quinta-feira, 20 de novembro de 2008

E ninguém pára o vereador ... olé ó!


O vereador do Bloco de Esquerda José Sá Fernandes anda abatido. Será pelas alianças que para defender os interesses lisboetas é obrigado a fazer à direita, ou por ter sido cilindrado na questão dos contentores por Miguel Sousa Tavares durante o programa "Prós e Contras" da última segunda feira (já temos suspeito ó miguel). Realmente não sabemos. Mas o Correio Preto foi hoje testemunha da história quando o vereador fez finalmente frente a uma instituição opressora da classe operária e da marcha desta rumo ao socialismo ... ou melhor do vereador rumo à festarola.

A acção decorre num parque que é um dos melhores segredos da cidade e que a seu pedido e para sua protecção omitiremos a sua localização - é o nosso programa de protecção de testemunhas e parques porreiros que assim o obriga.

Um projecto de caridade com patrocínio de marca de relógios na moda, ministráveis deste e de outros governos, presidentes de câmara (dois ex e um actual) e para dar o ar de instituição de bem: a primeira-dama em pessoa - sei que ela odeia a expressão, mas paciência.

Quando chega o camarada vereador nem sequer está atrasado mas face à impossibilidade de entrar com a socialista viatura no recinto, o camarada motorista da autarquia deixa o grande líder na entrada e este enceta a grandiosa marcha em direcção ao beberete.

Um polícia de serviço encarregue de coordenar o trânsito (capitalista e o outro) e um membro da organização encarregue de receber as altas individualidades (socialistas e as outras) olham para o autarca na esperança que este lhes peça indicações ou então um simples cumprimento. Mas nada detém a marcha do progresso em direcção ao martini branco com azeitona!

Já vai o socialismo nuns bons cinquenta metros de avanço em relação à restante classe operária que esperava pacientemente por transporte, quando: o fascista, o poluto, o traidor da classe operária do polícia de trânsito sai-se com o comentário "é vereador, isto vão para a câmara e ficam logo uns doutores, é que nem boa tarde!".

O homem novo pára no cimo dum monte, volta-se para traz e lança um olhar inquiridor.

Começa a voltar ao ponto de partida (isto do socialismo é mesmo feito de avanços e recuos) e estaca frente ao nazi -fascista do PSP. Convém explicar que este além de bigodes à filme do Vasco Santana (logo fascista) media menos setenta centímetros que o vereador e devia ter uns 50 anos.

À pergunta, "repita lá o que disse" o velho reaccionário na cara do nosso ídolo, proferiu as palavras:

"disse que os sr.s vão para a câmara e ficam logo uns doutores, é que nem boa tarde, nem sequer falou com aquele senhor que está ali para receber as pessoas!"

O nosso querido líder ainda o ameaçou. Mas o homem era obstinado e continuava a dizer que não tinha medo dele e que o homem novo era mas é um homem mal-educado!

Talvez pelos escribas presentes começarem a tirar notas e os repórteres fotográficos começarem a achar piada à cena, o nosso homem mal-educado ... perdão novo, achou por bem não continuar com confronto e acabou-se por afastar com o polícia (um torcionário, seguramente) a dizer que não retirava uma palavra do que tinha dito.

Cena triste em que mais uma vez o socialismo teve que bater em retirada frente à esmagadora opressão policial! Mas é como diz um dos nossos leitores aqui no Correio Preto "Isto quando um home está em baixo até os cães lhe mijam em cima"

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