sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Brigada do reumático, nova versão
Um rapaz novo
Não fosse realizado pelo centenário cineasta - na altura da rodagem um jovem quase a completar os 60 anos - e o facto passaria desapercebido. Mas o caso de este documentário ter sido feito há mais de 40 anos lá vai provando que isto dos filmes e da idade anda de mão dada - o segredo de ambos reside no ponto de onde se vê ou neste caso põe a câmara.
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Um partido de futuro
Mudam-se os tempos...
A imagem é conhecida: o PCP é que consegue juntar mais gente na mesa de honra do que à frente.
Heil Truta!
O mesmo programa, “Plat Préféré”, já nos tinha revelado que Jacques Brel se perdia por mexilhões com batatas fritas e que Freddy Mercury se pelava por frango de caril.
Já em relação a Hitler teremos que ficar a pensar que o homem se alimentava de ar ou apenas do sangue das suas vítimas. Porque há quem pense que a exibição de qualquer elemento de normalidade numa personagem deste calibre (como aconteceu com o filme “A Queda”, rodeado de polémica pelas mesmas razões) pode de alguma forma desculpabilizar o que ele fez. Em vez de nos fazer reflectir e alertar para o facto de que personagens assim podem “brotar” de indivíduos aparentemente normais, com sentimentos e gostos.
Ah, é verdade, parece que o prato favorito do homem era a “truite meunière”, o que deita por terra a tese de que teria sido um vegetariano convicto.
Ah... bom... estou esclarecido e tentado
Contará tudo o que viu e ouviu?
Do tempo do Magalhães, mas o Fernão
"Temos computadores obsoletos".
Será que não há por aí nenhum Couto que queira espalhar "magalhâes" pelos tribunais? E, já agora, pelas esquadras de polícia, pelos hospitais, pelas finanças, pelas juntas, pelas... ufff... que me cansam os dedos!
Eu até nem preciso do dinheiro, mas já que insistem…
Para tranquilizar o povo, os governos disseram que emprestariam dinheiro (dos contribuintes) a bancos que se encontrassem em dificuldades.
Europa fora, muitos tiveram que recorrer a estas ajudas. Outros, juraram a pés juntos que a sua situação financeira era suficientemente sólida para enfrentar as dificuldades.
Mas agora também estes últimos dizem que, afinal, até vão aceitar a ajuda disponibilizada embora, repetem, não precisem dela. Mas como os outros bancos aceitaram, eles ficam em “desvantagem”.
Foi assim no início da semana na Bélgica com o KBC, onde o Estado injectou 3,5 mil milhões de euros. Será assim num futuro próximo em Portugal, onde o BES já anunciou que vai recorrer às garantias disponibilizadas pelo Estado: “iríamos perder competitividade”, explicou Ricardo Salgado.
E nós não queremos que isso aconteça.
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
A notícia da morte dele é manifestamente exagerada
De fora, da missa nocturna no Caldas, deve ficar um ex-vice-presidente que se demitiu e manteve a decisão em segredo quase um ano.
Nostradamus à beira-Tejo
Com amigos destes...
José Sócrates e Mário Lino desancam a presidente do PSD por ter ousado criticar este desígnio nacional.
Durão Barroso decidiu ajudar à festa. Ressalvando que não estava necessariamente a referir-se ao TGV português, nem ao aeroporto de Lisboa, fez... uma defesa intransigente dos grandes investimentos públicos como alavanca para criar emprego e fazer crescer a economia na Europa.
Será uma forma de se demarcar da resignação de Ferreira leite à candidatura de Santana Lopes à Câmara de Lisboa?
El Comandante Moura
"Se não sentisse apoio por parte das Federações não estaria aqui"
Afirmou hoje à noite em Lisboa, o eterno presidente do Comité Olímpico português enquanto anunciava formalmente a recandidatura a este organismo. Mas por acaso também já tinha anunciado solenemente que iria abandonar o organismo. Relembrando os nossos queridos leitores que o capitão de Mar e Guerra Vicente Moura anunciou o bater de porta, abalado (birra dizemos nós) perante a falta de medalhas e o muito badalado e divertido NacaminhaGate - quando o Marco Fortes afirmou que "de manhã na caminha é que é bom".
Agora El Comandante diz que houve "excessos de emoção" e que ainda em Pequim muitos lhe ligaram para o telemóvel a pedir que ficasse no COP.
