Quem conhece os canais internacionais da RTP sabe bem a indigência que por lá mora. Sem estratégia, sem planos, sem qualidade e sem saber para que servem, de facto, os ditos canais. No caso da RTP-África, a falta de rumo é mais gritante. O canal - tal como a RTP-I - é pago pelos contribuintes portugueses. E justamente eles poderiam perguntar para que serve.
A RTP-África é feita a pensar nos interesses portugueses em África? Não. Serve para a divulgação da cultura portuguesa ou dos negócios portugueses em África? Não! Serve os africanos, ajudando, como serviço público, a melhor conhecimento e melhor cultura? Não! Aliás, a programação é tão má que nos países africanos é absolutamente irrelevante, em concorrência com os canais nacionais e com as televisões brasileiras. Não fossem as transmissões dos jogos de futebol e ninguém daria pela existência dela.
Mais do que um estafado "elefante branco", a RTP-África é apenas um apêndice no reino da RTP, mas que serviu politicamente, em tempos, para "sacar" uns votos aos africanos que moravam em Portugal. Tal como a rádio, a RDP-África, que consegue ainda ultrapassar, em indigência e na péssima qualidade, a televisão.
No fundo, os dois canais são úteis em apenas uma coisa: entram no mapa desenhado pelo PSD e PS que têm uma espécie de "tratado de tordesilhas" na divisão de lugares de directores. E isso os dois alimentam, são duas prateleiras douradas para colocar os "boys" quando não podem ter melhores "jobs".
Apesar deste cenário ser do conhecimento geral - e merecer críticas em vários círculos políticos -, ninguém se mexe. Ou mexeu. Cabe agora a Paulo Pisto, deputado do PS, a iniciativa de fazer uma crítica pública aos canais de televisão, em que até fala no tal "desperdício de resursos". Paulo Pisco leva o assunto ao Parlamento português. A ver se serve para alguma coisa.
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
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