domingo, 30 de maio de 2010
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Já não há saída
* Vale a pena ler o post de Vital Moreira. Gosto particularmente do terceiro ponto.
Jornalismo à portuguesa II
quarta-feira, 26 de maio de 2010
A certeza de as coisas estarem bem entregues
António Nunes, presidente da ASAE, na RTP, a explicar porque é que a fiscalização da venda de álcool a menores é ineficaz
Um com culpa, outro com máxima desculpa
Mas um deputado "sacar", à descarada, dois gravadores a dois jornalistas, em plena Assembleia da República, merece uma complacência de quem passa legislaturas a pedir mais segurança. Eis o CDS com um único peso, mas com duas medidas. Vá lá que o acto teve video-vigilância. Só nisso resultou a exigência do CDS.
Bem prega Frei Tomás
É verdade. Mais precisamente isso aconteceu em 2003, quando a Alemanha e a França violaram pela primeira vez o limite dos 3% para o défice orçamental estipulado pelo PEC (PEC esse desenhado de acordo com as exigências de Berlim). Na altura a Comissão Europeia, presidida por um tal Romano Prodi, fez o que lhe competia e abriu um procedimento por défice excessivo contra os dois países. Cujo andamento foi travado por uma votação dos governos dos países da zona euro, ilibando os dois infractores.
Foi uma votação renhida, em que a posição assumida por Portugal fez os pratos pender decisivamente para o lado de Berlim e de Paris. Uma posição assumida por Manuela Ferreira Leite e que causou estranheza, até porque Portugal estava na altura a braços com um procedimento idêntico por ter deixado derrapar o défice. À estranheza juntou-se o surrealismo da explicação dada alguns dias depois pelo então primeiro-ministro, Durão Barroso, num jantar com emigrantes portugueses, em Paris. A quem explicou a atitude assumida com a necessidade de defender o bem-estar das comunidades portuguesas nos dois países visados (não fossem alemães e franceses, desvairados, desencadear um pogrom anti-lusitano…).
Mas se o mundo mudou em três semanas, imagine-se o que não lhe terá acontecido nestes quase sete anos…
Anti-parlamentarismo primário
Pela manchete de ontem do Correio da Manhã, parece que, enquanto os eleitores fazem contas à vida, os eleitos aprovam orçamentos despesistas em casa. Mas o Orçamento da AR foi aprovado dia 5 de Fevereiro. Com publicação em Diário da Republica, cinco dias depois. Pode ser consultado aqui desde essa altura.
Imaginem se chegar a Belém...
Deixai-os falar
terça-feira, 25 de maio de 2010
Nem bem temperado, engole-se
A gastar é que a gente se entende
Basta querer para poder ter. Ou, como eles dizem, quem tudo quer, tudo tem. O resto logo se vê. Vá-se lá saber por quê, mas a coisa cai estranhamente mal nos tempos que correm.
Ouvir quando está tudo decidido
Um mistério por obliterar
As notícias davam como certo o aumento das tarifas dos transportes públicos. Apesar da informação estar a circular desde ontem à noite, o Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações emitiu um comunicado, através do gabinete de imprensa, apenas às 18.27, com o título "Comunicado - Tarifas dos transportes públicos":
"... reafirma-se (...) que não existe, neste momento, qualquer decisão sobre esta matéria, não estando a mesma na agenda das decisões do Governo"
Ficou assim esclarecido que o Governo não está a pensar no aumento do preço dos transportes. Mas as certezas têm pernas curtas. Curtíssimas. Precisamente um minuto depois, às 18.28, o mesmo ministério emitia outro comunicado bem mais lacónico:
"Gab Imprensa MOPTC gostaria de resgatar a mensagem "Comunicado - Tarifas dos transportes públicos".