Calculamos que tal tenha tido um efeito de calmante neste velho marinheiro e a birra terá passado. De qualquer forma O Correio Preto roga aos apoiantes do velho Lobo-do-mar, contenção e que da próxima vez que este exibir tamanha cólera lhe mandem cartas, sempre ajudam os correios (pretos, brancos e amarelos) e poupam no roaming. Lembrem-se das suas palavras sabias durante o jantar:
"para a próxima, mais vale falar menos"
terça-feira, 28 de outubro de 2008
O Nostradamus de Coimbra
E vai de desenterrar um naco de literatura de 1999, onde dizia que “a crise financeira que alastrou, dos mercados asiáticos à Rússia e já ameaça gravemente o Brasil e toda a América Latina, pode minar, de um momento para o outro, pela incerteza e pela volatilidade, o próprio funcionamento dos maiores centros financeiros do mundo”.
Não interessa que esta é uma outra crise diferente da de 1999, que começou noutro ponto do globo, que teve outras origens imediatas e que a Rússia e o Brasil estiveram entre os últimos países a ser afectados.
Por isso, depois de sacudir o pó, Alegre deixa-nos outra profecia: “Não se sabe que réplicas se seguirão ao tsunami que abalou o sistema financeiro mundial. Nem até que ponto irá a recessão económica e quais as suas consequências sociais e políticas. Sabe-se que nada ficará como dantes".
Pois é, não se sabe nada disso, mas quando chegar a altura de acontecer seja lá o que for, não digam que o nosso Nostradamus não avisou.
Eu também tenho um relógio que, embora parado há muito tempo, dá as horas certas duas vezes ao dia. Vou passar a prestar-lhe mais atenção.
Sic transit gloria mundi
Tábua-jacking
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Onde está o contraditorio agora?
Irra!
Tanta pluralidade até chateia!
E se deixassem o puto ver o panda?
Haja alguém!
Numa terra em que reinam os morangos com açúcar e as novelas manhosas, nós também queríamos exibir tão grande sinal de fé, mas tiramos a teima quando estrear a nova série em que Ivo Canelas entra - Liberdade XXI. Diz quem já viu tem toda a pinta de cópia de uma americanice atirada ao pingarelho.
Mas o povo é sereno.
Maria quê?
Maria Teresa Gonçalves Ribeiro tem um currículo que não envergonha ninguém, embora seja uma ilustre desconhecida.
Imagino que fosse difícil convencer alguém a aceitar um cargo destes a cerca de um ano das eleições (principalmente entre os eurodeputados, onde parece que foram feitas algumas tentativas, mas que estarão mais preocupados em renovar o mandato a partir de Junho do próximo ano). E também percebo que se prevê uma actualidade comunitária relativamente tranquila para os próximos meses, pois a haver agitação ela sobrará para os chefes de governo e ministros dos negócios estrangeiros.
Hipocrisia ou pragmatismo, é tudo uma questão de perspectiva
Com a legitimidade de, no meio da actual crise financeira, ter sido daqui que foi lançada a “bóia de salvação” das garantias de Estado que, supostamente, livrará os bancos da desgraça e travará a débacle do sistema.
Um ‘ascendente’ aproveitado por Nicolas Sarkozy para defender as virtudes deste organismo, de preferência com o próprio na respectiva presidência. Da resposta à crise financeira a uma maior coordenação económica, daqui a uma maior coordenação/integração política, etc.
No fundo, uma nova versão da muitas vezes falada Europa a duas velocidades. Quem está no euro, participa, quem não está… estivesse.
Cada vez que os ‘grandes’ da União brandiram no passado recente o fantasma de algum tipo de “vanguarda europeia” (com a defesa ou a cooperação policial), Portugal esteve na primeira linha dos que mais espernearam contra qualquer tentativa de criar diferentes grupos no seio do clube europeu.
Mas, em relação a esta questão, de Lisboa chega apenas… silêncio. Será por Portugal estar entre os países fundadores do euro e, assim, ter lugar garantido no monovolume da nova vanguarda? Ou será que, como é costume, se está apenas à espera de ver para que lado cai o debate para, aí sim, se assumir uma vigorosa posição de princípio?
Tão amigos que eles são
Obrigado, pá
domingo, 26 de outubro de 2008
€vange£izaçõe$
sábado, 25 de outubro de 2008
A foice e a martelo e a rir
“O que é mais frio do que água fria na Roménia? A água quente”
Perturbador e divertido, o livro do cineasta (especialista em documentários), escritor e apresentador de televisão britânico Ben Lewis é o retrato mais fiel da realidade dos países comunistas contado pelo povo, em anedotas. Como esta:
Um polícia da STASI pergunta a uma condenada qual é o seu último desejo. Ela responde: quero o Muro de Berlim derrubado. Ele sorri, pisca-lhe um olho maldosamente e replica: humm queres ficar aqui sozinha comigo.
