domingo, 31 de maio de 2009
O verdadeiro olho de repórter
Como Barcelos deu razão a Manuela Ferreira Leite
O "speaker" até insistia em chamar gente. Pedia para os jovens - onde estavam eles, naquele "mar" de idosos? - se aproximassem do ringue. Mas nada. Até dava para fazer uma partidinha de futebol.
Chegaram pessoas das aldeias mais próximas. Durante a noite, houve um esforço de mobilizar os jovens. Mas o comício, propriamente dito, teimava em não passar das intenções.
Uma hora e meia depois, já sem haver esperanças de encher o pavilhão, começou o dito comício. Mesmo assim com clareiras. Para disfarçar, Paulo Rangel descobriu "uma moldura humana". Manuela Ferreira Leite foi pouco modesta:
"Esta mobilização, este entusiasmo faz-me renascer"
Talvez por não querer renascer desta forma é que Manuela Ferreira Leite garante não gostar de comícios. Barcelos mostrou que ela tem fortes razões para isso.
sábado, 30 de maio de 2009
Delírio sobre rodas
sexta-feira, 29 de maio de 2009
Talvez sejam permitidos murros e pontapés
Estou a mostrar a minha indignação pela indignidade da campanha, pelo nível que o PS está a tentar pô-la. Percebe-se que é o desespero de um candidato. Mas as campanhas eleitorais não podem permitir tudo, só podem permitir algumas coisas.
PSD e PS consideram "vital" imposto europeu
Em Março de 2007, a quase totalidade da delegação socialista (Edite Estrela, Capoulas Santos, Elisa Ferreira, Ana Gomes, Manuel dos Santos, Jardim Fernandes, Hasse Ferreira, Jamila Madeira, Sousa Pinto, Fausto Correia e Paulo Casaca; Francisco Assis não participou na votação) e da bancada social-democrata (Carlos Coelho, Deus Pinheiro, Silva Peneda, Assunção Esteves, Duarte Freitas e Sérgio Marques; Vasco Graça Moura não participou no voto) votaram favoravelmente o relatório que foi aprovado por 458 votos a favor, 61 abstenções e 117 votos contra, entre os quais os dos parlamentares do PCP (Ilda Figueiredo e Pedro Guerreiro), Bloco de Esquerda (miguel Portas) e Ribeiro e Castro, do CDS-PP (Luís Queiró não votou).
Algumas passagens do dito documento (não, esta parte não está nos 'considerandos'): “a curto prazo ainda é prematuro estabelecer um novo imposto genuinamente europeu”, mas isso “não exclui a possibilidade de os Estados-Membros decidirem se e quando cobrar novos impostos e de, na mesma fase ou posteriormente, decidirem autorizar a União a beneficiar directamente das respectivas receitas”.
Na exploração de “eventuais opções para o futuro”, “será VITAL examinar a possibilidade de criar um novo sistema de recursos próprios baseado num imposto já cobrado nos Estados-Membros”, que deveria ser posteriormente “total ou parcialmente canalizado para o orçamento da União Europeia como um verdadeiro recurso próprio”.
Como diria o outro, “Rangel e Vital, é parecido, é mesmo igual”.
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Uma campanha de 5 estrelas
Um nome que queima os lábios
Do lado socialista, Vital Moreira, perante a mesma questão, remeteu os jornalistas para um artigo escrito no seu blogue.
Para Angola, rapidamente, em fuga que a fome aperta
terça-feira, 26 de maio de 2009
Devagar, pára, arranca, devagar
Há dias assim, tranquilos, suaves, como se não houvesse eleições daqui a nada.
Saúde sim, mas só para alguns
Haverá uma terceira via?
“A incidência da sida já é maior entre os heterossexuais do que nos toxicodependentes"
Um denominador comum
segunda-feira, 25 de maio de 2009
Galocha!
Serve o presente post para informar Vexa.s que afinal não foi mesmo preciso galochas para a manifestação (perdão marcha) do passado 23 de maio.
Será que ainda alguém dúvida das nossas fontes!
Cremes socialistas
-Ele tem a pele macia...
Resposta da outra:
-Pudera, num usa Nibea nem cremes dos trezentos... *"
*In "Escola de Lavores"
domingo, 24 de maio de 2009
Simples, directo ao assunto e todos percebem
Quem diz a verdade....
"Nós políticos terminamos por norma os discursos - e eu também - a dizer "meus amigos todos queremos um país mais justo, mais rico. e mais solidário, oh diabo!, falhámos. Por que ele é menos rico, menos justo e é muito pouco solidário".
