domingo, 27 de setembro de 2009

A realidade vista por óculos cor-de-rosa

A sede do PCP, em Lisboa, ainda se chama Centro de Trabalho Vitória.

Já se adivinha o discurso de Portas

Antecipação do discurso de Paulo Portas, nesta noite, inspirada no que foi dito na campanha eleitoral:

"Meus amigos, minhas amigas:
Oiçam, foi um resultado extóórdinário, graças a Deus e ao trabalho, trabalho, trabalho. Conseguimos ficar à frente da esquerda radical dos trostkistas e estalinistas que até têm um museu do ateísmo. Agora vou ali fumar meio cigarro e beber um café, o meu vício mínimo garantido. Obrigadíssima."

Um dos homens mais felizes da noite eleitoral

Desconfio que Paulo Portas vai agora assistir agitado ao tsunami no PSD. Ele é dos mais interessados do que se vai passar na casa laranja e o mais interessado em ajudar a fazer mossa.

Os derrotados da noite

A TVI, Manuela Moura Guedes, José Manuel Fernandes, "Correio da Manhã" e a Fenprof fazem companhia ao PSD, a Manuela Ferreira Leite e ao PCP.

Facas afiadas

De acordo com as projecções - que se vai sabendo - o PSD actual arrisca-se a ter uma votação inferior ao PSD de Pedro Santana Lopes. Luís Filipe Menezes, Rui Rio e Pedro Passos Coelho já devem estar a afiar as facas.
A CDU - em especial o PCP - vai ficar em quinto. António Filipe, um dos melhores deputados, pode nem sequer ser eleito. Como pela Soeiro nada muda, as facas ficam guardadas até o PCP chegar aos gloriosos dois deputados.
O PS aguenta-se. Depois de enfrentar tudo e todos, José Sócrates ganha as eleições. No PS, as facas ficam pelo armário.

Isto está mau

O CDS, mesmo antes das oito da noite, já começa a reduzir os objectivos traçados nesta campanha. Por enquanto, só fala em "derrubar a maioria absoluta". Para quem não sabe, recordo as quatro metas: ficar em terceiro lugar, à frente da CDU e do Bloco; conseguir uma maioria de direita na Assembleia da República; retirar a maioria absoluta ao PS; subir em relação aos resultados obtidos em 2005.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Reflexão




Para calmamente reflectir.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

À palha!



Um candidato do CDS-PP à Câmara Municipal de Moura, de seu nome Pedro dos Reis, foi detido sexta-feira pela GNR, por estar a furtar palha, numa herdade localizada na cidade alentejana.

A presidente da distrital de Beja do CDS, Sílvia Ramos afirmou: "A minha decisão é simples. Somos democratas-cristãos e está explícito na Bíblia que quem nunca pecou que atire a primeira pedra. Não é por meia dúzia de fardos velhos que vamos tirar a pessoa da lista, neste momento. Cabe à Justiça e a Deus julgarem o acto".

Conclusão: roubar para comer não é pecado, abençoados sejam!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Um cuidadoso e espontâneo opositor







Em Guimarães, Paulo Portas enfrentou o maior opositor desta campanha. Numa rua, um "popular" foi ter com a caravana do CDS e, em minutos, desancou nas ideias do líder centrista sobre o rendimento social de inserção. Alguém ficou com a impressão que o dito "popular" já tinha o discurso encomendado e não era tão espontâneo como se imaginava. Dias depois, ei-lo na sua espontaneidade espontânea.

(lá atrás, lá atrás).

Um caso de roubo de identidade?

Este post é um aviso de amigo a um professor universitário e a um dos conselheiros de Durão Barroso, visto que um deles está claramente a ser vítima de um abuso com fins não completamente claros.

O membro do gabinete de Durão Barroso chama-se JMA e a sua fotografia pode ser vista no site da Comissão Europeia. O professor universitário também se chama JMA e a respectiva imagem aparece no Diário Económico, onde o referido docente costuma publicar artigos de opinião.

As parecenças são evidentes, mas acho que não nos devemos precipitar, até porque o que não falta por aí é programas de photoshop e gente disposta a abusar das novas tecnologias para usurpar feitos alheios.

Ora pelo tom do último artigo do professor, sobre “a vitória de Durão Barroso”, somos levados a pensar que o mesmo foi plagiado de algum documento oficial da Comissão Europeia ou que, se calhar, até foi escrito por algum colaborador do presidente da dita.

