segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Somos testemunhas da História!!! - 4

Estamos em vésperas do grande dia em que o povo dos Estados Unidos e o Mundo esperam o melhor. Em Washington, mais de dois milhões de pessoas vão assistir à festa ao vivo. Pelo resto do mundo, a hora é de celebração, de expectativa, de esperança e de análise, como esta feita por Serge Halimi, no "Monde Diplomatique":

"Politicamente, o novo presidente tem as mãos livres. A paisagem de escombros que herda vai condenar os seus adversários políticos a uma certa contenção. A sua eleição, amplamente conseguida, beneficiou do entusiasmo das forças vivas da nação, e em particular dos jovens. Por fim, tal como é em grande medida sugerido pelos dossiês especiais, muitas vezes hagiográficos, que a imprensa do mundo inteiro está a dedicar a Obama, a esperança suscitada pela sua chegada à Casa Branca é imensa. Isso não se explica apenas pelo facto de o presidente dos Estados Unidos ser negro. De repente, a «marca América» está novamente de pé. Algumas decisões com forte dimensão simbólica relativas ao encerramento de Guantanamo e à proibição da tortura vão fortalecer esta impressão de se estar numa nova era. «Devemos ser igualmente diligentes a conformarmo-nos aos nossos valores e a proteger a nossa segurança», anunciou o novo presidente".

(...)

"Contudo, nem tudo se resume a um homem, mesmo que novo. Até porque a novidade é muito menos visível quando se examina as escolhas feitas por Obama para o seu gabinete. Se há uma ministra do Trabalho próxima dos sindicatos, Hilda Solis, que promete uma ruptura com as políticas anteriores, há também uma ministra dos Negócios Estrangeiros, Hillary Clinton, cujas orientações diplomáticas cortam menos com o passado, e um ministro da Defesa, Robert Gates, simplesmente herdado da administração Bush. Quanto à diversidade da equipa, não é seguramente de natureza sociológica. Entre as trinta e cinco primeiras nomeações de Obama contam-se vinte e dois diplomados por uma universidade de elite americana ou por um distinto colégio universitário britânico… Faz lembrar um pouco o regresso à «competência», aos «best and brightest» (os melhores e os mais brilhantes) da administração Kennedy-Johnson. A imodéstia que caracteriza este género de indivíduos condu-los por vezes a fazerem presunções sobre as suas forças e a tornarem-se os arquitectos de catástrofes planetárias, como se observou durante a Guerra do Vietname. Nos tempos que correm, a ameaça mais temível nos Estados Unidos é o atolamento «centrista» e não a audácia do «Yes, we can»."

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