Alguém, também no PSD, terá ficado com as orelhas da arder?
Muy bien, Joselito!
Parece que pertence definitivamente ao passado o tempo em que José Sócrates se deixava filmar pelas câmaras de televisão, enquanto falava ao telemóvel com o seu homólogo espanhol, num portunhol duvidoso (num daqueles episódios que causa um embaraço semelhante às prestações de alguns concorrentes em concursos de descoberta de novos talentos musicais…).
Segundo a imprensa espanhola, no comício em que ontem participou, em Valência, o primeiro-ministro português expressou-se na língua de Cervantes de uma forma que oscilou entre o “castelhano perfeito” (El País) e o “espanhol correcto” (El Mundo).
E foi assim que exprimiu a sua “admiração e apreço” pela forma de governar dos socialistas do país vizinho, onde a taxa de desemprego é a mais elevada da União Europeia, podendo mesmo vir a ultrapassar a barreira dos 20%.
Na estrada com eles...
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Modernices
O PCP anda agora armado em Moderno. Ele é sites da Internet personalizados para as eleições autarquicas, ele é marchas, mas ele também é comercio!
O Correio Preto sabe que se preparam kits do Manifestante (ou melhor do marchante) que serão distribuídos por todos aqueles que marcharam aquela distancia incrível entre o Saldanha e o Marquês de Pombal pelo Protesto, Confiança e Luta. O kit será composto por sapatos tipo manhosos à venda no mundo do calçado da Rua da Palma e por edições especiais de garrafas de agua com o nome daquele que todos gostavam de atingir.
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Foi você que pediu uma "Marinha Grande"?
Que tal uma repetição? Pode ser já no sábado, dia 23 de Maio. Parece que o PCP organiza uma marcha em Lisboa. Basta ir lá (tentar) cumprimentar alguém, ou então passar na zona por acaso (saída prevista do Saldanha às 15h00, não chegue atrasado e desta vez não se esqueça do guarda-chuva para se proteger dos salpicos).
Já agora, leve um amigo também. Pode ser Pedro Namora, que entregou recentemente o cartão de militante do PCP para encabeçar a lista do PPM à Câmara de Setúbal, dirigida pelo… PCP. Os seus ex-camaradas deverão adorar reencontrá-lo e cada um tem direito à sua Marinha Grande.
terça-feira, 19 de maio de 2009
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades políticas
"Eu teria saído logo na abertura do inquérito..."
Quem pensa assim e aconselha assim, é precisamente o mesmo homem que foi ministro da Defesa ao mesmo tempo que estava a ser investigado por causa da Universidade Moderna (a tal que fechou, entretanto). Na altura, o que fez Portas? Demitiu-se mal soube da abertura do inquérito? Pediu a exoneração do cargo quando choveram suspeitas sobre ele? Não. Manteve-se firme no cargo.
E, já agora, é bom recordar a posição do PS: pediu a demissão do ministro, com declarações inflamadas feitas à comunicação social, com cartas dirigidas ao PGR e no Parlamento. E com o próprio secretário-geral, Ferro Rodrigues, a fazer ultimatos. Outros tempos, outros tempos...
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Barroso atleta
Menos sorte tiveram os funcionários que trabalham nos andares cimeiros do Berlaymont que, com os elevadores desactivados por questões de segurança, tiveram que descer a pé. Foi o caso de Durão Barroso, que teve que galgar assim os lances de escada dos 13 andares que separam o seu gabinete da rua.
Consta que desde que se atreveu a participar num jogo de futebol (há três anos, em Viena), que Barroso não efectuava semelhante prova de esforço. "Ainda bem que era a descer", desabafou um dos seus colaboradores.
Debandada II
A lituana Dalia Gribauskayte foi ontem eleita presidente do seu país. Volta a Bruxelas apenas para picar o ponto e assumirá funções logo que as formalidades pós-eleitorais estejam todas cumpridas. Segue assim os passos dos seus colegas italiano, britânico e cipriota, que trocaram todos Bruxelas por cargos ministeriais nos respectivos países.
Mas este êxodo não vai ficar por aqui. Hoje mesmo, a comissão anunciou que outros quatro elementos do colégio (o comissário belga e as comissárias búlgara, luxemburguesa e polaca) vão suspender funções para se poderem candidatar às eleições para o Parlamento Europeu. São todos cabeças-de-lista dos respectivos partidos às eleições do próximo dia 7 de Junho e o seu regresso às actuais funções parece assim uma possibilidade bastante remota.
