terça-feira, 14 de julho de 2009

Poema para um tempo que vai passar

Cinzas, vergões, renúncias, cicatrizes,
Laceram-nos a esperança, mas dão outra.
Essa em que a dor nos faz criar raízes,
Árvore e fruto de uma seiva nova

Dos abismos da ira levantamos
As vozes, os protestos e as trombetas.
Só nos ouvimos quando nos calamos
E em vez de arautos nos tornamos poetas

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José Carlos Ary dos Santos, "Morte e transfiguração"

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