Mas o livro não é apenas um depositário de anedotas. Está lá o enquadramento histórico, a passagem do tempo, as biografias das figuras tutelares dos regimes, da União Soviética aos Balcãs, e retratos reais, contados na primeira pessoa, de centenas de anónimos que aceitaram recordar como era viver naqueles países, passando as mais incríveis privações e repressões, sem nunca perder o sentido de humor, e fazendo do riso uma forma de sobrevivência. Afinal, profetizou o próprio Karl Marx, “afase final de um sistema político é a comédia”.
E termino com esta universal que ouvi contar na Sérvia, na Hungria, na Bósnia e em Angola:
“Como os russos visitam os seus amigos?
De tanque.”
Este delicioso livro, da editora “Guerra e Paz”, já está à venda e custa cerca de 19 euros.
Socorro!
Quem conhece, sabe - 2
Obrigadíssimo pelo português
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Volta Freitas, estás perdoado
No início deste mês, de forma igualmente misteriosa, o governo português lá acabou por reconhecer a declaração unilateral de independência do Kosovo.
A violação do direito internacional nunca foi evocada para sustentar as dúvidas acerca do reconhecimento, tal como nada entretanto aconteceu que parecesse poder justificar uma mudança de posição.
Ontem, na RTP, o ministro dos negócios estrangeiros escolhido por José Sócrates após ter ganho as eleições, avançou com algumas perguntas em jeito de possível explicação:
“Porque é que agora de repente se reconhece? Sobre pressão de quem? Terá sido uma pressão do Presidente Bush já a arrastar os pés?”.
“Sabe-se que o Presidente da República era contra, que o primeiro-ministro era contra, o Ministro dos Negócios Estrangeiros era contra. Não sei se são, eram contra. Tanto eram que retardaram uma tomada de posição”, questionou-se Freitas do Amaral.
Desculpem qualquer coisinha...
Refundação ou revolução?
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Quem conhece, sabe
Vocês (jornalistas) é que vão aturá-lo (Paulo Portas), vai passar a semana a dar conferências de imprensa.
Manuel Monteiro está transformado num cientista político.
União sagrada da RTP
É muito bom ser pobre
Ao contrário do que é hábito, este encontro até disponibilizou uns bolinhos, umas sandes e um sumo manhoso para os jornalistas.
O Conselho de Ministros reúne-se na Tapada de Mafra porque as decisões mais importantes, tomadas hoje, estão ligadas à floresta. Ou seja, se a reunião fosse, como é normal, em Lisboa, na sede do próprio Conselho de Ministros, essas decisões seriam manifestamente diferentes. O que deve satisfazer toda a gente o facto de Portugal não ter uma NASA. Imagine-se o que o Governo faria: reunião em Marte, com uma Nave destinada às tvs por causa dos directos.
A imagem da nave só aparece aqui porque nos permite sonhar. Já imaginaram um Conselho de Ministros feito ali?
Cabo Verde Vive!
No famigerado eixo do Correio Preto (não confundir com o do mal) que por via postal liga Bruxelas, Lisboa e Luanda há sempre um espaço para o Sal. Por isso não podemos deixar de recomendar o concerto da Maria Alice, hoje às 21h30 no Teatro Trindade em Lisboa.
Ainda há bilhetes, mas a ideia era esgotá-los!
Por favor, não assustem os bancos
A portaria que define as condições em que um banco pode aceder às garantias avançadas pelo Estado para relançar os empréstimos interbancários foi aprovada ontem pelo governo, depois de o montante de 20 mil milhões de euros ter sido decidido no dia 12 de Outubro.
Não vou ao ponto de pensar que isso se deveu a um post publicado ontem num determinado blog, mas vale a pena recordar que, nesse mesmo dia, José Sócrates era incapaz de explicar como é que os interesses do Estado seriam defendidos, caso fosse necessário executar uma garantia atribuída a um banco.
Questionado sobre a possibilidade de o Estado entrar no capital de uma instituição financeira e confundindo as garantias dadas pelo Estado com a eventual falha de um banco que recorresse a essas garantias, Sócrates respondeu assim:
“Os bancos podem usar a garantia do Estado e pagarão uma taxa por isso (…). Nós não nos tornamos accionistas dos bancos, nem donos dos bancos (…). Se um banco não honrar um empréstimo, o Estado garante, é isso que se chama uma garantia (…). Se os nossos bancos pedirem um empréstimo fora, esse empréstimo é garantido pelo Estado, pagando uma taxa segundo as condições de mercado, isso está explicado nas conclusões do Conselho de Ministros”.
