quinta-feira, 6 de maio de 2010

"andava o desgraçadinho no gamanço..."

se não visse não acreditava. aliás, quando ouvi, na sic, a primeira frase: "os jornalistas da sábado acusam o deputado de furto...." pensei "isto é demais. furto? um deputado?". afinal, era mesmo verdade. um representante do povo furta, perante uma camara de televisão, dois gravadores, com a mestria de um profissional. e como se isso não bastasse, os seus pares vêm declara-se solidários com o deputado, logo, com o seu acto. depois disso, que credibilidade tem o deputado, os seus pares e, por arrasto, a instituição da qual fazem parte. eu, que já por várias vezes aqui fui acusada de ser anti-parlamentar (que não sou), não consigo pensar em gesto de maior atentado contra o parlamento do que o de um deputado a furtar gravadores perante o apoio cúmplice dos seus pares.

2 comentários:

Anónimo disse...

"como se isso não bastasse, os seus pares vêm declara-se solidários"

Pois, mas ainda há pouco tempo o jornal Sol desrespeitou uma ordem judicial de não publicar determinado material, ainda por cima recorrendo a um truque (bem conhecido) de não se aprestar a receber a notificação, e qual foi a reação da classe dos jornalistas? Em unanimidade, declararam-se solidários e afirmaram que o Sol tinha feito muito bem, que os jornalistas têm todo o direito de desobedecer às ordens da Justiça sempre que tal lhes dê na real gana.

Eu acho que este caso agora é uma apropriada resposta a jornalistas que, neste país, pensam ter todos os direitos e poderem fazer tudo o que querem.

Repare: se Ricardo Rodrigues pretendesse, por qualquer motivo, que aquela entrevista não fosse publicada, só lhe restava mesmo recorrer à ação direta, uma vez que os jornalistas do Sol, com ampla aprovação dos seus pares, já mostraram que um jornalista publica tudo aquilo que lhe apeteça independentemente das ordens da Justiça.

Luís Lavoura

Anónimo disse...

um pouco "anti-parlamentar" revelas-te quando falas "nos seus pares" misturando o trigo e o joio.

ou não?

MG