sexta-feira, 9 de abril de 2010

Lisboa mata-os


Durante quatro dias, de quinta a domingo, o Teatro Camões, em Lisboa, recebe companhias de dança espanholas num festival intitulado "Madrid dança em Lisboa". Mesmo estando Espanha aqui tão perto é sempre uma oportunidade única de se assistir a espectáculos feitos por profissionais de escolas de dança - moderna, clássica e contemporânea - necessariamente diferentes do que se pratica em Portugal.
Mas logo no primeiro espectáculo da companhia Losdedae a sala do Camões estava tristemente vazia. E com bilhetes que, nalguns casos, nem chegam a custar 10 euros!
Curiosamente, a coreografia tenta mostrar como os bailarinos se sentem "amarrados" à lógica de um mundo inculto. E terminava com uma frase, escrita num painel: "Espanha tem cada vez menos espectáculos de dança". Que melhor sítio a Losdedae escolheu para lançar este lamento!
Por estas horas, os bailarinos espanhóis ainda devem estar a agradecer aos deuses por terem nascido... em Espanha.
O Festival "Madrid dança em Lisboa" continua até domingo com os "Dani Pannullo" (na foto), "Arieritos" e "Larumbe Danza".

3 comentários:

Anónimo disse...

Se querem que eu vá vê-los, e eu até gostaria, ponham-nos a dançar num local central de Lisboa, e nunca no Teatro Camões.

O Teatro Camões, tal como o CCB, fica numa zona afastada e inóspita, onde só se pode ir de carro ou, de transportes públicos, demora-se 45 minutos a chegar. Não ponho lá os pés.

Agora se pusessem isto num sítio decente, no São Carlos, na Gulbenkian, na CGD, então eu talvez fosse vê-los.

Luís Lavoura

Emídio Fernando disse...

Ó Luís,
seguindo essa lógica, deveria haver uma sala de espectáculos em cada bairro! Uma versão santanista das piscinas, portanto. E o Luís demora 45 minutos a chegar, mas quem vive na zona oriental demora cinco. Além disso, faz muito mal não ir ao Camões. É uma sala belíssima, com boa acústica, excelente visibilidade em qualquer sítio e é a "sede" da Companhia Nacional de Bailado que deveria ser acarinhada.

Anónimo disse...

Emídio,

não devia haver uma sala de espetáculos em cada bairro, não. Mas as salas de espetáculos deveriam ser nos centros das cidades, em sítios com boas acessibilidades, e não nas periferias.

Ao centro toda a gente demora o mesmo tempo a chegar. À periferia só chega quem tem carro, ou quem está disposto a, nos transportes coletivos, demorar uma hora.

Luís Lavoura