Mas ainda bem que assim não é, senão ainda podíamos ficar com dúvidas sobre a isenção da análise. A menos que me esteja a escapar qualquer coisa.

À procura do proximo túnel e

do acordo secreto entre o PS e o BE

terça-feira, 22 de setembro de 2009

socraminator

Depois de ter conseguido desempregar Manuela Moura Guedes e Fernando Lima o primeiro ministro está imparável atente-se na noticia do DN:

José Sócrates requereu a abertura de instrução do processo que colocou ao jornalista João Miguel Tavares pelo artigo de opinião que assinou no DN com o título "José Sócrates, o Cristo da política portuguesa". Recorde-se que o processo tinha sido arquivado pelo Ministério Público considerando que o artigo não ultrapassava os limites da crítica ao primeiro-ministro enquanto figura pública. Com esta decisão, Sócrates mostra que quer dar continuidade ao litígio. João Miguel Tavares é um dos nove jornalistas processados por Sócrates (cinco são da TVI, três do Público e o colunista do DN).


Fujam todos!

Mée

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Se até Deus pediu um sacríficio, por que Fernando Lima iria escapar?


Cavaco Silva é um verdadeiro cristão.

A verdade sobre as escutas ou ...

... nas palavras do professor "um enorme equivoco". Ele lá saberá porquê!

domingo, 20 de setembro de 2009

Foi saber das virtudes dos PPRs




Joana Amaral Dias apareceu hoje na campanha do CDS. Calma. Foi apenas para fazer uma rep-crónica, uma espécie de reportagem ao estilo de crónica, para ser publicada no jornal "Correio da Manhã".

Mas houve logo quem desconfiasse que havia segundas intenções na presença da dirigente do Bloco: saber se Paulo Portas falaria sobre os PPRs e as suas respectivas qualidades.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

O CDS chegou finalmente à campanha







Elas exalam a perfume, usam sapatos altos e bicudos e vestem-se como se fossem à missa. Eles usam camisas com os primeiros botões desapertados, mostrando os pêlos e os colares e os crucifixos e calçam sapatos-vela. Outros preferem a gravata às riscas e casacos com botões dourados. Há um jaguar à porta.

O jantar em Famalicão trouxe o verdadeiro CDS à campanha. O PP anda sumido. O lombo de porco deu lugar ao bacalhau. A sopa de batata foi substituída pelo creme de legumes e as entradas de presunto. Ninguém come de boca aberta. Houve uma chuva de confetis e o jantar, desta vez, é pago.

Mais?

Xiuuuuuuuuuuuuu!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Há que estabelecer prioridades

Pires de Lima, presidente do Conselho Nacional do CDS, não esteve presente no jantar de ontem, oraganizado pela distrital do Porto com presença de Paulo Portas. Mas justificou a ausência: foi assistir, a Londres, ao jogo Chelsea-Porto. De facto, em plena campanha eleitoral, há quem saiba perfeitamente em que campo deve jogar.

And the winner is...

Barroso foi reeleito com 382 votos, mas não foi o único vencedor desta votação. Bernardo de Miguel, correspondente em Bruxelas do jornal espanhol Cinco Días acertou na mouche e recolhe os 180 euros do prize money (houve dois palpites de última hora, dos eurodeputados Miguel Portas e Marisa Matias) da aposta "Go Barroso, Go!".

Enquanto Durão reagia de forma emocionada ao resultado (é mesmo verdade, o homem estava quase à beira das lágrimas. A menos que fosse alergia, claro...), o verdadeiro vencedor do dia comentou este desenlace em exclusivo para o Correio Preto: “Pelo menos serve-me de consolo”.

Go Barroso, Go!

O Correio Preto lançou uma aposta entre jornalistas para saber com quantos votos Durão Barroso será reeleito como presidente da Comissão Europeia.

Mas como acontece frequentemente com as boas ideias, o pequeno monstro rapidamente ficou fora de controlo e acabou por chegar ao hemiciclo do Parlamento Europeu e ao gabinete do próprio Barroso.

Chegaram apostas de eurodeputados (Daniel Cohn-Bendit e Rui Tavares, cujo palpite não será divulgado, a menos que ganhem, claro), de conselheiros de Durão, funcionários do parlamento, diplomatas e, afinal, até de alguns jornalistas. A “coisa” acabou mesmo por ser baptizada: “Go Barroso, Go!”.

