O Ministério das Obras Públicas e Transportes não é nada modesto na divulgação das suas iniciativas. Não há inauguração ou apresentação de projecto que não tenha uma tenda, meninas com decotes, água e vinhos, "power-points", transmissão de filmes institucionais, produtores a colocar figurantes nos sítios certos, cenário condizente, como aliás, serve de exemplo este encontro relatado pelo Correio Preto.
Ao que se sabe, o conjunto das acções de propaganda já custaram aos cofres do Estado quatro milhões e 600 mil euros. Ainda assim, o ministro Mário Lino não se fez rogado na apreciação desse valor:
"Eu nem sabia que era tão pouco! Cada concessionária tem de fazer esta divulgação ao público e é o que está a fazer. As concessionárias têm muitas obrigações, essa é mais uma".
Como também se sabe, Mário Lino e José Sócrates são sempre os convidados de honra. Aliás, todo o cenário é montado a pensar nos discursos deles, sobretudo, no do primeiro-ministro. Pois bem, ainda assim, e apesar dos tais mais de quatro milhões de euros, o ministro das Obras Públicas só tem encontrado pastéis de bacalhau e rissóis como revelou hoje no Parlamento:
"Acha que aquilo tudo é luxuoso? Eu nunca vi uma inauguração que não seja feita assim. Você tem ali uma quantidade de pessoas, convidadas para ir aquela sessão, deputados, autarcas, gente ligada à actividade económica, portanto pessoas que... presidentes de junta de freguesia, etc. Não vejo lá nada de luxuoso. Tenho lá estado, não sou pessoa de comer entre as refeições, mas vejo lá uns pastéis de bacalhau, uns croquetes e uns sumos. Não servem nada de luxuoso."
Começo a desconfiar que e empresa do 'catering' que fornece o Ministério das Obras Públicas anda a inflacionar o preço do bacalhau. Ou a vendê-lo como se fosse caviar. Coisa que deveria exigir uma auditoria.
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
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1 comentário:
Isto é realmente ter uma grande lata:
Rangel: “o que diz das inaugurações, nomeadamente de estradas, que custam 500.000 €. Para centenas de convidados com cocktails, jantares, etc.”
Sócrates: “não é verdade. O Ministro das Obras Públicas pode esclarecer. O estado não paga 1 € dessas festas”
Mário Lino: “já respondi a essa pergunta e envio-lhe a resposta depois. As EP não pagam 1 € dessas festas. As concessionárias são, quem tem de fazer isso.”
Rangel: “o sr. Ministro mostra uma falta total de respeito pelos dinheiros públicos […] 516 inaugurações feitas até 15 Out 2008 das concessionárias reflectem mais de 4 M€. O sr. Ministro ri, mas quem paga são os portugueses […] faça como Obama e acabe com os desperdícios de dinheiros em tempo de crise. O rigor tem de ser também para o governo, não só para o povo”
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