De dois em dois anos, a história repete-se: há uma entidade estatal que me obriga - a mim e a milhares de jornalistas - a desembolsar 45 euros para emitir a carteira profissional. Ou seja, na prática, pagamos para exercer a nossa profissão. O que deve ser um caso único.
Bem se pode argumentar que há profissões, como os médicos ou advogados, que também pagam para poderem exercer. Mas fazem-no para uma Ordem Profissional que lhe exigem deveres e fornecem direitos.
No caso dos jornalistas, não. Paga-se apenas para que uma burocrática comissão emita um cartãozinho, mais frágil do que qualquer um que se usa no multibanco. Um cartão aliás que poderia perfeitamente ser feito por alguém no Rossio, em Lisboa, especialista em plastificar documentos. No entanto, esse acto simples exige, como foi o meu caso, o pagamento de 45 euros.
A Comissão da Carteira Profissional dos Jornalistas deve ser aliás uma das "empresas" com maior sucesso em Portugal: é completamente improdutiva, mas dá lucro.
E assim se sustenta uma pequena máquina burocrática que não serve absolutamente para nada.
Ou então serve para muito: para sustentar uns poucos funcionários.
Ou então é um mero imposto discricionário. E escondido por que não faz parte da lista dos impostos tradicionais.
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
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4 comentários:
òh, Emídio, A Comissão também te impõe deveres (ou diz que impõe, pq na prática...), não te queixes que não perdes tudo.
Para não falar no facto de ser uma profissão que precisa de um cartão para que seja reconhecida como tal. O direito a uma profissão não está consagrado na CRP? Então, por que ter um cartão?
Lá está você, com esses tiques burgueses, reaccionários e quiçá, neo-liberais!
bLá está você, com esses tiques burgueses, reaccionários e quiçá, neo-liberais!
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