No rescaldo da visita do Papa Bento XVI a Angola e aos Camarões, não poderia deixar de sublinhar a sensatez, a coragem, a ousadia e especialmente a coerência que sustentam as suas declarações.
A começar pela mera coincidência de Bento XVI escolher países ricos em petróleo para fazer a sua primeira visita a África. Qual Togo, qual Burkina Faso, qual Burundi, qual Namíbia. E depois, o resto. Sobre os preservativos, ficamos conversados.
Em Luanda, Bento XVI resolveu tocar nesse assunto, por muitos considerado "tabu", da corrupção. Os mesmos lugares-comuns para dar a entender que os dirigentes angolanos são corruptos. Foi pena Bento XVI só ter reparado nisso por estes dias. Um mês antes, andavam os altos representantes da sua Igreja em jantares de gala, a 500 dólares por pessoa. Coisa pouca, portanto, oferecida certamente por apenas gente honesta, sem uma pinga de pecado. O jantar rendeu 100 mil dólares, com direito a um leilão, à boa maneira de uns vendilhões de outros tempos. Curiosamente, o assunto Cabinda - esse sim, susceptível de causar incómodo - não lhe aflorou os lábios, não fosse ofender uns ouvidos mais sensíveis que o apaparicaram na sua estadia.
Logo a seguir, o Papa pediu maior distribuição da riqueza. Não sei estaria a pensar nos faustosos monumentos pertencentes à Igreja ou estaria a pensar naqueles Prada, Geox, Serengeti que abrilhantam a sua vaidade. No final da visita, ninguém quis revelar quanto custara todo aquele aparato. Mas sabe-se que o Governo de Angola ajudou a pagar a factura. O mesmo governo que alberga e é dirigido por "corruptos".
E, por fim, em Angola, não se esqueceu da... guerra, que terminou em 2002. A mesma guerra que muitos bispos e padres angolanos ajudaram a fomentar com incendiárias declarações nos períodos mais quentes. E sobretudo com um apoio descarado a um louco sanguinário.
A começar pela mera coincidência de Bento XVI escolher países ricos em petróleo para fazer a sua primeira visita a África. Qual Togo, qual Burkina Faso, qual Burundi, qual Namíbia. E depois, o resto. Sobre os preservativos, ficamos conversados.
Em Luanda, Bento XVI resolveu tocar nesse assunto, por muitos considerado "tabu", da corrupção. Os mesmos lugares-comuns para dar a entender que os dirigentes angolanos são corruptos. Foi pena Bento XVI só ter reparado nisso por estes dias. Um mês antes, andavam os altos representantes da sua Igreja em jantares de gala, a 500 dólares por pessoa. Coisa pouca, portanto, oferecida certamente por apenas gente honesta, sem uma pinga de pecado. O jantar rendeu 100 mil dólares, com direito a um leilão, à boa maneira de uns vendilhões de outros tempos. Curiosamente, o assunto Cabinda - esse sim, susceptível de causar incómodo - não lhe aflorou os lábios, não fosse ofender uns ouvidos mais sensíveis que o apaparicaram na sua estadia.
Logo a seguir, o Papa pediu maior distribuição da riqueza. Não sei estaria a pensar nos faustosos monumentos pertencentes à Igreja ou estaria a pensar naqueles Prada, Geox, Serengeti que abrilhantam a sua vaidade. No final da visita, ninguém quis revelar quanto custara todo aquele aparato. Mas sabe-se que o Governo de Angola ajudou a pagar a factura. O mesmo governo que alberga e é dirigido por "corruptos".
E, por fim, em Angola, não se esqueceu da... guerra, que terminou em 2002. A mesma guerra que muitos bispos e padres angolanos ajudaram a fomentar com incendiárias declarações nos períodos mais quentes. E sobretudo com um apoio descarado a um louco sanguinário.
Nota: foto do Jornal de Notícias
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