP, entre muitas outras agências que fazem os maiores esforços por não sair anonimato, agarram-se a todo aquele (desgraçado) que pague rapidamente - de preferência nos queridos terminais portáteis de multibanco.

Tudo conta para salvar o nosso país da crise, resta saber apesar das multas qual o próximo BPN.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

A contar espingardas

O deputado do PS, António José Seguro, juntou uns quantos militantes socialistas no Hotel Roma, em Lisboa. Começou por prometer não criticar o Governo, mas não resistiu em puxar os galões do que sabe sobre ciência política. Vai daí, resolveu falar sobre a "arrogância que não deve ser a imagem de um governo de esquerda", referiu-se ao "autoritarismo" e não se esqueceu na "falta de diálogo".
Os socialistas aplaudiram e, sem a presença de José Sócrates, resolveram mostrar coragem: cada um falou, só o fez para criticar o Governo.
A umas centenas de metros dali, no Fórum-Lisboa, outros socialistas foram ouvir o ministro das Obras Públicas, Mário Lino, o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, e a secretária de Estado Ana Paula Vitorino a espalharem elogios sobre o projecto de Alcântara e como este Governo é tão "concretizador". A reunião acabou com muitos aplausos e muitos abraços.
Na sala do hotel, estavam as bases do PS e jornalistas de dois órgãos de comunicação social.
Na sala do Fórum, estavam deputados, dirigentes do PS, governantes, presidentes de conselhos de administração de empresas públicas e jornalistas de oito órgãos de comunicação social.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Futuro sorridente

Crisóstomo Teixeira, dirigente socialista sempre disponível para altos cargos, resumiu numa palavra a reunião do PS sobre Alcântara:

"Aleluia!"

Na sala, houve alguém que vaticinou mais e melhor futuro para Crisóstomo Teixeira

A verdadeira ministra

No mesmo debate, Mário Lino atrapalhou-se, além de 1917, com o número e volume dos contentores. Um dirigente do PS comentou em voz baixa: "O melhor era que ele deixasse a verdadeira ministra falar". Na mesa de honra, estavam Joaquim Raposo, Antóno Costa, Miguel Coelho e Ana Paula Vitorino.

Ai... o chip

Mário Lino garantiu, esta noite, num debate organizado pelo PS sobre a "Nova Alcântara" que o aeroporto da Portela "vai encerrar em 1917". Como estamos em Novembro e Outubro ainda está na memória, que data estaria o ministro, ex-militante do PCP, a pensar?

terça-feira, 11 de novembro de 2008

A mancha



O Secretário de Estado da Presidência de Conselho de Ministros Jorge Lacão, é um homem que goza de uma certa discrição junto da maioria dos portugueses (leia-se ninguém tem grande ideia de quem ele é) mas exibe um característica física que normalmente marca quem lida com ele: uma mancha escura (e peluda segundo alguns repórteres de imagem da nossa praça) na sua face direita.

Como é um homem confiante nunca a escondeu e sempre a exibiu sem temor que tal atributo prejudicasse a sua imagem de politico.

Estávamos nós ontem à noite - a trabalhar para as horas extraordinárias - no nosso balcão de atendimento postal quando "no grande espaço de debate da televisão portuguesa" fomos surpreendidos pela ausência da mancha na face do insigne secretario.

Fica a questão será que Jorge Lacão à beira de ano de eleições, prepara novo visual com vista a mais altos voos ou foi só o tal pluralismo (pela mão da diligente maquilhadora) da RTP a proteger a imagem do governante.

Socorro! Eles não me largam!

