Quando Barack Obama decidiu candidatar-se à presidência dos EUA, enfrentou um dilema: se, tal como tinha acontecido com os outros candidatos negros, em especial Jesse Jackson, destacaria, ou não, as questões raciais no seu discurso. A dúvida, entre outras plausíveis razões, ficou definitivamente resolvida com um conselho de um dos seus assessores:
"Não vale a pena a falar da raça. Não é preciso realçar o que já é óbvio".
Este sábio conselho vem a propósito da entrevista de Cavaco Silva à RTP. Em pouco mais de 20 minutos, o presidente/candidato disse quatro vezes que defendia "o rigor", ora sobre as contas públicas, ora sobre a venda das acções da SLN. E ainda voltou a dizer que era "rigoroso". E isto tudo depois de ter desafiado alguém a nascer duas vezes para ser mais honesto do que ele.
Cavaco Silva deve estar a precisar de assessores "à Obama". Se há quase 30 anos defende que é "rigoroso", fazendo disso mesmo uma bandeira, já não deveria estar na cara? Ou ainda não é assim tão óbvio?
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
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2 comentários:
para mim não, mas os nossos camaradas emprenham com pouco, emídio. ni
Por uma questão de rigor: o Obama é mulato, não é negro...
JC
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