quinta-feira, 3 de junho de 2010

Manipulaçõezinhas

Assim que a Comissão Europeia tornou público que deixava cair o processo de infracção contra Portugal por causa da adjudicação directa dos computadores Magalhães, o secretário de estado das comunicações não perdeu tempo a congratular-se com a boa notícia e a concluir que os trabalhos da comissão eventual de inquérito da Assembleia da República que investiga o negócio "não são para o apuramento da verdade", mas sim "uma arma de arremesso político".

O que Paulo Campos não explica é que Bruxelas apenas arquivou o processo depois de Portugal, pressionado, ter acedido a alterar as regras do jogo ao lançar em Janeiro deste ano um concurso público para a aquisição de novos computadores, recuando em toda a linha sem no entanto assumir abertamente o erro. O que não é a mesma coisa que reconhecer que tudo foi feito com a lisura que se impunha. Até porque a Comissão Europeia acompanha a notícia que tanto agradou ao governante com uma explicação detalhada sobre a forma como a versão inicial do negócio representava uma "distorção da concorrência" e podia levar ao "desperdício do dinheiro dos contribuintes".

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