Jornalistas portugueses a noticiar:
Um atentado no Iraque, de autoria de iraquianos, contra civis e tropas estrangeiras é um acto dos "terroristas da Al-Qaida".
Um atentado em Cabinda, da autoria de cabindenses e congoleses, contra civis é um acto dos "independentistas".
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
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2 comentários:
E há também quem refira os "civis" da CIA que estão no Iraque!
Finalmente alguém repara nesta duplicidade dos media. Aqueles de quem gostamos são "independentistas", "guerrilheiros" ou "freedom fighters", uma expressão tão cara aos americanos, para quem, noutros tempos, os terroristas talibans eram os lutadores da liberdade contra os soviéticos no Afeganistão. Hoje, sabemos bem o que pensam no país de Obama sobre estes "lutadores"...
Os outros "lutadores", todos aqueles de quem não se gosta, são terroristas. Curiosamente, e embora a comparação possa parecer desfocada com os anos que já passaram, não me lembro de ler nenhuma notícia, na época, onde as acções da Fretilin tivessem sido classificadas como terroristas. Mas os métodos, salvaguardando as as devidas distâncias, eram os mesmos. Ou não?
Fui, em tempos longínquos, jornalista numa das primeiras rádios locais a sério em Portugal e um dos primeiros erros que cometi, sonoramente assinalado pelo chefe de redacção, foi ter classificado alguém envolvido num conflito, não lembro quem, como terrorista. Não repeti o erro e percebi, de imediato, a razão por que não o deveria repetir. Mais de 20 anos passados sobre esse episódio, parece-me ter havido um claro retrocesso na forma como os media abordam estas questões. E o mais preocupante é que toda a gente acha normalíssima esta designação de "terroristas", com toda a carga simbólica negativa que ela tem.
Parabéns ao Emídio Fernando por chamar a atenção para este absurdo dos modernos media dominados por uma visão única e monolítica do mundo.
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