Comigo, o miúdo vai sempre atrás - 2
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Isto está mesmo mau
Mas a provação não acabou aqui e como que a comprovar a velha teoria de que uma desgraça nunca vem só, a PSP ainda lhe rebocou o carro no mesmo dia.
O Correio Preto espera sinceramente que MST reveja as suas obras, se não pelas mãos dos diligentes (mas insensíveis) agentes da PSP pelo menos por via postal - por qual nos nutrimos um certo carinho. E não se esqueça das suas palavras numa das suas crónicas no jornal Público:
"Não há só os bons e os maus - há também maus que podem ter algumas boas razões e bons que podem ter comportamentos maus"
E as flores andam?
Fez-me lembrar um certo piropo do Norte.
Governo dá garantias sem garantias?
Nomeadamente, o que acontece no caso de um banco que recorra a este mecanismo não ser capaz de honrar os compromissos assumidos.
Nos outros países europeus que também anunciaram este mecanismo de garantias ficou explicitado que, nesse caso, o Estado pode acabar por entrar no capital da instituição financeira em causa.
Além de que ficaram explicitados uma série de ‘castigos’ que passam, por exemplo, pela penalização dos administradores dos ditos bancos ao nível das remunerações. Ou seja, o dinheiro é disponibilizado, mas com um mínimo de garantias para que não seja usado para 'mais do mesmo'.
Em Portugal, o governo e o Presidente da República orgulham-se pela rapidez com que o diploma foi aprovado e votado pela Assembleia da República. Aqui, os deputados que votaram a favor não pareceram demasiado preocupados por estarem a fazê-lo sem terem a mínima ideia das condições em que estavam a dar luz verde a esta garantia aos bancos.
É verdade que a situação é grave e impõe-se agir com rapidez. Mas, por isso mesmo e porque estamos a falar de muito dinheiro (dos contribuintes) para sanear um processo em que os bancos não estão isentos de culpas, não seria no mínimo exigível que tudo fosse conduzido com mais transparência?
Da Islândia, com amor
E quando tudo parecia perdido, eis que da secção de perdidos e achados da Iceland Air confirmam que lhes foi entregue o meu iPod, estupidamente esquecido a bordo de um avião.
O facto de se encontrar em Reykjavík não constitui um problema: zelosos, os funcionários do dito serviço vão agora devolver o aparelho ao dono por correio. Ao telefone, pareciam quase tão contentes como eu.
Não vou dizer que um serviço destes seria difícil de encontrar noutras partes do mundo, como Portugal ou a Dinamarca (o voo fez escala em Copenhaga e da SAS remeteram-me para a polícia...). Digo apenas que estou muito contente.
Que é feito dele?
Voltamos a estar numa situação muito semelhante à de 1989, no início do euro, ou seja, a taxa de inflação irá para a casa dos 3,8%. Mas com taxas de juro nominais de 4,25%, voltamos a ter taxas de juro reais extremamente baixas e eventualmente até negativas. Portanto, é um factor grave no contexto de subida do endividamento. A resposta é que Portugal tem de adoptar políticas muito mais restritivas do ponto de vista orçamental. Já se deviam ter feito esses ajustamentos no passado. A situação macro-económica já há muito que exige um excedente orçamental e não um défice.
Mas, não se espere que estas descidas das taxas de juro vão durar muito tempo.
Que medidas macro-económicas poderão ser tomadas no próximo Orçamento de Estado?
O peso do sector público em Portugal é excessivo. Portanto, a redução da despesa pública a médio e a longo prazo tem de ser, da ordem dos 7 pontos percentuais do PIB. Ainda nem sequer se estabilizou o rácio. Ele tem estado a crescer continuamente. Todos os países europeus o fizeram na década de 90 e não causou nenhuma catástrofe, pelo contrário. É necessário aumentar a eficiência global da administração e ter métodos de controlo e de gestão adequados para os diferentes sectores da administração pública.
Oito anos depois, ninguém o ouviu. Ou ele não quis ser ouvido. Também durante os últimos tempos, passeou pela Assembleia da República. Em 2005, acrescentava ele:
“O ambiente da economia internacional é muito marcado por incertezas e dúvidas que não se resolvem com operações de comunicação”.
É caso para pedir: importa-se de repetir?
Na recta final, vale tudo
Dear Emídio, Election Day is exactly two weeks from today. But right now, we're facing an urgent deadline that will determine exactly where we can compete -- and how fiercely -- in the final push. On Friday morning, we have to make the final, hard decisions about deploying our resources. That means your support by Thursday at midnight is absolutely vital. Your first donation of $10 or more will provide resources urgently needed before the deadline. And you'll receive a limited edition Obama-Biden car magnet.
