quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Tratado de Lisboa, mas só de nome

"Nós teremos sempre uma palavra importante a dizer sobre as perspectivas para sairmos desta situação, uma vez que não deixamos de ter alguma responsabilidade na aprovação do compromisso de Lisboa" , afirmou Luís Amado no passado mês de Junho, apenas três dias depois de a Irlanda ter votado ‘Não’ ao Tratado de Lisboa.

Ou seja, depois de os irlandeses terem feito descarrilar o processo de ratificação do Tratado, o governo português estava convencido de que, uma vez que tinha baptizado o menino, teria um papel incontornável na busca de uma solução para o salvar.

Essa solução deverá ser conhecida hoje, em Bruxelas, mas não consta que José Sócrates (que chegou a afirmar que o Tratado de Lisboa “é fundamental na minha (dele) carreira política”) tenha sido visto nem achado em todo o processo.

Na ronda de algumas capitais que realizou na semana passada para ultimar os detalhes da solução encontrada, Paris foi o mais perto que o primeiro-ministro irlandês esteve de Lisboa…

Se Portugal tinha uma “palavra importante” a dizer, ninguém ficou a saber qual era e aquela “alguma responsabilidade” que Amado ‘modestamente’ reivindicou não parece, aos olhos dos demais parceiros, ter ido muito além da organização da cerimónia de assinatura do documento.

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