Sendo assim, dos 25 comissários que iniciaram funções com Durão Barroso em 2004 e dos dois que se juntaram à equipa em 2007, apenas 19 cumprirão o mandato na íntegra.
Burning down the house
sexta-feira, 15 de maio de 2009
Afinal as notas de banco encontradas na rua são para devolver…
Uma posição digna do Partido Pirata sueco.
Mas bastou a Sociedade Portuguesa de Autores considerar tais afirmações “lesivas” dos seus interesses, para o ministro, logo no dia a seguir, patrocinar a criação de um grupo de trabalho para defender os direitos dos autores e dos artistas portugueses, ameaçados pelos descarregamentos ilegais na Internet.
E Pinto Ribeiro aproveitou para clarificar as coisas: "[A Sociedade Portuguesa de Autores] julgou que eu tinha dito coisas que não disse. Eu depois disse-lhes o que disse e eles disseram 'Ah, mas se foi isso que disse, nós ficamos contentíssimos”.
Aqui ficam as declarações originais do ministro:
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Portugueses
E esta foto, que foi capa do DN no início de Abril, mostra-nos os bravos da fragata Corte Real, a caçar piratas algures ao largo da costa da Somália (descrição mais detalhada aqui).
De socialista freelance a socialista em full-time
Imaginem quando lhe der para começar a militar também nas horas extraordinárias. Nessa altura será melhor António Vitorino arranjar outra coisa qualquer para fazer nas terças à noite, porque já há substituto para as notas soltas na RTP.
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Eurodeputados faltosos e assíduos
É verdade que só tem as sessões plenárias de Estrasburgo (não conta com as sessões de Bruxelas, nem com as reuniões das comissões parlamentares) e que são dados brutos (não tem em conta faltas eventualmente justificadas por motivos de saúde ou de trabalho parlamentar). Mas é melhor do que nada. E, no caso português, dá-nos uma lista aberta e fechada por socialistas (a percentagem indica a taxa de presenças nas sessões entre Julho de 2004 e Março de 2009).
97% - Jamila Madeira e Manuel dos Santos (PS)
95% - Elisa ferreira, Edite Estrela, Capoulas Santos e Jardim Fernandes (PS)
93% - Pedro Guerreiro e Ilda Figueiredo (PCP); Armando França e Paulo Casaca (PS)
92% - Vasco Graça Moura e Carlos Coelho (PSD)
89% - Luís Queiró (CDS)
88% - Silva Peneda (PSD)
86% - MÉDIA
84% - Hasse Ferreira (PS)e Deus Pinheiro (PSD)
83% - Assunção Esteves (PSD)
80% - Sérgio Marques (PSD)
76% - Ana Gomes (PS)
74% - Miguel Portas (BE)
73% - Ribeiro e Castro – CDS
70% - Duarte Freitas (PSD) e Sérgio Sousa Pinto (PS)
65% - Francisco Assis (PS)
As eleições são tão doces...
"Já respondi a tanta pergunta que já estou um pouco cansado".
Pela primeira vez, em quatro anos de governação, José Sócrates confessou-se cansado. Comentário irónico de uma jornalista no Parlamento:
"Coitado, não dorme por causa dos números do desemprego"
Dores de cabeça para Setubal
Um homem habituado às grandes lutas Pedro Namora é o candidato do PPM (!!!) à Camara de Setubal! Terá o comunista (recém ex) sentido a Voz monarquica que clamava por ele ? Ou simplesmente se sentiu com vontade de chatear a ex-Patroa Dores Meira e agarrou o primeiro partido que lhe deu uma abébia?
A comer a papa
Aliás, a linha editorial do novo blogue explica logo ao que vem. Reparem neste naco de texto:
Que não cabe ao Estado apoiar certas empresas, em detrimento das demais; alguns cidadãos, com prejuízo da maioria. Um dia seremos forçados a agir, para que o Estado não se transforme no nosso mestre, mas cumpra a função de ser o nosso servo.
Hum.. temos aqui alguém que certamente não está de alma e coração ao lado de Manuela Ferreira Leite. Ou como diz a velha sabedoria popular, há aqui "gato escondido com o rabo de fora". Ou será antes pedro escondido com ideias de fora?
terça-feira, 12 de maio de 2009
Como votaram os eurodeputados
Através do votewatch.eu é possível ficar a saber a posição de cada eurodeputado na hora de votar todos os relatórios e resoluções da legislatura; perceber se seguiu o voto do seu grupo político e a respectiva tendência nacional; perceber as convergências e divergências entre países e grupos políticos nos principais temas da política europeia; perceber se os eurodeputados participaram ou não nas votações.