Durante a campanha, como contei aqui, bombardearam-me com pedidos de dinheiro, à média de 5 dólares por mail. Acabaram as eleições, o homem foi eleito, merece o lugar, mas o partido que o ajudou (pouco, muito pouco) a guindar-se à Casa Branca resolveu usar a mesma táctica. Agora querem vender-me uma t-shirt:

Emídio
In the months and years ahead, we're going to accomplish amazing things together. No president has ever had the support of such a powerful grassroots movement, and Barack and Joe will need you to continue fighting alongside them. But before we take the next step, we need to get our house in order. The Democratic National Committee poured all of its resources into building our successful 50-state field program. And they played a crucial role in helping Barack win in unlikely states like North Carolina and Indiana. We even picked up an electoral vote in Nebraska. The DNC took on considerable debt to make this happen. Make a donation of $30 or more now to help the DNC pay for these efforts, and you'll get a commemorative 2008 Victory T-shirt.

Como deu para reparar, não são nada meigos. Pedem 30 dólares. E como se não bastasse a organização que deu uma fortísima ajuda a Obama, também não se poupa na pedincha:

And to raise the money for that campaign, we've decided to offer an amazing Shepard Fairey "Victory" poster to everyone who donates $20 or more. Can you help launch our campaign to back up Obama—and get this beautiful poster to celebrate our win?

ANGOLA


HOJE FESTEJA-SE OS 33 ANOS DE INDEPENDÊNCIA!!! A primeira e definitiva. A segunda aconteceu quando morreu o assassino e torcionário, em 2002.

Maus sinais

Há duas bandeiras pretas, penduradas, na varanda de um apartamento no prédio onde vive José Sócrates.
O primeiro-ministro ainda estava em casa às 9.15, esta manhã, contrariando a ideia que faz passar que começa a laborar às 7 horas.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Full metal minister

Nós não somos de intrigas, mas estamos preocupados com a ministra da educação Maria de Lurdes Rodrigues. Deve ter feito confusão com o nome das cidades e" pirou-se" para o Porto no passado sábado enquanto em Lisboa desfilavam uns cem mil docentes - mais uns vinte mil familiares, digo eu.

Mas o pior era o discurso desarticulado, e um olhar vazio enquanto garantia que tudo vai bem na educação. Olhe que não, olhe que não!

Afinal os rapazes até tinham razão


A noticia data do início deste mês, mas nem por isso deixa de ser curiosa. O dirigente e líder do PNR de Sintra foi detido. O escândalo, o horror ... o normal?

Aqui no nosso centro postal, assolaram-me várias duvidas perante tão insólito facto, afinal este deve ser o centésimo quarto militante preso este ano. Qual seria a razão: violência? posse de armas? trafico de drogas?

Mas tudo estava errado. A verdadeira razão é (rufar de tambores), auxilio à imigração ilegal.

Pois é, António Frazão conhecido benfeitor do PNR ( ofereceu cerca de trinta cadeiras novas para a sede de Lisboa em Setembro do ano passado) “foi dentro” por ter cerca de trinta mulheres -número mágico ó António? - a trabalhar em bordéis do menino.

O líder do partido de extrema direita, José Pinto Coelho já fez saber que caso o companheiro do PNR de sintra viesse a ser condenado pelas acusações que sobre ele pendem, será expulso.

Resta saber se para liebe Führer (querido líder) português, o pecado reside no lenocínio ou no auxílio à imigração ilegal.

Sim, senhor Presidente

Segundo Luís Amado, Portugal deve preparar-se para “reavaliar” a sua presença no Afeganistão (leia-se, reforçar a actual presença militar) apenas porque aquele é um cenário prioritário para o novo inquilino da Casa Branca.

Independentemente de qualquer consideração política ou geostratégica sobre a opção norte-americana, esta predisposição para aceitar acriticamente as indicações que chegam do outro lado do Atlântico não difere da que, em 2003, levou o governo da altura a apoiar a invasão do Iraque.

Que, recorde-se, ao contrário da então direcção do PS, o actual MNE também apoiou, pelo que seria sempre mais ‘sensível’ a eventuais novas solicitações de Washington.

Se não vai a bem, vai a mal

A Irlanda, o único país que ousou pôr em causa a marcha triunfal da aprovação do Tratado de Lisboa, está “sob uma pressão cada vez maior dos seus pares da União Europeia para proceder rapidamente à ratificação do Tratado”, conta o Público de hoje (o artigo não está acessível no site do jornal, mas está disponível no blog da autora).