Ao todo 70 palpites. 41 pensam que Durão terá a maioria estipulada pelo Tratado de Lisboa (369 votos), os demais pensam que ela será inferior.

A média aponta para uma votação de 377 votos.

Cada aposta custou 2,5 euros (o que dá um jeitoso prize money de 175 euros. Caso ninguém ganhe, o destino do dinheiro ainda não está totalmente decidido… O vencedor será conhecido dentro de alguns minutos.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Cada qual é livre de escolher o funeral mais feliz

Manuela Ferreira Leite visitou hoje o distrito de Santarém em mais uma acção de campanha. Moita Flores, o presidente da Câmara de Santarém e recandidato na lista do PSD, está na Suíça a observar fornos crematórios.

Francisco Louçã e o "O Diabo":a mesma luta


Coincidências felizes

José Sócrates vai na próxima quinta-feira almoçar a Paris com emigrantes portugueses e segue daí directamente para Bruxelas, onde à noite decorrerá um Conselho Europeu.

A viagem será feita de… TGV, numa altura em que a polémica em torno do dito domina a campanha eleitoral. Embora do gabinete do PM jurem a pés juntos que tudo não passa de uma coincidência, que a decisão foi da agência de viagens que organizou o périplo do líder do PS.

Miguel Portas falou, logo existiu… pelo menos durante alguns momentos

No debate sobre a reeleição de Barroso, hoje em Estrasburgo, Miguel Portas estreou um novo instrumento do debate parlamentar que permite interpelar um orador. Será que o deputado bloquista aproveitou para entalar o ex-primeiro-ministro português? Não. Preferiu apanhar boleia da polémica suscitada antes pelo PSD e pelo CDS (por nem todos os deputados do PS apoiarem Durão) para apontar baterias ao líder dos socialistas europeus, o alemão Martin Schulz, a quem perguntou:

“Quantos deputados do seu grupo, portugueses, espanhóis e ingleses, já deram o seu apoio ao candidato, independentemente das opiniões que o colega Schulz tenha?”

Schulz respondeu e Portas foi ficando cada vez mais pequenino na sua cadeira:

“Tenho que admitir que não conheço o colega e fico muito feliz por termos aqui um novo colega. Ah!, já cá está há mais tempo? Ainda não tinha reparado nele, mas depois do que ouvi já entendo porquê.”

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Parece que não há asfixia democrática no Reino do CDS


Com Deus e Portas no coração

Paulo Portas esquivou-se, esta tarde, a responder claramente se poderia dar num bom ministro da Agricultura. Mesmo com a insistência dos jornalistas. Ao lado, Telmo Correia - lembram-se, aquele candidato à liderança do CDS que foi rejeitado pelo próprio partido e depois nem conseguiu ser eleito vereador em Lisboa? - dizia que, seguindo a lógica de qualidade, Paulo Portas deveria "ser ministro das Finanças, da Economia....".
Imagine-se portanto um Governo criado por Telmo Correia:
Primeiro-ministro: Paulo Portas
Ministro da Defesa: Paulo Portas
Ministro da Economia: Paulo Portas
Ministro adjunto do PM: Telmo Correia (ajuda o PM).
O restante executivo: Paulo Portas

Na feira, mas com brilho


Estes sapatos já percorreram muitas mihas em feiras, incluíndo com passagens por amostras de gado. O que é curioso é que não perdem o brilho. Há quem diga, na campanha do CDS, que os ditos têm um ar pouco agrícola.

O novo Jesus

domingo, 13 de setembro de 2009

Portas em ritmo brando

Em campanha eleitoral, Paulo Portas resolveu cancelar uma arruada - aquelas iniciativas terceiro-mundistas em que os dirigentes partidários resolvem incomodar as pessoas nas ruas - em Vila Pouca de Aguiar. O caso não era para menos: não havia povo nas ruas.
Só na cervejaria "Defacto" e no café "Muletas" é que se via vivalma. À espera do Benfica...

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Pronto, ficamos quites

Depois de ter entalado José Sócrates com a decisão de suspender o JN6 da TVI, a Prisa decidiu emendar a mão.

Fê-lo através de um artigo de análise da campanha eleitoral publicado na edição de hoje do El País, ao longo do qual se limita a fazer eco da caricatura que José Sócrates faz de si próprio (o modernizador progressista) e da sua adversária (a conservadora fascizóide), para concluir que dia 27 os portugueses terão que escolher entre as duas únicas direcções possíveis do seu destino: para a frente ou para trás, com o progre ou a facha (diminutivos carinhosos utilizados em espanhol para designar fascistas e progressistas).

