Se não nos tivessem mostrado as assinaturas de sexta-feira à noite e a fotografia tirada com o telemóvel, alguem acreditaria que governo e PSD tinham chegado a acordo ?
O debate do primeiro dia do Orçamento de Estado foi mais um exercício bipolar de todo o processo de negociação que decorreu nas últimas semanas. Apesar de terem anunciado um entendimento, governo e PSD passaram esta terça-feira pelo hemiciclo como dois parceiros desavindos e desconfiados mostrando que o clima de guerrilha vai continuar. Temos portanto Orçamento mas tambem uma crise política. Nem um nem outro quer assumir o "contrato". Mas a inevitabilidade tem (ou devia ter) consequências. Não parece. E, neste caso, as aparências não iludem.
Enquanto isto...
Os juros da dívida, que subiam "porque não havia acordo", continuam a subir quando já há acordo...
Um candidato presidencial queixa-se nas redes sociais "do espectáculo público de cinismo ou de agressividade" e mostra "muita apreensão [com]o desprestígio da classe política e a impaciência com que os cidadãos assistem a alguns debates"...
Os bancos anunciam milhões de lucros...
Sigamos, pois, para o 2º dia do Orçamento.
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
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2 comentários:
Parece-me que nas redacções isto continuará despercebido, nem se tem de informar nem nada
http://krugman.blogs.nytimes.com/2010/10/30/sex-and-drugs-and-markets-role/
http://arrastao.org/jornalismo/sinais-2/
Lê-se no público:
«Num conferência de imprensa em que foi várias vezes questionado pelos jornalistas sobre a subida das taxas de juro da dívida pública da Irlanda e de Portugal, Trichet evitou fazer qualquer comentário. O presidente do BCE nunca se referiu sequer explicitamente a Portugal
Não houve qualquer questão de jornalistas portugueses.»
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