Entre dois comunicados, fica-se sem saber se os bilhetes vão ficar mais caros, ou não. Ah... o mesmo gabinete avisa que não tem mais comentários. Os anteriores, ao que parece, são esclarecedores.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Índice do jornalismo lindo
(só falta mesmo criticar o PS que depois fez a mesma coisa)
Jornalismo à portuguesa
Obviamente, o Correio Preto conta, com esta notícia, ser citado pelas rádios, televisões e sites, provocando que a notícia dure umas horas. Para isso, conta ainda com a colaboração de todos os partidos que tratarão de comentar, criticar e pedir a presença na Assembleia da República, com carácter de urgência, do ministro das Obras Públicas. Assim, a notícia vive mais umas horas e anima a vida dos portugueses.
Depois, a meio da tarde, José Sócrates irá desmenti-la até usando o argumento de que, nesta altura, esse tipo de investimento seria rídiculo e impensável. Mas à noite, via telejornais, a notícia irá manter-se, baseando-se, antes de mais, na notícia do Correio Preto. E com as óbvias reacções dos partidos. E só depois o desmentido oficial.
No sábado, logo pela manhã, o mesmo Correio Preto conta fazer outra manchete, não pedindo desculpa aos leitores, não admitindo que foi um erro, mas com a história "completa": o Governo tinha mesmo intenções de construir a estação espacial, mas foi a notícia do Correio Preto que obrigou José Sócrates a recuar. E para apimentar a coisa, acrescentaremos que sob pressão de Cavaco , de acordo com "fontes em Belém", e de Pedro Passos Coelho que até admitiu romper o acordo com o Governo.
E assim andará o Correio Preto feliz e contente até, daqui a umas semanas e perante a queda de audiência, tenha mais criatividade para outra grande "cacha": citada, comentada e desmentida. Mas o que importa? A audiência sobe, não sobe?
terça-feira, 18 de maio de 2010
Rapidez
O que vale é que as contradições e os ditos que são dados por não ditos são tantos, que praticamente já não fazem mossa. E depois há sempre “a situação dramática do país” para justificar qualquer malabarismo (até serviu a Cavaco para promulgar a lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo!).
Já era má, o Papa só a deixou K.O.
"Não se zanguem aqui por favor"
Já se sabia que o programa não é mesmo para estimular o debate ou colocar frente-a-frente ideias diferentes. Ela escusava de ser tão evidente.
Ainda o sapo
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Segunda-feira há sapo ao jantar
sábado, 15 de maio de 2010
Recados para quem? A opção é sua...
"Numa altura decisiva como a que vivemos, ter alguém a olhar para o seu umbigo e a querer mostrar, apenas, que existe e que ninguém lhe liga é um sinal de incapacidade, de falta de cultura política e de solidão do seu pensamento e acção."
Resta saber a quem se dirige este mimo. É uma questão de escolha:
A - A António José Seguro por que, este sábado, dá uma entrevista ao Expresso em que admite poder candidatar-se a líder do PS.
B - A Marco António Costa por sugerir que Francisco Assis se demita dos cargos políticos por ser incapaz de pedir desculpas
C - A Eduardo Martins, deputado do PSD, por não ter gostado de ver o seu líder, Pedro Passos Coelho, a ser muleta do Governo.
D - A António José Seguro por ameaçar, lá mais para frente, discutir e analisar quem colocou o país nesta situação.
E - A Bruna Real, professora de Mirandela, por ter saído do anonimato de uma aldeia para o estrelato graças ao umbigo nú mostrado numa revista.
sexta-feira, 14 de maio de 2010
"Não é só a água, é tambem a coca-cola, a pepsi-cola"
Governo TV
Truz-Truz
- Quem é ?
- A Rádio
- Não pode entrar
- Não posso entrar ?
- São as ordens que tenho
- Mas a Televisão e a Lusa não estão lá dentro ?
- Estão.
- Então...
- ... a senhora não pode entrar
- Porquê ?
- Porque não
- Mas se há jornalistas lá dentro, porque é que eu não posso entrar ?
- Não pode
- Mas só estando lá dentro é que poderei saber (como os outros) quando é que o encontro acaba
- Mas os seus colegas estão a fazer directos
- Eu tambem vou fazer directo...se puder entrar
- Mas não pode
Resultado: Ninguém mais entrou. Saiu a Lusa...