Uma análise tão profunda que não deixa escapar o facto de Sócrates ser benfiquista e Ferreira Leite (“a senhora…”) sportinguista, Ferreira Leite ter tido um bisavô monárquico e Sócrates um tio-bisavô republicano, concluindo que em comum têm apenas o facto de serem divorciados e de não lidarem bem com as críticas.

Nem o Acção Socialista faria melhor.

Prognósticos

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Gama leninista

Jaime Gama, num discurso vigoroso, repetiu a receita do PS para fazer uma boa política, citando um pensador frnncês:

"A primeira questão da política é a educação, a segunda questão política é a educação, a terceira questão política é a educação".

Se Neima Gama fosse mais poupado nas palavras, citaria Lenine: "aprender, aprender sempre"

E o Costa?

No comício/jantar do PS, a decorrer na FIL, em Lisboa, António Costa foi o primeiro orador a ser chamado ao palco. Minutos depois, alguém repara que o presidente da Câmara de Lisboa ainda não tinha chegado. Jaime Gama substituiu-o à pressa. Na sala, houve quem sugerisse que António Costa ficou preso no trânsito lisboeta. Provavelmente, entalado nas obras do Terreiro do Paço.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Um director da TVI mais do agrado de Sócrates?




Sentidos de oportunidade

Os cabeças de lista do PSD e do CDS nas eleições europeias continuam de corpo e alma em Portugal. Pelo menos enquanto dura a campanha eleitoral. Ontem Paulo Rangel questionou o patriotismo de “alguns socialistas portugueses” por não apoiarem a candidatura de Barroso a um segundo mandato. Corajosamente, não referiu quais. Logo a seguir foi a vez de Nuno Melo, cheio de originalidade, a dizer exactamente a mesma coisa. E lá apontou o dedo a Elisa Ferreira e Ana Gomes.

Se é verdade que Ana Gomes nunca escondeu o ódio de estimação que nutre por Durão, também é certo que nunca se pronunciou de forma declarada contra a sua reeleição. Ao contrário de Vital Moreira, que depois lá acabou por “clarificar” a situação. Quanto a Elisa Ferreira, não são conhecidas nenhumas posições públicas sobre o assunto.

Curiosamente, nenhum dos três esteve presente na reunião que o grupo socialista realizou hoje com Durão Barroso para discutir o seu programa para os próximos cinco anos…

Sintonia socialista

Durão Barroso foi hoje recebido pelo grupo socialista do Parlamento Europeu, no âmbito da sua candidatura a mais um mandato à frente da Comissão Europeia. Depois de duas horas a chefe da delegação portuguesa, Edite Estrela, garantiu que os socialistas portugueses apoiarão Barroso “sem ambiguidades” e manifestou-se confiante que mesmo o grupo socialista “não vai votar contra” e que talvez até “possa apoiar” Durão ou abster-se.

Depois de considerar que as suas propostas para sair da crise são "totalmente inadequadas", o presidente do partido, o dinamarquês Poul Nyrup Rasmussen garantiu que o grupo iria “abster-se ou votar contra” Barroso.

O presidente do grupo, o alemão Martin Schulz esclareceu que pessoalmente é contra Durão, mas que vai seguir a linha do grupo. Se a conseguir encontrar, claro.

Sentido de Estado... torpe

Se um deputado angolano insinuasse que Cavaco Silva era proprietário de umas empresas, dona de umas rádios e de uma produtora musical, cairia, em Lisboa, o carmo, a trindade e com sismos em São Bento e Belém. E o embaixador português, em Luanda, faria o devido protesto. E, de facto, o genro de Cavaco Silva (e por conseguinte a filha) é um empresário.
Mas ontem, na RTP, um deputado português, Francisco Louçã, insinuou que José Eduardo dos Santos, presidente de Angola, é co-proprietário da GALP, juntamente com Américo Amorim. E mais: na torpeza, acrescentou-lhe a malévola sugestão que foi o próprio José Sócrates que inspirou e facilitou a operação de venda de parte da GALP a José Eduardo dos Santos.
Ou Francisco Louçã tem provas que o presidente angolano é empresário - e deve ser o único a tê-las - ou revela pouco sentido de Estado para um deputado. Ou então Louçã confunde José Eduardo dos Santos com os ditadorzecos que ele e os seus acólitos andaram a apoiar durante tantos anos.
Mas Louçã até tem uma desculpa: ficou tão atrapalhado no debate com José Sócrates, sobretudo com o programa do Bloco de Esquerda que ele próprio parece não ter lido e com aquela brilhante ideia de retirar deduções fiscais a toda a classe média, que falou em "knock-out".