Não sei se deu para reparar neste detalhe. Fui promovido: de Emídio, passei a Dear Emídio. Falta pouco, falta pouco.
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Guerra prometida
Based on the facts occurred, Acer Computer, a corporation with an annual turnover around USD 20 billion and well established is Portugal, is considering to take legal action against the Portuguese Government both in Brussels and in Portugal.
Barroso e a semântica do capitalismo
Independentemente das motivações profundas de cada um, se é que as há, não deixa de ser curioso reparar na diferença de linguagem.
Sarkozy fala em “refundação do capitalismo mundial, o que aconteceu representa a traição dos valores do capitalismo”.
Barroso prefere referir-se à “reforma fundamental do sistema financeiro global”.
Alertado para a diferença de registo, o ex-primeiro-ministro e ex-revolucionário português esclareceu que a mesma não se devia meramente a uma questão de semântica:
“A expressão ‘capitalismo’ em português, pelo menos para mim, tem um conteúdo nem sempre muito simpático, eu prefiro falar de economia de mercado, porque a questão de ‘capitalismo’ faz-me lembrar tempos de grande polarização ideológica e eu penso que neste momento não é tanto a questão ideológica que deve dominar, é sobretudo encontrarmos uma solução concreta para problemas concretos.”
Que é como quem diz, vamos lá esquecer esses episódios.
Mesmo assim, não se livrou do remoque de um socialista alemão que, ao ouvir Durão enaltecer as virtudes do mundo novo que deve renascer da crise, não resistiu a tecer-lhe um rasgado elogio com memória: “o senhor recorda aqui o seu passado maoísta e fala como um verdadeiro homem de esquerda”.
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
A Lista Blackwell
A lista de blackwell foi anualmente premiando o mau gosto de personagens tão distintas como Barbara Streisand, "Parece a versão masculina da Noiva do Frankenstein", Britney Spears "A sua colecção de tops do caixote do lixo de Madonna são assassinos" ou Bjork, "Canta no escuro - veste-se também"
Afirmou em 1968 que "talvez devesse nomear os 10 piores designers, em vez de culpar as mulher por vestirem certas roupas", provavelmente por isso não podemos deixar de pensar no que diria o senhor se viesse à Moda Lisboa.
Sócrates e a (falta de) educação
Aproximam-se os dois do grupo de outros jornalistas que fala com Sócrates no final da conferência de impresa e a ex-assessora lança, à laia de quebra-gelo:
"Ó senhor primeiro-ministro, aqui o XYZ, com o que anda a escrever, até parece que quer entrar para a política".
Sócrates olhou para XYZ de alto a baixo e, ignorando o raminho de oliveira que lhe era estendido, atirou:
"Para fazer política é preciso uma coisa indispensável, que ele não tem: boa educação!".
Acto contínuo virou ostensivamente costas e tentou prosseguir a conversa com os outros jornalistas que, boquiabertos, assistiram à cena, enquanto os membros do seu staff assobiavam para o lado.
Depois do episódio do tabaco a bordo do voo da TAP para a Venezuela, Sócrates volta a mostrar que tem uma certa dificuldade em alinhar o seu próprio comportamento pelos padrões que quer impor aos outros.
O amor explicado às criancinhas
"Diz só como andamos de amores, que é o que interessa”, ordena.
domingo, 19 de outubro de 2008
Não há marketing que resista
Ela - O professor já nos mandou fazer um trabalho. Tenho de entregar esta semana. Adoro aquilo, mas não sei o que faça. Que achas? O que se pode fazer de marketing político?
Ele - .......
Ela - Estás a pensar, não me sugeres nada?
Ele - .... ahhh, desculpa, como?
Ela - Não me estavas a ouvir...
Ele - Amor, desculpa, estava aqui a olhar, aquela é a Cristina Branco, não é?
sábado, 18 de outubro de 2008
Sou todo teu até...
Mudam-se os tempos, mudam-se as assinaturas dos cheques. A vergonha é que é a mesma.
Repeat and remind
O líder do PS não corre riscos. Se alguém duvidar, tem a repetição de quem manda.
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Em nome do pai
As diferenças se calhar não são assim tantas ou então há hábitos difíceis de perder. A foto é de Jim Watson.
Como é evidente...
“Nunca tivemos apoios do Estado pois não somos uma PME nem uma grande empresa.”