II ACTO - Conferencia de imprensa de José Sócrates no Conselho de Ministros
Sala cheia
- O Sr.PM só responde a três perguntas
- Três ?!!!!!!
- Uma por cada televisão em directo...
Alguns jornalistas abandonam a sala...
...e cada televisão faz uma pergunta com vááááááááárias questões lá dentro.
quinta-feira, 13 de maio de 2010
Durante uma arrumação de papéis...
Euforia incontrolável
Saudável inspiração de Vital Moreira
"Só a distração ou a imprudência política pode ignorar os sinais preocupantes de deterioração da situação financeira do serviço nacional de saúde".
O resto do ataque é uma pequena bomba-relógio
Ah, se é assim está bem
quarta-feira, 12 de maio de 2010
A crise sopra sempre para o mesmo lado
Mastiga e deita fora
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Isto já só lá vai com muita fé
E o burro é quem?
Um fenómeno fácil de encontrar por outras paragens do mundo, mas porventura menos falado, e onde não faltam os habituais ingredientes: enriquecimento à custa dos recursos do país, perseguição e tortura de opositores políticos, acusações de exploração de mão de obra infantil na colheita de algodão, a principal matéria-prima nacional.
Há mesmo sapo para o jantar?
Foge, Sócrates!
sexta-feira, 7 de maio de 2010
Um taxista mais erudito
- enganam a malta, só ganham os que têm mais lata, os latosos (sobre os políticos)
- aldrabice, gatunagem, país desorganizado, é uma ladroeira, vigaristas, burlões (expressões mais usadas sobre os políticos)
- queremos arranjar uma casa e demoramos anos a ter os papéis a não ser que se pague a alguém debaixo da mesa
- não sei se na China se rouba menos ou mais do que cá
- Portugal é uma burla
- a ministra da Educação que surgiu com um sorriso e pintada já perdeu a pintura
- nem há militares (sobre a hipótese de haver uma ditadura militar(!))
Ouvindo bem, é dificil perceber a diferença entre as opiniões de um economista, ex-ministro e com lugar cativo num órgão de comunicação social e as opiniões de um taxista que, mal tem o cliente sentado, zurze nos políticos, no país, enfim, na "choldra" (só faltou esta expressão a Medina Carreira).
Interpretar os sinais
Em Setembro do ano passado, em plena campanha eleitoral, o TGV também andava na berlinda.
Na altura Sócrates aproveitou a ida a um Conselho Europeu em Bruxelas, via Paris, para fazer a viagem entre as duas cidades de… TGV. Garantiu que era coincidência, mas não deixou de aproveitar a ocasião para defender as virtudes do projecto.
O primeiro-ministro acaba de chegar a Bruxelas para nova reunião europeia. Vindo de Paris. Mas desta vez viajou de avião, ao mesmo tempo que, em Lisboa, Vieira da Silva explica que "é normal" adiar investimentos.
quinta-feira, 6 de maio de 2010
O gesto é tudo
O caso da "posse indevida" dos gravadores dos jornalistas da "Sábado". Posso até compreender a solidariedade do grupo. Sim, um deputado, ou outra qualquer pessoa noutro cargo, que dá uma entrevista não é, de facto, obrigado a responder a tudo. Pode mesmo, e deve, se assim o entender, indignar-se e dar por terminada a entrevista. Se Ricardo Rodrigues tivesse feito isso, e nada mais, não haveria nem "caso" nem processo. Exercia um direito.
Aqui chegados, o que me espanta é não haver entre os socialistas uma voz, uma que seja, capaz de condenar o "acto irreflectido" (para usar a expressão do próprio). Antes pareça que o subscrevem. Em rigor, duas vozes. Porque Vital Moreira, lá das Europas já blogou sobre o episódio, dizendo ao sr. deputado o óbvio: "Só se responde ao que se quer." Mas foi o único a considerar a atitude "injustificável".
Posto isto, estou em crer, mas é um "supônhamos", que se Ricardo Rodrigues tivesse estado na reunião da bancada, teria sido aplaudido. Mesmo. Não estando, comprovou ser afinal capaz de um gesto "reflectido". Poupando o grupo parlamentar do PS ao ridículo. .
