Se um deputado angolano insinuasse que Cavaco Silva era proprietário de umas empresas, dona de umas rádios e de uma produtora musical, cairia, em Lisboa, o carmo, a trindade e com sismos em São Bento e Belém. E o embaixador português, em Luanda, faria o devido protesto. E, de facto, o genro de Cavaco Silva (e por conseguinte a filha) é um empresário.
Mas ontem, na RTP, um deputado português, Francisco Louçã, insinuou que José Eduardo dos Santos, presidente de Angola, é co-proprietário da GALP, juntamente com Américo Amorim. E mais: na torpeza, acrescentou-lhe a malévola sugestão que foi o próprio José Sócrates que inspirou e facilitou a operação de venda de parte da GALP a José Eduardo dos Santos.
Ou Francisco Louçã tem provas que o presidente angolano é empresário - e deve ser o único a tê-las - ou revela pouco sentido de Estado para um deputado. Ou então Louçã confunde José Eduardo dos Santos com os ditadorzecos que ele e os seus acólitos andaram a apoiar durante tantos anos.
Mas Louçã até tem uma desculpa: ficou tão atrapalhado no debate com José Sócrates, sobretudo com o programa do Bloco de Esquerda que ele próprio parece não ter lido e com aquela brilhante ideia de retirar deduções fiscais a toda a classe média, que falou em "knock-out".
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
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