Desconfio que o fundador da fábrica de bolos, bolachas e tostas, que exporta 75 por cento da produção, estaria mais a pensar para os seus botões noutras justificações. Por exemplo, não recebe apoios do Estado porque não pertence à Maçonaria, nem ao Opus Dei, nem é militante do PS ou do PSD e, já agora, nem do CDS. Também não anda ao beija-mão nas Novas Fronteiras ou nas visitas ao país real do professor Cavaco.
No fundo, é um empresário pária, de uma outra casta que não é só na Índia que há divisões de classes.
São ou não são uns "colas"?
Now that Barack won the final debate, there's only one milestone remaining in this campaign -- Election Day.But it's going to take a lot of work to make sure all of our supporters get to the polls. You can help support our get out the vote efforts right now. Make a donation of $10 or more and you'll receive a limited edition Obama-Biden car magnet:
A origem desta mensagem é do "staff" de Barack Obama, dirigido por David Plouffe, um dos principais obreiros para que o candidato democrata esteja a um passo de assentar praça na Casa Branca.
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Ficções Políticas 1
E foi para essa Cidade Maior que Roberto Uribe Ibañez foi viver quando aceitou o cargo de ministro, uma tarefa há muito reivindicada nas secretas reuniões do Órgão a que pertencia. O tal da superioridade moral e ética.
Mas com o novo cargo, o sensível Ibañez deixou de ter tempo para transportar a filha. Daí que tenha pensado e melhor agido: poderia dispensar o seu carro oficial, atribuído devido às suas funções, uma manhã que fosse, para levar a menina a tão prazenteiro ensino. Com uma simples ordem, lá encarregou o seu motorista de tão patriótica tarefa. Nem se incomodou pelo facto de entre a Cidade Maior e a Cidade Grande haver uma distância de pouco mais de 300 quilómetros.
Tantas vezes a rotina foi cumprida que o motorista, requisitado num dos serviços tutelado pelo ministro, cansou-se das viagens e recusou fazer uma delas com o argumento que a sua função não era definitivamente aquela.
O ministro, educado nas mais belas e honradas e éticas escolas do seu Órgão, dispensou o motorista, devolvendo-o à procedência.
O motorista, timidamente, ainda contou a estranha história a quem o quis ouvir, mas, de repente, lembrou-se que Ibañez tinha uma forte e superior educação ética e moral. Resolveu ficar calado. Até porque o motorista pertencia a uma das entidades, daquelas que garantem que os ministros, os filhos e o povo em geral durmam em segurança, mas tutelada por Ibañez.
A coragem não teve arcaboiço de enfrentar o Órgão.
Andam modernos, os rapazes
Por causa destes sinais modernos, dois parlamentares comunistas surgiram com óculos de sol à cantor de rock dos anos 70.
Ó Carlos!
Nós também não, mas tu se calhar devias ter uma ideia!
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Subtilezas 2
"Quando há uma manifestação anti-governo e a RTP faz reportagem disso, como é contabilizado? Entra na oposição? Não. Mas a resposta do ministro entra no tempo do Governo"
Mas Arons de Carvalho não se lembrou de lançar outra pergunta. Que bem poderia ser esta: e João Proença, quando fala na RTP, entra em que categoria? No do PS? Ou na dos amigos dos patrões?
Subtilezas
"As construções ficam com quem as faz e valem o que valem".
A dúvida pairou na sala. Estaria a falar de que construções? As não-existentes da RTP? Ou aquelas belíssimas da Covilhã?
Enfrentar a crise sim, mas de barriga cheia
Foi o último dos líderes dos 27 a chegar ao Conselho Europeu, entrando no edifício já com a reunião em curso, pelas 16h56!!!
Embora a representação nacional estivesse assegurada pelo ministro dos negócios estrangeiros, que voou com Sócrates e entrou para a reunião às 16h00 em ponto.
Pergunta do jornalista:
“Senhor primeiro-ministro, alguma razão especial para este atraso?”
Resposta de José Sócrates:
“Não, não, apenas viajei em voo comercial. Mais alguma pergunta além do atraso? Não? Obrigado”. E arrancou sem dar tempo para mais perguntas.
Ah, é verdade, da agenda da reunião faz parte a resposta europeia à actual crise financeira mundial, o combate às alterações climáticas e o Tratado de Lisboa.
Como diria o outro, porreiro, pá!
Sócrates também voa baixinho, mas com classe
O Falcon ficou em terra. Por motivos técnicos ou orçamentais, isso é outra questão.
Aliás, também para se deslocar a Paris no passado domingo, onde participou na cimeira de líderes do Eurogrupo, o primeiro-ministro optou pela transportadora nacional.
Mas como tudo tem limites, Sócrates viajou em primeira classe, ao contrário de Ferreira Leite.
