sábado, 19 de fevereiro de 2011

O tribunal da Polónia é que lhe topa os truques

Lesto a detetar "truques" dos políticos em Portugal - daqueles que não apoia, naturalmente - Alexandre Soares Santos, líder do Grupo Jerónimo Martins, é mais lento a falar dos problemas do grupo na Polónia. Os truques foram julgados e detetados pelos tribunais polacos, desde a primeira instância ao Supremo. Há dois anos, o jornal I relatava as decisões do Supremo tribunal numa notícia que aqui se reproduz parte:

Apoiando-se em depoimentos de testemunhas e em relatórios da Inspecção-Geral do Trabalho (IGT), o Tribunal de Primeira Instância confirmou que existiam infracções massivas aos direitos dos trabalhadores, como colaboradores com salário e contrato de part-time que eram obrigados a fazer horário completo. Deu também como provado que raramente eram pagas horas extraordinárias, eram proibidas idas à casa-de-banho nas horas laborais, havia ameaças de despedimento, entre outros exemplos. A IGT polaca confirmou ainda que a Biedronka mantinha o registo de horas de trabalho de forma desonesta e que as regras de higiene e segurança eram recorrentemente infringidas.

Destes truques da Biedronka, pertencente à Jerónimo Martins, é que o empresário Alexandre Soares dos Santos se "esquece". Ou apenas omite quando despeja certezas inabaláveis, como esta:

"Ele [os políticos] é que gostam de truques. O nosso sucesso assenta em trabalho."

Esse trabalho foi bem descrito pela Inspeção-Geral da Polónia.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O centro do centro, mas honesto

Como se sabe e se sente, há muito tempo que o MPLA abandonou o "socialismo científico", apregoado durante décadas, para assumir, na prática, uma outra postura ideológica. Só que, na teoria, essa outra postura ainda não constava do programa do partido. Até este fim-de-semana. Dirigentes do MPLA estão reunidos em Luanda para redifinir a sua posição ideológica e, de acordo com os seus principais dirigentes, a linha traçada chama-se "socialismo democrático". E foi esse socialismo que motivou a realização de uma mesa redonda. Na abertura da cimeira coube ao presidente do grupo parlamentar, Virgílio de Fontes Pereira, explicar aos delegados o que é o socialismo democrático abraçado pelo MPLA:

"Um partido do socialismo democrático anda mais para esquerda quando defende mais os princípios da igualdade, da liberdade, da socialização da produção, entre outros. Vai mais para direita quando apregoa uma maior intervenção no mercado”.

Este zigue-zague do MPLA serve de lições a muita gente. Primeiro para aqueles que andam à procura do "Centro" que podem encontrar aqui um modelo; depois para aqueles que se dizem comunistas e vêem no MPLA um partido "camarada" de percurso e aliado de todas as horas; e, por fim, para os partidos de direita que, por esse mundo fora, não se cansam de "piscar os olhos" (de mão estendida ou apenas com cumplicidade ideológica) ao MPLA. O partido no poder em Angola tem assim braços largos e um colo quente.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Ataque aos hipócritas

A propósito das loas que se ouve e lê por aí à música dos Deolinda, vale muito - mas mesmo muito - ler o que escreve Rui Pelejão Marques sobre os hipócritas que não têm vergonha de falar da "geração lixada".

sábado, 12 de fevereiro de 2011

O que seria do Mundo sem esta clarividência?

Luís Amado, ministro dos Negócios Estrangeiros, em declarações a diversos órgãos de comunicação social:
"A situação no Egito ainda é muito complexa"

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Quando o povo é empurrado...

O Líder Supremo do Irão, aitollah Ali Kamenei, já festejou a queda de Hosni Mubarak, considerando que foi uma "vitória do povo egípcio". As garras, há muito, que estavam afiadas. Agora, já as mostram. Daqui a nada, têm-nas no poder.

Facada no Durão

Miguel Relvas, secretário-geral do PSD, disse hoje numa entrevista à SIC-Notícias que "todos os primeiros-ministros, eleitos depois de 1995, falharam" justificando a análise com o facto de ter havido "aumento de impostos, aumento do défice e aumento do desemprego"., em cada um desses governos.
Depois de 1995, foram eleitos António Guterres, DURÃO BARROSO e José Sócrates. Pelo meio, houve outro primeiro-ministro, mas não eleito: Pedro Santana Lopes.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Quem desassossega, amigo é

Agora que aumenta o 'suspense' no Egito, sobre o futuro do país e sobre o destino de Hosni Mubarak, é altamente recomendável que se leia este Prémio Pulitzer, de Lawrence Wright. Fica-se a perceber, antes de mais, as origens da Al-Qaeda e do radicalismo islâmico: escolas, faculdades e mesquitas no... Egito. E fica-se a perceber que aquelas manifestações não são, de todo, espontâneas. Desconfio que a comunidade internacional (essa vasta agência de interesses vários) vai ter muitas saudades do ditador Mubarak, caso ele caia.

As motivações para uma liderança

Conversa ouvida entre dois responsáveis do PS sobre o que se poderá no próximo congresso socialista:
- Achas que o Carrilho se candidata?
- Só se houvesse uma alteração estatutária em que o secretário-geral passasse a ganhar 10 mil euros por mês, mais cartão de crédito 'gold' e carro preto.