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Reunião

importa-se de repetir?

"Região da Madeira é bastião da democracia em Portugal" Manuela Ferreira leite dixit.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Aerodeputados

Até há pouco tempo era frequente encontrar os eurodeputados portugueses em classe económica nas viagens entre Portugal e Bruxelas ou Estrasburgo. Seria uma forma de os parlamentares estarem mais próximos do “povo”? Nem por isso. É que mesmo viajando em económica e pagando a tarifa mais baixa, recebiam posteriormente do Parlamento Europeu (PE) um montante correspondente ao bilhete mais caro nessa viagem, podendo meter ao bolso a diferença. O que era uma forma simpática de arredondar o fim do mês.

Mas isso acabou com a entrada em vigor nesta legislatura do novo estatuto dos deputados PE que, além de criar um salário único, procura tornar mais transparente o sistema de reembolso de despesas. Uma das formas encontradas, qual ovo de Colombo, foi passar a pagar aos deputados o montante exacto que gastem nas viagens (parece elementar, mas foram necessários anos e anos para fazer os eleitos europeus aceitar esta alteração).

E agora é ver os eurodeputados portugueses todos a viajar em primeira classe. O Correio Preto confirmou que PS, PSD e PCP já efectuaram o confortável upgrade. Do CDS não há notícias, mas é de esperar que imitem os anteriores. A excepção é o Bloco. Na passada sexta-feira os três eleitos do partido fizeram a viagem entre Bruxelas e Lisboa em classe económica. Falta saber se é por opção ideológica ou se ainda não estão a par das mudanças no sistema de pagamento das viagens.

Com o credo na boca

Paulo Portas está quase afónico, horas antes do debate com Jerónimo de Sousa na televisão. O líder do CDS está a discursar na AIP e prometeu ser breve para poupar a voz. Há quase uma hora que não se cala. Até fala em "luta de classes" e nos impostos que todos pagam, como se os grandes empresários não soubessem disso.
Rocha de Matos, o eterno presidente da AIP, só quer saber o que Portas pensa sobre a política para as.... PMEs. O que só lhe fica bem, isto dos grandes andarem preocupados com os pequenos.

domingo, 6 de setembro de 2009

Convenção apimentada

Carlos Pimenta, ex-dirigente social-democrata, ex-secretário de Estado e especialista em questões ambientais, apareceu num vídeo na Convenção do PS, a falar em energias renováveis. Só que ele não deu autorização para a utilização dessas imagens em iniciativas partidárias e, por isso, fala em ética. Oiçam-no na TSF. Ou leiam-no no online da TSF

Braga desligada

Afinal, António José Seguro não veio à Convenção socialista por se encontrar doente e, por causa de um conselho médico, ficou retido em Braga. O dirigente do PS até avisou a organização socialista para esse impedimento. Mas, na lista entregue aos jornalistas, constava o nome dele como orador e até com hora marcada: 18.55.
Se alguém avisasse, teria sido evitada a relação entre o que disse António Costa e a ausência de António José Seguro. E será que Costa sabia ou sabe da impossibilidade do cabeça-de-lista por Braga?

"Inimigos" na convenção

Na convenção do PS, já falaram os "independentes" Jerónimo Sousa e José Manuel Fernandes, ambos empresários. Não há por aí uma independente que se chame Manuela? Pode ser Moura Guedes ou mesmo Ferreira Leite.

Alô, Braga

Um recado de António Costa, deixado na Convenção do PS, em Lisboa:

Em todas as batalhas do meu partido eu estou aqui por que não seria capaz de estar noutro lugar, nem sentado em casa a assistir aos meus camaradas a lutarem enquanto ficava à espera de ver qual era o meu resultado eleitoral (...). Um socialista não faz cálculos de conveniência.

Na convenção, estão presentes todos os cabeças-de-lista das próximas eleições legislativas. Todos? Não. Falta o de Braga: António José Seguro.