Agora, a genialidade, a raiar a chico-espertice, consiste em não referendar novamente o Tratado, mas sim a Constituição do país com as alterações que supostamente garantirão que os receios que motivaram o ‘Não’ estão agora acautelados. E, já agora, aproveita-se e acrescenta-se uma pequena modificação do texto fundamental para que deixe de ser obrigatória a ratificação por referendo de futuros tratados europeus.

“Por que razão é que as pessoas votariam contra uma Constituição que consagrasse todas as garantias pretendidas?”, disse ao jornal um dos autores da proposta. Certamente a esfregar as mãos de contente, embora essa parte não se veja (possível resposta: porque possivelmente se dariam conta da artimanha, mas não lhe digam nada).

O que só mostra que, nestas coisas de vontade popular, a UE tem uma visão peculiar das coisas: se as pessoas estão contra é porque "não perceberam" a bondade das propostas; se continuarem a ser contra depois de lhes ter sido tudo "explicado", inventam-se formas de repetir as votações até que acabem por as aprovar, eventualmente com outro nome.

Importa-se de repetir?

Tal como Luís Amado, o ministro das Obras Públicas, Mário Lino, tem uma clareza de discurso verdadeiramente notável. E provou-o hoje na Assembleia da República em resposta a uma pergunta lançada por um deputado do PCP:

"A despesa do Ministério das Obras Públicas desceu...desde 90 e... desde 90 e... desde 2005 até agora desceu 20 e tal por cento, se não estou em erro, ainda há pouco tinha memorizado, e esta (sic) é um facto e o pessoal diminuiu 20 e tal por cento, é um facto, desceu 13 por cento, entre 2005 e 2009, e as despesas e o número do quadro do pessoal diminuiram 20 e tal por cento também em número de quadros dirigentes. O pessoal diminuiu 21 e meio por cento e o número de quadros dirigentes também diminuiu 22 por cento. Estes são factos, senhor deputado".

Perdão?

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Obama as Doors

Para resolver a crise, Barack Obama propôs que a duração do subsídio de desemprego fosse alargada mais uns tempos. Por Portugal, houve quem não perdesse tempo. Paulo Portas descobriu que a proposta de Barack Obama não passa de um plágio ao CDS. Assim, como pai da ideia, o CDS vai desafiar José Sócrates a alargar o prazo do subsídio de desemprego. E o mais curioso é que o mesmo CDS gasta tempo a combater aquilo que Portas chama a subsidiodependência.

C...de coragem

Francisco Louçã fartou-se de receber elogios de deputados... do PS. O líder do Bloco de Esquerda bateu-se para que os possíveis condenados do caso-BPN não tivessem direito a indemnizações. Mas a proposta embateu na intransigência do PS e no aplauso do PSD. Mas, nos corredores, não faltaram deputados socialistas a cumprimentar e a dar razão a Louçã. Só que, lá dentro, no plenário, o voto foi outro. Pudera. 2009 está à porta, há eleições e, além disso, ninguém tem coragem de enfrentar as fúrias de José Sócrates.

Uma no cravo, outra na ferradura


Manuel Alegre votou, na Assembleia da República, contra o Código de Trabalho. Mas garantiu que não haverias danos para a bancada do PS. Contas feitas, um voto contra de Manuel Alegre e de mais quatro deputados, com aconteceu, poderia ser um grande risco. Bastava que todos os deputados dos partidos da oposição estivessem presentes – coisa, aliás, impossível de acontecer – para que a proposta do Governo morresse. Ainda assim, Manuel Alegre não arriscou: combinou com os outros deputados que votaram contra a viabilização do projecto, utilizando uma táctica simples: se a oposição estivesse toda presente, os outros deputados, melhor deputadas, optariam pela abstenção.
Assim, o deputado socialista e ex-candidato presidencial garantiu o melhor dos mundos: brilhou como gosta e não beliscou o PS e o Governo.

