quinta-feira, 28 de julho de 2011

Ordem para despedir

Enquanto o Governo hesita em assumir claramente que defende uma lei laboral mais flexível que facilite os despedimentos individuais, é bom recorrer ao pensamento do ministro Álvaro Santos Pereira que, entre tantas tutelas, é o máximo responsável pelo Emprego. Sem véus, sem tabús, e sem dúvidas, o actual ministro escrevia isto, em Dezembro de 2010 (já prevendo que iria haver um novo governo em breve).

"É mais do que evidente que uma das reformas que será levada a cabo nos próximos tempos é a reforma das leis laborais. E não, não estou a falar de somente de tornar os despedimentos mais baratos. Estou mesmo a pensar (oh heresia!) numa maior flexibilização dos despedimentos individuais. A verdade é que, para o bem ou para o mal, uma flexibilização das leis laborais é simplesmente inevitável, quer seja com este governo (se assim for forçado pelos nossos parceiros europeus), quer seja com o próximo governo (o mais provável)."

O artigo completo, com análise filosófica sobre os despedimentos, as medidas que devem ser tomadas e respetivas propostas, pode ser lido aqui: sem mitos, de facto.

1 comentário:

João disse...

A maior idiotice de quem ataca a "precariedade" é defender, ao mesmo tempo, a dificuldade crónica em despedir que nos foi legada pelo PREC.
Obviamente ninguém quer contratar de modo definitivo alguém que sabe não poder ser despedido por motivos de incompetência, mas unicamente por um conceito de "justa causa" constante de uma constituição canhota.
Ninguém, no seu perfeito juízo, vai despedir um funcionário que seja produtivo e importante para o progresso da empresa. Por outro lado, ninguém quer contratar "às escuras" por causa dos impedimentos de se libertar de eventuais ronhosos.
Quanto mais liberalizado for o mercado de trabalho, menor será a precariedade, maior será produtividade e, por consequência, menor será o desemprego!
Outra vantagem seria a de filtrar positivamente. Ao invés de ter gente competente no desemprego e inúteis agarrados a um emprego , teríamos esses inúteis no desemprego e as pessoas competentes a trabalhar. Uma breve passagem por umas repartições públicas, centros de saúde, esquadras de polícia e afins é suficiente para fundamentar esta minha posição.