Níveis de confiança em baixo

António Costa, presidente da Câmara de Lisboa e dirigente socialista, veio à convenção do PS apelar ao voto com este argumento:

"Nós sabemos que quando o voto da esquerda se divide nas eleições não se une a seguir às eleições. Quer o Bloco quer o PC já disseram que não querem governar com o PS, não querem fazer nenhum acordo eleitoral com o Partido Socialista. É por isso muito claro que quem não quer um governo da direita, só tem uma opção na actual conjuntura político-partidária: votar no Partido Socialista".

Sinais socialistas

Um écran gigante mostra os candidatos do PS às câmaras municipais. No aplaudómetro, António Costa é líder destacado: colheu o maios entusiasmo da tarde. Mas Elisa Ferreira, Joaquim Mourão e José Apolinário (sem bigode) também foram recebidos com grande entusiasmo. E três participantes bateram palmas a Mesquita Machado.

Pouca resistência

Não sei se é do calor, ou se dos discursos "animados" de Jorge Lacão, Alberto Martins e do empresário Jorge Armindo, mas os socialistas continuam a abandonar a sala do Coliseu de Lisboa.

Almoço aziago

O almoço derrotou muitos socialistas. De repente, o Coliseu de Lisboa ficou mais vazio. Deve haver outros interesses por outros lados. Quem não está perde Jorge Lacão a zurzir em Pacheco Pereira.

A convenção socialista num minuto

Formaram-se filas para entrar no Coliseu de Lisboa, mas a sala não está cheia. Parte da sala foi cortada para que os participantes fiquem mais aconchegados. Para provar que há sempre uns mais do que outros, Carlos Zorrinho colocou-se no meio da fila, ultrapassando umas dezenas de camaradas dele.
A Convenção socialista deveria começar às 11, mas só se iniciou pouco depois do meio-dia. Os oradores são tantos - e cada um com direito a cinco minutos de palco - que esta reunião de auto-elogio pode terminar amanhã.
Há um filme sobre os méritos da educação do Governo, mas aparece por lá um dissidente: um miúdo usa um 'toshiba' e não um 'magalhães'. No filme, uma professora, feliz, diz que "a recuperação das escolas é notório (sic)".
Na lista dos intervenientes, consta... Jerónimo Sousa". É outro.
A escritora Isabel Alçada não poupa elogios à política de Educação. Fixem o nome, por favor, para depois de 27 de Setembro.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

A suspensão, o nojo, a distracção e... Joana D'Arc

Todos aqueles que estão preocupados com a "asfixia democrática" e a "falta de liberdade de imprensa" deveriam escrever o que pensam sobre um certo tipo de jornalismo que a (alguma) TVI produz. Ou bastava que assumissem as críticas que fazem nos cafés ou em corredores. Só o que se assistiu esta noite, no "defunto" Jornal da Sexta, justificava a suspensão de qualquer noticiário. Na Páscoa, escrevi isto a propósito da insidiosa campanha contra José Sócrates:

Aquilo que assisti durante um ou outro fim-de-semana, com início nas noites de sexta-feira, enoja-me como jornalista. E envergonha-me. A Páscoa trouxe umas tréguas, mas desconfio que foi apenas um intervalo. A campanha começa dentro de momentos. Se não for com o freeport, há-de ser com outra coisa qualquer.

Como previa, eis o regresso da campanha, feita de uma forma irresponsável. Como o uso dos nomes do grupo de José Sócrates já estava esgotado, foram agora buscar André Figueiredo, membro do secretariado nacional do PS, por, alegadamente, estar envolvido na campanha de 2001. Bastava uma pequeníssima investigação, ou apenas espreitar o currículo do jovem André Figueiredo, para se concluir pela inverosimilhança de tal informação. Seria tão simples.
Assim se faz o jornalismo da TVI.
Os mesmos que clamam a tal "liberdade de imprensa" poderiam fazer um exercício contabílistico e rapidamente saberiam quanto é que pode custar, aos cofres da TVI, o pagamento de indemnizações.
E os mesmos que clamam pela "liberdade de imprensa" distraiem-se com a TVI. E nem reparam que, por outros lados, essa liberdade tem sido posta em causa todos os dias. Com atropelos sucessivos aos princípios básicos do jornalismo. E nem por isso se ouvem declarações inflamadas de políticos ou apelos patéticos de... jornalistas.
Mas não. Em dois dias, transformou-se uma potencial assassina do jornalismo em Joana D'Arc.

Manuela quê?!