Barroso e a língua portuguesa

Longe os tempos em que o actual presidente da Comissão Europeia fazia questão de iniciar quase todas as suas intervenções públicas com uma introdução em português. Hoje, foi Nicolas Sarkozy a recordá-lo, ainda que involuntariamente.

Na conferência de imprensa de encerramento do Conselho Europeu, depois de Sarkozy acabar de falar em francês, passou a palavra a Durão Barroso, que decidiu fazer uma piada.

E anunciou que, para proteger as línguas minoritárias da União, falaria em inglês. O que levou à intervenção do presidente francês, que incentivou Barroso a falar na língua de Camões. Sarkozy ainda insistiu que o inglês não é a única minoria, mas nem assim. E Barroso lá continuou a sua intervenção na língua de Shakespeare.


Mas como deve ter ficado preocupado com eventuais más interpretações em torno do sucedido, Barroso tomou a iniciativa de abordar o assunto junto dos jornalistas portugueses, de uma forma algo… desajeitada.

Portugal avança com solução para a crise

Pouco antes de terminar a reunião do Conselho Europeu, a assessora de Luis Amado (que substituiu José Sócrates), foi avisar os jornalistas: o ministro iria fazer um anúncio importante.

Os repórteres esperaram impacientes pela conferência de imprensa para descobrir a novidade:

“A ideia que adiantámos foi a de se poder pensar a prazo numa estrutura que integre as organizações regionais e um conjunto de estruturas que estão hoje criadas a nível mundial com níveis diferenciados de integração e que do meu ponto de vista deviam ser convocadas para trabalhar em conjunto com Banco Mundial, bancos regionais de desenvolvimento, FMI, numa perspectiva de concertação do desenvolvimento e crescimento económico à escala global”, explicou Amado no seu estilo claro e directo.

Estranhamente, mais nenhum país fez qualquer referência a esta pérola lusitana, que surge como uma autêntica luz capaz de mostrar o caminho a um mundo assustado através da noite escura da crise financeira…

Tão velhos que estão...

Paulo Portas cruzou-se hoje com Pedro Santana Lopes nos corredores do Parlamento e estabeleceu este curioso diálogo:

PP - Oh.. pá, então, tás bom?
PSL - sim.. tudo bem
PP - Ouvi-te hoje no rádio ou na telefonia como diziamos no nosso tempo.

Não sei que tempo é esse que refere o líder do PP quando se falava de telefonia. Ou quando eram os dois jovens ou quando os dois partilhavam aquela governação que tanta saudades nos provoca.

À procura de soluções?


Sócrates falta a Conselho Europeu

Os líderes dos 27 vão ter que preparar a refundação do sistema financeiro internacional sem o inestimável contributo do primeiro-ministro português.

José Sócrates não estará hoje em Bruxelas, oficialmente devido à votação do orçamento em Lisboa.

Mas o Correio Preto descobriu uma razão mais prosaica para esta ausência. Como a reunião de Bruxelas dura apenas duas horas e Sócrates não se costuma distinguir pela pontualidade, deve ter achado que não valia a pena ir, pois quando chegasse à capital belga já a Cimeira teria terminado.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Somos testemunhas da História!!! - 3

Wassup - Oito anos depois




Uma dúvida que me assalta

Na crítica ao Orçamento de Estado, apresentado pelo Governo, Jerónimo de Sousa lançou-se com esta comparação:

“Nós lá na fábrica dizíamos que o papel aguenta tudo o que se tenta lá pôr”. *

A dúvida que me assalta é esta: o secretário-geral do PCP estaria a referir-se à fábrica onde passou uns meses há mais de 30 anos? Ou estaria a falar da outra "fábrica" onde tem lugar cativo há 30 anos?

*Citação retirada do jornal "Público".