O site foi criado por iniciativa de responsáveis do European Policy Center e contou com a participação de especialistas da Université Libre de Bruxelles e da London School of Economics. À primeira vista a consulta pode não parecer fácil, mas vale a pena o esforço.
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Proposta "fast-food"
Com exemplos destes...
Ainda segundo o Público de hoje, as declarações do Presidente foram feitas antes de partir de visita para aquele país, levando na bagagem o “exemplo de paciência portuguesa para aderir à UE”.
Esperemos que, quando chegar ao destino, Cavaco seja mais comedido no uso desta fanfarronice paternalista, ou os anfitriões ainda terão que lhe recordar que o pedido de adesão da Turquia ao clube europeu foi feito em 1987 (há 20 anos) e que o país tem um Acordo de Associação assinado com a União desde 1963.
E que, apesar de estar a negociar formalmente a adesão, há países, como a Alemanha e a França, que não aceitam oferecer a Ancara mais do que uma “parceria privilegiada”, assim uma espécie de sala de espera da ‘casa europeia’.
Religiões
domingo, 10 de maio de 2009
O meu candidato é bom, mas o outro é muito melhor
"O novo desafio de Oeiras é sem dúvida esse: o de continuar o caminho de excelência e de qualidade, de aposta no ambiente urbano... "
E, ainda não satisfeito, Sócrates repetiu a ideia:
"Vamos continuar o caminho da qualificação e da excelência, mas vamos dar a Oeiras também um novo fôlego"
Talvez por isso, escrevi que Marcos Perestrello é cabeça-de-lista e não candidato à presidência da câmara.
Só faltam os eleitores
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Euro nuances 2
Em 2004 o “candidato do consenso” à sucessão de Romano Prodi era o conservador luxemburguês Jean-Claude Juncker que apenas não entusiasmava os britânicos, que o consideravam demasiado federalista, e que se auto-excluiu da corrida pois acabava de ser reeleito como primeiro-ministro do seu país. Surgiram assim os seguintes candidatos:
-o liberal belga Guy Verhofstadt, apoiado pelo social-democrata alemão Gerhard Schroeder, pelo conservador francês Jacques Chirac e pelo conservador luxemburguês Jean-Claude Juncker;
-o conservador britânico Chris Patten, apoiado pelo trabalhista britânico Tony Blair e pela generalidade dos conservadores europeus (à excepção de Juncker e de Barroso);
-o socialista António Vitorino, apoiado pelo “social-democrata”/conservador (em termos europeus) português Durão Barroso (com que empenho, isso é outra história).
As duas primeiras candidaturas auto-anularam-se. Vitorino, além do apoio de Portugal, não obteve um único apoio suplementar, nem mesmo de Espanha, então já governada pelos socialistas de Zapatero.
O coelho a saltar da cartola, depois de Juncker voltar a dizer ‘não’, acabou por ser o próprio Barroso (conservador), com o apoio entusiástico de Blair (trabalhista) e do PPE (conservador) e a aceitação mais ou menos resignada dos demais.
Quer isto dizer que Barroso é o melhor candidato, ou que fez um bom trabalho e merece lá continuar, ou que tem a recondução garantida, ou que os socialistas europeus não devem ter um candidato próprio? Não. Só para explicar que alguns argumentos avançados para contestar o apoio de Sócrates a Durão não fazem muito sentido. E, já agora, para lembrar que Durão só assumiu funções depois de empossado pelo Parlamento Europeu e com o apoio de muitos eurodeputados socialistas.
Euro nuances
Os líderes dos 27 desmultiplicaram-se em Cimeiras e Conselhos extraordinários para coordenar à resposta à crise financeira e económica, para mobilizar milhões e tranquilizar mercados, instituições financeiras, empresas, etc. Chegaram a encontrar-se quase em semanas seguidas e ai de quem faltasse!
No meio dessa incontinência de desorientação e pânico disfarçados de determinação alguém se lembrou que seria boa ideia realizar uma iniciativa semelhante para responder às consequências sociais da crise, numa altura em que o desemprego já ultrapassou os 20 milhões e não dá sinais de abrandar.
A sugestão partiu do governo checo, ultraliberal, e foi defendida desde o início por Durão Barroso. Chegou a ter data marcada – o dia 7 de Maio. Mas em Março, os líderes dos 27, entre os quais todos os governos socialistas da União (Sócrates também lá estava, naturalmente), decidiram esvaziar a iniciativa com o argumento de que não valia a pena criar falsas esperanças entre os cidadãos. Em vez de uma “Cimeira do Emprego”, com todos os chefes de estado e de governo, passou a ser uma “mini-Cimeira”, que se limitou a um breve encontro entre a actual presidência checa e os governos das próximas duas – Suécia e Espanha.
