sábado, 1 de maio de 2010

Estranhas obsessões com os investimentos públicos

Ainda Marcelo Caetano era primeiro-ministro e já Portugal projectava construir um novo aeroporto para... 2010. E, nessa altura, a opção seria Rio Frio. Depois disso, passaram governos provisórios e constitucionais e de todas as formações possíveis: comunistas nos governos, PSD e PS a liderar sozinhos, coligações PS/CDS e PSD/CDS e bloco central e maiorias absolutas do PSD, de Cavaco Silva, e do PS, de José Sócrates.
Nenhum governo pensou em abandonar a construção do novo aeroporto mesmo tendo, muitos deles, as garras do FMI e sem as indispensáveis verbas comunitárias que lhes confortasse os desejos. E com a inflação a ultrapassar os 15 por cento, o desemprego superior aos 25 por cento, com greve, com o ouro a ser penhorado, greves gerais e empresas a fechar quase todos os dias.
Em meados de 1981, os jornais faziam manchetes garantindo que, cada português, devia ao estrangeiro 70 contos. No início de 1983, essa dívida individual subia para os 120 contos. E assim sucessivamente, sempre a subir.
E nenhum governo pensou em abandonar a construção do novo aeroporto.

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