Fugir como o Diabo da cruz

Uma reportagem da TVI andou a perguntar aos deputados, da direita à esquerda, se sabiam o valor do Rendimento Social de Inserção. Era vê-los numa correria! A maioria tentou fintar a pontaria da câmara e do microfone; outros, prevenidos pelos assessores, lá aceitaram responder; alguns, ufanos por terem uma luz apontada para eles, não resistiram, mas a câmara só captou o constragimento; uns poucos optaram pela má educação de virar a cara; e houve quem escorregasse na resposta. Quem assistir à reportagem, vai deliciar-se. Certamente imperdível.
Este blogue, solidário, dá uma ajuda para os próximos tempos: a média anual anda nos 180 euros, mas a de Agosto baixou para os 87.

Sugestão...colorida

Uma jornalista do jornal "Público" sugere que, cá em casa, se mude o nome do blogue: de correiopreto para correiobama.

Verdades como punhais

O PSD e o CDS acusaram o Governo de querer fazer aprovar uma lei geral das nacionalizações encapotada. Nos corredores do Parlamento, uma deputada do PS comentava para um dirigente do PSD e perante a proximidade dos jornalistas:
"Nós já nacionalizamos muitos órgãos de comunicação social e isso é que é encapotado".

PCP contra a nacionalização

O grupo parlamentar do PCP votou contra a nacionalização do BPN. Mas calma! Ninguém está ameaçado de expulsão! Os comunistas lá explicaram que desconfiavam de estar perante um disfarce de nacionalização, porque o Governo deixou de fora a parte que dá lucros: a dos seguros.
Mas não deixa de ser irónico assistir os comunistas e os bloquistas (alguns deles comunistas reciclados) a votar contra a nacionalização.
Nos corredores do Parlamento, Bernardino Soares, líder parlamentar do PCP, ainda brincava:

"Se o governo acrescentasse a nacionalização do BES, BPI e mais uns quantos, assinariamos por baixo".

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Somos testemunhas da História!!! – 2


E assim recebe guia de marcha o último elemento do grupo excursionista dos Açores.

Ainda a procissão vai no adro...

Ora aqui está alguém que, muito provavelmente, não partilha a alegria do Emídio.

Aproveitando o barulho das luzes provocado pelas eleições norte-americanas, o presidente georgiano demitiu o comandante supremo das forças armadas do país.

O mesmo que, obedecendo a ordens suas, desencadeou o ataque à Ossétia do Sul em Agosto, que acabou por se revelar como um dos maiores presentes que a Rússia recebeu nos últimos anos e um dos maiores desastres para a Geórgia.

Antes, de forma igualmente discreta, Saakashvili já tinha dado ordem de marcha ao seu primeiro-ministro.

Talvez Misha esteja a arrumar a casa, uma vez que os seus amigos de Washington estão de malas aviadas.

E com a oposição a prometer grandes manifestações anti-governo a partir desta sexta-feira, talvez o melhor seja o próprio Misha começar a fazer as malas.

Para continuar a acompanhar.

Somos testemunhas da História!!!


OBAMA!!!!!

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Profissionalismo 2

A Comissão de Orçamento e Finanças, na Assembleia da República, está reunida desde as seis da tarde. Foi entretanto interrompida porque os deputados do PS sentiram necessidade de ir buscar as suas propostas. É certo que a reunião está marcada desde ontem.
Agora, teme-se o pior: que as tais propostas do PS - se é que existem - estejam arquivadas num "magalhães".

Profissionalismo

O Governo comunicou a decisão de nacionalizar o BPN no domigo.
Na segunda e terça, os deputados do PSD estiveram reunidos nas suas jornadas parlamentares, em Évora, com a presença da própria líder Manuela Ferreira Leite. Acabado o longo encontro, eis que os deputados regressam a Lisboa com a consciência tranquila do dever cumprido.
Hoje à tarde, o líder parlamentar, Paulo Rangel, lembrou-se de convocar uma conferência de imprensa para falar... da nacionalização do BPN. O assunto esteve esquecido durante a concentração.
A comunicação social está mais preocupada com as eleições nos Estados Unidos e com o jogo do Sporting.