O governo sueco, liberal, fez-se representar pelo seu primeiro-ministro. O socialista Zapatero nem meteu lá os pés, delegou no ministro dos negócios estrangeiros. Barroso também lá esteve a compor a mesa para a fotografia, todos juntos a tentar disfarçar a inevitável falta de resultados.
Alguém duvida que não teria sido muito diferente com um presidente da Comissão “socialista” e um governo português de “centro-direita”?
quinta-feira, 7 de maio de 2009
E se Saramago teve uma fraqueza...
Um homem, o Presidente
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Era uma vez um relatório...
Tal desenlace representa um recuo importante, até porque tratando-se da última sessão da legislatura o assunto só deve voltar a ser discutido sabe-se lá quando.
Mas não deixa de levantar uma questão: como é possível que Edite Estrela (que ainda hoje de manhã garantia aos jornalistas em Estrasburgo que tinha os apoios necessários da direita e dos liberais para aprovar o relatório) não se tenha apercebido de que não tinha condições para fazer aprovar o relatório?
Ou negociou com o PPE e os liberais e estes lhe tiraram o tapete no último momento (o que não é de excluir), ou entusiasmou-se tanto com a possibilidade de acabar o mandato em beleza que não acautelou os compromissos e negociações necessárias à viabilização do relatório e decidiu forçar o voto, comprometendo o resultado (cenário que também não se pode afastar). A expressividade da votação dá força a esta segunda possibilidade: 347 votos a favor do reenvio à comissão, 256 contra e 10 abstenções.
No preciso momento em que se ia proceder à votação, a conservadora luxemburguesa Astrid Lulling defendeu o adiamento da votação em plenário: "Há 89 alterações. Será completamente caótico e o voto que vamos fazer não nos vai permitir uma discussão objectiva com o Conselho e a Comissão. Há 89 alterações totalmente contraditórias [da comissão parlamentar e apresentadas por vários grupos políticos]. Proponho que o relatório seja reenviado para a comissão parlamentar".
Ao que Edite Estrela contestou: "Não faz sentido remeter para a Comissão de novo este relatório, esta proposta, porque foi debatida com todos os grupos. Tem um apoio que eu presumo que seja maioritário nesta Câmara. Foi debatida com a Comissão, foi debatida com o Conselho. Naturalmente, há posições diferentes. (…) Peço à Câmara que vote as propostas, que apoie o meu relatório, porque dará razões acrescidas aos cidadãos para irem votar nas eleições europeias".
Presumiu mal.
A terra prometida de Ana Sofia Fonseca
A sorte de Soares
O desenlace é conhecido: não só foi derrotado, como privou os socialistas europeus da presidência da instituição durante toda a legislatura e ainda teve tempo para chamar “dona de casa” a Nicole Fontaine, a francesa que lhe ficou com o lugar.
Na altura, Soares teve um consolo tão amargo quanto irónico: na qualidade de decano dos deputados eleitos, caber-lhe-ia a honra de efectuar a locução de abertura da sessão legislativa. Papel de que, no entanto, abdicou por também ser candidato à presidência do PE, mas o facto ficou devidamente perpetuado numa edição especial de filatelia da já longa colecção de selos e envelopes editada pelo PE para assinalar algumas ocasiões.
Acontece que, se fosse hoje, nem esse magro consolo Soares teria, pois o PE acaba de alterar esta regra. Perante a perspectiva de o líder da extrema-direita francesa, Jean-Marie Le Pen, voltar a ser eleito nas próximas eleições e, do alto dos seus quase 81 anos, ser muito provavelmente o decano da nova legislatura, o PE acaba de modificar o seu regulamento, para impedir que a abertura da legislatura 2009-2014 coubesse a Le Pen.
Agora, a dita honra caberá não ao decano, mas ao ex-presidente do PE, caso seja reeleito. Caso não seja reeleito, a palavra será dada a um dos anteriores 14 vice-presidentes. Caso sejam reeleitos. Caso contrário… altera-se novamente o regulamento, que é para isso que parece que ele serve.
terça-feira, 5 de maio de 2009
Estados de espírito
Para perceber quem é quem, basta olhar para a composição das diferentes listas.
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Um vital pedido de ajuda
Nem leitores nem os livros mereciam uma feira assim
Está assim a Feira do Livro, em Lisboa. Passar por lá é um mero exercício de desperdício de tempo.