Manuela voa baixinho
Manuela Ferreira acaba de chegar a Bruxelas para participar na Cimeira de Líderes do PPE, que antecede o Conselho Europeu.
A presidente do PSD fez a viagem sentada nas filas da frente do voo 604 da TAP. Na classe económica.
Ou o PSD está a aproveitar para fazer umas poupanças, ou a líder do partido está apostada em mostrar que a crise também se combate nos detalhes.
Os pros e os pros!
Viva ao pluralismo da RTP!
RTP demolidora
Com a pressa de sair, atrapalhado com tanta independência, Barreiras Duarte bateu com a cabeça num suporte de televisão e caiu redondo no chão. Foi só um susto e um tímido "bruáá".
As más-línguas, céleres, admitem que foi uma manobra de diversão do deputado.
O deputado bloquista João Semedo, médico, foi o primeiro a tentar socorrer o colega social-democrata.
RTP à presidência
A ideologia é feijão-frade
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Durão Barroso - um artista português!
O pretexto era a actual crise e a resposta europeia.
Barroso começa por enaltecer as iniciativas recentes dos países europeus para responder à crise, sempre com o cuidado de sublinhar que todos agiram em resposta a apelos da Comissão (leia-se, do próprio Durão) ou que adoptaram propostas avançadas pela dita.
Mais à frente, confrontado com o facto de a Comissão ter deixado os mercados andar em roda livre este tempo todo, o nosso ex-primeiro explica que quem não queria ouvir falar de regulamentação eram os governos da União, a começar pelos das grandes economias. E, candidamente, acrescenta que não fez nada para os contrariar pois considera que não faz sentido a Comissão avançar com propostas que sabe à partida que não serão aceites.
Desmontada, a lógica barrosista dá mais ou menos isto:
1-só proponho coisas que sei que os outros vão aceitar, mesmo que não seja exactamente o que eu gostava de fazer.
2-quando essas coisas são aceites – e não podia ser de outra forma, pois certifiquei-me previamente que as minhas propostas eram do agrado daqueles que as poderiam fazer viver ou morrer – fico muito contente e orgulhoso.
3-fico tão orgulhoso que me entusiasmo e reivindico para mim o facto de eles terem feito exactamente o que eu propus (que era exactamente o que eles me disseram que aceitariam).
Não é muito elaborado, mas pode ser uma técnica útil para quem sofra de ansiedade ou lide mal com a frustração.
Angola viola a lei da gravidade
Amo-te, Estado
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
o estado a que isto chegou!
O ministro dos negócios estrangeiros, Luís Amado explicou no parlamento que reconheceu o estado do Kosovo porque se esperasse pela decisão do tribunal " Portugal era o ultimo estado europeu a fazê-lo!"
Sendo Portugal um pais habituado a estar na vanguarda, era de facto uma maçada!
Islandices II
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Deputados-banana
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Islandices
Não é em qualquer parte do mundo que um tipo chega (atrasado, muito atrasado) ao sítio onde o chefe do governo do país acaba de dar uma conferência de imprensa, pergunta se ainda dá para falar com o senhor e, depois de explicar de onde e ao que vem, espera uns minutos e tem o dito cujo à disposição.
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Sem perder tempo
Emídio --
I thought the differences between John McCain and me were pretty clear tonight. I will fight for the middle class every day, and -- once again -- Senator McCain didn't mention the middle class a single time during the debate. If you agree that we need to cut taxes for 95% of working families, reduce health care costs, and end the war in Iraq responsibly, then I need your help right now. And if you heard John McCain push more of the same discredited policies, including tax cuts for the wealthy and giant corporations, tax increases on health care, and continuing to spend $10 billion a month in Iraq, then now is the time to act. Four weeks from tonight, we'll know which of us will be the next president. The time to make a difference in this election is running out -- please make a donation of $5 or more right now. https://donate.barackobama.com/townhall Thank you, Barack
Uufff... que alívio!
terça-feira, 7 de outubro de 2008
"Aconteça o que acontecer", darei o dito por não dito as vezes que forem necessárias!
O que só pode contribuir para tranquilizar toda a gente, sobretudo se tivermos em conta as garantias de "estabilidade" e "solidez" que foram dadas pelos responsáveis políticos de alguns países apenas dias ou horas antes de vários bancos anunciarem a respectiva falência...
Obrinhas
A Mota-Engil dedica-se apenas a grandes obras, certo?
Pedras por inaugurar
"O homem vem cá inaugurar uma pedra".
Na assinatura dos acordos para a construção dos tais equipamentos sociais, participaram entidades com nomes pomposos como estes: Associação dos Trabalhadores - Os Vermelhos, uma AIPICA, uns tantos centros paroquiais e umas tantas santas casas e ainda umas associações de solidariedade. As creches irão nascer por aí como cogumelos.