"andava o desgraçadinho no gamanço..."
É só fazer as contas, como diria o outro
Confessionário ?!!!
Jaime Gama, esta tarde, a comentar o caso Ricardo Rodrigues.
Piadolas na comissão de inquérito PT-TVI
- Vai à vontade. O Ricardo Rodrigues não está cá...
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Há dias que deviam acabar de manhã
A crise começou depois do almoço. A Sábado preparava-se para pôr no site o vídeo de Ricardo Rodrigues a abandonar uma entrevista com os gravadores dos jornalistas nos bolsos.
O deputado começa a preparar uma declaração apostando na antecipação. O PS anuncia-a para as 17.45 h: "sem período de perguntas e respostas".
Com jornalistas já na sala de imprensa, começam a aparecer assessores jurídicos do PS. Depois, chega Ricardo Rodrigues e não vem sózinho: Francisco Assis, Sérgio Sousa Pinto, Ana Catarina Mendes manifestam o apoio da direcção parlamentar.
Ricardo Rodrigues, vice-presidente da bancada do PS, coordenador da área da justiça e da comissão de inquérito ao negócio PT-TVI, é acusado pela Sábado de furto e de atentado à liberdade de expressão...um tema, que por sinal, tem sido bastante discutido na Assembleia da Republica nos últimos tempos.
Cuidado com os gravadores !
Ricardo Rodrigues, vice-presidente do grupo parlamentar do PS, coordenador da área da justiça, justificou assim isto.
Hipocrisia
Daniel Cohn-Bendit, o tal do Maio de 68, eleito pelos Verdes, chamou a atenção para um pequeno detalhe que tem ficado de fora dos sucessivos pacotes de “ajustamento” (leia-se reduções de salários e de prestações sociais, aumentos de impostos, etc) que o governo grego tem vindo a adoptar: o orçamento de defesa da Grécia.
A Grécia é o país da União Europeia que, de longe, mais dinheiro gasta em armamento: cerca de 4,3% do PIB em 2005.
E, segundo Cohn-Bendit, nos últimos meses fechou vários negócios com a Alemanha e a França para a aquisição de submarinos, fragatas, helicópteros e aviões, que estimou em mais de 4 mil milhões de euros e que serão pagos ao longo dos próximos anos: “Somos hipócritas, damos-lhes dinheiro para comprarem as nossas armas”.
Cohn-Bendit sugere que, se a União Europeia quer mesmo « ajudar » a Grécia, deve promover um pacto de desarmamento na região, que envolva a Turquia.
Pensamento positivo
Esqueceu-se de acrescentar que a dita “revisão em alta” de Bruxelas é em relação às suas próprias previsões (0,5%, quando em Novembro dizia esperar um crescimento de 0,3%) e que ainda assim ficam abaixo das previsões do próprio governo (0,7% em 2010).
E também não mencionou que, para 2011, além de estarem novamente abaixo das previsões do governo, as da Comissão apontam para um crescimento de 0,7%, o segundo mais baixo da zona euro, apenas superior ao esperado para… a Grécia.
Sócrates podia ter igualmente referido que em ambos os anos a economia portuguesa continuará a divergir da média europeia, mas isso já não é novidade.
terça-feira, 4 de maio de 2010
sábado, 1 de maio de 2010
santas férias
Estranhas obsessões com os investimentos públicos
Nenhum governo pensou em abandonar a construção do novo aeroporto mesmo tendo, muitos deles, as garras do FMI e sem as indispensáveis verbas comunitárias que lhes confortasse os desejos. E com a inflação a ultrapassar os 15 por cento, o desemprego superior aos 25 por cento, com greve, com o ouro a ser penhorado, greves gerais e empresas a fechar quase todos os dias.
Em meados de 1981, os jornais faziam manchetes garantindo que, cada português, devia ao estrangeiro 70 contos. No início de 1983, essa dívida individual subia para os 120 contos. E assim sucessivamente, sempre a subir.
E nenhum governo pensou em abandonar a construção do novo aeroporto.