terça-feira, 6 de janeiro de 2009

De Gaza ao gás, a Europa no seu melhor


O colorido da capacidade de intervenção externa da União Europeia ficou bem patente com a esquizofrenia demonstrada em relação à guerra em Gaza, descrita aqui.

A crise do gás entre russos e ucranianos está a dar aos europeus outra grande oportunidade para serem levados a sério a nível internacional.

Ontem, a Comissão Europeia dizia que a disputa entre os dois países era “puramente comercial”, que não iria mediar um problema que devia ser resolvido entre as duas partes e que os consumidores europeus podiam estar descansados, pois os aprovisionamentos em gás eram suficientes “para várias semanas”.

Hoje, Bruxelas diz que a situação é “totalmente inaceitável”, que o fornecimento a alguns países “diminuiu substancialmente” (a Bulgária diz que tem reservas apenas para uma semana) e que uma delegação europeia composta pela presidência checa e pela Comissão esteve ontem em Kiev e reúne hoje em Berlim com representantes da Gazprom para “prosseguir o diálogo com as duas partes para que cheguem a acordo imediatamente” (o dicionário da Porto Editora define 'mediação' como “interferência de um terceiro no sentido de levar duas pessoas a concluir determinado negócio”).

Vista de Telavive ou de Moscovo, a Europa até deve ter uma certa piada.

1 comentário:

Anónimo disse...

Visto nutro continente, a 8000 kms da europa, mas por um prtuguês, não tem piada nenhuma.
Mas se for por um português atento, como nada humildemente me classifico, também não propriamente uma novidade.
De qualquer forma é verdade: o exotismo da falta de rumoda "europa" e da sua incorência estratégica - ela existe?! - leva a enormes e inultrapassaveis contradições.
Solução: fazer menos acordos e tratados e decidir para 10 anos mais integração-ferderação referdndada em por cada cidadão, ou manutenção da situação com reforço do bloco face ao exterior, i. e. face a emergentes?
É esta resposta que todos esperam e ningué, tem coragem de discutir em Bruxelas. Já agora, com reformas da eurocracia e do famoso "modelo social europeu", outro exostimso que põe meteda da população socialmente incluída e expulsa os jovens e audaciosos (competitivos do sistema).
Perguntem por favor pelo menos uma vez a cada eleitor o que quer para o seu país e para a europa.
Isso chama-se democracia, até no ex-terceiro-mundo.