Numa única semana, Sócrates inaugurou três. E teme-se o pior. A este ritmo, vão faltar dias a Sócrates até às próximas eleições. A não ser que inaugure umas 10 por dia, a eito.
O papel? Mas qual papel!
O dialogo podia ser extraído de um dialogo dos Gato Fedorento, mas passou-se comigo ao vivo e a cores em primeira mão enquanto esperava às 7h30 para marcar uma consulta no centro de saúde. Inculto e ingénuo no que toca ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), acreditei naquela máxima de não entupir as urgências dos hospitais, e dirigi-me ao meu medico de família - que segundo fui informado é uma autentica sorte ter.
Na masmorra medieval que é o meu centro de saúde - quatro andares de escadas para quem lhe custa andar confesso que dói um bocado – um personagem de farda securitária e tatuagem colonial no braço lá abre a porta e dá uma daquelas senhas que se tiram no talho para esperar a vez. E depois de subir e esperar na nova fila em frente à senhora do guiché – que se chama Ermelinda tem dois netos e um genro que é um malandro – surge a questão:
-O papel?
-Qual papel?
- O papel que o sr lhe deu lá em baixo!
- Ah...
... pois é, o papel é poderoso mas não decisivo, porque se por acaso se tem o azar de sermos a quinta consulta urgente do dia, lá temos que voltar no próximo dia “um bocadinho mais cedo” e tirar novo papel.
domingo, 5 de outubro de 2008
À Mercedes o que é da Mercedes
"Se há uma besta que fez um papel desses, ele não representa a empresa. Essa não representa, não representou, nem representará a política da C. Santos", garante ao Expresso Baptista da Silva, director-geral e presidente do Conselho de Administração da empresa. "Quem me dera que tivéssemos mais clientes ciganos".
Apesar deste esclarecimento, o jornal não hesitou em dar este título de primeira página:
"C.Santos não quer vender Mercedes a ciganos"
Reparem: não quer. Nem é "não quis", nem, "em tempos travou" ou qualquer coisa que indicasse o passado. Não. Taxou logo com um "não quer".
Aliás, correctamente e honestamente, o título deveria ser outro. Do tipo, "C.Santos deseja vender Mercedes a ciganos". Mas o efeito ficaria estragado.
O corpo da notícia desmente, em toda a linha, o título. É por estas e por outras que o jornalismo anda, usando um lugar-comum, pelas ruas da amargura.
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Puro realismo
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Quem se mete com a Bruni leva
Quando a polémica em torno das pressões do governo socialista sobre os meios de comunicação social parecia morta e enterrada, eis que um novo foco de incêndio deflagra em Bruxelas, uma frente habitualmente tranquila para a equipa de José Sócrates.
Depois de a TVI ter mostrado que Rui Pereira até nem é tão cinzento como possa parecer à primeira vista, o longo braço do governo não demorou a reagir, empenhado em manter a imagem sisuda do ex-chefe da secreta.
Por intervenção da representação permanente (REPER) de Portugal junto da União Europeia os repórteres da estação de Queluz de Baixo foram formalmente identificados por funcionários do serviço de imprensa do Conselho de Ministros, onde decorrem as reuniões dos representantes dos 27 na capital belga.
A embaixada exigiu saber como era possível ter sido captado (e difundido) o som de uma conversa informal do ministro (em que este até tinha o cuidado de tapar a boca com a mão a alertar para o prodígio técnico dos "microfones direccionados") no período que antecede o início da reunião.
Período conhecido como "tour de table", criado expressamente para permitir a captação de imagens e em que os participantes do encontro se coíbem de manter conversas sérias ou comprometedoras até as dezenas de fotógrafos e operadores de câmara abandonarem a sala. Consta que, na ocasião em causa, a câmara estava a menos de um metro do ministro...
O serviço de imprensa do Conselho explica que se trata apenas de um processo de averiguações e que não foi apresentada qualquer queixa. Mas diz quem sabe que, caso o processo vá em frente, a estação pode ser impedida de participar no "tour de table" durante algumas semanas ou meses. Da embaixada ninguém dá explicações sobre tão peculiar iniciativa e o gabinete do ministro garante que não solicitou qualquer tipo de intervenção.
O que não fica claro é se a intervenção da REPER não passou de um caso de excesso de zelo de algum funcionário da REPER ou se é uma manobra calculada pela célebre central de informação de Sócrates, talvez para animar a frente interna, numa altura em que a oposição tarda a dar de si.