Como se sabe e se sente, há muito tempo que o MPLA abandonou o "socialismo científico", apregoado durante décadas, para assumir, na prática, uma outra postura ideológica. Só que, na teoria, essa outra postura ainda não constava do programa do partido. Até este fim-de-semana. Dirigentes do MPLA estão reunidos em Luanda para redifinir a sua posição ideológica e, de acordo com os seus principais dirigentes, a linha traçada chama-se "socialismo democrático". E foi esse socialismo que motivou a realização de uma mesa redonda. Na abertura da cimeira coube ao presidente do grupo parlamentar, Virgílio de Fontes Pereira, explicar aos delegados o que é o socialismo democrático abraçado pelo MPLA:
"Um partido do socialismo democrático anda mais para esquerda quando defende mais os princípios da igualdade, da liberdade, da socialização da produção, entre outros. Vai mais para direita quando apregoa uma maior intervenção no mercado”.
Este zigue-zague do MPLA serve de lições a muita gente. Primeiro para aqueles que andam à procura do "Centro" que podem encontrar aqui um modelo; depois para aqueles que se dizem comunistas e vêem no MPLA um partido "camarada" de percurso e aliado de todas as horas; e, por fim, para os partidos de direita que, por esse mundo fora, não se cansam de "piscar os olhos" (de mão estendida ou apenas com cumplicidade ideológica) ao MPLA. O partido no poder em Angola tem assim braços largos e um colo quente.
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