A marcar diferenças

Paulo Portas quis hoje corrigir Manuela Ferreira Leite que resolveu exigir um pedido de desculpas do Governo do PSD. Pedagógico, o presidente do CDS emendou-a:

"Se o Governo deve desculpas a alguém é às empresas a quem ficou a dever muito dinheiro durante muito tempo, aos seus trabalhadores, aos seus quadros, às suas administrações".

Paulo Portas não só corrigiu Manuela Ferreira Leite como, numa frase, estabeleceu diferenças. Reparem no sublinhado. Quer dizer, os quadros e as administrações não cabem nesse enorme grupo de trabalhadores. A não ser que o Governo deva também pedir desculpas aos quadros do Miró que enfeitam, algures, umas salas do BPN e de outras obras de arte que, alguns empresários, mais sensíveis, tenham comprado para embelezar os seus gabinetes.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Intervalo para o lanche...


Uma única secretária de Estado, no caso Teresa Ribeiro, foi empossada hoje pelo Presidente da República. Para assistir a tão religioso acto, foram precisos 28 carros oficiais topo-de-gama. Cada um deles trazia uma ilustre testemunha. Foi uma "passarelle" de ministros e secretários de Estado. A cerimónia durou 15 minutos.

Bendita crise


A Comissão Europeia arrasou as previsões de crescimento económico do governo para 2008 e 2009 e avisou que défice pode voltar a derrapar em 2010.

O governo reagiu pela voz de Manuel Pinho:

“Para 2009 o que eu registo é que pela primeira vez desde há muito tempo o crescimento do PIB será igual em Portugal e na Zona Euro”.

Mas então… se a economia portuguesa vai finalmente começar a convergir com a europeia, porque é que o governo não dá o devido destaque a este grande acontecimento?

Não me digam que é por o crescimento em causa ser de apenas… 0,1%.

A verdade sobre a nacionalização do BPN

O Correio Preto teve acesso em exclusivo a esta imagem que prova que o nosso primeiro ministro afinal tem um pendão socialista - espantem-se as almas. Parece que afinal a banca só nós quer ajudar.

Acreditem se quiserem.

Ao banqueiro e ao borracho...

…põe o Estado a mão por baixo.

O anúncio da nacionalização do BPN não surpreendeu ninguém no actual contexto. Estados controlarem bancos era um tabu que a actual crise se encarregou de destruir em poucas semanas.

Mas depois de assentar a poeira inicial percebe-se que, afinal, “a crise não derrubou o banco, mas pôs a nu uma gestão de "legalidade duvidosa" de administrações anteriores”, como explica o Público de hoje.

Ou seja, o banco estaria em tão mau estado e foi gerido de forma tão ruinosa que nem os outros bancos lhe quiseram pegar. Para não falar das ilegalidades que terão sido cometidas no processo.

E lá foi o Estado, com o dinheiro de todos nós, apagar o incêndio, em vez de se preocupar em responsabilizar os incendiários.

sábado, 1 de novembro de 2008

Potência reconhecida

O presidente francês telefonou ao presidente angolano para, em conjunto, tomarem decisões sobre o que fazer para acabar com os massacres na República Democrática do Congo. A Itália já anunciou que, na próxima cimeira do G8, em Janeiro, vai colocar na ordem de trabalhos a economia de Angola.
É bom lembrar que Luanda controla as forças armadas do Congo Democrático e que tem uma economia a crescer, por ano, à média dos 20 por cento.

Armas e têxteis em crise

Enquanto a brigada do reumático está preocupada em manter as mordomias, as alcavalas e mais uns privilégios do tempo da outra senhora, leio isto no jornal "Público":

Duas têxteis encerram e despedem 84 operários no Vale do Ave
Duas empresas do Vale do Ave, a SJC-Confecções e a Malhas JC e Silva vão fechar, lançando no desemprego 84 pessoas que já têm salários em atraso.

E não consta que os trabalhadores, muitos deles com a família inteira no desemprego, ameacem a estabilidade democrática. E boas razões têm para isso!