O PEC da esquerda moderna
Não foi um nem dois. Foram três os ministros que se apressaram a partilhar publicamente a solidariedade do elenco governativo quanto ao PEC. E não seria de esperar outra coisa. Como disse, e bem lembrou, Jorge Lacão, ministro dos Assuntos Parlamentares, “não são públicas as conversas que se têm no Conselho de Ministros. Nem em off. Há o dever de reserva”. O outro é o dever de solidariedade. Expressado, e também não o poderia deixar de o ser, por Vieira da Silva. O ministro da Economia foi uma das vozes que, no Conselho de Ministros extraordinário do último fim de semana, mais resistências colocou ao corte efectivo que este PEC propõe nalgumas prestações sociais. Não foi o único. Pedro Silva Pereira foi então o terceiro a sacudir a notícia das divergências: “ Uma fantasia.” Algo que foge portanto à realidade. Pronto. Uma mentira. Só que em momento algum ouvimos Vieira da Silva desmentir. Diz o ministro, por um lado, que não revela as conversas em Conselho de Ministros; e, por outro, que está 100% solidário com o PEC. Versão talvez mais próxima da verdade. No Parlamento, percebendo-se o incómodo nas tropas socialistas, Francisco Assis e Jorge lacão combinaram o encontro prometido (mas não cumprido) desde o OE. Lá terá de ser: Teixeira dos Santos vai falar com os deputados. Para trocar umas ideias sobre o assunto. As “especulações” dos jornalistas, como observou o ministro dos Assuntos Parlamentares, com esta fórmula singular: “São notícias sem fundamento, sem qualquer fonte identificadora que possa assumir responsabilidade pela especulação.” Valha-nos portanto o facto de o PEC não estar em segredo de justiça. Por isso ainda bem que há ‘malandros’ para nos contarem como foi.
[Texto principal da minha crónica de hoje no DN]
sábado, 20 de março de 2010
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1 comentário:
Então e porquê a imposição da disciplina de voto quando o PEC for discutido? Ainda bem que há divergências. Ainda bem que não é ainda obrigatório o pensamento único.
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