Manuela Ferreira Leite queria ser recebida por Angela Merkel na chancelaria, em Berlim. O conteúdo do encontro era irrelevante, o importante era, no arranque da campanha eleitoral, obter as valiosas imagens televisivas ao lado da mulher mais poderosa da Europa.

O encontro está a decorrer neste preciso momento em Berlim. Mas Merkel só confirmou a sua disponibilidade ao fim de longas e incansáveis diligências por parte do PSD. A reunião acontece na sede da CDU e não na residência oficial da chefe do governo. O lado alemão proibiu as filmagens e apenas distribuirá fotografias do encontro. Ferreira Leite teve que apanhar uma seca de meia hora à espera de Merkel. Mais tempo do que os escassos 25 minutos de audiência que estão previstos.

É que a chancelerina tem mais que fazer: além de um país para governar, tem umas eleições para disputar no dia… 27 de Setembro. Além de que é difícil imaginar o que é que as duas terão para conversar. Por isso, a líder do PSD, além da foto para o álbum de recordações, bem pode agradecer a crise em torno da TVI, para poder ter alguma coisa para dizer às televisões que a acompanharam à capital alemã.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Um dia para esquecer

Antes de entrar para a sala da comissão do Parlamento Europeu onde ia apresentar o relatório da actividade do Eurojust em 2008, Lopes da Mota falou brevemente aos jornalistas e, já com os microfones desligados, aproveitou para se queixar.

Queixou-se mais ou menos de tudo e de todos (políticos, jornalistas, magistrados) e, sobretudo, da falta de reconhecimento em Portugal da importância do seu trabalho “lá fora” em contraste com o prestígio de que goza junto dos seus pares europeus. Ideias que repetiria perante a comissão parlamentar (“gostaria de ser respeitado em Portugal, como sou respeitado no Eurjust”).

E lá foi falar de coisas sérias com os eurodeputados. O primeiro solavanco surgiu quando Nuno Melo, de forma um pouco forçada (“tentei fazê-lo na AR mas os socialistas não deixaram…”), o interpelou sobre o caso Freeport. O presidente do Eurojust irritou-se, respondeu longamente e até voltou ao assunto mais tarde. Os outros eurodeputados ouviam entediados, o presidente da comissão pedia que não se perdesse muito tempo com aquela “questão nacional” que, obviamente, não era para ali chamada.

Mas o pior foi quando, de onde esperava reconhecimento do seu trabalho pelo seu devido valor e, quiçá, algum carinho e compreensão, surgiram críticas simplesmente… demolidoras. Um parlamentar espanhol afirmou que o relatório apresentado mostrava que o Eurojust “não funciona”, faz “muito poucas coisas” e apresenta uma “estatística muito pobre”. Pelo que se impõe “rever tudo”, desde o orçamento, às competências, passando pelo organigrama, etc. Em suma, deitar abaixo e voltar a fazer de novo.

Lopes da Mota, que havia puxado dos galões de uma década com funções de responsabilidade no Eurojust, nomeadamente na sua criação, lá se defendeu atirando a culpa para os governos nacionais: “é o melhor que podemos fazer”, “dependemos dos Estados-Membros e dos recursos que temos”…

Como disse o treinador do Vitória de Setúbal depois da recente derrota por 8-1 com o Benfica, “há dias em que um tipo não devia sair de casa”.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Eu conto-vos como foi

Durão Barroso divulgou hoje uma declaração a assinalar o 70º aniversário do início da Segunda Guerra Mundial. Além de conseguir não mencionar a palavra “Alemanha” uma única vez no texto, Barroso ousa mesmo uma incursãozita pela análise histórica para explicar que este “capítulo negro aberto há 70 anos, só conheceu o seu verdadeiro fim com o colapso das ditaduras comunistas e a reunificação da Europa décadas mais tarde”. E não em 1945, como defende a generalidade dos especialistas.

Esclareça-se ainda que em europês “reunificação da Europa” refere-se à adesão dos países de Leste à União Europeia, em 2004, como se a Europa alguma vez tivesse sido uma entidade unida e harmoniosa. Mas isso são pormenores.

É um verdadeiro corta e cola de factos históricos que são depois ajustados por medida a uma determinada forma de querer ver a realidade.

O Correio Preto sabe que, embalado por esta experiência, Barroso prepara-se para publicar vários trabalhos, o primeiro dos quais demonstrará que as armas de destruição maciça iraquianas estão escondidas na Coreia do Norte.